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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE – UNICENTRO

CAMPUS AVANÇADO DE PRUDENTÓPOLIS


SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – SESA/I
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS – DECIC/I

GEISA LETICIA BORAKOUSKI

ÉTICA CONTÁBIL – UM ESTUDO ACERCA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA


BRASILEIRA

PRUDENTÓPOLIS
2022
GEISA LETICIA BORAKOUSKI

ÉTICA CONTÁBIL – UM ESTUDO ACERCA DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA


BRASILEIRA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito para a obtenção do Título de
Bacharel em Ciências Contábeis, Setor de
Ciências Sociais Aplicadas, da Universidade
Estadual do Centro-Oeste, Campus
Prudentópolis/PR. Sob a orientação da Prof.
Maricleia Ap. Leite Novak.

Prudentópolis
2022
AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Prof.ª Maricleia Ap. Leite Novak, pela atenção,


confiança e pelos ensinamentos durante toda a elaboração deste trabalho.
À minha família, o carinho e a compreensão em todas as horas.
Meus sinceros agradecimentos a todos os professores do Departamento de
Ciências Contábeis que atuam na Unicentro no campus Avançado de Prudentópolis
que contribuíram para a minha formação e me apresentaram um mundo novo e
fascinante cheio de sabedoria e possibilidades ao longo da minha graduação.
A todos que me apoiaram nas horas mais difíceis, estenderam a mão para
mim nos momentos em que eu quis desistir e me levantaram nos momentos de
fraqueza, MUITO OBRIGADA!
“A tarefa não é tanto ver aquilo que ninguém
viu, mas pensar o que ninguém ainda pensou
sobre aquilo que todo mundo vê.” (Arthur
Schopenhauer)
RESUMO

O objeto de estudo da Ética é o comportamento humano, e este estudo tem por objetivo tornar a
convivência em sociedade aceitável para os indivíduos que pertencem e ela. Della et al. (2014)
apontam que a profissão do contador exige um conjunto de princípios éticos necessários para seu
exercício, e que a ética tem relação com a confiança que a sociedade em geral deposita no
profissional. Desse modo o presente estudo tem por objetivo analisar as publicações brasileiras que
dissertam acerca da ética contábil dentro do período de 2001 a 2021, buscando identificar as
principais características das produções científicas, e como os autores abordam as diferentes
discussões. Para análise, foi utilizado o sistema Iramuteq que emprega métodos estatísticos para
medir similaridade entre as palavras utilizadas pelos autores. Verificou-se que as publicações se
mostram com grande crescimento a partir do ano de 2014, e concentram-se em maior número de
publicações no ano de 2018. As análises por meio do programa Iramuteq evidenciam os resultados
textuais, no qual é possível verificar a similaridade entres as publicações que tratam de Ética
Contábil, bem como a importância e influência do tema dentro dos aspectos contábeis.

Palavras-chave: Ética Contábil; Ética; Profissional Contábil; Ética e moral.

ABSTRACT

The object of study of Ethics is human behavior, and this study aims to make coexistence in society
acceptable to the individuals who belong to it. Della et al. (2014) point out that the accountant
profession requires a set of ethical principles necessary for its exercise, and that ethics is related to
the trust that society in general places in the professional. Thus, the present study aims to analyze the
Brazilian publications that discuss accounting ethics within the period from 2001 to 2021, seeking to
identify the main characteristics of scientific productions, and how the authors approach the different
discussions. For analysis, the Iramuteq system was used, which employs statistical methods to
measure similarity between the words used by the authors. It was found that the publications show
great growth from the year 2014, and are concentrated in a greater number of publications in the year
2018. The analyzes through the Iramuteq program show the textual results, in which it is possible to
verify the similarity between publications dealing with Accounting Ethics, as well as the importance
and influence of the topic within accounting aspects.

Keywords: Accounting Ethics; Ethic; Accounting Professional; Ethic and moral


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Fluxograma das etapas da pesquisa........................................................22


Figura 2 – Frequência de Palavras............................................................................27
Figura 3 – Classe de Palavras...................................................................................28
Figura 4 - Análise Fatorial de Correspondência.........................................................30
Figura 5 - Análise de Similitude 1...............................................................................32
Figura 6 – Análise de Similitude 2 (Grupos de Palavras)...........................................33
Figura 7 - Nuvem de Palavras....................................................................................34
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Revista x Ano de publicação x Publicações.............................................23


Quadro 2 - Autores que mais publicaram...................................................................25
Quadro 3 - Autores e coautores e ano de publicação................................................26
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Publicações por Ano................................................................................24


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AICPA American Institute of Certified Public Accountants


CFC Conselho Federal de Contabilidade
CEPC Código de Ética do Profissional Contador
USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................5
1.1 Problema de Pesquisa....................................................................................6
1.2 Objetivos..........................................................................................................7
1.2.1 OBJETIVO GERAL........................................................................................7
1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................................7
1.3 Justificativa.....................................................................................................8
2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................................................9
2.1 Contabilidade..................................................................................................9
2.2 Contabilidade no Brasil................................................................................11
2.3 Ética e seus objetivos...................................................................................12
2.3.1 ÉTICA E MORAL.........................................................................................13
2.4 Ética e o profissional contábil.....................................................................15
2.5 O código de ética do Contador....................................................................16
3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.........................................................18
3.1 Delineamento da Pesquisa...........................................................................18
3.2 Técnica de Coleta e Análise de Dados........................................................19
3.2.1 CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DA AMOSTRA..............................................20
4. RESULTADOS..................................................................................................22
4.1 Publicações Analisadas................................................................................22
4.2 Autores...........................................................................................................25
4.3 Estatísticas Textuais.....................................................................................27
4.3.1 ANÁLISE DE ESTATÍSTICAS TEXTUAIS...................................................27
4.3.2 MÉTODO DE REINERT...............................................................................28
4.3.3 ANÁLISE FATORIAL DE CORRESPONDÊNCIA (AFC).............................29
4.3.4 ANÁLISE DE SIMILITUDE...........................................................................31
4.3.5 NUVEM DE PALAVRAS...............................................................................34
5. CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
10

1. INTRODUÇÃO

Juntamente com a convivência em sociedade, é de se esperar que cada


indivíduo apresente um conjunto de regras e valores e que estes sejam distintos dos
conjuntos de regras e valores dos demais. Ocasionalmente esta disparidade pode vir
a provocar conflitos nas relações, sejam elas pessoais ou profissionais. (CORRÊA;
FERREIRA; SHINZAKI 2005)
Neste contexto, a ética surge para apaziguar tais conflitos, tornando a
convivência com outros indivíduos mais amigável. Estabelece regras de conduta,
áreas de atuação de cada profissional, para que cada pessoa não tome decisões ou
adote determinados comportamentos baseada somente em seus próprios interesses
particulares, emoções ou valores individuais. (CORRÊA; FERREIRA; SHINZAKI
2005)
Ao longo da história da humanidade, o profissional contabilista passou por
muitas mudanças e evoluiu do simples “guarda-livros” para se tornar um profissional
muitas vezes até vital para a sobrevivência de uma organização, pois o profissional
contábil tem toda a organização da empresa sob sua responsabilidade. (GOUVÊA E
AVANÇO, 2006)
O profissional, pela sua formação, torna-se referência na sociedade e deve
influenciar de maneira positiva o local onde atua. O contador como bom profissional
que respeita a ética, pode tornar o mundo um lugar melhor, um país, uma
sociedade, com menos corrupção e mais prosperidade dependem de profissionais
com bons fundamentos éticos. (KRAEMER, 2001)
Lisboa et al (1997) enfatizam, dizendo que não basta somente a preparação
técnica ao profissional, mas também, encontrar uma finalidade social superior nos
seus serviços prestados, defendendo os princípios e valores éticos da profissão, de
forma que transpareça uma imagem verdadeira do ofício.
Martins e Bencke (2018) apontam que o contabilista necessita de
conhecimento das legislações vigentes, ser competente no exercício da profissão,
ter consciência ética e deve ser capaz de refletir e agir de modo íntegro e correto.
Tudo isso lhe é exigido para que este possa agir profissionalmente de maneira ética
e possa conciliar as condutas profissionais com a moral e os seus valores pessoais.
11

Corrêa, Ferreira e Shinzaki (2005) trazem que as criações de códigos de


ética do profissional vieram para apaziguar os conflitos éticos que assolam a vida
profissional. Estes códigos de ética estabelecem como o profissional deve agir
diante de situações que exigem reflexões acerca do que é correto ou não, e acabam
por tentar impedir que ações consideradas imorais sejam praticadas. Dessa forma, é
importante que os profissionais conheçam as normas e regras que ditam o
comportamento ético que deve ser seguido dentro do exercício da profissão.
Assim, essa pesquisa buscará analisar as publicações brasileiras da área de
ciências contábeis que dissertam acerca o tema de ética contábil dentro do período
de 2010 a 2021, com o intuito de identificar as principais abordagens acerca do
assunto.

