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16 a 20 de outubro de 2012
MPH1658
ORIENTADOR(A)
EDSON APARECIDA DE ARAUJO QUERIDO OLIVEIRA
UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
ARRANJO PRODUTIVO LOCAL (APL) DE LEITE E DERIVADOS NA
REGIÃO DO BICO DO PAPAGAIO -TO1
RESUMO
O surgimento de Arranjos Produtivos Locais – APL está sendo cada vez mais
importante, especialmente para as micros e pequenas empresas (MPEs), pois elas têm
mais chances de permanecer no mercado, trabalhando em conjunto ao invés de isolados.
Dentre os APL existentes no Estado do Tocantins, tem-se o de leite e derivados da
microrregião do Bico do Papagaio localizado no extremo norte do Estado, que surgiu no
ano de 2004. Este APL tem a participação dos seguintes municípios: Augustinópolis,
Araguatins, Axixá do Tocantins, Buriti do Tocantins, Cachoeirinha, Carrasco Bonito,
Darcinópolis, Esperantina, Itaguatins, Luzinópolis e Tocantinópolis e envolve cento e
trinta e oito produtores. Esta pesquisa teve como finalidade analisar as interações
envolvidas na governança do APL e seus impactos na solução de problemas
relacionados à qualidade e comercialização dos produtos. Com os resultados obtidos
através de pesquisa bibliográfica e documental notou-se que a ausência da governança
em um APL pode influenciar negativamente pelo fato da organização e o
desenvolvimento dos trabalhos estarem diretamente ligados a ela.
ABSTRACT
1
XIII MPG – Mostra de Pós-graduação da Universidade de Taubaté – 16 a 20 de Outubro de 2012 –
Taubaté - São Paulo – Brasil.
2
Mestrado Profissional em Gestão e Desenvolvimento Regional (UNITAU) – Universidade de Taubaté -
marcosayres_6@hotmail.com
3
Orientador – Doutor em Organização Industrial – ITA - Professor Assistente Doutor - Coordenador de
Programa de Pós-graduação em Administração – Mestrado Profissional em Gestão e Desenvolvimento
Regional (UNITAU) – edson@unitau.br
1. INTRODUÇÃO
Este item tem por finalidade examinar os conceitos existentes na literatura sobre
Arranjo Produtivo Local, buscando identificar os fatores estruturais dessas
aglomerações no que refere ao papel da governança, redes e capital social,
demonstrando a importância desses para o fortalecimento e desempenho do APL.
UFT
BNB E BASA
Legenda:
Fraca Média Forte
Mas, é importante que tenha a criação da rede e que todos estes atores trabalhem
de forma conjunta, tentando resolver os problemas existentes no APL, e que em cada
ator participante do arranjo tenha a presença de um líder, para que juntos consigam
trabalhar e desenvolver o APL.
Quando houver uma governança no APL de leite e derivados paralelamente será feito o
trabalho de fortalecimento da rede, sendo que serão trabalhadas as interações mais
fracas e fortalecidas as já existentes
Salientando no referencial teórico e de acordo com a Redesist (2005) que trata
sobre governança corporativa, observando a rede existente no APL, percebe-se que não
tem a existência de lideranças para que façam estas conexões entre os atores presentes
no APL de leite e derivados da região, não podendo esquecer de tratar sobre o capital
social e a questão da confiança, também tratados no referencial teórico, que são
necessários para ter o fortalecimento da rede, pois se não houver uma confiança entre as
instituições não será possível fortalecer a rede e conseguir que haja o desenvolvimento
do APL.
3 CONCLUSÃO
Com este artigo foi possível perceber como principais dificuldades enfrentadas
pelo APL de leite e derivados da região do Bico-do-Papagaio, a inexistência de uma
governança capaz de articular ações que promovam o desempenho do APL, em razão de
não existir a presença de uma liderança que alavanque o APL e que as empresas ainda
trabalham de forma isolada, pois não está acontecendo reuniões entre os produtores e as
instituições existentes neste APL.
Percebe-se que atualmente o problema da agroindústria do leite e derivados está
na base, em relação aos produtores de leite. sendo portanto, a falta de capacitações e
assistência técnica um dos maiores problemas. Falta também a presença de lideranças
nos atores para que possam realizar reuniões, sejam mensais ou quinzenais, com o
objetivo de tentar resolver as dificuldades que aprecem no APL. Os produtores também
estão trabalhando de forma isolada, passando a ter um maior custo na compra de
insumos e comercialização dos produtores.
