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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

ESTIMATIVA DA ACIDEZ POTENCIAL DOS SOLOS DO


ESTADO DE MATO GROSSO COM BASE EM MÉTODOS
TAMPÕES

MARCELO RIBEIRO VILELA PRADO

C U I A B Á - MT
2018
II

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO


FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA

Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical

ESTIMATIVA DA ACIDEZ POTENCIAL DOS SOLOS DO


ESTADO DE MATO GROSSO COM BASE EM MÉTODOS
TAMPÕES

MARCELO RIBEIRO VILELA PRADO


Engenheiro Agrônomo

Orientador: Dr. MILTON FERREIRA DE MORAES


Coorientador: Dr. DAVID VILAS BOAS DE CAMPOS

Tese apresentada à Faculdade de


Agronomia e Zootecnia da Universidade
Federal de Mato Grosso para obtenção
do título de Doutor em Agricultura
Tropical.

C U I A B Á - MT
2018
III
IV
V

DEDICO:
Aos meus pais, Joaquim Carlos (Quinca Ribeiro) e Cesarina, pelo estímulo a
educação e, principalmente, pelo exemplo de vida.

À minha esposa Morgana Santos Tunes Vilela pelo amor, cumplicidade,


sonhos compartilhados, incentivo e pela (s) semente (s).

Ao meu filho Joaquim Ribeiro Vilela Tunes por me fazer uma pessoa melhor.

Aos meus sogros, Nivaldo Tunes e Maria da Graças, pelo apoio e


ensinamentos de avós a Joaquim.

Às minhas irmãs Diandra e Leonor, aos cunhados (Anderson, Martín, Neiva


e “Reginaldo”) e sobrinhos (Júlia, Maísa, Renê e Sofia) pelos momentos
felizes.

OFEREÇO:
Aos Ribeiros-Vilelas que desbravaram o Cerrado mato-grossense e nele
cultivaram e criaram!

A todos meus ex-professores! É possível construir um Brasil melhor pela


educação!
VI

AGRADECIMENTOS
A Deus.
Ao Programa de Pós-Graduação em Agricultura Tropical, funcionários
e professores da UFMT, que de uma forma ou de outra contribuíram para a
minha formação.
À CAPES, pela concessão da bolsa de estudo.
À APROSOJA, que através do Programa Agrocientista, financiou essa
pesquisa.
À EMBRAPA Solos, que disponibilizou toda a estrutura laboratorial para
a realização das análises químicas e granulométricas das amostras de solos.
Ao Professor Dr. Milton Ferreira de Moraes, pela amizade, pelo
exemplo, apoio e orientação acadêmica.
Ao Pesquisador Dr. David Campos e a técnica de laboratório Gisele
Barros, pela grande contribuição durante minha estada na Embrapa Solos.
Ao Professor Dr. Glênio Guimarães (UFG) e ao Dr. Virlei Álvaro de
Oliveira (IBGE) pelas sugestões e cessão de dados dos solos do estado de
Mato Grosso.
Aos colegas de coleta de solo: Dr. Carlos Leandro Rodrigues dos
Santos e aos doutorandos Edwaldo Bocuti e Kaynara Kavasaki, pela parceria
e esforço no campo. Aos colegas Dr. Fabrício Tomaz Ramos da EMPAER e
Engenheiro Agrônomo Alan Pereira da Silva da Sec. Agric. de Poxoréu pela
valorosa contribuição.
Aos produtores rurais que permitiram as coletas de amostras de solo.
As famílias Ribeiro-Vilela-Prado e Guirra-Santos-Tunes pelo incentivo
e apoio.
Aos funcionários e professores da Escola Técnica de Poxoréu, que me
incentivaram durante esse percurso.
Aos meus alunos do curso Técnico em Agropecuária Ana Beatriz,
Paulo Henrique, Pedro Henrique, Thalison e Thaianio pela ajuda.
E a todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização desse
sonho.
Muito obrigado!
VII

ESTIMATIVA DA ACIDEZ POTENCIAL DOS SOLOS DO ESTADO


DE MATO GROSSO COM BASE EM MÉTODOS TAMPÕES

RESUMO
A estimativa dos valores de H+Al por métodos tampões deve ser calibrada
regionalmente. O estado de Mato Grosso não tem uma metodologia oficial
para esta análise e utiliza equações de outras regiões, podendo acarretar em
recomendações equivocadas de corretivos de acidez do solo. Portanto, o
objetivo deste trabalho foi calibrar e comparar vários métodos tampões para
estimar os teores de H+Al nas classes de solos representativas das
ecorregiões do estado de Mato Grosso. Para isso, o estado foi dividido em
nove ecorregiões e em cada uma delas foram coletadas amostras de solo na
camada arável. Após caraterização química e granulométrica, os teores de
H+Al de 196 amostras de solo foram determinados pelo método de acetato de
cálcio e o pH de equilíbrio da suspensão solo:CaCl2 e solução tampão pelos
métodos SMP, TSM e Sikora. Os valores de pH dos tampões e os teores H+Al
obtidos pelo método de acetato de cálcio foram submetidos a análise de
regressão para escolha de um modelo matemático capaz de estimar os
valores de H+Al dos solos. A equação não linear logaritimizada H+Al (cmolc
dm-3) = 53,105 - 26,54 ln(pHSMP) (R2 = 0,91**) foi a que melhor estimou os
valores de H+Al para os solos do estado de Mato Grosso. Além disso, ao
comparar a equação proposta com as existentes para outros estados
brasileiros, constatou-se que utilizar equações não calibradas para o estado,
acarreta em subestimativa na recomendação de calcário. O método TSM é
mais indicado que o Sikora para substituir o método SMP nos laboratórios de
análise de solos do estado e apresenta vantagem de não gerar resíduos
poluentes ao meio ambiente. Por fim, recomenda-se que se estabeleça uma
rede de experimentos no estado para validação das recomendações de
calcário baseadas em métodos tampões.

Palavras-chave: Método SMP; Sikora; tampão Santa Maria; H+Al; Calagem.


VIII

ESTIMATION OF POTENTIAL ACIDITY OF SOILS IN THE STATE


OF MATO GROSSO BASED ON BUFFER METHODS

ABSTRACT
The estimation of the H+Al values by buffer methods must be regionally
calibrated. The state of Mato Grosso does not have an official method for this
analysis, instead using equations from other regions, which can lead to
mistaken recommendations for soil acidity correction. Therefore, the objective
of this work was to calibrate and compare various buffer methods to estimate
the contents of H+Al in the soil classes representative of the ecoregions of the
state of Mato Grosso. For this purpose, the state was divided into nine
ecoregions and soil samples were collected from the arable layer in each one.
After chemical and granulometric characterization, the levels of H+Al of 196
samples were determined by the calcium acetate method and the equilibrium
pH of the soil:CaCl2 suspension and buffer solution was measured by the SMP,
TSM and Sikora methods. The pH values of the buffers and H+Al levels
obtained by the calcium acetate method were submitted to regression analysis
to choose a mathematical model able to estimate the H+Al values of the soil
samples. The logarithmic nonlinear equation H+Al (cmolc dm-3) = 53.105 -
26.54 ln(pHSMP) (R2 = 0.91**) provided the best estimate of the H+Al values
of the typical soils found in Mato Grosso. Besides this, when comparing the
proposed equation with those of other Brazilian states, we found that using
non-calibrated equations for the state leads to underestimation of the liming
recommendation. The TSM method is more recommended than the Sikora to
replace the SMP method in soil analysis laboratories in the state and has the
added advantage of not generating polluting residues. Finally, we recommend
conducting further experiments with soil samples from the state to validate the
liming recommendations based on buffer methods.

Keywords: SMP method; Sikora; Santa Maria buffer; H+Al; liming


IX

SUMÁRIO
RESUMO ..................................................................................................................... VII
ABSTRACT................................................................................................................. VIII
1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................10
2. REVISÃO BI BLIOGRÁFICA.......................................................................................12
2.1. SOLOS TROP ICAIS ................................................................................................12
2.2. ORIGE NS DA A CIDE Z DO SOLO .............................................................................13
2.3. TIPOS DE ACIDE Z DO SOLO ..................................................................................16
2.4. DE TERMINAÇÃ O DA A CIDE Z DO SOLO..................................................................17
2.5. SOLUÇÕES TAMP ÕES PARA ES TIMAR A ACIDE Z POTE NCIAL ..............................19
2.6. MÉTODOS DE RECOMENDAÇÃ O DE CORRE TIV OS DA ACIDE Z ............................23
3. MATERI AL E MÉTODOS ...........................................................................................27
3.1. COLE TA DE AMOS TRAS DE SOLO .........................................................................27
3.2. ANÁLISES LABORA TORIA IS ...................................................................................33
3.3. ESTIMA TIVA DA A CIDE Z POTE NCIAL .....................................................................34
3.4. COMPA RAÇÃ O DAS EQUAÇÕES DE REGRESSÃO ................................................36
3.5. ANÁLISE DE CUS TOS DOS TAMPÕES ...................................................................36
3.6. ANÁLISES DOS DADOS ..........................................................................................37
4. RES ULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................39
4.1. AVALIA ÇÃO DOS A TRIB UTOS GE RAIS DOS SOLOS ES TUDA DOS .........................39
4.2. MÉTODO SMP ........................................................................................................41
4.2.1. RECOMENDAÇÃO DE CALCÁRIO ..................................................................................51
4.3. TAMP ÕES ALTERNA TIVOS ....................................................................................54
4.4. CUS TOS DE A NÁLISES DOS TA MPÕES .................................................................59
4.5. TITULA ÇÃO POTE NCIOMÉ TRICA ...........................................................................62
5. CONSI DERAÇÕES FINAIS ........................................................................................64
6. CONCLUSÕES ..........................................................................................................65
7. REFERÊNCI AS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................66
APÊNDICE....................................................................................................................75
10