1.1 Problema de pesquisa

Atualmente, as organizações tem tornado as suas normas e princípios cada


vez mais transparentes, pois na sociedade atual as ações que desviam do padrão
ético da comunidade em geral, geram desconfiança entre empresas, e muitas vezes,
os próprios empregados tornam-se inseguros quanto à confiabilidade na
organização em que atuam. (ANDRADE, 2017)
Nesse sentido, é indispensável que os profissionais das Ciências Contábeis
estejam preparados tecnicamente para exercer seus trabalhos de maneira
excepcional e também comprometidos, principalmente com a ética. Desta maneira
sejam identificados como profissionais distintos; que não compactuam com ações
vistas como imorais perante a sociedade (BORGES e MEDEIROS, 2007).
Perante um conflito ético, o profissional deve buscar refletir sobre a situação
para buscar tomar a decisão mais assertiva (CORRÊA; FERREIRA; SHINZAKI;
2005). Esta reflexão pode ser embasada em estudos feitos acerca de temas
relacionados à ética geral e profissional, mas deve sempre estar em conformidade
com a lei vigente e respeitar o código de ética da profissão.
Em estudos realizados anteriormente podemos analisar como a ética vem
sendo tratada dentro da profissão contábil, seja por meio do CEPC, ou com foco nas
contribuições da ética para a profissão. É interessante observar como os contadores
tratam as situações onde é exigido uma reflexão acerca da ética, quem ou o que
influencia a decisão do profissional perante um dilema.
12

Martins e Bencke (2018) apontam vários estudos que vêm sendo


desenvolvidos envolvendo a ética no ramo contábil, como, por exemplo, fraudes por
meio de manipulações de demonstrações contábeis e estudos acerca da percepção
sobre ética de estudantes e professores.
Custódio e Ferreira (2019) em seu artigo denominado “O nível de
conhecimento dos contadores sobre o código de ética da profissão” tiveram como
objetivo averiguar o grau de entendimento dos contadores com relação ao código de
ética da classe. Os autores relatam nos resultados da pesquisa que a grande
maioria dos entrevistados optou por seguir as normas e princípios éticos
estabelecidos no código de ética da profissão. No entanto, uma porcentagem menor,
porém ainda significativa, revela que alguns profissionais não seguem as normas de
conduta da profissão contábil para deixar o cliente satisfeito.
Levando em consideração as situações que envolvem o profissional contábil
em seu dia-a-dia, e que podem acarretar em importantes indagações acerca de
ações éticas ou antiéticas; o problema de pesquisa visa acompanhar as discussões
que envolvem a ética contábil por meio de um estudo das publicações brasileiras
que visa responder a seguinte questão: Como ocorre a evolução da abordagem
sobre a ética na profissão contábil dentro contexto brasileiro no período de
2010 a 2021, e quais são as principais características cientificas dessas
publicações?

1.2 Objetivos
Com o intuito de acompanhar a evolução do pensamento contábil acerca da
Ética Contábil, os objetivos gerais e específicos desta pesquisa são os seguintes:

1.2.1 OBJETIVO GERAL

Analisar as publicações brasileiras da área de ciências contábeis que


dissertam acerca da ética contábil dentro do período de 2001 a 2021, buscando
identificar as principais características das produções científicas, e como os autores
abordam as diferentes discussões.
13

1.2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Verificar a evolução das pesquisas brasileiras na base Portal Capes que


envolvam ética contábil;
b) Analisar os artigos selecionados e salientar os períodos com maior
volume de publicações que tenham como foco a ética contábil;
c) Identificar similaridades nas publicações que envolvam a ética contábil;
d) Verificar como os autores abordam as discussões sobre ética contábil.

1.3 Justificativa

A pesquisa se justifica tanto no âmbito acadêmico quanto no social, por trazer


informações relevantes que possam servir de apoio para aqueles que buscam
conhecimento em pesquisas científicas que envolvem a ética contábil. Trata-se de
um assunto relevante, pois, tanto no exercício da profissão de contador, quanto na
convivência em sociedade, a ética está presente em nossas vidas e norteia todas as
nossas decisões.
Andrade (2017) aponta que a Ética foi objeto de estudo de Aristóteles,
Sócrates e Platão, sendo estuda ainda nos dias atuais, e apresenta-se em alta na
atualidade, tendo em vista as grandes mudanças pelas quais a sociedade está
constantemente passando. Lucena et al (2015) apontam que a ética profissional se
trata de um tema que tem recebido cada vez mais atenção de docentes, discentes,
usuários e profissionais da área contábil, em virtude de escândalos e fraudes
ocorridos em organizações, públicas e privadas, aquecendo a discussão sobre a
linha divisória entre o que é ético e antiético
Corrêa, Ferreira e Shinzaki (2005) apontam que há uma crescente
preocupação com o desdenho que os valores éticos vêm sendo tratados. Essa falta
de preocupação surge, em partes, da economia capitalista voltada para a
maximização dos lucros, que leva os indivíduos a comportamentos considerados
antiéticos.
Tanto os colegas de profissão, quanto aqueles que buscam os serviços de um
contador e a sociedade em geral esperam do profissional contábil que este, exerça
14

seu trabalho com honestidade, integridade, competência, dignidade, etc. É


depositada no contador a confiança daqueles que o procuram, pois ele detém o
conhecimento técnico-científico em virtude da sua formação, para prestar as
informações necessárias para a administração do patrimônio. (KRAEMER, 2001)
A responsabilidade do profissional que exerce seu serviço dentro da área
contábil deve ser levada a sério, visto que as informações cujas quais o mesmo
trabalha são de grande valia para aqueles que as solicitam. Levando em
consideração essa carga, é de se esperar que o profissional tenha no mínimo
noções acerca de ética profissional, para que as suas ações sejam embasadas
nesse princípio, que é exigido de todos os indivíduos da sociedade.
Os pontos que essa pesquisa busca levantar podem vir a ajudar estudantes e
profissionais que buscam conhecer mais os caminhos da ética profissional,
tornando-se pessoas comprometidas com a verdade e zelosas quanto ao trabalho
exercido. A revisão bibliográfica de pesquisas brasileiras realizadas com enfoque na
ética contábil busca trazer quais as principais abordagens acerca do tema;
apontando quais as pautas éticas relacionadas aos contadores e à ciência contábil
estão sendo trabalhadas, podendo nortear outras pesquisas e disseminar o
conhecimento.
Portanto, a pesquisa justifica-se em reunir informações que envolvam a ética
contábil para servir de base para todos aqueles que buscam por conhecimentos no
âmbito social, e ainda servir como base de pesquisa e motivação para novas
pesquisas no âmbito acadêmico.
15

2. REFERENCIAL TEÓRICO
Sá (2015) em seu estudo trabalha conceitos significativos sobre a profissão
contábil e distingue os pontos de Cuvillier: trazendo que é através da profissão que
as pessoas se realizam, empregando a sua capacidade e a inteligência para vencer
os obstáculos encontrados no exercício de qualquer profissão. É por meio da
profissão que o homem se realiza na tarefa de ser útil a sociedade
Dessa forma, o profissional contábil é aquele cujo trabalho, basicamente,
trata da prestação de serviços de fornecimento de informações e avaliações,
especialmente as de natureza física, financeira e econômica sobre o patrimônio das
pessoas físicas ou jurídicas, auxiliando no processe de tomada de decisões sobre as
tendências futuras das entidades. (VIEIRA, 2003)
Para Berlatto et al. (2015) o papel fundamental do contabilista é demonstrar,
com clareza e confiança, as informações contábeis aos seus clientes, para assim
auxiliar na tomada de decisões. Portanto, qualquer alteração nos dados fornecidos
ao cliente prejudica a credibilidade das informações. O contador é quem constrói sua
própria valorização, por meio de suas atitudes e valores, não basta o conhecimento
técnico, é preciso defender os valores éticos a fim de preservar a imagem do
profissional de contabilidade.
Questões contrárias à ética devem ser inaceitáveis para as relações na
profissão. Essas questões inaceitáveis surgem por falta de valores e princípios
morais. As exigências da ética resultam na responsabilidade, honestidade e sentido
de justiça quando se trata de relação profissional. A ética quando trabalhada no
meio organizacional contribui para o desenvolvimento da própria consciência moral
do profissional (PAULA et al., 2011)

