Varias são as etapas que o sistema educativo moçambicano sofreu até aos nossos
dias. Uma das etapas ou modelos, é o que o presente trabalho ira tratar que é a
centralização do sistema educacional moçambicano.
Como tal, cabe ao órgão central traçar os objectivos comuns da educação em todo o
território moçambicano e, isso evita que cada zona ou região do país tenha seu
currículo diferente das outras zonas e ajuda na preservação da unidade nacional.
Centralização do sistema educacional moçambicano.
Diferentemente de muitos países que após a sua descolonização, tiveram apoio das
metrópoles, Moçambique herdou um sistema educacional capitalista precário, por
isso, teve que remar contramaré na sua reconstrução optando por uma educação de
massa via socialismo.
Este sistema, condicionou a maior parte dos avanços e recursos por sua vez,
contradições ao mesmo tempo. Em relação a educação no período do socialismo,
após a independência nacional, houve socialização de um direito que dantes era
negado aos negros a educação. Consta que Moçambique quando tornou se
independente, tinha mais de 90% de analfabetos, por razão disso, o estado
nacionalizou a educação e, coloca se a necessidade de alfabetizar tanto os adultos
como as crianças a ler e escrever,
Convém referir a sua importância como modelos úteis de análise das formas de
educação que Moçambique adoptou após alcançar a sua independência, modelos
esses que eram condicionados pelo alto numero de analfabetos como esta referido
acima.
Considerando as características apontadas dos modelos políticos de organização e
administração e acentuada a sua importância, a administração dos sistemas
educativos deve ser estudada sob muitos aspectos a partir de abordagens
semelhantes às que se aplicam a qualquer organização e, mais particularmente, a
qualquer grande organização pública, destacando as vantagens políticas e técnicas
decorrentes da aplicação de um modelo ou de outro. Tendo em conta as estruturas,
os órgãos e os procedimentos deve-se prestar uma atenção particular para a
centralização administrativa dos sistemas educativos como estratégias de controlo
político e de poder, mas também como técnicas para a garantia de um
funcionamento desejado para a garantia da qualidade, da eficiência, da equidade
(igualdade), da responsabilização e da inclusão social.
O processo de nacionalização da educação que Moçambique efectuara um mês
após a proclamação da sua independência, demostrava uma tendência clara de
socializar e centralizar a educação que antes era de difícil acesso ao povo
moçambicano.
Esse desejo do acesso a educação para as massas foi comprometido pelo contexto
socioeconómico e político, rede escolar precária em termos de insuficiência de infra-
estruturas materiais e professores. Esse cenário, exigiu da administração
educacional, um novo desafio de gerir a explosão escolar com uma rede de ensino
precária.
Segundo Uaciquete (2010, p,15), citado por Francisco, defende que;
No campo educacional, a rede escolar é naturalmente insuficiente para a maioria da
população e há escassez de professores e de outros quadros de direcção do sector,
o que entra em contraste com a actual liberdade de frequentar a escola pela maior
parte da população que durante muitos anos esteve a margem da educação formal
devido ao carácter discriminatório e altamente selectivo do sistema educativo
colonial.
Na óptica do autor, não seria fácil implementar a socialização educacional, devido ao
vazio em termos de recursos humanos e materiais, deixado pelo sistema nacional
colonial e pela conjuntura política económica da época.
No campo educacional, centralização é um conceito usado numa grande variedade
de situações para assinalar uma mudança de paradigma de acção centrada no
Estado para um paradigma de acção centrada no esforço das associações cívicas,
no sector privado e nas organizações não-governamentais.
Nesta perspectiva, uma das saídas que Moçambique teve que adoptar para sair da
situação do alto analfabetismo, foi a abertura de escolas pelas iniciativas populares,
campanha de alfabetização e a contratação de alunos que tinham concluído a 9 a
classe para serem professores.
A centralização educacional como a mudança das formas de administração e gestão
dos sistemas educativos assentes em modelos mais estatizados ou em modelos
menos estatizados de administração.
Segundo a UNESCO (1988), citado por, Uaciquete, as grandes organizações, e
independentemente do aspecto produtivos que muitas delas podem apresentar,
dispõem de quadros nos postos de direcção e técnicos cujo número ultrapassa
largamente o dos sistemas educativos; dispõem de uma série de serviços gerais
assegurados por pessoal altamente qualificado: vastos serviços financeiros e
contabilísticos, de gestão do pessoal, de documentação, de estatística e de
informação, de investigação, de análise prospectiva e de programação, de relações
pública e de publicidade, de assistência técnica e de apoio logístico em diversos
níveis. Estes actos contrastam com a grande importância que os sistemas educativos
apresentam para além do elevado número de “clientes” que serve, de grandes
legiões de mão-de-obra que emprega, do elevado número de estabelecimentos e de
avultadas somas de dinheiro que movimenta.
Neste contexto a centralização significa que a responsabilidade e o poder de decidir
se encontram no Estado ou no topo da Administração Pública cabendo às restantes
estruturas administrativas, onde se incluem as escolas, apenas a função de executar
as directivas e as ordens emanadas desse poder central.