1. INTRODUÇÃO
A maior parte do território da América Tropical possui solos naturalmente
ácidos (FAO, 2015). Uma pequena porção dessa acidez é conhecida como ativa
e representa a intensidade de íons de H+ na solução do solo, que é determinada
pelo pH. A maior parte, denominada de acidez potencial, consiste no somatório
de H+ + Al3+ ligados covalentemente aos sítios de troca dos colóides do solo,
podendo ser extraídos com soluções de sais tamponadas ou misturas de sais
neutros com solução tampão (Peech, 1965; Raij, 2011; Teixeira et al., 2017).
A acidez potencial (H+Al) tem ganhado importância, principalmente em
regiões brasileiras que utilizam o método da saturação por bases (V%) para
recomendar a necessidade de calcário. Este método requer uma precisa
quantificação dos teores de H+Al, visto que, essa medida é utilizada para
calcular a capacidade de troca de cátions (CTC) e a V%, atributos que interferem
na recomendação de corretivo de acidez do solo (Sousa e Lobato, 2004;
Fundação MT, 2017).
No entanto, a determinação dos teores de H+Al pelo método padrão do
acetato de cálcio 0,5 mol L-1 tamponado a pH 7,0 (Teixeira et al., 2017) é um
procedimento moroso e de díficil execução rotineira nos laboratórios de análises
de solo (Quaggio et al., 1985; Raij et al., 2001; Almeida Júnior. et al., 2015). Por
essa razão, a partir do trabalho realizado por Shoemaker, McLean e Pratt
(Shoemaker et al., 1961), vários trabalhos no Brasil buscaram determinar os
teores de H+Al através do método SMP (Shoemaker, Mclean e Pratt) (Raij et al.,
1979; Quaggio et al., 1985; Correia et al., 1985; Sousa et al., 1989; Pavan et al.,
1996; Maeda et al., 1997; Escosteguy e Bissani, 1999; Sambatti et al., 2003;
Moreira et al., 2004; Silva et al., 2006; Chaves et al., 2007; Gama et al., 2012;
11

Araújo et al., 2014; Almeida Júnior et al., 2015). Esses autores desenvolveram
equações de regressão para estimar os valores de H+Al em várias regiões do
Brasil e concluíram que o método SMP é de fácil execução e apresenta excelente
correlação com a teores de H+Al extraídos pelo método do acetato de cálcio.
Entretanto, o método SMP foi questionado pelos reagentes tóxicos
presentes em sua composição. Diante disso, diversos estudos foram realizados
com o objetivo de adaptá-lo, substituindo esses reagentes por outros não tóxicos
(Sikora, 2006; Toledo, 2011; Guidotti, 2013), dando origem aos métodos
tampões modificados conhecidos como Sikora e Santa Maria (TSM).
Além disso, todos os estudos sobre os métodos tampões (SMP e suas
modificações Sikora e TSM) enfatizam que as calibrações das equações devem
ser ajustadas regionalmente em razão das variações encontradas entre as
características químico-físicas e mineralógicas dos solos (Quaggio et al., 1985;
Pereira et al., 2006; Raij, 2011).
O estado de Mato Grosso não possui um método oficial para
determinação dos teores de H+Al utilizando soluções tampão e, empregar
equações desenvolvidas para outros estados ou regiões do Brasil pode acarretar
em recomendações equivocadas de corretivos do solo, sobretudo, em um estado
com a enorme extensão territorial e, principalmente, com a diversidade de clima,
geologia, geomorfologia, vegetação e solos existentes (Moreira e Vasconcelos,
2007; Maia et al., 2009).
Portanto, o objetivo deste trabalho foi calibrar e comparar vários métodos
tampões para estimar os teores de H+Al nas classes de solos representativas
das ecorregiões do estado de Mato Grosso.
12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. SOLOS TROPICAIS
A maior parte dos solos brasileiros apresentam fertilidade natural baixa ou
muito baixa (FAO, 2015), o que limita o crescimento e desenvolvimento das
plantas. Os problemas de fertilidade destes solos são a baixa disponibilidade de
nutrientes e a elevada acidez (Coleman e Thomas, 1967; Coelho et al., 2015).
Sousa et al. (2016) citam a deficiência de magnésio e potássio e, ainda
afirmam que as restrições não ocorrem apenas na camada arável, mas também
na subsuperfície, o que dificulta o crescimento das raízes ao longo do perfil do
solo (Figura 1). Isso limita a absorção de água e nutrientes, principalmente em
anos mais secos ou com má distribuição pluviométrica no período chuvoso,
situações comuns no Brasil. Na região dos Cerrados, que concentra a maior
produção de grãos e carnes do país, os solos também são naturalmente ácidos,
apresentando baixos teores de bases trocáveis Ca, Mg e K e acúmulo de H e Al
(Fageria, 2001; Oliveira Júnior et al., 2010).

Figura 1. Raízes sem restrição de Al (esquerda) e com restrição (direita)


Fonte: Adaptado de Delhaize e Ryan (1995)

Em solos ácidos, a toxidez por Al e a disponibilidade de macro e


micronutrientes estão associados ao pH da solução do solo. Nessas condições,
o uso de corretivos, como o calcário, fornece Ca e Mg, eleva o pH em água do
solo para valores ao redor de 5,5 e 6,5, faixa em que ocorre a neutralização do
Al tóxico às raízes e solubibilização dos nutrientes essenciais, exceto os
micronutrientes metálicos (Figura 2). Cabe destacar o P, que é o nutriente mais
13

limitante em solos tropicais. Esse elemento, em ambiente muito ácido forma


complexos com hidróxidos de Fe e de Al, tornando-se indisponível às plantas. O
uso de calcário e consequente aumento do pH aumenta a disponibilidade de
nutrientes como o P e a produtividade das plantas (Figuras 2 e 3).

Figura 2. Relação entre pH e Figura 3. Produtividade média de grãos


disponibilidade de nutrientes para as de cinco variedades de soja com duas
plantas doses de calcário e três doses de
Fonte: Adaptado de Malavolta (1980) fósforo (superfosfato simples), em
Latossolo Vermelho, textura argilosa
Fonte: Sousa et al. (2016)

2.2. ORIGENS DA ACIDEZ DO SOLO


Os solos podem ser naturalmente ácidos, em razão do material de origem
serem desprovidos de bases, ou ainda por condições de pedogênese ou de
formação de solo que favoreçam a remoção de elementos básicos do solo (Raij,
2011). Este último, inicia com a solubilização da rocha, com posterior lixiviação
de Ca, Mg e K dos sítios de troca da argila e/ou matéria orgânica e substituição
por cátions de natureza ácida como Al trocável e H não dissociado (Novais et al.,
2007; Meurer et al., 2010).
Esse processo de perda de bases é acelerado nas regiões com
precipitações mais intensas e, portanto, mesmo em solos originados de rochas
menos ácidas, com o tempo, tendem a se tornarem ácidos devido a lixiviação
das bases e a dissociação do gás carbônico oriundo da atmosfera e das raízes
14

das plantas (Caires, 2010; Sousa et al., 2016). Esta reação libera íon H+ e o
ânion bicarbonato. O íon H substituirá um cátion básico no sítio de troca, o qual
poderá formar par iônico com o ânion bicarbonato e ser lixiviado (Raij, 2011).
Outra reação química relacionada com a liberação de íons H+ é a
nitrificação do amônio, proveniente da matéria orgânica ou da adição de
fertilizantes amoniacais ou amídicos (Raij, 1991). Nesse caso, o amônio é
oxidado a nitrato pelas bactérias dos gêneros Nitrobacter e Nitrossomonas. O H+
substituirá um cátion básico nos sítios de troca, que poderá formar par iônico
com o nitrato e ambos serem lixiviados com o fluxo descendente de água
(Caires, 2010).
Além desses, os ânions liberados pela mineralização da matéria orgânica
ou presentes nas formulações dos fertilizantes como SO42- e Cl-, podem formar
pares iônicos com as bases trocáveis, favorecendo a lixiviação. A acidificação
do solo ocorrerá com maior intensidade quanto maior for a entrada de íons H +
nos sítios de troca dos cátions removidos do complexo coloidal (Caires, 2010).
Dessa maneira, o aumento da concentração de íons H+ na fase sólida do
solo aumenta também a concentração em sua solução (acidez ativa), diminuindo
o pH. Em condições de elevada acidez, o Al estará em níveis tóxicos para as
plantas, assim como Fe e Mn. Por consequência, o P precipitará com Al, Fe e/ou
Mn, ficando indisponível às plantas (Malavolta, 1980).
Na maioria dos sistemas de produção agropecuária, o uso de fertilizantes
nitrogenados contendo amônio ou ureia tem sido o principal responsável pela
acidificação dos solos cultivados (Raij, 2011; Sousa et al., 2016). Na Tabela 1 é
apresentado o poder acidificante dos principais fertilizantes e o equivalente de
CaCO3 necessários para neutralizar a acidez provocada pelo uso de uma
tonelada do fertilizante.
15

Tabela 1. Poder acidificante de uma tonelada de fertilizante e o equivalente


para sua neutralização com CaCO3
Equivalente
Fertilizante Fonte
(CaCO3) (1)
Amônia anidra 1480 Tisdale et al. (1985)
Sulfato de amônio 1100 Tisdale et al. (1985)
Fosfato diamônico (DAP) 880 Tisdale et al. (1985)
Fosfato monoamônico (MAP) 600 Tisdale et al. (1985)
Nitrato de amônio 600 Tisdale et al. (1985)
Nitrato de cálcio 280 Tisdale et al. (1985)
Ureia 840 Tisdale et al. (1985)
Fixação biológica do N (FBN) 700-2500 (2) Bolan et al. (2003)
S elementar 3120 Mitchel e Adams (1999)

(1) CaCO3 em kg para neutralizar a acidez originada na reação de 1 t de fertilizante ou FBN.


(2) A quantididade de CaCO3 necessária para neutralizar a acidificação provocada pela FBN
depende da quantidade de N fixado, da eficiência do uso do N e da lixiviação do nitrato - NO3 -
(Bolan et al. 2003).

As estimativas de CaCO3 requeridas para neutralizar a acidificação


causada pelos fertilizantes minerais e as leguminosas são muito variáveis; a
acidificação desses dependem do clima, tipo de solo, sistema de produção e,
principalmente, da eficiência do uso do N e S que entram no sistema (Goulding,
2016). Por exemplo, em sistemas intensivos de produção utilizando pastagens
consorciadas com leguminosas capazes de fixar 250 kg de N/ha/ano e
pastagens que receberam a mesma quantidade de N, fertilizadas com nitrato de
amônio, requerem aproximadamente 400 kg de CaCO3/ha/ano. Entretando,
devido a baixa eficiência no uso do N, essa quantidade pode aumentar para 1000
a 1200 kg de CaCO3/ha/ano (Bolan et al., 2003).
À medida que o solo é acidificado, o Al, cátion trocável de caráter ácido,
sofre hidrólise na solução do solo e libera íons H+, de modo a intensificar o
processo de acidificação (Caires, 2010), conforme reação abaixo:
16

Al3+ + 2 H2O ↔ Al(OH)2+ + H3O+


Al(OH)2+ + 2 H2O ↔ Al(OH)2+ + H3O+
Al(OH)2+ + 2 H2O ↔ Al(OH)3 + H3O+

O processo de absorção de nutrientes pelas plantas é estequiométrico,


ou seja, para cada cátion básico absorvido, a planta libera para o solo a mesma
quantidade de carga em forma de H+, gerador de acidez. Assim, no processo de
absorção, as plantas extraem nutrientes como Ca2+, Mg2+ e K+ e devolvem ao
solo H+ (Kerbauy, 2012). Além disso, parte dos nutrientes absorvidos pelas
plantas, são exportados através da colheita. Na Tabela 2 são apresentadas as
estimativas de exportação total de macronutrientes de algumas culturas,
segundo o Programa de Balanço de Nutrientes nas Culturas do IPNI,
considerando a produtividade média estimada pela CONAB (2018).