2.1 Contabilidade
A contabilidade é tão antiga quanto os próprios seres humanos, onde o
simples ato de registrar fenômenos patrimoniais jamais seria pensado como ciência.
Por ser tão antiga, passou por várias mudanças, acompanhando a evolução da
humanidade, transformações no sentido cultural, econômico, político, social e
científico, tendo sempre como objetivo principal o controle das riquezas. Passa a ser
então indispensável principalmente, à sobrevivência mercantil, conforme seu
16

desenvolvimento ocorre, sendo reconhecida enfim como uma ciência. (IIDA E


CREPALDI, 2017)
Dessa maneira o papel do profissional contábil tornou-se muito importante
na sociedade; a contabilidade não se resume ao registro e ao controle dos
acontecimentos administrativos ou a escrituração de livros. O contabilista é um
profissional que necessita ter o domínio de técnicas e conhecimentos relacionados
ao ramo empresarial. Ele é peça essencial para a sobrevivência das organizações,
ajudando na tomada de decisões e olhando pela sua continuidade. (DELLA ET ALL.
2014)
Barreto (2015) aponta que a profissão contábil precisa de seus profissionais
em duas frentes. A primeira, na área sólida do exercício da atividade, no trabalho em
si, onde desempenha missão essencial para as pessoas, empresas e instituições
públicas. A segunda, no aprimoramento ininterrupto de suas metodologias, técnicas,
procedimentos; na pesquisa científica e no ensino, para fazer da disciplina cada vez
mais forte, com uma imagem consistente e de alta confiabilidade.
O autor salienta ainda que a área contábil recebe cada vez mais
responsabilidades, e que o comprometimento dos profissionais com a ética é
essencial para que a sociedade reforce cada vez mais a confiança na profissão, e
esta possa ser mais valorizada.
A contabilidade surgiu da necessidade do ser humano de acompanhar e
controlar a evolução dos seus bens, seu patrimônio. Assim, a contabilidade faz da
evolução e do desenvolvimento da humanidade. Desde as épocas mais antigas o
homem busca se organizar para gerir os seus domínios. (MAUSS et al. 2007)
Iudícibus (2010) aponta que é possível afirmar que a noção de contabilidade
pode ser tão antiga quanto o Homo sapiens. Alguns historiadores afirmam que os
primeiros sinais concretos da existência da contabilidade remontam a 2.000 anos
a.C., no entanto, antes disso, o homem primitivo, ao contar o seu rebanho e os seus
instrumentos de caça, já exercia uma forma rudimentar de contabilidade.
Para Mauss et al. (2007) a origem da contabilidade está vinculada a
necessidade de registros comerciais, pois com aumento dos bens e valores que um
homem possuía, era preciso saber o quanto isso poderia render, e como aumentar o
seu patrimônio. Com tais informações se tornando cada vez mais numerosas e de
difícil memorização, surgem os primeiros registros, que se tornam os primeiros
rascunhos para os estudos da contabilidade.
17

A história da contabilidade é de certa forma, a nossa própria história como


sociedade, e de muitas formas a própria contabilidade conta essa história, pois
registros contábeis fazem parte da matéria-prima dos historiadores. (HENDRIKSEN
e BREDA, 1999)
Nos séculos XIII e XIV no norte da Itália surgem gradativamente
escriturações por partidas dobradas nos centros comerciais. O primeiro registro de
um sistema completo de escrituração por partidas dobradas encontra-se nos
arquivos municipais da cidade de Gênova, e data do ano de 1340. O frei franciscano
Irmão Luca Pacioli escreveu um livro onde continha uma seção sobre o sistema de
escrituração por partidas dobradas, foi o primeiro material do gênero publicado na
história, e seus comentários acerca da contabilidade são tão atuais e importantes
como na época em que foi escrito, há quase 500 anos atrás. (HENDRIKSEN e
BREDA, 1999)
Em meados de 1920, a fase de predominância norte-americana dentro da
contabilidade tem início. Iida e Crepaldi (2017, p. 45) apontam que:

Com o desenvolvimento do mercado de capitais e o rápido crescimento do


comércio e da indústria, proporcionaram um campo fértil para o
desenvolvimento das ciências contábeis, pois, com a participação de
inúmeros acionistas, a contabilidade se tornou mais complexa, necessitando
um aprimoramento para atender um número cada vez mais altos de
usuários, pressionando as organizações, buscando informações para
garantir a segurança de seus investimentos.

No ano de 1930, o surgimento do American Institute of Certified Public


Accountants (AICPA), foi de suma importância para o desenvolvimento da
contabilidade, estimulando e patrocinando pesquisas para o crescimento da área;
pois ao contrário da escola italiana, a teoria norte-americana desenvolveu suas
práticas contábeis baseadas em trabalho em equipe.

2.2 A Contabilidade no Brasil

A história da Contabilidade no Brasil tem início ainda na época Colonial; com


o desenvolvimento das primeiras alfândegas em 1530, surge também a necessidade
de controles contábeis para estas. Em 1549, Portugal nomeia Gaspar Lamego como
o primeiro contador geral das terras do Brasil, profissional da área pública incumbido
de controlar os recém-criados armazéns alfandegários. Em 16 de julho de 1679 é
18

criada a Casa dos Contos, órgão incumbido de processar e fiscalizar as receitas e


despesas do Estado. Com o desenvolvimento social que se dava naquele período,
juntamente com a expansão da atividade colonial, houve um aumento dos gastos, o
que acabou exigindo um melhor controle das receitas e das contas públicas do
Estado, para isto foi criado o órgão denominado Erário Régio; com o qual foi
implantado o método das partidas dobradas no Brasil. (REIS e SILVA, 2007)
Iida e Crepaldi (2017) apontam que “Em 1870 foi realizada a primeira
regulamentação do Brasil para a profissão contábil, através do Decreto Imperial nº
4.475.”. Desse modo, para exercer a profissão de guarda-livros, como era chamada
a profissão de contador, as pessoas deviam possuir no currículo o curso de
comércio, domínio das línguas portuguesa e francesa, e uma caligrafia perfeita;
posteriormente, passou-se a se exigir conhecimento dos processos datilográficos,
tendo em vista a chegada da máquina de escrever.
Iudícibus (2010) relata que a primeira escola especializada no ensino de
Contabilidade provavelmente foi a Escola de Comércio Álvares Penteado, criada em
1902. Entretanto, em 1946, com a fundação da Faculdade de Ciências Econômicas
e Administrativas da USP e com a instalação do curso de Ciências Contábeis e
Atuariais, foi que o Brasil ganhou o primeiro núcleo de estudos em contabilidade.
Com professores que se dedicavam em tempo integral ao ensino e à pesquisa,
produzindo artigos científicos e teses acadêmicas, tudo dentro dos moldes norte-
americanos

2.3 Ética e seus objetivos

O objeto de estudo da Ética é o comportamento humano, e este estudo tem


por objetivo tornar a convivência em sociedade aceitável para os indivíduos dela
pertencentes. (LISBOA ET AL, 1997). Para Santos e Jesus (2002) a ética pode ser
tratada como uma reflexão científica, filosófica ou até teológica dos costumes e das
ações humanas; sendo considerada a parte prática da filosofia social, envolvendo as
normas que a sociedade deve respeitar.
Para Barreto (2015) o estudo da ética pode ter se iniciado com filósofos
gregos há 25 séculos, no entanto, hoje em dia seu campo de atuação vai além da
19

filosofia e inúmeros pesquisadores do conhecimento, de diversas áreas, dedicam-se


ao seu estudo.
É necessário para a convivência em sociedade entender, compreender e
discutir ética. E para tanto, é importante saber que a ética nasceu quando o homem
se descobriu como um ser racional, e com isso passou a viver em sociedade
assumindo responsabilidades, como uma questão de sobrevivência. (ANDRADE,
2017)
A palavra ética vem do grego ethos, que pode ser traduzido como “modo de
ser” ou ainda “caráter”. (CORRÊA; FERREIRA; SHINZAKI; 2005).
Valls (1994, p. 7) nos traz que:

A ética é daquelas coisas que todo mundo sabe o que são, mas que não
são fáceis de explicar, quando alguém pergunta.
Tradicionalmente ela é entendida como um estudo ou uma reflexão,
científica ou filosófica, e eventualmente até teológica, sobre os costumes ou
sobre as ações humanas. Mas também chamamos de ética a própria vida,
quando conforme aos costumes considerados corretos. A ética pode ser o
estudo das ações ou dos costumes, e pode ser a própria realização de um
tipo de comportamento.

