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Videos No artigo anterior tratei brevemente da concepção virtual da série harmônica de
undertones e como esta, segundo a teoria harmônica de Ernst Levy, embasa a ex-
istência da tríade menor. Na minha concepção, anteriormente explicada (aqui e
aqui), as escalas e tríades maior e menor podem ser todas derivadas unicamente da
séria harmônica real, (a série dos overtones, conforme é chamada, no livro de
Posts Levy). Para isso, basta considerar simultaneamente 2 séries harmônicas reais (de
vidade overtones); a série principal, do centro tonal em questão (no exemplo, Dó), a série
música
da sua dominante (representada pelo seu segundo harmônico; no exemplo, Sol) e a
vidade
música
série cujo centro tonal em questão é a sua dominante, ou seja, a sua subdominante
a e Re‐
(dada pela série da qual o centro tonal equivale ao seu segundo harmônico; no ex-
belião emplo, Fá).
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As duas tríades menores, formadas pelas notas das tríades principal, subdominante
e dominante, permitem formar os modos menores das escala diatônica, como o
dórico (segundo grau) e o eólio (sexto grau).
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Desse modo, traça-se uma divisão imaginária entre o modo maior e o modo menor,
a fim de espelhar a escala cromática, de acordo com a tonalidade. No caso de Dó,
tem-se a divisão ocorrendo entre as notas E e D# (ou Eb) que são respectivamente
sua terça maior e menor. Usando apenas acidentes sustenidos (#), pra facilitar,
tem-se abaixo a tabela de correspondência entre as 12 notas, para a tonalidade de
Dó.
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C C# D D# E F F# G G# A A# B
G F# F E D# D C# C B A# A G#
Novamente, é importante lembrar que todas essas reflexões só valem para uma de-
terminada tonalidade, onde ocorre o espelhamento entre as terças maior e menor
(marcado na tabela acima, exemplificando o espelhamento para a tonalidade de
Dó). Assim, podemos generalizar a tabela acima para os graus de uma escala di-
atônica genérica, do seguinte modo.
Note que, da mesma maneira que ocorre no terceiro grau (entre a terça maior e
menor) existe também um espelhamento no sexto grau (ambos destacados). Estes
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representam o eixo de espelhamento das notas de uma tonalidade para a sua har-
monia negativa. Este processo fica mais evidente ao se dispor as 12 notas ao redor
de um círculo e representar o eixo de reflexão entre harmonia positiva e negativa.
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melodia negativa
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harmonia negativa
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Então, qual é o lado positivo da harmonia negativa? Conforme disse no artigo ante-
rior, as polaridades que determinam as notas da tríade maior (I, II e V), se mantêm
entre a passagem da harmonia positiva para a negativa. Assim, a estrutura continua
com a mesma função tonal, o que permite explorar tanto variações melódicas de
um tema quanto variações harmônicas de sua cadência, e estas não precisam neces-
sariamente ser realizadas de modo completo, mas por exemplo, substituindo al-
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guns acordes específicos de uma sequência harmônica, como foi o exemplo acima,
com a dominante. O mesmo pode ser feito para a subdominante ou para outros
graus e funções. Apesar disso, nem todas as substituições são esteticamente inter-
essantes (e esta predileção obviamente muda de acordo com o indivíduo o o gênero
musical). O positivo da harmonia negativa é oferecer novas possibilidades de escol-
ha de harmonizações, tanto para o compositor quanto para o músico interprete,
que procura novas formas de interpretar uma peça conhecida. Apesar deste princí-
pio se basear numa estrutura que na verdade não existe (a série dos undertones) ela
funciona, afinal tem sua fundamentação, por outro caminho, na série harmônica
real. Além disso, a nossa cognição foi desenvolvida pela evolução para cumprir com
grande precisão a função de detectar padrões. Quando uma peça é baseada numa
estrutura complexa, mesmo que não detectemos diretamente qual é esta organiza-
ção, muitas vezes como que a sentimos. Temos a impressão quase que intuitiva de
que por traz daquela informação que nos é apresentada, existe uma ordem que a
rege. Porém o que mais faz com que a harmonia negativa funcione é o fato dela ser
baseada na estrutura tonal, que por sua vez, baseia-se na séria harmônica; o fenô-
meno acústico que embasa e orienta toda a teoria musical, que vem se perpetuando
e, pelo que parece, continuará ainda sendo a predileção da humanidade por muito
tempo.
Referências:
Musician Explains One Concept in 5 Levels of Difficulty ft. Jacob Collier & Herbie
Hancock | WIRED https://www.youtube.com/watch?v=eRkgK4jfi6M (recorded in
2016, uploaded in 2018)
Nick Roll. “Finding Its Moment, 30 Years Later: A brief mention in an interview by
a British artist breathes life and sales into a niche music theory book. July 11, 2017.
https://www.insidehighered.com/news/2017/07/11/mentioned-youtube-inter-
view-dormant-music-theory-book-takes
https://www.blogs.unicamp.br/musicologia/page/4/ Page 7 of 8
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HARMONY”. https://youtu.be/qHH8siNm3ts
José Fornari. “O lado positivo da melodia e da harmonia negativa – parte 2”. Blogs
de Ciência da Universidade Estadual de Campinas. ISSN 2526-6187. Data da publi-
cação: 31 de dezembro de 2019. Link:
https://www.blogs.unicamp.br/musicologia/2019/12/31/43/
José Fornari (Tuti) in continuação, musicologia, teoria musical | 31 de December de 2019 | 1,736 Words | Comment
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