Tabela 2. Exportação de macronutrientes em razão da produtividade média


das culturas safra 2017/2018
Produtividade
Cultura Exportação de nutrientes (kg ha-1)
(kg ha-1)

N P2O5 K2O Ca Mg S
Algodão/caroço 4128 82,97 29,30 79,26 28,48 16,51 33,02
Arroz sequeiro 2151 26,89 11,03 11,41 2,15 2,32 3,16
Feijão cores 1438 50,19 13,17 26,57 4,46 3,74 8,20
Milho safrinha 5443 86,00 47,36 31,35 2,72 8,16 5,99
Soja 3333 197,31 41,98 75,19 9,67 7,67 10,00

Fonte: CONAB (2018) e IPNI (2018)

2.3. TIPOS DE ACIDEZ DO SOLO


O solo é tipicamente um ácido fraco, pois uma pequena porção de sua
acidez encontra-se dissociada na fase líquida, a qual é denominada acidez ativa
e representa a atividade de íons H+ na solução do solo (fator intensidade),
enquanto a maior porção encontra-se na fase sólida do solo, nos sítios de troca
e é conhecida como acidez potencial (fator quantidade) (Figura 4).
17

Figura 4. Componentes da acidez do solo


Fonte: Adaptado de Raij e Quaggio (1984)

A acidez potencial pode ser trocável ou não trocável (Figura 4). A


trocável são os íons de H+ e Al3+ ligados por forças eletrostáticas aos sítios de
troca da argila ou matéria orgânica, enquanto a não trocável são os íons H+ de
ligação covalente associado a Al, Fe e compostos orgânicos (Lopes et al., 1991;
Raij et al., 2001).

2.4. DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ DO SOLO


A acidez ativa é expressa nos laudos de análises de solo como pH, em
água ou em solução salina (Novais et al., 2007). Já a acidez potencial, também
conhecida como total, é extraída com uma solução tamponada de acetato de
cálcio 0,5 mol L-1 a pH 7,0 (Teixeira et al., 2017), que remove o Al3+ e o H+ não
dissociados (Catani e Gallo, 1955; Raij et al., 2001). Além deste, a acidez
potencial é determinada por métodos que utilizam o decréscimo do pH de
suspensões de solo com soluções tampões, como é o caso do método SMP.

2.4.1. Acidez ativa

A determinação da acidez ativa é realizada por potenciometria, que mede


o pH de uma suspensão de solo em água ou em solução salina (CaCl2 0,01 mol
L-1 ou KCl 1 mol L-1). Quanto maior for a atividade de H+ na solução do solo,
menor será o pH e, portanto, mais ácida é a solução (Novais et al., 2007).
18

O pH CaCl2 0,01 mol L-1 foi introduzido por Schofield e Taylor (1955).
Quaggio (1983) demostrou que existe excelente correlação entre o pH CaCl2 e
o pH em água e, ainda, que este é, em média, 0,6 unidades menor que o pH em
água. Peech (1965) enumera algumas vantagens de se utilizar o pH CaCl2: 1) é
pouco afetado pela relação solo e solução; 2) a concentração salina de 0,01 mol
L-1 padroniza as variações de salinidade entre as amostras de solo; 3) maior
floculação de partículas de solo; 4) a concentração salina é semelhante a
encontrada na solução de solos férteis, na qual, normalmente, o Ca é o íon mais
abundante. Por isso, o pH CaCl2 representa a atividade de íon H+ mais próxima
àquela existente no ambiente radicular das plantas; e 5) maior precisão e
estabilidade do peagâmetro.

2.4.2. Acidez Potencial


O método padrão para extração e determinação da acidez potencial
(H+Al) no Brasil é o acetato de cálcio, conforme descrito por Teixeira et al.
(2017). Resumidamente, se colocam 5 cm3 de terra fina seca ao ar em um
erlenmeyer de 125 mL e adiciona-se 75 mL da solução de Ca (CH3COO)2.H2 O
0,5 mol L-1 a pH 7,0. Após agitação por cinco minutos, a solução repousa por 16
horas. Em seguida é retirada uma alíquota de 25 mL do sobrenadante para
determinação do teor de H+Al por titulação complexométrica com NaOH a 0,025
mol L-1, utilizando fenolftaleína como indicador (Teixeira et al., 2017).
No entanto, esse método é trabalhoso e apresenta algumas limitações,
tais como: díficil visualização do ponto de virada do indicador durante a titulação
(Pereira, et al., 1998; Guidotti, 2013), uso de grande quantidade de solução de
acetato de cálcio por amostra, encarecendo a análise (Silva et al., 2000), baixa
qualidade do acetato de cálcio (Gama et al., 2012) e alto custo operacional,
decorrentes das etapas de extração e titulação (Silva et al., 2000), dificultando a
automação do processo analítico (Guidotti, 2013); e baixa eficiência tamponante
dessa solução na faixa de pH entre 6,5 e 7,0, condição que subestimaria os
valores da acidez potencial (Raij et al., 2001).
Ademais, Vettori (1969) previu uma possível subestimação do acetato de
cálcio na extração do H+Al do solo, recomendando a adição de 10% ao teor
19

obtido na titulação, podendo não ser suficiente para os solos mais tamponados,
como demonstrado por Kaminski et al. (2002). Assim, o uso desse método pode
ser ineficiente na determinação dos valores de H+Al do solo, resultando em erros
nos cálculos da CTC, V% do solo e recomendação de calcário pelo método de
saturação por bases.

2.5. SOLUÇÕES TAMPÕES PARA ESTIMAR A ACIDEZ POTENCIAL


Existem vários métodos alternativos para estimar os teores de H+Al,
porém, o método SMP (Shoemaker, Mclean e Pratt) é um dos mais utilizados no
Brasil. Baseia-se no decréscimo de pH de uma solução tamponada em contato
com a suspensão solo:água ou solo:CaCl2 e foi proposta inicialmente por Brown
(1943) e, posteriormente, por Woodruff (1948). A partir desses estudos,
Shoemaker et al. (1961) propuseram o método SMP, que reconhecidamente é
um método simples, rápido, eficiente e de baixo custo, tornando sua adoção
conveniente nos laboratórios de análises de solo pelo Brasil. Para maior
praticidade nos laboratórios, o procedimento foi associado à rotina de
determinação do pH em CaCl2 0,01 mol L-1 (Raij et al., 2001).
O método consiste na troca de Al3+ ligados à fase sólida do solo por um
sal de Ca ou K presentes na composição da solução SMP, seguido da
aceleração da hidrólise deste Al. As bases fracas p-nitrofenol, cromato de
potássio, acetato de cálcio e trietanolamina, reagem com os íons de H+ liberados
pela hidrólise provocada pelo Al, deslocando o equilíbrio da reação até que todo
o Al hidrolisável tenha reagido (Toledo, 2011; Guidotti, 2013). Em consequência,
ocorre a diminuição no pH inicial da solução, gerando o índice de pH SMP, e
este é correlacionado com os teores de H+Al obtidos pelos métodos de acetato
de cálcio ou incubação do solo com CaCO3, gerando, assim, uma equação de
regressão que estima os teores de H+Al para um dado conjunto de solos
(Quaggio et al., 1985; Kaminski et al., 2002).
Dessa maneira, desde os primeiros registros de sua adoção para solos
brasileiros (Freitas et al., 1968; Mielniczuk et al., 1969; Kaminski, 1974; Raij et
al., 1979) foram desenvolvidos vários estudos para estabelecimento de
equações para regiões específicas (Tabela 3), abrangendo os principais solos
20

de ocorrência, considerando as características químico-físicas e mineralógicas,


conforme recomendação de Quaggio et al. (1985). Esse enfoque regional,
embora necessário, deve ser considerado no momento das análises, visto que
os laboratórios analisam solos que ultrapassam o limite de abrangência das
equações de regressão (Silva, 2005; Fundação MT, 2017).

Tabela 3. Principais equações para estimar os valores de H+Al através do pH SMP no Brasil
Estado/região Equação R2 Fonte
São Paulo ln(H+Al) = 7,76 - 1,053 pHSMP 0,96 Quaggio et al. (1985)
Minas Gerais ln(H+Al) = 8,06 - 1,111 pHSMP 0,99 Correia et al. (1985)
Cerrados - Goiás ln(H+Al) = 7,719 - 1,068 pHSMP 0,96 Sousa et al. (1989)
Cerrados - Goiás H+Al = 228,54 + 29,83 pHSMP - 164,71 pHSMP0,5 0,82 Oliveira Jr. et al. (1996)
Paraná ln(H+Al) = 6,0687 - 0,744 pHSMP 0,95 Pavan et al. (1996)
Mato Grosso do Sul ln(H+Al) = 8,086 - 1,062 pHSMP 0,96 Maeda et al. (1997)
Rio de Janeiro ln(H+Al) = 10,05 - 1,020 pHSMP 0,90 Pereira et al. (1998)
Pará/Nordeste H+Al = 786,3 - 201,73 pHSMP + 13,294 pHSMP2 0,90 Gama et al. (1998)
Rio Grande do Sul e log(H+Al) = 3,9014 - 0,391 pHSMP 0,90 Escosteguy e Bissani
Santa Catarina (1999)
Nordeste/S. árido H+Al = 1.625,3 - 451,61 pHSMP + 31,521 pHSMP2 0,87 Silva et al. (2000)
Pernambuco H+Al = 38,448 - 8,4855 pHSMP + 0,4837 pHSMP2 0,90 Nascimento et al. (2000)
Minas Gerais/Norte H+Al = 0,00359 - 1.556,5806 e –pHSMP 0,96 Silva et al (2002)
Região Sul log(H+Al) = 3,020 - 0,371 pHSMP - Kaminski et al. (2002)
Paraná/Noroeste H+Al = 20,1925 - 2,6484 pHSMP 0,91 Sambatti et al. (2003)
- 0,8 pHSMP
Brasil H+Al = 5.499,99 e 0,98 Abreu Jr. et al. (2003)
Amazonas H+Al = 30,155 - 3,834 pHSMP 0,91 Moreira et al. (2004)
Minas Gerais ln(H+Al) = 8,26 - 1,124312 pHSMP 0,97 Silva et al. (2006)
Rondônia H+Al = 31,22 - 8,20 pH SMP + 0,59 pHSMP2 0,77 Moline et al. (2011)
2
Pará H+Al = 77,77 + 20,61 pH SMP - 1.435 pH SMP 0,90 Gama et al. (2012)
Amapá H+Al = 62,08 - 14,394 SMP + 0,8263 pHSMP2 0,95 Araújo et al. (2014)
Paraíba H+Al = 57,108 -13,338 SMP + 0,7637 pHSMP 2 0,87 Almeida Jr. et al. (2015)