De acordo com Nalini (2009) a Ética é a ciência do comportamento moral


dos indivíduos na sociedade. É uma ciência, visto que tem objeto próprio, leis
próprias e método próprio. O objeto de estudo da Ética é a moral. A moral é um dos
aspectos do comportamento humano.
É importante salientar que, a ética não é um sistema de regras curtas e
simples que proíbe roubar, mentir ou matar, por exemplo; e que sendo assim, esta
seria inaplicável ao mundo como é hoje. Desse modo, o insucesso da ética baseada
em regras simples não deve ser encarado como o fracasso da ética no seu todo
(SINGER, 2002).
Barreto (2015) afirma que a ética “tradicionalmente é entendida como um
estudo ou reflexão científica ou filosófica, até teológica, sobre os costumes e as
ações humanas.”. Aponta ainda que, a ética tem por objetivo estabelecer certos
níveis aceitáveis com o intuito de promover a pacificidade dentro das sociedades,
cabe também à ética investigar e analisar o comportamento humano.
O termo ética pode ainda ser encontrado como "ciência da conduta",
fazendo parte dela a construção de regras, normas e leis que guiam a sociedade. O
modo de agir de um indivíduo é influenciado pelo convívio com outras pessoas do
20

grupo social, assim, o seu caráter é afetado e consequentemente moldado pelo meio
cultural no qual está inserido (ALENCASTRO, 2010).
Ao longo da história a ética sofreu diversas alterações conceituais, com
vários incrementos e divisões, devido à existência de confusões na sua separação
da moral, o que é aceitável, visto que, um conceito não existe sem o outro, já que as
palavras éticas e moral tem a mesma etimologia: a palavra grega ethos e a palavra
latina morale, ambas significam hábitos e costumes (CUSTÓDIO E FERREIRA,
2019).

2.3.1 ÉTICA E MORAL

Gonçalves et al (2016) afirmam que em Roma a ética passa a ser chamada


de “mores”, que significa moral; desse modo, no direito romano a ética passa a se
referir a normas de conduta ou a princípios que regem a sociedade, ou um
determinado grupo de indivíduos.
Já Passos (2004) aponta que ética e moral apesar de possuírem origens
distintas, possuem o mesmo significado. Moral, do latim, mores, quer dizer costume,
conduta, modo de agir; enquanto a ética, do grego ethos, se traduz como costume,
modo de agir. Temos então que, a moral é um conjunto de regras “que orientam os
indivíduos no convívio diário na sociedade, norteando suas ações e seus
julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau”
(ANDRADE, 2017); dessa forma a moral é o comportamento.
Para Corrêa, Ferreira e Shinzaki (2005, p. 59):

Embora a ética esteja intimamente ligada às práticas morais não se deve


confundi-las, pois, a ética trata apenas do questionamento sobre o que é
bom ou ruim, o que é certo ou errado, enquanto que os costumes são a
prática da ética. A ética não cria a moral.

Os autores acima citados trazem ainda que, a moral é variável e mutável,


levando em consideração que cada povo, sociedade ou grupo possui suas próprias
regras de conduta. A importância da moral evidencia-se pelo fato de que, sem a
determinação de normas ou regras de conduta, a vida em sociedade não seria
possível.
21

Oliveira e Oliveira (2019) esclarecem que normalmente ética e moral são


termos usados pelo senso comum como sinônimos, no entanto, ambos possuem
significados diferentes: enquanto ética representa caráter, a moral é definida como
costume.
A moral, trata do aspecto prático da ética e vincula-se as regras que
orientam a conduta humana (SANTOS E JESUS, 2002).
Portanto, entende-se que a moral é um conjunto de crenças que orientam
nossas ações como indivíduos e que são aplicadas em nossas escolhas e na vida
em geral. A mesma é moldada por meio da forma como entendemos, sugamos e
lidamos com o mundo ao nosso redor, os ideais da sociedade em que vivemos e etc.
Dessa maneira a moral é algo mais individual e por consequência, mais variável. Já
a ética, pode ser entendida como um ramo da filosofia destinada a estudar o
comportamento humano de acordo com a moral, enquanto norma que rege os
comportamentos dos indivíduos nas várias culturas existentes, ao longo da história
da humanidade (CUSTÓDIO E FERREIRA, 2019).

2.4 Ética e o profissional contábil

Chauí (1999) nos traz que é sujeito ético moral apenas aquele que sabe o
que faz, tem ciência das causas e os fins das suas ações, o sentido de suas
intenções e de suas atitudes e a essência dos valores morais.
Para Martins e Bencke (2018) no âmbito profissional, a ética se dá por meio
de um conjunto de normas e princípios que uma determinada classe define para a
execução de suas atividades, e tem por objetivo estabelecer um padrão de conduta
a ser seguido pelos profissionais.
Lisboa et al. (1997), abordando a ética profissional, expõem um conjunto de
noções que devem estar presentes nas ações dos contadores, apontados no código
da profissão; estes itens envolvem pontos como o de obediência às regras da
sociedade, ao servir com lealdade e diligência, e ao respeito próprio. Apontam ainda
que, são quatro os preceitos mínimos a serem considerados no exercício
profissional e consequentemente em um manual de conduta: a) competência; b)
sigilo; c) integridade e d) objetividade.
Para Borges e Medeiros (2007, p . 107):
22

A ética profissional pode, então, ser conceituada como o conjunto de


condutas técnicas e sociais exigidas por uma determinada classe aos
membros que a ela são ligados. A obediência ao código de conduta
identifica o profissional como ético e ele, por seu comportamento, alcança o
reconhecimento dos demais membros da própria classe e da sociedade em
geral.

Tendo em vista as mudanças que ocorrem com a contabilidade


internacional, assim como as alterações dentro das áreas fiscal, tributária, contábil e
trabalhista, o papel do contador perante a sociedade é cada vez mais valorizado e
necessário, para as decisões dentro das organizações. Nesse contexto, o
contabilista, para conseguir um bom desempenho em suas atividades, precisa
procurar atender as leis e normas que regulamentam a profissão. (MARTINS
BENCKE, 2018).
Della et al. (2014) afirmam que a ética tem relação com a confiança que a
sociedade em geral deposita no profissional que executa um determinado serviço. A
profissão do contador exige um conjunto de princípios éticos necessários para seu
exercício. Uma relação de confiança entre o contador e seus clientes é de grande
importância, já que o contador possui acesso a muitas informações que exigem dele
sigilo profissional.

2.5 O código de ética do Contador

A ética refere-se, fundamentalmente, a qualquer ato humano, seja ele


profissional ou não. A princípio, existe, ou deveria existir, uma ética norteando toda
atividade profissional. A ética profissional surge da evolução das especializações
das atividades humanas, como afirma Aguiar (2003).
Os códigos de ética representam o conjunto de elementos que moldam o
comportamento das pessoas que estão inseridas em um determinado grupo social.
Dentre esses elementos, ressaltam-se os deveres legais normativos e positivos e as
regras de boa conduta no trato com as pessoas. (BORGES e MEDEIROS, 2007)
De acordo com Lisboa (2006) a ética na classe contábil é ordenada pelo
Conselho Federal de Contabilidade (CFC), por meio do Código de Ética Profissional
do Contador. Trata-se de um guia de ações morais, que permite ao contador exercer
sua profissão com respeito aos demais, contribuindo para transparecer os princípios
e valores éticos da classe, fazendo com que a imagem da profissão se torne cada
23

vez mais íntegra e verdadeira. O autor ainda aponta que “Além de direitos, deveres,
sanções e limites, é reconhecimento como norteador, direcionando e orientando
comportamentos considerados corretos na profissão”.
Para Custódio e Ferreira (2019) um contador que siga uma conduta não
ética, enquanto exerce sua profissão, pode agradar a quem se favorece diretamente
dessa ação. No entanto este ato apenas colabora para desacreditar a credibilidade e
a confiabilidade não só do indivíduo que praticou a ação, como também de toda a
classe de contadores.
Dessa forma, é necessária a existência de um órgão de classe responsável
pela admissão, registro e inspeção da conduta dos profissionais que anualmente
adentram no mercado de trabalho, e também dos que já atuam nele, avigorando a
ideia da existência de um código de conduta ética a ser seguido como condição
básica para a existência de uma classe profissional. (DELLA et al. 2014)
O profissional da área contábil além de se atentar às constantes
atualizações para seguir a legislação vigente, possui o Código de Ética que
regulamenta o ofício, e tem como objetivo tentar restringir práticas consideradas
antiéticas. Guiando os profissionais no exercício de suas atividades e nos assuntos
relacionados tanto com a profissão tanto com a classe como um todo. (CUSTÓDIO
E FERREIRA, 2019)
Cardoso, Santos e Morais (2015) trazem que o Conselho Federal de
Contabilidade - CFC instituiu no ano de 1970 seu primeiro Código de Ética do
Contabilista, que serviu por 26 anos como bússola para os contadores no exercício
de sua profissão, através da Resolução CFC 290/70. Em 10 de outubro de 1996 o
CFC reeditou para Resolução CFC 803/96, reeditando novamente em 09 de
dezembro de 2010 através da resolução CFC 1307/10, onde ficou aprovada a
mudança de nomenclatura para Código de Ética Profissional do Contador - CEPC.
Independente da ocupação, toda classe profissional tem um código de ética a ser
seguido, que vai lhe orientar e mostrar regras para que no dia a dia no exercício da
sua profissão, o mesmo possa agir de maneira adequada e justa, transmitindo
respeito e contentamento para seus clientes, como também para toda a sociedade.
A ética dentro da profissão contábil é ditada pela Norma Brasileira de
Contabilidade NBC PG 01 – Código de Ética Profissional do Contador, de 07 de
fevereiro de 2019. Os objetivos da NBC PG 01 são:
24

