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- CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA -

Trabalho Medicina Legal


Professor Roberto Cuan
Documentos Médico-Legais
Direito – Uniara

Aluno:
Camila Laureano Sgobbi 01110-227 2ºC
Índice:
I – Sinopse................................................................................................................... 2
II – Introdução................................................................................................................ 2
III – Os documentos médicos.................................................................................... 3
IV - A Boa-fé Objetiva no Código Civil de 2002............................................................5
V – Jurisprudência........................................................................................................... 6
VI – Referências Bibliográficas.......................................................................................7

I- SINOPSE

O presente trabalho tem por objetivo destacar as características dos


documentos médicos legais, tendo em vista sua importância como meios de prova em
processos judiciais.

Sabe-se que os documentos aqui relatados tem importância no campo da


medicina, inclusive social, porém, ressalta-se aqui sua faceta jurídica, isto é, os aspectos
que conferem aos documentos legitimidade jurídica.

Tendo em vista que documento é toda anotação escrita, os documentos


que podem interessar a justiça são: notificações, atestados, prontuários, relatórios e
pareceres.
Contudo, há ainda que se considerar os esclarecimentos não escritos, qual
sejam, os depoimentos orais.

II- INTRODUÇÃO

os documentos médicos, além de sua função principal que é


documentação do atendimento prestado ao paciente, tem importância como instrumento
usado em processos judiciais e demonstram a atuação do profissional.

As notificações, pareceres, relatórios, prontuários, atestados, existem para


que haja registro da conduta médica, e os cuidados prestados, durante o tempo em que
o paciente necessitou da tutela medica. Tais documentos devem informar com precisão
as condições do paciente, o tratamento prescrito e a evolução do quadro.

As prescrições informam à Justiça, e à sociedade de uma forma geral,


quais os medicamentos receitados ao paciente. Sabe-se que, muitas vezes, a prescrição
de fármacos incondizentes com a situação do paciente podem levar à morte.

III- DOCUMENTOS MÉDICO-LEGAIS

1. NOTIFICAÇÕES:
Na ocorrência de um fato médico, por necessidade social ou sanitária, deve
o médico, compulsoriamente, comunicar as autoridades competentes sobre tal fato. Essa
comunicação é feita através da notificação.
A notificação é obrigação do médico, pois deve transmitir informações
para a sociedade, como regulamenta a Lei 8.489 de 18 de novembro de 1992, por
oferecerem algum risco de saúde ou segurança a população.
Esse documento é usado para comunicar, por exemplo, sobre acidentes de
trabalho, doenças infectocontagiosas.

2. ATESTADOS:

Em geral, atestado é um documento que tem a finalidade de firmar a idoneidade


de um fato, ou mesmo sobre a existência de um estado. Reproduz uma manifestação do
pensamento.

Deste modo, atestado é uma declaração escrita de um fato médico e seus


desdobramentos. Resume o que se obteve a partir de exame realizado no paciente.

Trata-se de um documento particular, feito por médico, desconectado de um


compromisso legal, que tem a finalidade de sugerir um estado de sanidade ou doença, para
fins de licença, dispensa ou justificativa de faltas.

Destaca-se que, qualquer médico está apto a fornecer atestados, desde que
inscrito no CRM. Independe a especialidade do profissional, este deve apenas se sentir
capacitado para tanto.

Não uma forma pre-definida de atestado, exige-se apenas que ela contenha, no
mínimo, cabeçalho – em que deve haver a qualificação do médico e qualificação do paciente,
referencia a solicitação do interessado, finalidade a que se destina, o fato médico e suas
consequências, por exemplo quanto tempo de afastamento, local data e assinatura do médico
com o carimbo profissional.

O atestado somente sera útil quando este for fiel a real situação do paciente, seu
conteúdo se destina a fé pública, assim, um atestado duvidoso tem o mesmo valor de uma
declaração falsa.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATESTADOS :

A) ADMINISTRATIVO: quando for destinado ao interesse do serviço ou servidor


público.
B) JUDICIÁRIO: quando por solicitação da jurisidição.
C) OFICIOSO: quando útil ao interesse privado, como para justificar situações menos
formais, como ausência em aula ou dispensa de atividade física.
Vale ressaltar que, na medida do possível deve-se evitar a declaração do
diagnóstico no atestado, a não ser nos casos em que o Código de Ética médica permite,
isto é, por justa causa, a pedido do paciente ou de seus representantes legais ou quando
a lei assim determinar.