Entretanto, existem variações nas equações de regressão encontradas na


literatura (Tabela 3), sendo elas atribuídas às características dos solos
estudados, principalmente no que se refere a capacidade tamponante (Kaminski
21

et al., 1974; Ernani e Almeida, 1986; Sousa et al., 1989). Por exemplo, de modo
geral, os solos do Rio Grande do Sul são mais tamponados que os de São Paulo
e estes mais que os de Mato Grosso. Assim sendo, é evidente que as equações
para estimar H+Al sejam diferentes para os três estados.
Cabe destacar que os estudos de Sousa et al. (1989) e de Oliveira et al.
(1996) buscaram desenvolver equações para estimar os teores de H+Al para a
região dos Cerrados. No entanto, utilizaram apenas amostras de solos coletadas
no estado de Goiás, não considerando plenamente a grande diversidade de
solos e, principalmente, os diversos ambientes existentes na região Centro-
Oeste do Brasil.
Além disso, existem diferenças na composição do tampão SMP e na
proporção solo:água ou CaCl2:tampão (Tabela 4). Isso altera a concentração dos
componentes do tampão SMP que reagem com Al3+ e resulta em diferentes
valores de pH SMP para um mesmo solo. Outro fator da variação é que este
procedimento está associado a rotina de determinação do pH do solo, que, por
sua vez, pode ser realizado em solução com água ou CaCl2. E por fim, pode
estar relacionada ao acetato cálcio que é utilizado para determinar a acidez
potencial e tem grande correlação com o método SMP, porém, é ineficiente para
extrair H+Al de solos mais tamponados, resultando em diferentes equações.
Sendo assim, Toledo (2011) recomendou elaborar as equações correlacionando
o pHSMP com os teores H+Al obtidos por incubação do solo com doses de
carbonato de cálcio (H+Al real do solo), como feito por Kaminski et al. (2002).
22

Tabela 4. Composição original do tampão SMP e as composições utilizadas no Brasil


Shoemaker et al. (1961) Quaggio (1983)* Tedesco et al. (1995)**
Reagente
g L-1 mM mM(1) g L-1 mM mM(1) g L-1 mM mM(1)
Trietanolamina (mL) 2,8 18,8 12,5 5,6 37,5 6,3 5,6 37,5 12,5
p-nitrofenol 1,8 12,9 8,6 3,6 25,9 4,3 3,6 25,9 8,6
Cromato de potássio 3,0 15,5 10,3 6,0 30,9 5,2 6,0 30,9 10,3
Acetato de cálcio 2,0 12,6 8,4 4,0 25,2 4,2 2,0 12,6 4,2
Cloreto de cálcio 53,1 361,2 240,8 106,2 722,4 120,4 106,0 721,0 240,3
Solo Água Tampão Solo CaCl2 Tampão Solo Água Tampão
Proporção
1 1 2 1 2,5 0,5 1 1 0,5
pH inicial 7,5 7,5 7,5
(1) concentração da suspensão solo:água ou CaCl2:tampão. * Composição utilizada na maioria dos
estados do Brasil; ** Composição utilizada no RS e SC
Fonte: Adaptado de Toledo (2011)

Apesar da eficiência do método SMP para estimar os teores de H+Al dos


solos, ele utiliza dois reagentes (p-nitrofenol e cromato de potássio) que são
tóxicos ao meio ambiente e insalubres aos manipuladores. Por isso, nos Estados
Unidos foi testado e proposto a utilização do método Sikora (modificação do
SMP), que substitui os regentes tóxicos do tampão SMP por MES [Ácido (2-
morfino) etanosulfônico monohidratado] e o Imidazol, que não têm efeitos tóxicos
e possuem valores de pKa similares ao do p-nitrofenol e cromato de potássio
(Sikora, 2006; Sikora, 2007).
De acordo com Sikora (2006), durante a calibração do método Sikora foi
necessário encontrar a concentração adequada dos componentes e valores de
pKa, buscando sempre reproduzir a curva de titulação do tampão SMP em HCl.
Após esse ajuste, ambos tampões apresentaram alta correlação nas leituras do
pH de equilíbrio com o do solo, além de elevada eficiência na recomendação de
calcário para os solos dos Estados Unidos e, dada a similaridade dos valores, o
Sikora pode substituir o tampão SMP, sem necessidade de calibração ou
interpretação dos dados para recomendação de calcário.
No entanto, esse método foi testado no Brasil e não apresentou alta
correlação com o método SMP para os solos do Rio Grande do Sul, pois foi
desenvolvido para imitar o comportamento do método SMP na sua composição
23

original (Kaminski et al., 2007). Além disso, esse método não foi projetado para
solos ácidos, com pH abaixo de 5,3 (Sikora, 2006), realidade da maior parte dos
solos do território brasileiro (FAO, 2015).
A partir disso, Toledo (2011) propôs o método Tampão Santa Maria
(TSM). Nesta proposta, foram utilizados os reagentes originais do método SMP,
substituindo-se os tóxicos (p-nitrofenol e cromato de potássio). Para isso, as
concentrações da solução Sikora foram alteradas para imitar o SMP. As
composições dos métodos Sikora e TSM estão apresentadas na Tabela 5 e a do
SMP na Tabela 4.

Tabela 5. Composição e concentração dos métodos TSM e Sikora


TSM Sikora
Reagente
mL ou g L-1 mM mM mL ou g L-1 mM mM
Trietanolamina 2,80 18,80 12,50 9,23 69,58 34,79
Cloreto de potássio - - - 149,00 2000 1000
Acetato de cálcio 3,65 20,74 6,91 5,11 89,27 44,63
MES(1) 6,55 30,72 10,24 6,70 31,42 15,71
Imidazol 1,18 17,33 5,78 0,936 13,75 6,88
Cloreto de cálcio 106,00 721,10 240,37 - - -
Solo Água Tampão Solo Água Tampão
Proporção
1 1 0,5 1 1 1
pH inicial 7,5 7,7

(1) [Ácido (2-morfino) etanosulfônico monohidratado]

Fonte: Adaptado de Todelo (2011)

2.6. MÉTODOS DE RECOMENDAÇÃO DE CORRETIVOS DA ACIDEZ


A prática da correção da acidez do solo é essencial para a produção
sustentável de alimentos nas regiões tropicais. Além de neutralizar o Al tóxico às
plantas cultivadas e fornecer Ca e Mg, a correção do solo, se realizada
corretamente, eleva o pH em água do solo para uma faixa entre 5,5 e 6,5,
condição que aumenta a solubilidade dos nutrientes, exceto os micronutrientes
metálicos, e reduz o teor de Al a 0,0 cmolc dm-3 (Malavolta, 1980; Sousa e
Lobato, 2004).
24

O uso de corretivos aumenta a eficiência dos fertilizantes e a capacidade


dos solos em fornecer nutrientes às plantas, o que é extremamente importante,
considerando que 20% do custo de produção estimado para a cultura da soja na
safra 2018/2019 foi com o uso de fertilizantes (IMEA, 2018). Entretanto, apesar
dos benefícios do uso de corretivos, considerando que o consumo aparente de
calcário no Brasil em 2016 foi de cerca de 33 milhões de toneladas (ABRACAL,
2018) e a área cultivada com lavoura de 57,1 milhões de ha (IBGE, 2016), tem-
se uma aplicação média de 0,58 t/ha/ano, um valor abaixo do geralmente
recomendado após a interpretação das análises de solo. O panorama é
agravado se incluídos os 172 milhões de hectares de pastagens, das quais 60%
encontram-se em algum estágio de degradação, inclusive o excesso de acidez,
toxidez de Al e baixa disponibilidade de nutrientes (Nogueira, 2018).
Para tanto, em superfície, podem ser utilizados materiais corretivos como
óxidos, hidróxidos ou silicatos, porém, os mais utilizados são os carbonatos de
cálcio (CaCO3) e/ou magnésio (MgCO3), que são provenientes de rochas
moídas, constituídas de misturas minerais, que a pequena dissolução é
suficiente para neutralizar a acidez do solo (Caires, 2010). Em subsuperfície, o
material mais utilizado é o gesso agrícola que, apesar de não corrigir a acidez,
por ser um sal neutro, reduz o teor de Al tóxico e fornece Ca em profundidade,
tornando o ambiente favorável ao crescimento das raízes das plantas (Sousa e
Lobato, 2004).
Assim, existem vários métodos para quantificar a necessidade de calcário
(N.C.). Os mais utilizados no Brasil são: 1) Saturação por bases; 2) Al, Ca e Mg
trocáveis e 3) Método SMP (Lopes et al., 1991; Caires, 2010). A adoção desses
métodos varia de região para região. Na região Central do país, o método de
saturação por bases tem sido o mais empregado para definir a dose de calcário
a ser aplicada.
Esse método consiste em elevar da saturação por bases trocáveis e se
fundamenta na correlação positiva existente entre o valor de pH e a saturação
por bases. O cálculo da N.C. é realizado com base na seguinte equação
(Quaggio et al., 1985):
25

N.C. (t ha-1) = [(V2 – V1) x T x f]/100


onde:
V2 = Saturação por bases desejada
V1 = Saturação por base atual = S/T x 100
S = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+ (cmolc dm-3)
T = Capacidade de troca de cátions (CTC) = S + H+ + Al3+ (cmolc dm-3)
f = fator de correção do PRNT do calcário (f = 100/PRNT)

No entanto, esse método, proposto inicialmente por Catani e Gallo (1955),


tem como principal desvantagem o fato de requerer a determinação dos teores
de H+Al com exatidão, considerando que será utilizada para estimar a CTC que,
por sua vez, é usada no cálculo da V% do solo (Silva, 2005). Se houver
subestimativa da concentração de H+Al do solo, a CTC também será, resultando
em uma menor necessidade de calcário. Por isso, não haverá adequada
correção da acidez do solo, acarretando em menor disponibilidade de nutrientes
às plantas e menor aproveitamento dos fertilizantes aplicados.
No Brasil, frequentemente, as V% desejadas não têm sido atingidas na
prática, o que pode estar relacionado a subestimação da necessidade de
calcário. Muitos laboratórios fazem ajustes internos nas metodologias,
interferindo nos resultados de quantificação e, consequentemente, na
interpretação e recomendação agronômica (Fundação MT, 2017).
De acordo a Fundação MT (2017) alguns laboratótios de MT afirmam em
seus laudos que fazem uso de uma metodologia, porém, confessam que, na
prática utiliza o método SMP para estimar os teores de H+Al. Outros laboratórios
descrevem corretamente que utilizam o método SMP, mesmo não havendo uma
equação oficial para o estado (Fundação MT, 2017). O problema é que utilizar
equações calibradas para outros estados interferem nos valores de H+Al (Tabela
6), e, portanto, na recomendação de calcário.
26