1. Esta Norma tem por objetivo fixar a conduta do contador, quando no


exercício da sua atividade e nos assuntos relacionados à profissão e à
classe.
2. A conduta ética do contador deve seguir os preceitos estabelecidos nesta
Norma, nas demais Normas Brasileiras de Contabilidade e na legislação
vigente.
3. Este Código de Ética Profissional do Contador se aplica também ao
técnico em contabilidade, no exercício de suas prerrogativas profissionais.

Estão inseridos ainda na NBC PG 01 os deveres do profissional contábil,


que vão desde exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade
técnica, até informar o número de registro, o nome e a categoria profissional após a
assinatura em trabalhos de contabilidade, contratos, etc. Constam também as
vedações ao profissional assim como itens que lhe são permitidos como publicação
de trabalho científico, etc. É especificado ainda orientações quanto a valores e
publicidade dos serviços profissionais, deveres em relação aos colegas e à classe e
as penalidades quanto a infrações éticas cometidas pelo profissional.

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A partir da proposição do problema de pesquisa, da formulação de hipóteses


e da delimitação da amostra, os métodos e técnicas a serem empregados na
pesquisa já podem ser selecionados. Dessa maneira, a escolha da metodologia de
pesquisa está diretamente relacionada com o problema a ser estudado. (LAKATOS
e MARCONI, 2003)

3.1 Delineamento da Pesquisa

Para Gil (2002), “É sabido que toda e qualquer classificação se faz mediante
algum critério. Com relação às pesquisas, é usual classificar com base em seus
objetivos gerais”. A pesquisa, sob o ponto de vista de seus objetivos trata-se de uma
pesquisa descritiva, para Prodanov e Freitas (2013) a pesquisa descritiva “observa,
registra, analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem interferência do
pesquisador. Procura descobrir a frequência com que um fato ocorre, sua natureza,
suas características, causas, relações com outros fatos”.
No que tange aos procedimentos técnicos, ou a maneira pela qual os dados
necessários para a construção da pesquisa são obtidos, é necessário que seja
25

traçado um planejamento da pesquisa, um delineamento. O procedimento para a


coleta de dados é o fator mais importante para a identificação de um delineamento.
(PRODANOV e FREITAS, 2013)
Esta pesquisa se caracteriza como sendo uma pesquisa bibliográfica quantos
aos procedimentos técnicos. A pesquisa bibliográfica é constituída com base em
materiais já elaborados, embora quase todos os estudos exijam algum trabalho
dessa natureza, há pesquisas que são elaboradas somente a partir de documentos
bibliográficos. (GIL, 2002)
Lakatos e Marconi (2003, p. 183) apontam que a pesquisa bibliográfica não é
uma simples repetição de falas já publicadas sobre determinado assunto, mas sim
um meio que proporciona a análise de um tema sob um novo enfoque ou
abordagem, trazendo conclusões inovadoras.
Para Gil (1996, p. 48) “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de
material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”,
continua Gil (1996, p. 50) “A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside no
fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos muito mais
ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente”.

3.2 Técnica de Coleta e Análise de Dados

O principal método de análise deste estudo será a bibliometria. As


publicações, frutos da ciência, são a melhor fonte para analisar o comportamento de
determinada disciplina ou campo científico. Também chamada de cienciometria ou
cientometria, a bibliometria é a análise de publicações de um campo científico para
averiguar o seu comportamento. (ARAÚJO e ALVARENGA, 2011)
Araújo (2006, p. 12) traz ainda que a bibliometria trata-se de uma “técnica
quantitativa e estatística de medição dos índices de produção e disseminação do
conhecimento científico”.
Quanto a análise de palavra foi utilizado o sistema Iramuteq que utiliza de
métodos estatísticos para medir similaridade entre as palavras utilizadas pelos
autores, assim como as classes de palavras, através do Método de Reinert, Análise
Fatorial de Correspondência.
O Método de Reinert utilizado no programa Iramuteq, segundo Martins, Santos
e Silveira (2018, p. 51) se baseia em buscar similaridades de palavra, medindo a
26

ocorrência das palavras dentro de um texto, dividindo-as em blocos léxicos, ou seja,


em grupos de uma mesma característica dentro da linguagem.
Nascimento e Menandro (2006) apontam que a Análise Fatorial de
Correspondência (AFC) permite a verificar as relações entre as classes de palavra,
de modo gráfico, distinguindo-as em uma inteiração e localização, embora não tenha
limitações, pois não considera a contextualização de cada elemento textual.
Dessa forma, de acordo com Speroni et al. (2015), é possível apresentar um
mapeamento sobre o perfil e as características das pesquisas estudadas, com o uso
da análise bibliométrica. Foi utilizado também para análise dos dados planilhas do
pacote Office Excel, com o intuito de organizar as publicações, autores, anos de
publicação, para um melhor andamento da pesquisa.
Portanto, esta pesquisa busca analisar matemática e estatisticamente a
produção científica brasileira sobre a Ética Contábil com o intuito de apontar padrões
nas publicações analisadas, sendo essa uma análise qualitativa do que vem sido
produzido na ciência escrita.
A coleta das produções científicas que envolvam a Ética Contábil foi feita por
meio do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) no período entre novembro e dezembro de 2021, por se
tratar de um dos maiores acervos científicos virtuais do país; possui mais de 49 mil
periódicos com texto completo e 455 bases de dados de conteúdo diversos.

3.2.1 CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DA AMOSTRA

Utilizando o termo Ética Contábil foram encontradas 919 publicações, tendo


usado como filtro o campo “data de publicação” e sendo selecionada a opção
“Últimos 20 anos”. Foi utilizado também como filtro o recurso “Periódicos revisados
por pares”, assim a busca resultou em 486 publicações.
Todos as publicações selecionadas foram baixadas via internet e controladas
a partir de planilhas do Office Excel.
As etapas da pesquisa podem ser visualizadas no fluxograma apresentado na
Figura 1.
27

Figura 1 – Fluxograma das etapas da pesquisa

Etapa 1: Busca dos artigos na base Portal


Total de artigos científicos
de Periódicos da Coordenação de
encontrados: Nº = 919
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES)

Etapa 2: Seleção dos artigos científicos Total de artigos científicos


após leitura do título e do resumo excluídos Nº = 436

Etapa 3: Artigos científicos selecionados


Nº = 50

Fonte: Dados da pesquisa (2022).

Dentre as publicações encontradas, foi observado diversos artigos


pertencentes a outras áreas de estudo, como saúde, economia e administração;
além de inúmeras publicações acerca de outras áreas contábeis. Dessa maneira,
após a leitura do resumo das publicações foram selecionados 50 artigos sobre ética
contábil. Os 436 artigos restantes foram descartados devido aos seguintes critérios:
trabalhos com tema divergente ao estudado, publicações repetidas entre si, artigos
com idioma diferente do português brasileiro.
28

4. RESULTADOS

Esta seção apresenta a análise dos resultados dos 50 artigos sobre Ética
Contábil selecionados.

4.1 Publicações Analisadas

Através do quadro 1, é possível verificar a quantidade de publicações que


houve no período analisado, bem como a participação das revistas e instituições de
ensino superior nas publicações. É importante salientar que os anos 2002, 2004,
2009, 2013 e 2017 foram omitidos do quadro por não possuírem publicações.

