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MINISTRO DA EDUCAÇÃO

SECRETÁRIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE


SANTA CATARINA – CAMPUS SÃO JOSÉ

PROFESSOR: GUSTAVO GACIBA

TURMA: 6090311

CISTICERCOSE

Alunos: Amanda Passos, Fabio Harrttur


Coelho, Alexandre Ferreira

São José, 01 de junho de 2011.


Introdução

(Alexandre, mínimo 10 linhas)


Histórico da doença

A cisticercose foi descrita pela primeira vez em suínos pelo pensador grego
Aristóteles (348-322 a. C.). A partir de então, acreditavam que a temida doença fosse
causada pelo porco, o que serviu de base para repúdio do consumo da carne bovina em
grande parte dos povos antigos. Exemplo disso é que em 300 a.C., época em que
primeiros escritos judeus já proibiam o consumo desse tipo de carne, sob pena de prisão.
Na medicina moderna, o primeiro caso de cisticercose humana foi descrito no
século XVI, sendo, no entanto, desconhecida a natureza da doença. Isso veio a ser
remediado somente na segunda metade do século XIX, quando pesquisadores alemães
demonstraram que a responsável pela doença era a forma larvária da Taenia solium.
Durante quase dois milênios, desde a descrição de Aristóletes, a cisticercose
assombrava a humanidade sendo apenas no século XIX que ficou claro o ciclo desta
doença, indicando que a cisticercose é transmitida pelo homem e não pelos animais
infectados, como se pensava. Mas esse mal entendido ainda deixa meter, principalmente
nos países subdesenvolvidos, onde possuem pouco acesso a essa informação que
contribui para esse mito.
A cisticercose humana apresenta distribuição mundial, sendo encontrada em
todos os continentes, inclusive na América Latina. Esta doença está associada a falhas
no saneamento básico e fiscalização sanitária, hábitos de consumo de carne crua, mal
cozida ou com cisticercos. (Machado, 1988).
Cisticercose

Cisticercose é uma doença ocasionada pelas larvas da Taenia solium,


conhecida como solitária. A teníase e cisticercose são causadas pela mesma espécie de
tênia, mas em ciclo diferente de vida. A ingestão da carne de porco pelo homem, com
determinadas formas de cisticercos, irá produzir a teníase. A cisticercose, por seu lado, será
gerada quando houver a ingestão de ovos da Taenia solium (Machado, 1993).

A cisticercose tem como hospedeiros intermediários os suínos, indivíduos com


teníase. Esses portadores de teníase eliminam ovos através das fezes no ambiente, e por
acidente, os humanos podem ingerir estes ovos e adquirir a doença, de tais formas como: a auto-
infecção externa, que é a contaminação pela ingestão dos ovos do próprio portador de Taenia
solium, em condições de falta de higiene. A auto-infecção interna que ocorre quando um
portador de tênia vomita, nos movimentos retroperistálticos do intestino. Assim os ovos podem
atingir o estômago e iniciar o ciclo de cisticercose. E a heteroinfecção, ingestão de alimentos
(verduras, frutos consumidos crus ou mal lavados) e água contaminados com ovos das
tênias.

Esse portador pode eliminar milhões de ovos, diariamente, livres nas fezes ou
como segmentos intactos (proglotes), contendo cada um cerca de 250.000 ovos e estes
podem sobreviver no pasto durante vários meses (URQUHART, 1987; UNASA,2000).
A resistência desses ovos no meio externo é bastante grande, suportam a maioria dos
tratamentos de águas residuais.
A falta de higiene, como evacuar a céu aberto, ou sanitário sem as fossas, o
costume de criar porcos em lixo contribuem para adquirir essa doença.
A ingestão de ovos pelos animais dá-se na maior parte das vezes por ingestão
de fezes, os bovinos somente em condições adversas por falta de alimento, já os suínos
possuidores de hábitos coprofágicos têm mais facilidade de adquirir a doença
(PFUETZENREITER, 1997).
As manifestação clínicas variam de acordo com a idade e o estado de saúde do
hospedeiro definitivo. Podem incluir irritabilidade, insônia, anorexia ou apetite
exagerado, perda de peso, dor abdominal, distúrbios digestivos, náuseas, vômitos,
diarréia alternada com constipação, sensação de dor de fome. Muitas infecções são
assintomáticas, exceto pelo incômodo de ter segmento de vermes emergindo pelo ânus
(ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE, 1983; FORTES, 1993; FUNASA,
2000). A cisticercose é uma doença grave que pode envolver vários órgãos diferentes.
Músculos ou tecido subcutâneo: dores musculares, câimbras e cansaço.
Neurocisticercose: é a forma mais grave, os sintomas podem aparecer anos
depois da ingestão dos ovos da tênia e variam de acordo com o número de cisticercos.
Os sintomas mais freqüentes são: convulsões, hipertensão intracraniana e distúrbios
psiquiátricos.
No Brasil, registrou-se, um total de 937 óbitos por cisticercose no período de
1980 a 1989. Até o momento não existem dados disponíveis para que se possa definir a
letalidade da enfermidade (VERONESI, 1991; ACHA & SZIFRES, 1986; FUNASA,
2000).
Localização ocular: alcança globo ocular e instala-se na retina, ocorre redução
da visão, irites, uveites, retinites, moscas volantes, exoftalmia ou miosite com ptose e
conjuntivites.