Tabela 6. Estimativa dos teores de H+Al por equações de outros estados


pH SMP
Fonte Estado 4,5 6,0 7,5
----- H+Al (cmolc dm-3) -----
Quaggio et al. (1985) SP 20,5 4,2 0,9
Correia et al. (1985) MG 21,3 4,0 0,8
Sousa et al. (1989) GO 18,4 3,7 0,7
Maeda et al. (1997) MS 27,3 5,6 1,1
Escosteguy e Bissani (1999) RS/SC 13,9 3,6 0,9
Kaminski et al. (2002) RS 22,4 6,2 1,7
Sambatti et al. (2003) PR 8,3 4,3 0,3
Gama et al. (2012) PA 14,1 5,8 3,9
Araújo et al. (2014) AP 14,0 5,5 0,6
Almeida Júnior et al. (2015) PB 12,6 4,6 0,0
27

3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. COLETA DE AMOSTRAS DE SOLO
As coletas foram realizadas entre janeiro e dezembro de 2017.
Primeiramente, o estado de Mato Grosso foi dividido em nove ecorregiões,
considerando a variação de clima, geologia, geomorfologia, solos e vegetação
(Maia et al., 2009) (Figura 5). Em cada uma delas foram coletadas amostras das
principais classes de solo, buncando-se obter variação nos conteúdos de argila
e matéria orgânica e teores de Al e bases trocáveis, conforme recomendação de
Quaggio (1983).
Além disso, foi dado preferência para coletas de amostras de solos em
locais próximos aos perfis descritos pelo Projeto RADAMBRASIL e pelo
Diagnóstico Socioeconômico e Ecológico da Secretaria de Estado de
Planejamento e Coordenação Geral de Mato Grosso (SEPLAN-MT), uma vez
que, para esses perfis se dispunham das descrições morfológicas e
mineralógicas do solo, havendo, no entanto, a necessidade de atualização com
base no atual Sistema Brasileiro de Classificação de Solo da EMBRAPA (Santos
et al., 2018).

No planejamento das viagens, imagens do Google Earth® foram


processadas com o auxílio do ArcView GIS ® para a produção de um mapa com
as localizações geográficas e informações dos perfis disponíveis (Figura 6 A). A
escolha de cada área de coleta, se fez seguindo as recomendações de Quaggio
(1983) e a facilidade de acesso e de deslocamento nas regiões. A localização da
área de coleta foi realizada utilizando o aplicativo Google Maps e um GPS de
navegação (Figura 6 B).
28

Pontos coletados

BRASIL

Figura 5. Ecorregiões do estado e áreas de coleta de solos. 1 - Bacia do


Paraná; 2 - Depressão do Guaporé; 3 - Depressão Cuiabana; 4 -
Pantanal; 5 - Chapadão dos Parecis; 6 - Norte; 7 - Xingu; 8 -
Depressão do Araguaia e 9 - Nordeste

Em cada área, após permissão do proprietário, foram coletadas três


amostras em área antropizada (pasto ou cultivo) (Figura 6 C) e uma na área
nativa mais próxima (Figura 6 D), todas na camada arável (0 a 20 cm) (Figuras
6 E e 6 F), sendo posteriormente georreferenciadas (Figura 5). Em terreno plano
essa divisão foi aleatória, e em terreno declivoso, a área foi amostrada levando
em consideração as cotas na paisagem (terço inferior, terço médio e terço
superior). Foram realizadas cinco subamostras para obtenção de uma amostra
composta de aproximadamente 10 kg de solo.

No total, foram realizadas amostragens em 49 locais (Tabela 7), sendo


quatro repetições em cada área, totalizando 196 amostras de solo.
29

Figura 6. Etapas do processo de amostragem de solo. Perfis disponíveis (A);


GPS e roteiro de viagem (B); Área cultivada em Primavera do Leste
(C); Área nativa em Vila Bela da Santíssima Trindade (D);
Amostragem (E); Amostra de 0 a 0,20 m (F); Acondicionamento das
amostras (G) e Veículo para transporte (H)

As amostras foram acondicionadas em sacos plásticos (Figura 6 G),


identificadas e posteriormente transportadas (Figura 6 H) até a Escola Técnica
de Poxoréu-MT, onde foram secas ao ar (Figura 7 A), destorroadas, tamisadas
em peneiras de malha de 2 mm (Figuras 7 B e 7 C) e acondicionadas em sacos
plásticos (Figuras 7 D e 7 E).
30

Figura 7. Etapas do processo de preparo das amostras. Secagem das


amostras (A); Tamisamento do solo (B); Destorroamento de solo
(C); Amostra preparada (D); Acondicionamento das amostras em
sacos plásticos (E)
31

Tabela 7. Descrição dos solos coletados e das áreas amostradas no estado de Mato Grosso
Num. Ecorregião Solo Uso (1) Latitude (S) Longitude (O) Cidade
1 Bacia do Paraná CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Eutrófico Pastagem 16º 33’ 50,3” 54º 33’ 08,4” Rondonópolis
2 Bacia do Paraná LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Milho 16º 34’ 20,7” 54º 41’ 01,9” Rondonópolis
3 Bacia do Paraná NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico Soja 15º 40’ 00,0” 54º 20’ 11,8” Poxoréu
4 Bacia do Paraná LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Soja 15º 34’ 11,1” 54º 24’ 41,7” Primavera do Leste
5 Bacia do Paraná LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Soja 15º 39’ 28,7” 55º 12’ 10,5” Campo Verde
6 Bacia do Paraná LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Soja 14º 48’ 57’’ 53º 34’ 28’’ Santo Antônio do Leste
7 Bacia do Paraná CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Eutrófico Pastagem 15º 54’ 06,9’’ 54º 12’ 21,4’’ Poxoréu
8 Bacia do Paraná NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico Pastagem 15º 48’02,4’’ 54º 26’ 42,8’’ Poxoréu
9 Bacia do Paraná LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Pastagem 15º 58’ 32’’ 52º 54’ 35’’ Novo São Joaquim
10 Depressão do Guaporé ARGISSOLO VERMELHO Distrófico Soja 15º14’05.62” 59º21’35.88” Pontes e Lacerda
11 Depressão do Guaporé LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Soja 15º 17’ 01,7” 59º 21’ 34,5” Pontes e Lacerda
12 Depressão do Guaporé PLINTOSSOLO HÁPLICO Distrófico Pastagem 15º 01’ 57,2” 59º 49’ 47,4” V. Bela da Santíssima Trindade
13 Depressão do Guaporé LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Soja 15º 02’ 01,1” 59º 36’ 06,2” V. Bela da Santíssima Trindade
14 Depressão do Guaporé ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Eutrófico Pastagem 15º 09’ 22,3” 59º 30’ 21,9” V. Bela da Santíssima Trindade
15 Depressão Cuiabana CAMBISSOLO HÁPLICO Distrófico Soja 14º 23’ 44,2” 54º 02’ 25,5” Paranatinga
16 Depressão Cuiabana LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Soja 14º 28’ 41,6” 54º 02’ 08,2” Paranatinga
17 Depressão Cuiabana LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Cana 14º 38’ 56,7” 56º 59’ 30” Denise
18 Depressão Cuiabana NITOSSOLO VERMELHO Eutroférrico Soja 14º 25’ 59,5” 56º 51’ 37,1” Arenápolis
19 Depressão Cuiabana LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Soja 14º 37’ 59,4” 57º 16’ 18,8” Tangará da Serra
20 Pantanal PLANOSSOLO HÁPLICO Eutrófico Pastagem 16º 11’ 54,4” 56º 23’ 57,2” Poconé
21 Pantanal PLINTOSSOLO HÁPLICO Eutrófico Pastagem 15º 56’ 16,3” 55º 58’ 02,8” Santo Antônio do Leverger
22 Pantanal GLEISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico Pastagem 16º 12’ 45,3” 55º 58’ 42,8” Barão de Melgaço
23 Pantanal LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Pastagem 16º 11’ 54,4” 56º 23’ 57,2” Livramento
24 Pantanal LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Alumínico Pastagem 16º 12’ 59,2” 56º 25’ 25,8” Livramento
25 Chapada dos Parecis LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Soja 13º 50’ 33,7” 56º 08’ 44,6” Nova Mutum
26 Chapada dos Parecis LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Soja 12º 37’ 59,6” 55º 36’ 46,2” Sorriso
27 Chapada dos Parecis PLINTOSSOLO HÁPLICO Distrófico Milho 13º 14’ 54,7” 56º 02’ 22” Lucas do Rio Verde
28 Chapada dos Parecis NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico Soja 14º 00’ 59,6” 56º 06’ 08,3” Nova Mutum
29 Norte ARGISSOLO VERMELHO Distrófico Soja 10º 09’ 16,3” 54º 54’ 48,68“ Matupá
32

30 Norte ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Milho 10º34’7,58” 55º35’1,16” Colíder


31 Norte LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Milho 11º15’6.88” 55º37’54.18” Itaúba
32 Norte ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Milho 10º 56’9.0” 55º09’35.8 Nova Santa Helena
33 Xingú LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Milho 12º 34’ 5,35” 52º 14’ 54,16“ Querência
34 Xingú LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Milho 12º 38’ 15,2” 51º 47’ 45,40“ Ribeirão Cascalheira
35 Xingú NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico Milho 12º 54’ 37,1” 51º 48’ 43,74“ Ribeirão Cascalheira
36 Xingú CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico Pastagem 13º 23’ 02,09” 51º 56’ 12,09“ Canarana
37 Xingú LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Gergelim 13º 41’54’’ 52º 51’ 13’’ Canarana
38 Xingú LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Pastagem 13º 23’ 34’’ 53º 15’ 02’’ Gaúcha do Norte
39 Xingú LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Soja 12º 15’ 25’’ 55º 13’ 11,3’’ Vera
40 Depressão Araguaia LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Milho 13º 58’ 25,57” 52º 07’ 45,62“ Água Boa
41 Depressão Araguaia CAMBISSOLO HÁPLICO Distrófico Soja 14º 08’ 08,9” 52º 34’ 35,5“ Água Boa
42 Depressão Araguaia LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Milho 14º 37’ 57,34” 52º 21’ 17,79“ Nova Xavantina
43 Depressão Araguaia PLINTOSSOLO HÁPLICO Distrófico Pastagem 15º 13’ 20,88” 52º 10’ 45,85“ Barra do Garças
44 Depressão Araguaia NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico Pastagem 15º 47’ 08,3’’ 51º 58’ 38,5’’ Barra do Garças
45 Nordeste CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico Pastagem 10º 01’ 38,3” 51º6’57,79” Vila Rica
46 Nordeste LATOSSOLO VERMELHO Distrófico Pastagem 10º 22’ 41,87” 50º52’0,61” Santa Terezinha
47 Nordeste ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Soja 10º 20’ 49,79” 50º57’8,47” Santa Terezinha
48 Nordeste ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Pastagem 10º 15’ 59’’ 51º 12’ 30’’ Confresa
49 Nordeste ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico Milho 10º 23’ 5,91’’ 51º 21’ 14,1’’ Confresa
(1) foram coletadas três amostras de solo na área antropizada e uma na área nativa, totalizando 4 amostras em cada local.
33