Quadro 1 - Revista x Ano de publicação x Publicações


Ano de Publicação
T %
Revista/Instituição de Ensino 2001 2003 2005 2006 2007 2008 2010 2011 2012 2014 2015 2016 2018 2019 2020 2021
Revista Ambiente Contábil 1 1 2%
Id on Line - Revista
Multidisciplinar e de 4 4 8%
Psicologia
Revista Brasileira de
1 1 2%
Contabilidade
CRCSC & Você 1 1 2%
Revista Enfoque Reflexão
1 1 2%
Contábil
RC & C - Revista
Contabilidade e 1 1 2 4%
Controladoria UFPR
Universidade Federal de
1 1 2%
Pernambuco
GeCont - Revista de Gestão
1 1 2%
e Contabilidade da UFPI
Anais VIII Seminário de
Iniciação Científica Curso
1 1 2%
de Ciências Contábeis da
FSG
RCO – Revista de
Contabilidade e 1 1 2 4%
Organizações
Revista de Contabilidade
1 2 3 6%
da UFBA
Revista de Gestão, Finanças
1 1 2%
e Contabilidade
Revista Contabilidade e
2 1 3 6%
Finanças - USP
Advances in Scientific and
Applied Accounting (ASAA 1 1 2%
Journal)
Revista Eletrônica de
1 1 2%
Ciências Contábeis - Faccat
Revista de Administração
1 1 2%
de Roraima-UFRR
Continua
29

Conclusão
Revista Administração em
1 1 2%
Diálogo - PUC-SP
REFAS - Revista Fatec Zona 1 1 2%
CONTEXTUS - Revista
Contemporânea de 1 1 2%
Economia e Gestão
UNOPAR CIENTÍFICA
CIÊNCIAS JURÍDICAS E 1 1 2%
EMPRESARIAIS
Revista ConTexto - UFRGS 1 1 2%
Revista Interdisciplinar de
Ensino, Pesquisa e 1 1 2%
Extensão
Universidade Federal do
1 1 2%
Paraná
REPeC - Revista de
Educação e Pesquisa em 1 1 2%
Contabilidade
Cadernos EBAPE.BR 1 1 2%
Unoesc & Ciência – ACSA 1 1 2%
Revista Contabilidade Vista
1
e Revista 1 2%
REVISTA ELETRÔNICA DA
1 1 2%
FANESE
Cadernos de Ciências
1 1 2%
Sociais Aplicadas
Revista Catarinense de
1 1 2 4%
Ciência Contábil
Revista Pensar Contábil 1 1 2%
RACE - Revista de
Administração, 1 1 2%
Contabilidade e Economia
Revista Contemporânea de
1 1 1 3 6%
Contabilidade
RIC - Revista de Informação
1 1 2%
Contábil
Revista UNEMAT de
1 1 2%
Contabilidade
Boletim Técnico do SENAC 1 1 2%
Contabilidade, Gestão e
1 1 2%
Governança
Revista Universo Contábil 1 1 2%
TOTAL DE PUBLICAÇÕES POR ANO 1 2 1 2 3 1 4 2 5 3 4 5 7 4 4 2 50
2% 4% 2% 4% 6% 2% 8% 4% 10% 6% 8% 10% 14% 8% 8% 4%
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

Observa-se que a revista Id on Line - Revista Multidisciplinar e de Psicologia


é responsável por 8% das publicações somando ao total 4 publicações no período,
sendo todas as publicações no ano de 2019.
Logo após, vem as seguintes revistas: Revista de Contabilidade da UFBA, a
Revista Contabilidade e Finanças – USP e a Revista Contemporânea de
Contabilidade, totalizando 6% cada uma, sendo um total de 3 publicações para
cada, nos anos de 2001, 2007, 2008, 2010, 2011 e 2018.
As revistas RC & C - Revista Contabilidade e Controladoria UFPR, RCO –
Revista de Contabilidade e Organizações e Revista Catarinense de Ciência Contábil
30

publicaram somente 2 vezes ao longo do período analisado, totalizando um


percentual de 4% do total de publicações para cada.
As demais revistas, publicaram somente uma vez em todo espaço temporal,
todas acumulam 2% cada do total de publicações.
No Gráfico 1 abaixo apresentado, é possível acompanhar a evolução da
pesquisa sobre o tema levando em consideração a quantidade de publicações por
ano.

Gráfico 1 – Publicações por Ano


8

0
2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021

Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

Através do Gráfico 1 é possível observar que em 2018 o interesse pela


temática aumentou consideravelmente, sendo o ano com o maior número de
publicações dentro da amostra, um total de 7 publicações no mesmo ano,
representando 14% de todas as publicações analisadas.
Nota-se que o interesse pelo tema Ética Contábil vem crescendo ao longo
do tempo, é possível associar o crescimento do volume de trabalhos sobre o tema
com a preocupação das empresas e da sociedade em geral em buscar mais
transparência e assim, obter mais credibilidade do público em geral.
Segundo Andrade (2017), as organizações procuram deixar as suas normas
e princípios cada vez mais transparentes, tendo em vista que na sociedade atual as
31

ações que não condizem com o padrão ético da sociedade em geral, podem trazer à
tona desconfiança e conflitos entre as empresas, e ainda, os próprios funcionários
acabam ficando inseguros quanto à confiabilidade na organização em que atuam.

4.2 Autores

No quadro abaixo é possível verificar dentre os 50 trabalhos e 155 autores e


coautores, os nomes que mais se repetirem dentro do grupo de artigos estudados,
sendo estes os autores que mais publicaram, bem como a quantidade de trabalhos
publicados dentro da amostra da pesquisa.

Quadro 2 – Autores que mais publicaram


Nº de Publicações Autor
3 Maria Thereza Pompa Antunes
2 Alexandre André Feil
2 César Augusto Tibúrcio Silva
2 Márcia Maria dos Santos Bortolocci Espejo
2 Octavio Ribeiro de Mendonça Neto
2 Odir Berlatto
2 Ricardo Adriano Antonelli
2 Rodrigo Takashi Okimura
2 Tatiane Antonovz
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

A autora com mais publicações foi Maria Thereza Pompa Antunes, com um
total de 3 trabalhos publicados, enquanto os demais autores no quadro possuem
duas publicações cada. Os 146 autores restantes que não estão presentes no
quadro publicaram somente uma vez.
O Quadro 3 demonstra autores e coautores, e também o seu ano de
publicação, de forma descendente.
Quadro 3 - Autores e coautores e ano de publicação
AUTOR ANO
Maria Elisabeth Pereira Kraemer 2001
Maria das Graças Vieira 2003
Denise Virgínia Corrêa; Clemilda Rodrigues Ferreira; Keiko Shinzaki 2005
José Francisco Ribeiro Filho; Auristela Félix de Oliveira; Josenildo Coelho Teodoro 2005
Continua
32

Phablo Ercson Gouvêa; Leonardo Avanço 2006


Ivan Antonio Kretzer Santos; Luiz Alberton; Bernadete Limongi 2006
Erivan Borges; Carlos Medeiros 2007
Claudio Ulysses Ferreira Coelho 2007
Francisco José dos Santos Alves; Elionor Farah Jreige Weffort; Nahor Plácido Lisboa; Maria 2007
Thereza Pompa Antunes
Vaner Guimarães da Silva; Josir Simeone Gomes 2008
Cristiane Brancher; Márcia Adriana Neu; Marines Lucia Boff 2010
Cristiano do Nascimento; Tainan de Lima Bezerra; Márcia Maria dos Santos Bortolocci Espejo; 2010
Vicente Pacheco; Tatiane Antonovz
Melissa Christina Corrêa de Moraes; Aline Moura Costa da Silva; Frederico Antonio Azevedo 2010
de Carvalho
Tatiane Antonovz; Pedro José Steiner Neto; Márcia Maria Dos Santos Bortolocci Espejo; 2010
Simone Bernardes Voese
Luiz Carlos Marques dos Anjos; Daniel José Cardoso da Silva; Adhemar Ranciaro Neto; Luiz 2011
Carlos Miranda
Maria Thereza Pompa Antunes; Octavio Ribeiro de Mendonça Neto; José Carlos Tiomatsu 2011
Oyadomari; Rodrigo Takashi Okimura
Elizeu Martins da Silva; Marcelo Evandro Alves 2012
Jonatas Dutra Sallaberry; Bárbara Rocha Bittencourt Sallaberry 2012
José Alves Dantas; José Marilson Martins Dantas; César Augusto Tibúrcio Silva 2012
Maria Thereza Pompa Antunes; Octavio Ribeiro de Mendonça Neto; Hilmi Erdoğan Yayla; 2012
Rodrigo Takashi Okimura
Renato Ferreira Leitão Azevedo; Edgard Bruno Cornacchione Junior 2012
Ana Beatriz Lima Wachholz; Joiciélen Nair Beloto; Manuela Rech; Odir Berlatto 2014
Flora Vianna Andrieli Della; Rosangela Ceolin; Vanessa Steigleder Neubauer; Roberto Basílio 2014
Leal; Enedina Maria Teixeira da Silva; Isadora Wayhs Cadore Virgolin; Bruna Faccin Camargo