Ciclo biológico

O homem ingere ovos viáveis de T. solium. Esses ovos rompem-se no


intestino, liberando o embrião, o qual penetra na mucosa intestinal, atingindo a corrente
sanguínea, e através dela, chega ao fígado, ao coração, aos pulmões e à outros órgãos de
tropismo, inclusive o tecido nervoso.

Diagnóstico

A complexidade da doença e a multidisciplinaridade de sintomas, quando


existem, fazem com que, muitas vezes, o diagnóstico preciso se dê quando a doença já
está bem desenvolvida. O diagnóstico é realizado através de biópsia tecidual, cirurgia
cerebral, testes imunológicos no soro e líquido cefalorraquiano ou exames de imagem
(RX, tomografia computadorizada e ressonância magnética) que permitirão visualizar as
lesões provocadas pela calcificação do cisticerco, além de verificar se existem
anticorpos contra a tênia, em outras palavras, se houve ou não contato com o verme.
Exames de fezes também são indicados, pois permitem ao médico identificar se o
paciente tem o verme adulto no intestino, ou seja, se está com teníase.
Para o tratamento são usados medicamentos antiparasitários, comumente
combinados com anti-inflamatórios. Em alguns casos, é necessário extirpar a área
infectada através de um procedimento cirúrgico.

Tratamento

Até há pouco mais de uma década e meia, a terapêutica medicamentosa da


neurocisticercose era restrita ao tratamento sintomático. Atualmente, praziquantel e
albendazol têm sido considerados eficazes na terapêutica etiológica da
neurocisticercose. (TAKAYANAGUI - 1987; 1990-b). Há questionamentos sobre a
eficácia das drogas parasiticidas na localização cisternal ou intraventricular e na forma
racemosa, recomendando-se, como melhor opção, a extirpação cirúrgica, quando
exeqüível (COLLI - 1996; COLLI et al - 1994-b; TAKAYANAGUI - 1990-b; 1994).

Prevenção

Evitar a ingestão de carnes cruas ou pouco cozidas, lavar adequadamente os


vegetais e frutas, evitar a contaminação da água utilizada para regar hortas ou beber,
evitar a disseminação dos ovos por moscas e baratas, e sempre lavar as mãos após ir ao
banheiro e antes das refeições.
Para evitar a cisticercose requer atenção à higiene dos porcos e ao saneamento.
Isso serve para prevenir a ingestão dos ovos de Taenia pelos animais.
As perdas econômicas pelas condenações de carcaças bovinas e suínas
infectadas por cisticercos são consideráveis. Em 1963, em seis abatedouros da América
Central e Panamá, a cisticercose foi responsável por 68% da condenação de carcaças
suínas, com uma perda estimada em meio milhão de dólares. No México em 1980, 264
mil carcaças foram condenadas, estimando-se uma perda de 43 milhões de dólares. Na
América Latina as perdas por cisticercose bovina são talvez mais elevadas que a suína.
Estima-se que nos países em desenvolvimento a perda por um bovino infectado é de 25
dólares e de 75 dólares nos países industrializados (PAWLOWSKI & SCHULTZ, 1972
apud ACHA & SZIFRES, 1986).
Ao contrário da crença popular, o suíno não é de nenhuma maneira, a fonte de
transmissão da cisticercose (ROPPA), pois, o complexo Tênia/Cisticercose é uma
infecção de humano para humano, adquirida pela rota fecal-entérica, que ocorre
principalmente em áreas com condições sanitárias deficientes (WHO, 2000).
Conclusão

(Fabio, mínimo 10 linhas)


Referências Bibliográficas

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