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1 - IDENTIFICAÇÃO

RELATÓRIO 02

PREPARAÇÃO E PURIFICAÇÃO DE ÉSTERES DE ÁCIDOS


CARBOXÍLICOS

BRUNA S. BONEBERG

FLÁVIA F. DIAS

2 - RESUMO

Os ácidos carboxílicos transformam-se diretamente nos ésteres quando aquecidos


com um álcool em presença de pequena quantidade de ácido mineral, normalmente
ácido sulfúrico concentrado ou ácido clorídrico anidro. A reação é reversível e, geralmente
quando se atinge o equilíbrio, estão presentes apreciáveis quantidades tanto dos
reagentes como dos produtos. Logo, o experimento realizado aborda conceitos sobre a
preparação e purificação de ésteres de ácidos carboxílicos; detalha a esterificação e a
transesterificação; Em seguida, aborda sobre a destilação simples e a fracionada; e
também conceitos relacionados a reações de substituição, eliminação.

3 - INTRODUÇÃO

Entre os compostos descobertos na natureza, os ésteres estão entre os mais


comuns. Estes compostos usualmente estão coligados ao odor agradável exalado por
flores e frutos. Os ésteres são compostos orgânicos que reagem com a água para
produzir alcoóis e ácidos orgânicos ou inorgânicos. Os ésteres são compostos apolares
com ponto de ebulição mais baixo do que os alcoóis e ácidos de peso molecular
comparável.
Os ésteres de ácidos carboxílicos de baixo peso molecular são incolores, líquidos
voláteis com odor agradável, e ligeiramente solúveis em água. Estes derivam de ácidos
carboxílicos por substituição nucleofílica (Vogel, 1976).
Nas reações de substituição nucleofílica, a ligação do carbono-halogênio do substrato
passa por uma heterólise, e o par não-compartilhado do nucleófilo é usado para formar
uma nova ligação para o átomo de carbono conforme o Esquema 1.
Esquema 1 – Reação de substituição nucleofílica
Neste tipo de reação, um nucleófilo, uma espécie com um par de elétrons não-
compartilhados, reage com um haleto de alquila (chamado de substrato) pela reposição
do halogênio substituinte. Acontece uma reação de substituição (SN), e o halogênio
substituinte, chamado de grupo retirante, se afasta como um íon haleto (Solomons,
2001).
Outra característica dos haletos de alquila, é que eles passam por reações de
eliminação (E), fragmentos de uma certa molécula (YZ) são removidos (eliminados) dos
átomos adjacentes do reagente. Essa eliminação leva à introdução de uma ligação
múltipla conforme o Esquema 2:

Esquema 2 – Reação de eliminação


Como as eliminações ocorrem melhor através de um caminho E2, quando efetuadas
com uma alta concentração de base forte, portanto uma alta concentração de um
nucleófilo forte, a reação de substituição por um caminho SN2, muitas vezes, compete
com a reação de eliminação. A eliminação ocorre quando o nucleófilo (a base) ataca um
átomo de hidrogênio β. Quando o nucleófilo ataca o átomo de carbono que carrega um
grupo retirante, o resultado será uma substituição (Solomons, 2001).
Existem muitos métodos de preparação de ésteres carboxílicos. Iremos focar em
algumas reações mais conhecidas tais como a esterificação, transesterificação,
preparação de ésteres carboxílicos a partir de alcanos.

3.1 - PREPARAÇÃO DE ÉSTERES DE ÁCIDOS CARBOXÍLICOS

Os ésteres carboxílicos, os mais comuns, são geralmente preparados pela reação de


ácidos carboxílicos e alcoóis na presença de ácido. Esta reação é chamada de
esterificação. Os ésteres também podem ser obtidos pela reação de haletos de ácidos ou
anidridos de ácidos, com alcoóis. Dois ésteres podem reagir entre si, na presença de um
catalisador, numa reação chamada transesterificação (Solomons, 2001).
3.1.1 - ESTERIFICAÇÃO

Entre os diversos procedimentos que podem ser usados para sintetizar os ésteres, o
mais utilizado é a esterificação de Fisher, na qual, sob aquecimento, um ácido carboxílico
reage com um álcool (produzindo éster e água). Esta reação (Esquema 3), quando
acionada em temperatura ambiente, é lenta, mas pode ser acelerada com o emprego de
aquecimento e/ ou catalisador (exemplo, o ácido sulfúrico H 2SO4).