Nathalia Gil de Oliveira; Wilson Medeiros Rodrigues 2014


Luciana Matos dos Santos Figueiredo Barreto 2015
Edzana Roberta F. da C. Vieira Lucenaa; Clayton Levy Lima de Meloa; Paulo Roberto Barbosa 2015
Lustosa; César Augusto Tibúrcio Silva
Odir Berlatto; Andréia Schemes Coleoni; Caroline Bortolini; Cláudia Schemes Pistore; 2015
Franciele Mezalira Belusso
Alessandra Gois Gadelha Dias; José Humberto da Cruz Cunha; Isabel Cristina Henriques 2016
Sales; Pedro Correia Santos Bezerra
Alexandre André Feil; Liciane Diehl; Rogério José Schuck 2016
Alexandre André Feil 2016
Ketlyn da Silva Pasquali; Delci Grapegia Dal Vesco 2016
Edno Alves Santana Júnior; César Valentim de Oliveira Carvalho Junior 2016
Leonard Rodrigues do Vale; Fábio Martins Ferreira; Rodrigo Wiesner 2016
Ademir Clemente; Ricardo Adriano Antonelli; Henrique Portulhak 2018
Bárbara Daniele Medeiros; Ítalo Carlos Soares do Nascimento; Wênyka Preston Leite Batista 2018
da Costa; Jandeson Dantas da Silva; Sérgio Luiz Pedrosa Silva

Clilson Castro Viana; Priscila de Oliveira Rodrigues; Ivete dos Santos; Mariomar de Sales 2018
Lima; Lucilene Florêncio Viana
Felipe Rodrigues Cruz; Ana Clara Ventura Paiva; Jacqueline Veneroso Alves da Cunha; João 2018
Estevão Barbosa Neto
Hudson Júnio Menezes de Andrade; Bruna Camargos Avelino; Débora Santos 2018
Marco Aurélio Batista de Sousa; Nilton Cesar Carraro; Fladimir Fernandes dos Santos; 2018
Rodrigo de Souza da Silva; Rodolfo Henrique Escatolin Amaro

Continua
33

Conclusão
Patrícia Jung Martins; Fernando Fantoni Bencke 2018
Darlys de Sousa Silva; Antonio José Lima Pereira 2019
Francisca Sintia de Oliveira Sousa; Ana Marília Barbosa Oliveira 2019
João Pedro de Lima Custódio; Viviane Correia do Prado Ferreira 2019
Vitória Libório Dias Nunes; Josaias Santana dos Santos; Nadielson Barbosa da França; Joao 2019
Carlos Hipolito Bernardes do Nascimento; Clarissa Vassem Campos

Rafael Bernardo de Barros Neto; Geovane Camilo dos Santos; Elis Regina de Oliveira; 2020
Frederico Luis Domingues Bitencourt; Dryelle Laiana de Jesus Silva dos Santos

Aglaeudis Ferreira Rodrigues Campos; Annamélia Aryadnyes Vieira Ribeiro da Silva; Maria do 2020
Carmo da Silva Neta; Valdineide dos Santos Araujo

Marcia da Costa Gilioli; Marcia Juliana da Cunha dos Santos; Ricardo Adriano Antonelli; 2020
Joyce Menezes da Fonseca Tonin
Karina Silveira da Cunha; Maria Denize Henrique Casagrande; Sandro Vieira Soares; Alan 2020
Diógenes Góis
Tiago Luis Brugnera; Guilherme Vieira da Silva Vechi 2021
Igor Pereira da Luz; Pâmela Raquel Wagnitz; Rodrigo Rengel 2021
Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

4.3 Estatísticas Textuais


As Estatísticas Textuais buscam de forma ampla, identificar a quantidade de
palavras, frequência média de ocorrência dos determinados vocabulários utilizados e
as principais raízes do texto, ou seja, de onde se originam a elaboração textual.

4.3.1 ANÁLISE DE ESTATÍSTICAS TEXTUAIS


A interface do Iramuteq fornece estatística de determinados segmentos do
texto, como também sua frequência e forma.
Figura 2 – Frequência de Palavras

Fonte: Dados da pesquisa, 2022.


34

Umas das demonstrações possíveis da interface é o diagrama de Zipf


(Figura 2), que conforme Camargo e Justo (2013, p. 11) “apresenta o
comportamento das frequências das palavras no corpus.”
O diagrama de Zipf funciona como um eixo x e y, no qual x evidencia a
frequência de palavras e y sua quantidade. Na Figura 2 pode-se que há uma palavra
com grande frequência, podendo através da temática deduzir que se trata da palavra
“Ética”; embora o diagrama trabalhe com valores em logaritmo, de forma indutiva
percebe que há uma gama de palavras com grande expressão de frequência e um
grande número de palavras com frequência muito baixa.

4.3.2 MÉTODO DE REINERT

Desenvolvido por Max Reinert, o Método de Reinert busca indicar a


regularidade de um vocábulo específico dentro de certo campo textual, podendo
enumerar um grande número semelhante de enunciados. Propõe a extensão de
ideia associativa entre uma palavra e outra, revelando através de suas ocorrências
suas familiaridades dentro do corpus textual, que deve ser entendida além do
significa anotados em dicionários (NASCIMENTO et al., 2006, p. 74).
O método de Reinert propõe uma classificação hierárquica descendente
segundo o método descrito por Reinert. Ele visa obter classes de segmentos de
texto (ST) que, ao mesmo tempo, apresentam vocabulário semelhante entre si e
vocabulário diferente das ST das outras classes. Esta análise é baseada na
proximidade léxica e na ideia que palavras usadas em contexto similar estão
associadas ao mesmo mundo léxico e são parte de mundos mentais específicos ou
sistemas de representação. A Figura 3 traz a relação de palavra de acordo com a
sua classe e como elas foram trabalhadas no corpus textual, seguindo o Método de
Reinert.
35

Figura 3 – Classe de Palavras

Fonte: Dados da pesquisa, 2022.

A análise mostra cinco classes de palavras, no qual a classe 5 (lilás) trata de


aspectos relacionados à metodologia do corpus textual analisado, apresenta
palavras como “dado, tese, questionário, análise”; representado 23,3% do corpus
textual. A classe 5 (lilás) não possui nenhuma ramificação, estando isolada das
demais classes; pois entende-se que o tema tratado nesta classe não interage com
os temas das demais subdivisões do texto.
A classe número 1 (vermelho) destaca palavras como “atuação, atividade,
classe, CEPC, conhecimento” que tratam de aspectos do trabalho, da profissão
contábil; e esta é a maior classe do corpus, com um percentual de 23,8%. A próxima
ramificação é a classe 4 (azul), e esta possui a menor participação na análise,
respondendo por 13,4% do corpus textual. Observa-se que esta classe trata de
temas relacionados à tomada de decisão das empresas, destacando palavras como
“informação, organização, responsável, ação”.
Por fim as classes 2 (cinza) e 3 (verde) são as que possuem maior
proximidade lexical, tratando de assuntos relacionados ao gerenciamento das
36

organizações, bem como pontos sobre conduta, formação, ensino e disciplina. E


representam 23,3% e 16,1% do total do texto analisado, respectivamente.

4.3.3 ANÁLISE FATORIAL DE CORRESPONDÊNCIA (AFC)

Segundo Junior et al. (2008, p. 466), a AFC é uma análise variada, utilizada
para encontrar associações entre duas ou mais variáveis, assim podendo ver essa
relação em um modelo tanto quantitativo, como também qualitativo de linhas e
colunas, em um mesmo espaço gráfico, permitindo ver a reciprocidade entre elas
através de um cruzamento de dados.
Nascimento et al. (2016, p. 75) atestam que a AFC é o cruzamento de
vocábulos, que considera a incidência de palavras, em classes, podendo ser vistas
suas oposições através da geração gráfica de em um plano cartesiano. Ou seja,
permitindo através de um plano gráfico, apontar as localizações e interações entre
as classes de palavras.

Figura 4 - Análise Fatorial de Correspondência

Fonte: Dados da pesquisa, 2022.