Há uma distinção entre os atestados feita por HERMES RODRIGUES DE


ALCÂNTARA. Este separa os atestados entre:

ATESTADO GRACIOSO : também chamados de complacentes, são os


atestados dados por médicos que declaram que o paciente é inepto para o
desenvolvimento de alguma atividade, quando em verdade o paciente está saudável. É o
atestado dado como um favor do médico.

ATESTADO IMPRUDENTE: aquele dado em favor de terceiros, de forma


inconsequente, tendo apenas o crédito da palavra de quem assina.

ATESTADO FALSO : tem caráter doloso, pois aquele que o fornece tem a
consciência de que será usado para fins ilícitos. A imprudência do atestado falso está na
falsidade ideológica. Está fraudado na sua substancia, na sua natureza intelectual.

Nesse tipo de delito, pois o Código Penal prevê sanção para esse ato, a
conduta típica é a inveracidade que o atestado pretende provar, e não a falta de
habilitação de quem o expede.

O atestado pode ser falso por afirma a existência ou inexistência de uma


patologia, na causa mortis e no seu agente causador, ou em qualquer outra informação
que não reflita a realidade do paciente.

A falsidade incide sobre tudo que compete ao médico verificar, podendo


haver falsidade inclusive na opinião ou conceito sobre os fatos afirmados.

Ainda no que tange aos atestados falso, há de se falar no atestado


piedoso, que é aquele dado a pedido, como regra, por parentes, em caso de doenças
graves. O atestado piedoso geralmente apresenta um diagnostico de uma doença de
caráter benigno., na intenção de confortar o paciente. Mesmo que o atestado seja dado
pensando-se no bem estar do paciente, é um ato reprovável.

Cabe dizer que, o atestado não é ilimitado, isto é, as Juntas Médicas são
responsáveis por acatar o atestado, no todo ou em parte ou não acata-lo. Estas não são
adstritas aos atestados. Assim regulamenta Parecer Consulta CFM N° 01/2002.

Em alguns casos o atestado não é suficiente para gerar consequências


imediatas, é necessário que haja um laudo médico. Assim, em certas ocasiões o laudo
médico deixa de ser facultativo e passa a ser obrigatório. É o que acontece para que haja
interdição de um paciente, somente o atestado não é capaz de gerar tal efeito. É
necessário que haja um laudo médico emitido por perito designado pela jurisdição.
3. PRONTUÁRIOS

O prontuário médico tem como função registrar a anamnese do paciente,


isto é, todas as suas informações sobre saúde, como também registra todo o acervo
documental referente ao cuidados médicos prestados.

Tal documento se apresenta como um verdadeiro dossiê do paciente.


Sendo útil para analise da evolução da doença, e para fins estatísticos que alimentam a
memoria do serviço. Não se pode deixar de fala em sua relevância como um modo de
segurança para o profissional, pois se vier a ser responsabilizado por um resultado
inesperado, terá o prontuário como defesa própria.

Porem, deve-se dizer que, não há nenhum dispositivo legal que obrigue o
médico ou diretor de instituição de saúde entregar o prontuário.

Tal afirmação é embasada no Parecer Consulta CFM N° 02/94 que


estabeleceu que as instituições não estão obrigadas a enviar os prontuários a seus
contratantes públicos ou privados. Há ainda que se destacar o Parecer Consulta CFM nº
05/96: “ o diretor clínico não pode liberar cópia d prontuário de paciente para Conselho
de Saúde , porem tem o dever de apurar quaisquer fatos comunicados, dando-lhes
conhecimento de suas providencias, sob pena de responsabilidade ética ou mesmo
criminal”.
Segundo jurisprudência do STF, a instituição somente tem obrigação de
mostrar os prontuários ao peritos. E estes devem manter sigilo pericial, para que haja
manutenção do sigilo profissional.

Importante dizer que, o prontuário é de propriedade do paciente de forma


permanente, ou seja, naquilo que é mais essencial, nas informações contidas no
prontuário. Ao médico e à instituição, cabe somente o dever de guarda.

4. RELATÓRIOS

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