Esquema 3 – Reação de esterificação de Fisher.


R -> cadeia de carbonos

3.1.2 - TRANSESTERIFICAÇÃO

A transesterificação é um termo geral usado para descrever uma importante classe


de reações orgânicas onde um éster é transformado em outro através da troca do
resíduo alcoxila. Quando o éster original reage com um álcool, o processo de
transesterificação é denominado alcoólise (Esquema 4). Esta reação é reversível e
prossegue essencialmente misturando os reagentes. Contudo, a presença de um
catalisador (ácido ou base) acelera consideravelmente esta conversão, como também
contribui para aumentar o rendimento da mesma (Esquema 5).
Esquema 4 – Equação geral para uma transesterificação

Esquema 5 – Equação geral da transesterificação de um triacilglicerídeo


Na transesterificação de óleos vegetais, um triacilglicerídeo reage com um álcool na
presença de uma base ou ácido forte, produzindo uma mistura de ésteres de ácidos
graxos e glicerol, conforme esquematizado no Esquema 5.

3.2 - PURIFICAÇÃO POR MEIO DA DESTILAÇÃO

A destilação é o modo de separação baseado no fenômeno de equilíbrio líquido-


vapor de misturas. Em termos práticos, quando temos duas ou mais substâncias
formando uma mistura líquida, a destilação pode ser um método adequado para purificá-
las: basta que tenham volatilidades razoavelmente diferentes entre si.

3.2.1 - DESTILAÇÃO SIMPLES

A destilação simples é um processo que permite a separação de um líquido de uma


substância não volátil (tal como um sólido, p.ex.), ou de outro líquido que possui uma
diferença no ponto de ebulição maior do que cerca de 80°C. É um método rápido de
destilação, e deve ser usado sempre que possível é uma técnica rápida, fácil e, se
respeitado seus limites, eficaz.

3.2.2 - DESTILAÇÃO FRACIONADA

A destilação fracionada é empregada quando a diferença entre os pontos de ebulição


dos líquidos da mistura é menor do que 80°C. Um aparelho mais sofisticado e um pouco
mais de tempo são necessários.
A destilação fracionada é mais eficiente quando se quer obter os dois líquidos
separados. O processo destila primeiro o líquido com menor ponto de ebulição, mantendo
a temperatura em torno do ponto de ebulição deste. Quando não há mais resíduo deste
líquido a temperatura se eleva, destilando a substância de temperatura de ebulição
maior, se mantendo constante.
4 - PARTE EXPERIMENTAL

4.1 - MATERIAIS

 Balão de destilação de 500mL;


 Balão de destilação de 200mL;
 Suporte universal;
 Manta térmica;
 Condensador de fluxo;
 Mangueiras;
 Garras metálicas;
 Ácido acético;
 Metanol;
 Ácido sulfúrico;
 Pedras de porcelana.
 Coluna de destilação;
 Cabeça de destilação;
 Termômetro;
 Rolha;
 Condensador;
 Rabo de destilação.

4.2 - PRIMEIRA ETAPA

Iniciou-se a montagem dos equipamentos. O balão de destilação de 500mL foi


anexado ao suporte universal, de maneira que a manta térmica pudesse ser colocada
abaixo do balão sem encostar-se a ele. Em seguida, adicionaram-se pedras de porcelana,
2,0 moles de metanol, 2,2 moles de ácido acético e 5mL de ácido sulfúrico concentrado
no balão de destilação. Depois se se adaptou o condensador de fluxo ao balão de
destilação, este fixado com garras metálicas ao suporte universal. Ao finalizar a
montagem dos equipamentos, colocou-se a manta térmica abaixo do balão, esta foi
ligada às 10h22min e quando a mistura começou a ferver foi desligada às 11h. Após um
determinado tempo o balão de destilação que contem a mistura foi armazenado para a
segunda etapa do experimento.