3.2. ANÁLISES LABORATORIAIS


As análises químicas e granulométricas foram realizadas no Laboratório
de Análise de Solos e Plantas (LASP) da EMBRAPA Solos (RJ) entre os meses
de janeiro e abril de 2018. Para isso, a umidade das amostras de solo foram
padronizadas em estufa de circulação de ar a 45ºC (Figuras 8 A e 8 B),
posteriormente foram codificadas e cadastradas no sistema de controle do LASP
(Figura 8 C).
As análises químicas e granulométricas foram realizadas conforme os
procedimentos descritos por Teixeira et al. (2017). Resumidamente consistiu em:
pH em água e CaCl2 na relação 1:2,5, determinados por potenciometria, utilizando-
se de um peagâmetro de bancada, munido de eletrodo de vidro e sensor de
temperatura. Os teores de K e P foram extraídos com soluçao Mehlich-1 e
determinados por fotometria de chama e por espectrocolorimetria,
respectivamente. Os teores de Ca, Mg e Al foram extraídos com KCl 1,0 mol L-1;
o Ca e o Mg foram determinados por titulação complexométrica com EDTA e o Al
por titulação de neutralização ácido/base. A matéria orgânica (MO) foi digerida
com dicromato de potássio e determinada por titulação Walkley Black. A análise
granulométrica foi realizada utilizando o método do densímetro. Os
micronutrientes Zn, Mn, Cu e Fe foram extraídos com solução Mehlich-1 e
determinados por ICP OES-Plasma. Enquanto o B foi extraído em água quente e
o S com fosfato monobásico de cálcio.

O teor de H+Al foi determinado pelo método de extração por acetato de


cálcio e titulação de complexométrica e pH de equilíbrio solo:CaCl2 e tampão
pelos métodos: SMP, TSM e Sikora. Também foi realizada a titulação
potenciométrica do sobrenadante da solução de acetato de cálcio:solo.

No método padrão, foram adicionados 5 cm3 de solo (Figura 8 D) e 75 mL


da solução de Ca (CH3COO)2.H2O 0,5 mol L-1 a pH 7,0 (Figura 8 E), em um
erlenmeyer de 125 mL. A mistura foi agitado por 5 minutos e, depois, deixada
em repousou por 16 horas. Em seguida, foi retirado uma alíquota de 25 mL do
sobrenadante para determinação do teor de H+Al por titulação com NaOH 0,025
mol L-1, utilizando fenolftaleína como indicador (Figura 8 K).
34

A partir dos teores dos cátions trocáveis e do H+Al, foram calculados: soma
de bases (SB), a capacidade de troca de cátions (CTC), saturação por alumínio
(m) e saturação por bases (V%), de acordo com Quaggio et al. (1985).

3.3. ESTIMATIVA DA ACIDEZ POTENCIAL


A estimativa dos valores de H+Al foi realizada empregando soluções
tampão e titulação de neutralização. As soluções tampão utilizadas foram SMP
(Figuras 8 G e 8 H), Sikora e TSM, cujos procedimentos de preparo e utilização
estão descritos em Raij et al. (2001), Sikora (2006) e Toledo (2011). A
composição das soluções tampão estão na Tabela 8.
Tabela 8. Composição para 1 L de solução tampão SMP, Sikora e TSM utilizados
na pesquisa
Reagentes SMP (1) Sikora (2) TSM (3)
Acetato de cálcio (g) 4,0 - 3,65
Cloreto de potássio (g) - 149,0 -
Cloreto de cálcio (g) 106,2 - 106,0
Cromato de potássio (g) 6,0 - -
Trietanolamina (mL) 5,0 9,23 5,0
Ácido acético (mL) - 5,11 -
Imidazol (g) - 0,936 1,18
(4)
MES (g) - 6,7 6,55
p-nitrofenol (g) 3,6 - -
Hidróxido de sódio (40%p/p) (mL) 1,5 5,0 1,5
(1) Quaggio (1983); (2) Sikora (2006); (3) Todelo (2011); (4) [Ácido (2-morfino) etanosulfônic o
monohidratado]

Resumidamente, o procedimento para obtenção dos valores de pH


tampão consistiu em retomar as amostras nas quais foram obtidos os valores de
pH CaCl2, e a elas adicionaram-se 5 mL de solução SMP ou TSM, imediatamente
após a leitura do pH CaCl2. Em seguida, a solução foi homogeneizada com
agitador circular por 10 minutos (Figura 8 I), a 220 RPM, e, deixado em repouso
por 60 minutos. Por conseguinte, foi misturado novamente utilizando um bastão
de vidro, para em seguida efetuar a leitura do pH de equilíbrio da solução em
35

suspensão (Figura 8 J). Para a determinação do pH Sikora, foram utilizados 10


mL de solução tampão e a agitação foi de 180 RPM por 10 minutos.
Os valores de pH SMP, pH Sikora e pH TSM das 196 amostras foram
correlacionados com os valores de H+Al determinados através do método do
acetato de cálcio, de modo a obter uma equação de regressão capaz de estimar
teores de H+Al.

Figura 8. Etapas do processo de análises químicas e granulométricas adotadas


no LASP da EMBRAPA. Padronização da umidade do solo (A);
Amostras secas (B); Amostras cadastradas (C); Cachimbagem do solo
(D); Preparo de solução de acetato de cálcio (E); Reagentes utilizados
para preparo das soluções tampão (F); Solução SMP (G); Correção do
pH da solução SMP (H); Agitador circular (I); Peagâmetro de bancada
(J); Titulação de complexação (K); Coleta dos resíduos das análises (L)
36

O método de titulação potenciométrica foi realizado conforme Cândido


Filho (2016). Nesse, após o procedimento de extração do H+Al pelo acetato de
cálcio 0,5 mol L-1, tomar uma alíquota de 25 mL do sobrenadante, medir o pH e
titular com NaOH 0,025 mol L-1 até pH 7,91. A quantidade de NaOH gasto para
atingir pH 7,91 foi correlacionado com o pH inicial da solução, obtendo-se uma
equação de regressão capaz de estimar este valor a partir do pH inicial da
solução do sobrenadante. Para determinar os teores de H+Al foi utilizada a
seguinte equação:
H+Al (cmolc dm-3) = [(NaOH (mL) - Branco (mL) x 1,65]

3.4. COMPARAÇÃO DAS EQUAÇÕES DE REGRESSÃO


As equações de regressão obtidas no estudo foram comparadas com as
principais existentes e em uso no Brasil. Para isso, foram selecionados dados de
11 perfis de solos localizados nas ecorregiões do estado de Mato Grosso. Para
escolher as amostras foram considerados amplitudes de variação nos conteúdos
de argila e matéria orgânica e teores H+Al, Al, CTC e pH tampão (Tabela 8).
Para comparar as equações, utilizando os dados dos 11 solos escolhidos,
foram estimados H+Al, CTC, V% e a necessidade de calcário pelo método de
saturação por bases (Quaggio et al., 1985).

3.5. ANÁLISE DE CUSTOS DOS TAMPÕES


Algumas cotações foram realizadas junto às principais empresas
fornecedoras de reagentes para laboratórios de solo do Brasil com a finalidade
de determinar o custo por análise utilizando os tampões. O custo por análise dos
tampões SMP e TSM foram calculados utilizando a seguinte fórmula:
Custo por análise (R$) = [custo do reagente (R$/frasco)/quantidade de produto
por frasco (g ou mL) x quantidade na composição (g ou mL) / (200 análises)].
Para o custo do pH Sikora foi utilizado a equação:
Custo por análise (R$) = [custo do reagente (R$/frasco) / quantidade de produto
por frasco (g ou mL) x quantidade na composição (g ou mL) / (100 análises)].
Além disso, foi cotado o custo de coleta, tratamento e disposição dos
resíduos do pH SMP (R$ 8,50 kg-1). Foi considerado que cada leitura de pH SMP
37

gera cerca 45 g de resíduos (solo:CaCl2:SMP), ou seja, a cada 22 leituras são


gerados cerca 1 kg de resíduo. O custo da análise foi:
Custo método SMP (R$) = custo dos reagentes (R$) + custo da coleta,
tratamento e disposição de seus resíduos (R$).

