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Lord Keynes, em seu texto de 1926, "The End of Laissez-faire" e, em sua obra mais
conhecida, "A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda", de 1936, concluiu,
diferentemente do que afirmam os adeptos da mão invisível, que a racionalidade individual
não produz necessariamente o melhor resultado para a sociedade. Quando os empresários
decidem não investir, por causa da incerteza de lucro futuro, causam desemprego. Quando
trabalhadores conquistam aumentos salariais incompatíveis com ganhos de produtividade,
provavelmente causam inflação. Além disso, Keynes foi um dos economistas que mais
defendeu a concorrência. Entretanto, defendeu a igualdade de oportunidades e nunca
deixou de levar em conta o custo da concorrência. Não se limitava a considerar o resultado
final da disputa, em que os mais eficientes e/ou maiores sobrevivem e aqueles em fase de
aquisição de eficiência e/ou menores desaparecem. Keynes avaliava que o Estado seria
capaz de arbitrar a concorrência e controlar as variáveis econômicas mais relevantes, como
o desemprego e a inflação.
Keynes, então, avaliava que não era necessário acabar com o capitalismo, substituindo-o
pelo socialismo, para sanar os seus problemas de desemprego, inflação e má distribuição
da riqueza e da renda. O economista inglês, no último capítulo da sua "Teoria Geral", fez
uma brilhante defesa dos princípios de uma economia de mercado capitalista - e já indicava
os problemas que uma economia estatal, sem mercado, sem a concorrência, sem a busca
do lucro, sem a propriedade privada do capital poderia conter. Segundo Keynes, ter
ambições individuais exacerbadas é da natureza da vida em sociedade. Tais ambições
podem ser canalizadas para a vontade de ganhar dinheiro e adquirir capital no mundo da
concorrência - o que é inofensivo, e pode ser útil.
Uma economia de mercado com um Estado fraco não é capaz de manter a inflação sob
controle, nem de reduzir o desemprego e as desigualdades de renda e riqueza. Esta é uma
lição da história, visível. Só a fé cega faz com que muitos acreditem no contrário. E chegam
a acreditar até mesmo naquilo que não podem ver: a mão invisível.