4.3 - SEGUNDA ETAPA


Mediu-se a altura necessária para anexar o balão de destilação as garras metálicas,
estas fixadas na parte inferior do suporte universal, de forma que o balão de destilação
fique sobre a manta térmica, mas sem encostar-se na mesma. Logo, juntou-se a coluna
de destilação ao balão. Em seguida, na parte superior da coluna de destilação foi
acrescentada a cabeça de destilação, a qual possui duas saídas, uma na partição
superior, onde é anexado um termômetro juntamente com uma rolha para não liberar o
vapor; e a outra na partição lateral, onde é encaixado o condensador.
O condensador conta com um suporte universal para apoiá-lo. Depois, adicionaram-
se duas mangueiras ao condensador, uma na parte inferior que é por onde entra a água
que passará pela serpentina, e a outra na parte superior que é por onde sai à água. O
condensador possui um acesso por onde a água da serpentina não passa, este acesso
será utilizado pelo vapor que em contato com as paredes geladas desse acesso, mudará
de fase, de vapor para líquido. Por conseguinte, este líquido correrá pelo rabo de
destilação até cair em outro balão de destilação de 200 mL, apoiado por outro suporte
universal, conforme é representado na Figura 1.

Figura 1 – Destilação Fracionada

Após finalizar a montagem dos equipamentos, ligou-se a manta térmica e anotou a


temperatura de ebulição.

5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ácido Acético Metanol
Procedeu-se
1 mol com os60,0531
seguintes
g cálculos para determinar 1amol
quantidade de reagente
32,04255 g
2,2 mol X g
necessária para a realização do procedimento: 2,0 mol X g
X = 132,117 g X = 64,0851 g

m m
d= ; dác. acético = 1,045 g/mL d= ; dmetanol = 0,79 g/mL
v v
m 132,117 g m 64,0851 g
v= ; v= v = 126,428 mL v= ; v= v = 81,120 mL
d 1,045 g/mL d 0,79 g / mL
O processo de esterificação catalisada por ácido no experimento ocorreu conforme a
equação que consta na figura 2.

Figura 2: Esterificação catalisada por ácido

A partir da reação de substituição nucleofílica o produto obtido é o etanoato de


metila que possui, de acordo com a literatura, temperatura de ebulição de 57°C.
A temperatura anotada do ponto de ebulição durante a destilação foi de 59°₢, logo
se conclui que o resultado ocorreu conforme o esperado, no qual se obteve o etanoato
de metila como produto.

6 - CONCLUSÕES

A reação de esterificação origina um éster, formado por ácido carboxílico mais álcool,
na presença de catalisador ácido. Para o procedimento experimental foi utilizado ácido
acético e metanol, originando etanoato de metila, o catalisador foi o ácido sulfúrico.
Junto com o éster é formada água devido à saída de um íon H 3O+ do álcool e íon OH- do
ácido. É uma reação facilmente reversível, a reação inversa é chamada de hidrólise de
um éster. Para que a reação ocorra por completo deve-se manter condições adequadas e
principalmente manter o tempo de reação correto.

7 - REFERÊNCIAS

1-) Vogel, A. I. Análise Orgânica; Ao Livro Técnico S.A.; 3a ed.; Vol. 1, 2, 3; 1984.
2 -) Vogel, Arthur Israel. Química orgânica: análise orgânica qualitativa. Rio de Janeiro:
Livro Técnico, 1971 – 1976.
3-) Pavia, D. L.; Lampman, G. M.; Kriz, G. S. Introduction to Organic Laboratory
Techniques; 3rd ed; Saunders; New York; 1988.
4-) Morrison, R. T.; Boyd, R. N. Química Orgânica; Fundação Calouste Gulbenkian; 9a
ed; Lisboa; 1990.
5-) Solomons, T. W. G. Química Orgânica; 6a ed; Livros Técnicos e Científicos; Rio de
Janeiro; 1996.

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