3.6. ANÁLISES DOS DADOS


Os dados pareados dos teores de H+Al com os valores de pH obtidos com
os métodos SMP, Sikora e TSM foram submetidos à análise de variância pelo
teste Fisher (α = 0,05) (Pimentel-Gomes e Garcia, 2002), e em seguida, os pares
de dados foram ajustados por meio de regressão, conforme o modelo logarítimo
[y = a + b.ln(x)], em que a e b foram os coeficientes estimados. A acurácia desses
ajustes foi avaliada pela significância dos coeficientes a e b; por meio dos
coeficientes de correlação de Pearson (r) e de determinação da regressão (R²)
(Larson e Farber, 2010). Além disso, os métodos foram comparados pelo limite
de concordância proposto por Bland-Altman (Bland e Altman, 1986).
38

Tabela 8. Resultados químicos e granulométricos de amostras de solo coletadas na profundidade de 0 a 0,20 m em 11 classes de
solos, distribuídos em nove ecoregiões do estado de Mato Grosso
------- pH ------- ------- Tampão -------
Tipo de solo (1)
CaCl2 Água SMP SIKORA TSM SB Al H+Al CTC MO Argila
---------- cmolc dm-3 -------- ---- g kg-1 ----
CAMBISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico 4,94 5,70 6,03 6,47 6,02 6,8 0,0 5,4 12,3 25,3 300
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico 3,73 4,40 5,28 5,95 5,28 0,4 1,2 10,1 10,4 27,0 400
PLINTOSSOLO HÁPLICO Distrófico 4,25 5,20 6,22 6,66 6,05 1,0 0,4 4,6 5,6 12,4 150
CAMBISSOLO HÁPLICO Distrófico 4,38 5,20 6,08 6,45 5,96 3,7 0,5 4,6 8,3 13,2 300
GLEISSOLO HÁPLICO Tb Distrófico 4,03 5,10 5,43 5,90 5,35 3,7 1,7 6,9 10,6 13,5 375
LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico 6,18 6,90 6,91 7,06 6,86 5,8 0,0 2,1 8,0 24,6 575
NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico 4,74 5,70 6,28 6,67 6,19 2,9 0,1 4,6 7,5 11,2 100
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico 4,98 5,80 6,28 6,63 6,23 3,2 0,0 4,6 7,8 25,4 700
LATOSSOLO VERMELHO Distrófico 5,66 6,60 6,91 7,05 6,83 3,2 0,0 1,8 5,0 11,0 275
CAMBISSOLO HÁPLICO Distrófico 3,79 4,90 5,74 6,3 5,69 0,7 1,7 5,1 5,8 9,8 300
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico 4,54 5,80 6,17 6,62 6,00 2,4 0,1 5,0 7,4 22,0 475

(1) Dos 49 perfis visitados foram selecionados 11 perfis para validar os modelos de regressão, considerando a amplitude dos resultados químicos e físicos das
análises, de modo a obter um intervalo de valores que abrangessem todos as classes de solo
39

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. AVALIAÇÃO DOS ATRIBUTOS GERAIS DOS SOLOS ESTUDADOS
As amostras de solos utilizadas apresentaram valores de pH em água
variando de 4,2 a 8,0, enquanto o pH CaCl2 variou entre 3,40 e 7,08, sendo este,
em média, 0,8 unidade menor ao pH em água, valor semelhante a 0,6 unidades
relatada por Quaggio (1983). Essa variação do pH do solo era esperada, uma
vez que foram coletadas amostras de solos em áreas cultivadas, que já
passaram por manejo de correção da acidez e, em áreas nativas, que nunca
receberam calcário, interferindo também nos teores de Ca, Mg e Al trocáveis e,
consequentemente, na saturação por alumínio e saturação por bases (Tabela 9).
A CTC variou de 2,8 a 21,1 cmolc dm-3, influenciada pela variação nos
contéudos de argila (75 a 700 g kg -1) e principalmente devido à variação nos
conteúdos de matéria orgânica (5,3 a 50,7 g kg-1). Os solos de textura arenosa
e baixos conteúdos de matéria orgânica, nesse caso os Neossolos
Quartzarênicos, apresentaram baixa CTC, enquanto os de textura muito
argilosa, como alguns Latossolos Vermelhos, apresentaram valores superiores
de CTC e de matéria orgânica, o que pode estar relacionado a maior proteção
física da matéria orgânica nos solos mais argilosos (Santos et al., 2011),
contribuindo para o aumento da carga líquida negativa nos colóides desses
solos. Isso pode ser explicado pela correlação linear simples entre os teores de
matéria orgânica e CTC dos 196 solos estudados (CTC = 0,2792 MO + 2,5616;
R2 = 0,62; r = 0,79**).
Os teores de H+Al, determinados por titulação do sobrenadante de extrato
de acetato de cálcio 0,5 mol L -1 a pH 7,0, variaram de 0,3 a 12,0 cmolc dm-3 e os
índices pH SMP de 5,02 a 7,38; pH TSM de 4,95 a 7,35 e pH Sikora de 5,63 a
7,41, verificando-se que essas variáveis se associaram inversamente (r = -
0,95**; - 0,94**; - 0,95**, respectivamente), ou seja, o aumento nos teores de
H+Al resultou na diminuição dos índices de pH dos tampões (Figura 8, 11 A e 11
C), também, demonstrados nos trabalhos de Quaggio et al. (1985); Maeda et al.
(1997); Toledo et al. (2012); Guidotti (2013) e Almeida Júnior et al. (2015).
40

Tabela 9. Estatíticas descritivas relativas aos atributos químicos e


granulométricos das 196 amostras de solo coletadas no estado de
Mato Grosso
Valor
Atributo Mínimo Máximo Média Desvio Padrão C.V. (%)
pH H2O (1) 4,20 8,00 5,60 0,67 12
pH CaCl2 (1) 3,40 7,08 4,75 0,64 13
pH SMP (2) 5,02 7,38 6,27 0,43 7
pH TSM (3) 4,95 7,35 6,18 0,44 7
pH Sikora (4) 5,63 7,41 6,64 0,32 5
cmolc dm -3
H+Al (5) 0,3 12,0 4,5 2,0 44
Al3+ (6) 0,0 2,6 0,3 0,5 173
Ca2+ (6) 0,1 11,7 2,0 1,7 84
Mg2+ (6) 0,0 4,6 0,9 0,7 74
K+ (7) 0,0 2,8 0,2 0,2 124
SB 0,1 12,6 3,1 2,3 73
CTC 2,8 21,1 7,6 3,0 40
%
V 2,7 94,8 39,2 20,2 52
m 0,0 85,4 14,9 23,8 160
mg dm -3
P (7) 0,33 154,79 10,97 19,93 182
S (8) 2,20 36,90 6,23 4,87 78
B (9) 0,01 0,76 0,14 0,09 68
Cu (10) 0,09 11,30 1,00 1,62 163
Fe (10) 1,98 314,00 39,49 41,00 104
Mn (10) 0,75 147,00 23,21 31,00 134
Zn (10) 0,08 25,40 2,19 2,90 133
-1
g kg
CO (11) 3,1 29,4 10,4 5,0 48
MO 5,3 50,7 17,9 8,6 48
Areia (12) 100,0 900,0 581,1 200,7 35
Silte (12) 25,0 325,0 77,6 57,3 74
Argila (12) 75,0 700,0 341,3 168,5 49
(1) pH relação 1:2,5 (Teixeira et al., 2017); (2) relação 1:2,5:0,5 (Raij et al., 2001); (3) relação
1:2,5:0,5 (Toledo, 2011); (4) relação 1:2,5:1 (Sikora, 2006); (5) acetato de cálcio 0,5 M (Teixeira
et al., 2017); (6) KCl 1 M (Teixeira et al., 2017);(7) Mehlich-1; (8) fosfato monobásico de cálcio;
(9) água quente; (10) Mehlich-1; (11) Walkley Black; (12) método do densímetro (Teixeira et al.,
2017)
41

4.2. MÉTODO SMP


O modelo logaritimizado foi o que melhor expressou a relação entre os
valores das variáveis pH SMP e H+Al pelo método do acetato de cálcio para os
solos do estado de Mato Grosso (R2 = 0,91**; Erro padrão = 0,6060 cmolc dm-3)
(Figura 9 A). A equação y = 53,105 - 26,54 ln(pHSMP) possibilita estimar os
valores de H+Al para uma faixa de pH SMP entre 5,02 e 7,38. Assim, este estudo
se assemelha aos realizados em outros estados, os quais obtiveram o mesmo
modelo: São Paulo (Quaggio et al., 1985), Minas Gerais (Corrêia et al., 1985),
Goiás (Sousa et al., 1989), Mato Grosso do Sul (Maeda et al., 1997), Rio de
Janeiro (Pereira et al., 1998), entre outros. Já os estudos envolvendo solos de
Rondônia (Moline et al., 2011), Pará (Gama et al., 2012), Amapá (Araújo et al.,
2014) e Paraíba (Almeida Júnior et al., 2015) resultaram em ajustes quadráticos.

A. B.
14 14
y = 53,105 - 26,54 ln(pHSMP)
Linha de igualdade
H+Al - estimados pelo pH SMP

2
R = 0,91**
12 5,02<pHSMP<7,38 12
n = 196
10
H+Al (cmolc dm )

10
-3

(cmolc dm-3)

8
8
6
6
4
4
2
2
0
0
4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 0 2 4 6 8 10 12 14

pH SMP - CaCl2 H+Al - acetato de cálcio (cmolc dm-3)

Figura 9. Regressão não linear conforme o modelo logarítimo entre os valores


pareados de pH SMP e H+Al determinado pelo método acetato de
cálcio (A); Linha de igualdade de Bland-Altman (B). ** (P<0,001) =
coeficiente significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste t

As diferenças entre os modelos matemáticos e/ou coeficientes das


equações de regressão podem estar relacionados ao conteúdo e qualidade da
argila, bem como da matéria orgânica e o pH do solo (Escosteguy e Bissani,
1999). Esses atributos físicos e químicos exercem influência sobre a CTC do
42

solo e, portanto, em sua capacidade de tamponamento. No entanto, é o húmus


proveniente da matéria orgânica, o maior responsável pelas cargas líquidas
negativas presentes no solo (Stevenson, 1994; Oorts et al., 2003; Brady e Weil,
2013), uma vez que nos solos tropicais, como os de Mato Grosso, os quais
aproximadamente 50% de todo seu o território é formado por Latossolos (Moreira
e Vasconcelos, 2007), há predomínio de minerais com baixa CTC como quartzo
e caulinita e/ou gibsita e hematita, que possuem cargas dependentes do pH do
solo (Ker, 1997). Em outras regiões do Brasil, como por exemplo a Norte, há
maior ocorrência de Argissolos, que si de textura mais argilosa são mais reativos
e tamponados que os Latossolos.
Os conteúdos de argila dos solos estudados variaram de 75 a 700 g kg-1,
faixa semelhante as obtidas por Quaggio et al. (1985) para o estado de São
Paulo e Maeda et al. (1997) para o Mato Grosso do Sul. Entretanto, os conteúdos
de matéria orgânica dos solos envolvidos nesses estudos variaram de 10 a 300
g kg-1, faixa superior à do presente estudo (5 a 50,7 g kg-1). Dessa maneira,
aqueles solos apresentaram capacidade tamponante e teores de H+Al maiores
aos dos solos utilizados na elaboração da equação de regressão apresentada
na Figura 9 A. Por essa razão, as curvas de regressão de muitos dos estudos
têm grande inclinação para pH SMP abaixo de 5,5, o que pode acarretar em
diferenças na estimativa de valores H+Al dos solos (Tabela 11).
Além disso, a correlação entre os valores de pH SMP e H+Al para solos
com pH SMP abaixo de 6,0 tem maior dispersão em relação a curva (Figura 9
A). Por isso, observando a linha de igualdade entre o H+Al determinado pelo
método do acetato de cálcio e o estimado pela equação SMP proposta por este
estudo (Figura 9 B) fica evidente que, para maiores valores de H+Al, há
subestimativa dos valores de H+Al estimados pelo pH SMP, indicando que o
método é menos eficiente para os solos mais tamponados. Para menores valores
de H+Al, pH SMP próximo à neutralidade, é ao método do acetato de cálcio que
subestima os valores de H+Al, que, segundo Raij (1991) se deve à baixa
eficiência tamponante da solução tampão na faixa de pH entre 6,5 e 7,0. Esse
mesmo comportamento foi observado para os métodos TSM e Sikora.
43

Também foi observado maior dispersão dos dados a valores de pH SMP


mais ácidos para solos com diferentes centeúdos de argila (Figuras 10 A e 10
B). Nesses casos, embora haja dispersão para os solos com menos de 350 g
dm-3 de argila (Figura 10 A), esta ocorre com menor intensidade que nos solos
mais argilosos (Figura 10 B), resultando em um melhor coeficiente de
determinação e menor erro padrão da estimativa (R2 = 0,93**; Erro padrão =
0,4454 cmolc dm-3), se comparado aos solos de textura mais argilosa (≥ 350 g
dm-3 de argila; R2 = 0,89**; Erro padrão = 0,6721 cmolc dm-3).