Também se tem a presença de laticínios informais que está dificultando o
desenvolvimento da bacia leiteira, pelo fato de boa parte da produção está nestes
laticínios, fazendo com que os laticínios formais fiquem até mesmo com suas máquinas
“ociosas” sem ter leite suficiente para trabalharem na sua máxima capacidade. A
presença destes laticínios informais acaba por colocar no mercado alimentos com
péssimas qualidades de higiene, ou até mesmo contaminados, podendo ser um risco à
saúde de quem consome este tipo de produto.
Sendo o APL o conjunto de MPEs, estas devem trabalhar de forma cooperativa,
pois se realizarem trabalhos isolados será mais difícil a sua sobrevivência no mercado.
Por isso, tem que ser feito o resgate da APLESTO para que a mesma sirva de base de
apoio para os produtores de leite. Assim como precisa ter um maior engajamento dos
laticínios no SINDILEITE, pelo mesmo motivo da realização das atividades em
conjunto, como compra de insumos e matéria-prima, e até a comercialização dos
produtos.
Como sugestão e recomendações para tentar amenizar estes problemas e para
próximas pesquisas tem-se:
A implantação da Câmara Setorial Temática que está em fase inicial, e as
atividades que estão planejadas para o desenvolvimento da cadeia
produtiva do leite da região do Bico-do-Papagaio. O trabalho feito pela
câmara temática detectou-se todo o levantamento dos problemas
existentes na região, os pontos positivos e negativos, o que se deve fazer
para solucionar estes problemas, que são as instituições responsáveis
pelo desenvolvimento dos trabalhos como curso de capacitação, infra-
estrutura dos laticínios e das fazendas, e quem serão os responsáveis por
cobrar das instituições competentes (Governo estadual, prefeituras), as
suas responsabilidades e que possam dar apoio para o desenvolvimento
desta cadeia produtiva do leite e derivados da região do Bico-do-
Papagaio;
Levantamento de toda a cadeia produtiva do leite, desde a compra de
insumos até a comercialização, onde tem que ser aplicados questionários,
que podem ser baseados até mesmo na Redesist, aos produtores rurais,
laticínios, lojas de insumos, e locais de comercialização. Este
levantamento abrangeria toda a produção de leite, quantidade de animais,
tamanho da área, manejo, tipo de organização, que capacitações estão
recebendo, para quem estão vendendo, quais produtos estão sendo feitos,
tipo de embalagem e preço;
Foi sugerido pelo SEBRAE a possibilidade de se ter uma empresa âncora
(neste caso um laticínio) em que seria feito todo o trabalho de
governança, neste caso, está ligado a assistência técnica, capacitações e
auxilio na comercialização. Esta empresa passaria a ser um modelo para
as outras existentes na região, e para o desenvolvimento deste trabalho o
pagamento seria feito parte pelo laticínio, parte pelos produtores e a
última parte pela prefeitura da região; e
Tem que se trabalhar no APL a criação de uma marca para os produtos,
que represente o APL de leite e derivados para que este possa ter “força”
no mercado e possa ser reconhecido por sua qualidade. Desse modo,
pode-se até mesmo diminuir a presença dos laticínios informais.
Por outro lado, uma das prioridades para o Governo do Estado é criar o Núcleo
do APL, que servirá como base de apoio para os APL’s existentes no Maranhão e para
os APL’s que podem surgir, ajudando na área de capacitações, gestão e parcerias.
É de grande importância para o Estado do Tocantins que ocorra o fortalecimento
da Cadeia Produtiva do Leite. Se houver o incentivo do governo e a participação de
todos os atores presentes no APL de leite e derivados da região será possível conseguir
o desenvolvimento e fortalecimento deste APL, aumentando inclusive a quantidade de
leite produzida por animal e também a qualidade do leite que é fornecida para os
laticínios, agora por meio do manejo adequado dos animais, bem como melhor
aproveitamento da área de pastagem.
Para se conseguir este fortalecimento precisa ser trabalhada a questão da
governança, ter um fortalecimento do mapa de inter-relação existente no APL, para que
deste modo tenha-se um trabalho de forma conjunta, com presença de líderes e até
mesmo exista a confiança entre os atores do APL. Somente assim será possível ter o real
crescimento, desenvolvimento e reconhecimento do APL de leite e derivados da região,
caso contrário, esse setor tende a ter grandes prejuízos.
Acredita-se que com esse estudo, deu para se fazer uma melhor reflexão e que a
partir dela possa se buscar alternativas que venham trazer resultados positivos para o
maior desenvolvimento do arranjo produtivo local de leite e derivados do extremo norte
do Estado do Tocantins.
REFERÊNCIAS