Você está na página 1de 1

Resumo

A monografia tem como tema Do Hiperconsumismo às decepções crónico-reflexivas: uma reflexão sobre
as relações sociais na ausência de uma ética reguladora em Gilles Lipovetsky. Com o advento da
sociedade de consumo, e suas três fases distintas, o homem contemporâneo experienciou diferentes
manifestações comportamentais face às multifacetadas áreas da vida humana, desde a económica, cultural,
religiosa, até a científica. Todos esses aspectos da vida humana foram alterados na sociedade de consumo,
o que afectou, inclusive, as formas de os homens relacionarem-se uns com os outros. As relações sociais
na sociedade de consumo aceleram-se e desenvolvem-se em velocidades supersónicas, metamorfoseiam-
se repentinamente, e, igualmente, cessam inesperadamente. As relações não mais são sólidas, mas, sim,
líquidas, sem firmes fundamentos. As pessoas decepcionam-se umas com as outras por tudo o por nada e,
também, decepcionam-se consigo mesmas por não conseguirem satisfazer determinadas espectativas
padronizadas socialmente. Neste sentido, a monografia propõe-se abordar sobre o problema das relações
sociais nesta sociedade de metamorfoses repentinas e comportamentos desregulados; o qual pode ser
colocado em forma de questão da seguinte maneira: em que condições o processo que vai do
hiperconsumismo às decepções crónico-reflexivas urge por uma ética reguladora do consumo no contexto
hipermoderno das relações sociais? Em meio à democratização dos prazeres e o culto ao bem-estar e ao
lazer, ao consumo desmedido, não apenas de sentimentos, mas, e acima de tudo, de sentimentos e
emoções, emerge uma dicotomia assimétrica entre indivíduos realizados e indivíduos frustrados. A
realização está em desfrutar, sem reservas, de tudo o que é exposto para o consumo, e a decepção reside
em receber a oferta do prazer e, ainda assim, não ser capaz de pagar por ele, de comprá-lo, de alcança-lo.
Entrementes, não são expostos apenas produtos e sentimentos na vitrine do hiperconsumismo, mas, e em
largas escalas, as privacidades dos indivíduos, as vidas privadas passaram a ser objecto de consumo na
hipermodernidade, o que nos remete ao antigo enredo da inveja, pois ela desperta-se através dos sucessos
e da fortuna de outrem. Neste contexto, pretendemos reflectir sobre as relações sociais face a toda esta
meada aqui reputada.

Palavras-Chave: Hiperconsumismo, Decepções Crónico-Reflexivas, Ética Reguladora,


Sociedade de Consumo.

Você também pode gostar