37

A AFC, como descrita na Figura 4, representa dispersão das palavras em


um modelo de plano cartesiano com as diferentes palavras e variáveis do corpus
textual, e conforme a análise do Iramuteq, a interface possibilita a partir de um
momento do qual se obtém um contexto significativo das palavras, têm-se uma
análise qualitativa desses dados associados (CAMARGO e JUSTO, 2013, p. 516).
A AFC traz a dispersão de palavras, de acordo com suas classes, seguindo
o mesmo padrão do anagrama a fim de facilitar a análise, podendo ver através do
plano cartesiano suas proximidades. A Figura demonstra que quanto mais próximas
do eixo central, mesmo que de classes diferentes, as palavras têm certa relação, ou
seja, a palavra “Metodologia” (Lilás) do lado inferior direito do plano, tem pouca
relação com a palavra “Organização” (Azul) que localiza-se na lado esquerdo
superior do plano; entretanto, as palavras “Conduta” (Cinza) e “Moral” (Verde) tem
bastante proximidade, e relação entre si, ambas localizadas na parte superior
esquerda do plano; tal como as palavras “Código” (Vermelho) e “Princípios” (Cinza)
situadas na parte inferior esquerda da imagem.
A respeito dos resumos descritos na Figura 4, que fazem referência as
publicações analisadas. Pode-se verificar que as publicações com predominância
com as classes 3 (Verde) e 2 (Cinza) têm uma relação mais próxima entre si, e
inclusive atingindo todos os lados do plano cartesiano. Ou seja, ambos têm também
uma relação com os outros resumos, ainda que com maior distância.
No entanto, as classes 4 (Azul) ocupando a parte superior esquerda do
plano; 1 (Vermelho) na parte inferior do lado esquerdo; e 5 (Lilás) que se encontra
na parte central do lado direito; demonstram ter pouca relação.

4.3.4 ANÁLISE DE SIMILITUDE

A Figura 5 mostra as palavras relativamente em grau de importância com o


corpus textual, baseado na teoria de onde os resultados se auxiliam no estudo das
relações entre o objeto de um modelo matemático.
Conforme Camargo e Justo (2013, p. 516) a Análise de Similitude “organiza
a distribuição do vocabulário de forma facilmente compreensível e visualmente
clara”. Traz um resultado de conexidade entre as palavras do corpus textual,
auxiliando na identificação da estrutura da representação dessas palavras devido
suas ocorrências.
38

O programa Iramuteq mostra a ligação entre as palavras do objeto de


análise, podendo inferir quais termos estão mais relacionados dentro do objeto de
pesquisa.
A análise de similitude mostra de forma indutiva a ligação e a derivação das
palavras dentro das publicações analisadas. Faz a ligação no sentido de mostrar
que é comum quando o autor usa um termo, esse termo está relacionado a outro, ou
seja, a raiz de “Ética” dá origem a “Profissional”, e assim por diante. Isso mostra que
é comum essas palavras serem usadas frequente e aproximadamente dentro das
publicações.

Figura 5 - Análise de Similitude 1

Fonte: Dados da pesquisa, 2022

Ademais, pode-se verificar que há também uma ligação com as palavras


Contábil, Ético, Conduta, Contabilidade, Estudo e Pesquisa. No caso dos termos
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Estudo e Pesquisa, ambos possuem conotação de metodologia, os meios que se


utiliza para um fim.
Com o termo Contábil, alguns termos se destacam, como ciência, curso e
classe. Para Ético encontra-se termos também de grande relevância no aspecto
contábil são eles: dilema, comportamento, moral e interesse. Percebe-se que os
termos Contabilidade, Conduta e Estudo relacionam-se por estarem enraizadas
junto a termos que se referem à ensino, estudos da área contábil, indicados pelas
palavras “Ensino”, “Superior” e “Instituição”, oriundas muito provavelmente de
trabalhos realizados dentro de Instituições de Ensino Superior. Já a palavra
“Pesquisa” trata de termos relacionados a metodologia das pesquisas da amostra.

Figura 6 – Análise de Similitude 2 (Grupos de Palavras)

Fonte: Dados da pesquisa, 2022

Observa-se na Figura 6 que a palavra “Profissional” tem grande relevância e


predominância nas publicações, a forma de dispersão em forma de raiz demonstra
quais são as ligações mais fortes com o termo, por exemplo, a palavra “Ética” tem
40

uma ligação forte com a palavra “Profissional”, através das análises de classes de
palavras, mesmo reconhecendo a diferença semântica entre as palavras, a análise
de similitude mostra como elas estão enraizadas umas às outras. Há uma facilidade
de reconhecer também a palavra “Contábil” derivando da palavra “Profissional”.
É interessante a separação em comunidades de palavras realizada pelo
Iramuteq, ondE verifica-se que as palavras dentro das nuvens coloridas possuem,
além de correlação de origem de palavra, proximidade no campo lexical, ou seja,
fazem parte de um mesmo vocabulário, estando relacionadas dentro do discurso.

4.3.5 NUVEM DE PALAVRAS

A Nuvem de Palavras incluída na Figura 7 trata da proximidade das palavras


de forma rápida e fácil de interpretar as palavras que têm mais relevância no texto,
sendo as maiores de maior importância no corpus da pesquisa e mais próxima do
centro de acordo a quantidade utilizada.
As nuvens de palavras são, portanto, representações gráfico-visual que
mostram o grau de frequência das palavras em um texto. Quanto mais a palavra é
utilizada, mais chamativa é a representação dessa palavra no gráfico. (VILELA,
2019).
Através do resultado pode-se inferir a importância que a nuvem de palavras
traz ao termo “Profissional”, objeto da pesquisa, e como se aproxima das
características contábeis de mensuração, das quais se discutem acerca da Ética
Contábil.
A Nuvem é figura interessante que demonstra de forma simples e indutiva
como as palavras analisadas trabalham em conformidade com o termo proposto
pela pesquisa.
41

Figura 7 - Nuvem de Palavras

Fonte: Dados da pesquisa, 2022


Através do resultado pode-se inferir a importância que a nuvem de palavras
traz ao termo “Profissional”, objeto da pesquisa, e como se aproxima das
características contábeis de mensuração, das quais se discutem acerca da Ética
Contábil.
A Nuvem é Figura interessante que demonstra de forma simples e indutiva
como as palavras analisadas trabalham em conformidade com o termo proposto
pela pesquisa.
Assim como nas análises anteriores é possível também, com a nuvem de
palavras verificar a proximidades das palavras utilizadas nas publicações, como
também pode-se perceber a sua importância com base na ocorrência dentro do
texto, pois quanto maior o tamanho da palavra, mais ocorrências ela teve dentro
corpus textual.
42

5. CONCLUSÃO

O objetivo deste estudo foi investigar as peculiaridades da produção


acadêmica concernentes à temática do Ética Contábil na base de periódicos Portal
Capes. A pesquisa trouxe uma amostra de 50 publicações relacionadas ao tema nos
anos de 2001 a 2021. Verificou-se que as publicações se mostram com grande
crescimento a partir do ano de 2014, e concentram-se o maior número de
publicações no ano de 2018.
Dessa forma, concluindo o objetivo a e b, mostrando tanto a evolução da
pesquisa como evidenciar os períodos de maior publicação. As análises por meio do
programa Iramuteq evidenciam os resultados textuais, onde é possível verificar a
similaridade entres as publicações que tratam de Ética Contábil, bem como a
importância e influência do tema dentro dos aspectos contábeis.
As análises textuais tiveram grande relevância e mostraram informações de
grande importância acerca da linguagem utilizada dentro da Contabilidade na
temática do Ética Contábil. Com base no Método de Reinert, foi possível encontrar
os diversos tipos de classes de palavras utilizadas pelos autores em suas
publicações. Como elas são divididas em suas características peculiares em
conjuntos com outras classes para explicar a importância da temática.
Através das Análises Fatoriais de Correspondência, pode-se perceber o
comportamento das classes de palavras, bem como o comportamento das
publicações dentro do plano cartesiano, onde pode inferir o distanciamento das
palavras em conjunto, ou seja, a relação entre elas, dentro do corpus textual.
Os resultados das Análises de Similitude mostraram a derivação e
usabilidade de cada termo dentro das publicações, ou seja, pode-se concluir que
sempre que os autores utilizavam determinados termos, estes davam origens a
outros, e assim por diante dentro da temática da ética contábil.
Finalizando com a Nuvem de Palavras, verificou-se a importância de cada
palavra e como ela trabalha dentro das publicações em proximidade com a temática
proposta nesta pesquisa. Portanto, concluindo os objetivos c e d, elencando as
classes de palavras e suas similaridades entre as publicações e suas características
de contextualização.
A pesquisa se dá por concluída e atingida os objetivos. E que sirva de fonte
de recursos para outras pesquisas, bem como, pretende-se dar continuidade a fim
43

de aprofundar mais as análises como, aumentar a amostra com outras publicações,


de repente internacionais, para tratar da Ética Contábil em um cenário maior que o
brasileiro.
44

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