A. B.
14 14
y = 49,972 - 24,94 ln(pHSMP) y = 53,11 - 26,47 ln(pHSMP)
12 R2= 0,93** 12 R2 = 0,89**
5,34<pHSMP<7,19 5,02<pHSMP<7,38
n = 90 n = 106
10 10
H+Al (cmolc dm )

H+Al (cmolc dm-3)


-3

8 8

6 6

4 4

2 2

0 0
4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5

pH SMP - CaCl2
pHSMP - CaCl2

Figura 10. Regressão não linear conforme o modelo logaritimizado entre os valores
pareados de pH SMP e H+Al determinado pelo método do acetato de cálcio
para solos com teor de argila < 35% (A) e ≥ 35% (B). ** (P<0,001) = coeficiente
significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste t

A maior dispersão dos valores de pH SMP inferior a 6,0, coincide com o


aumento dos teores de H+Al. Verifica-se que a maior dispersão dos dados ocorre
para solos com acidez potencial maior que 6 cmolc dm-3. Silva et al. (2006),
estudando solos do Vale do Jequitinhonha (MG) observaram maior dispersão
dos dados com teores de H+Al a partir 8 cmolc dm-3.
Essa tendência, encontrada em ambos os estudos, pode ser explicada
pela menor sensibilidade do método SMP quando se utiliza relações
solo:água:solução SMP 10:25:5. Nessa proporção, a quantidade de solução
tampão SMP pode ser insuficiente para extrair o H+Al dos solos mais
44

tamponados, cabendo, assim, testar nessa condição o uso de maior quantidade


de solução tampão. Raij et al. (1979) sugerem a proporção 10:20:10
(solo:água:SMP), similar à relação de reativos em uso no Rio Grande do Sul e
Santa Catarina (10:10:5) (Tedesco et al., 1995) e a obtida por Chaves et al.
(2007) ao estudar solos de várzeas Paraibanas. Para Organossolos do Vale do
Espinhaço Meridional (MG) Silva et al. (2008) sugeriram uma relação
solo:tampão SMP de 10:10.
Outra inferência que se pode fazer é estudar a melhor proporção de
reagentes para a precisa quantificação do teor de H+Al tornar-se mais importante
à medida que se aumenta as áreas com semeadura direta no estado de Mato
Grosso. Nesse sistema de cultivo, busca-se aumentar a quantidade e qualidade
da matéria orgânica do solo, atributos que excercem grande influência na
capacidade de tamponamento dos solos. Além disso, é importante também
determinar o poder tampão dos solos estudados, uma vez que este interfere na
capacidade extratora da solução tampão.
A correlação entre o pH SMP e H+Al quando determinado pelo método do
acetato de cálcio para as ecorregiões do estado de Mato Grosso resultaram em
diversas equações de regressão, todas logaritimizadas (Tabela 10). Tais
diferenças são explicadas pelas características edafoclimáticas, principalmente
pelo regime hídrico, atributos químicos e físicos e mineralogia dos solos (Silva et
al., 2002), bem como seu uso e manejo, por influência de práticas de correção e
conservação da matéria orgânica do solo.
45

Tabela 10. Equações para estimativa dos teores de H+Al por ecorregião do estado de Mato
Grosso
pH SMP
Prob.
Ecorregião Equação n R2 Valor Valor
Teste F
mínimo máximo
1. Bacia do Paraná H+Al = 67,187** - 34,08** ln(pHSMP) 36 0,93 0,001 5,16 6,95
2. Depressão do Guaporé H+Al = 56,674** - 28,45** ln(pHSMP) 20 0,96 0,001 5,95 6,92
3. Depressão Cuiabana H+Al = 54,351** - 27,21** ln(pHSMP) 20 0,94 0,001 5,34 6,99
4. Pantanal H+Al = 44,461** - 21,99** ln(pHSMP) 20 0,97 0,001 5,02 7,01
5. Chapada dos Parecis H+Al = 56,841** - 28,41** ln(pHSMP) 20 0,91 0,001 5,35 6,91
6. Norte H+Al = 62,610** - 31,64** ln(pHSMP) 16 0,97 0,001 5,04 6,76
7. Xingu H+Al = 49,156** - 24,47** ln(pHSMP) 28 0,97 0,001 5,50 7,30
8. Depressão Araguaia H+Al = 39,893** - 19,64** ln(pHSMP) 20 0,91 0,001 5,74 7,38
9. Nordeste H+Al = 51,340** - 25,63** ln(pHSMP) 20 0,92 0,001 5,98 6,80

** (P<0,001) = coeficiente significativo ao nível de 1% de probabilidade pelo teste t

Os valores de H+Al estimados pela equação presente na Figura 9 A,


ajustada com dados oriundos das 196 amostras de solos provenientes das nove
ecorregiões de Mato Grosso, as duas equações que consideram o conteúdo de
argila (Figuras 10 A e 10 B), assim como outras 10 equações ajustadas para
outros estados e/ou regiões encontram-se na Tabela 11. Nela, está descrita a
estimativa dos teores de H+Al para uma faixa de pH SMP entre 4,5 e 7,0.
Observa-se que para pH SMP igual ou menor que 5,0, os maiores valores de
H+Al são estimados pelas equações de Maeda et al. (1997), Quaggio et al.
(1985), Corrêia et al. (1985) e Sousa et al. (1989).
Os valores estimados por Maeda et al. (1997) para os solos do Mato
Grosso do Sul são de 27,3 e 16,1 cmolc dm-3, para pH SMP 4,5 e 5,0,
respectivamente, estimativas superiores às obtidas por Moline et al. (2011) para
os solos de Rondônia (6,3 e 5,0 cmolc dm-3), Almeida Júnior et al. (2015) para
solos da Paraíba (12,6 e 7,5 cmolc dm-3) e até mesmo aquelas obtidas por
Escosteguy e Bissani (1999) para os solos do Rio Grande do Sul e Santa
Catarina (13,9 e 8,8 cmolc dm-3), reconhecidamente mais tamponados.
Em comparação com o presente trabalho, as equações de Quaggio et al.
(1985), Correia et al. (1985), Sousa et al. (1989), Pavan et al. (1996), Maeda et
46

al. (1997), Gama et al. (2012) e Araújo (2014) tendem superestimar o teor de
H+Al para os solos mais ácidos (pH ≤ 5,0) e subestimá-los para os solos com pH
SMP superior a 5,0; exceção feita a Maeda et al. (1997), que superestima os
valores até pH SMP 6,0.
Entre valores de pH SMP 5,5 e 6,5, faixa em que se encontra a maior
parte dos solos estudados, os maiores valores são estimados pelas equações
deste estudo, pela de Gama et al. (2012) para solos do Pará e de Maeda et al.
(1997) para solos do Mato Grosso do Sul. Cabe destacar, que em comparação
com as equações de Quaggio et al. (1985), muito difundida no Brasil, e Sousa et
al. (1989), sugerida para região dos Cerrados, a equação obtida neste estudo
estima maiores valores de H+Al para solos com pH SMP superior a 5,4, condição
mais comum para os solos sob cultivo no estado de Mato Grosso e no Brasil
Central.
47

Tabela 11. Valores de H+Al estimados pelas equações de regressão obtidas no presente trabalho e pelas equações obtidas para
outros estados do Brasil
pH SMP
Fonte Estado Equação
4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0
-3
------------- H+Al (cmolc dm ) --------------
Quaggio et al. (1985) SP ln(H+Al) = 7,76 - 1,053 pHSMP 20,5 12,1 7,2 4,2 2,5 1,5
Correia et al. (1985) MG ln(H+Al) = 8,06 - 1,111 pHSMP 21,3 12,2 7,0 4,0 2,3 1,3
Sousa et al. (1989) GO ln(H+Al) = 7,719 - 1,068 pHSMP 18,4 10,8 6,3 3,7 2,2 1,3
Pavan et al. (1996) PR ln(H+Al) = 6,0687 - 0,744 pHSMP 15,2 10,5 7,2 5,0 3,4 2,4
Maeda et al. (1997) MS ln(H+Al) = 8,086 - 1,062 pHSMP 27,3 16,1 9,4 5,6 3,3 1,9
Escosteguy e Bissani (1999) RS/SC log(H+Al) = 3,914 - 0,391 pHSMP 13,9 8,8 5,6 3,6 2,3 1,5
Moline et al. (2011) RO H+Al = 31,22 - 8,20 pHSMP + 0,59 pHSMP 2 6,3 5,0 4,0 3,3 2,8 2,7
Gama et al. (2012) PA H + Al = 77,77 + 20,61 pHSMP - 1,435 pHSMP 2 14,1 10,6 7,8 5,8 4,4 3,8
Araújo et al. (2014) AP H + Al = 62,08 - 14,394 SMP + 0,8263 pHSMP 2 14,0 10,8 7,9 5,5 3,4 1,8
Almeida Júnior et al. (2015) PB H+Al = 57,108 -13,338 SMP + 0,7637 pHSMP 2 12,6 9,5 6,9 4,6 2,7 1,2
Presente Estudo - todos os solos MT H+Al = 51,865 - 25,86 ln(pHSMP) * 10,2 7,8 5,5 3,5 1,5
Presente Estudo < 350 g kg-1 argila MT H+Al = 49,972 - 24,94 ln(pHSMP) * 9,8 7,5 5,3 3,3 1,4
Presente Estudo ≥ 350 g kg-1 argila MT H+Al = 53,11 - 26,47 ln(pHSMP) * 10,5 8,0 5,7 3,6 1,6

* Faixa de pH para equações deste estudo varia de 5,00 a 7,38.


48

Essa situação que é observada na Tabela 12, destaca a estimativa dos


valores de H+Al para os 11 solos selecionados. Assim, se observa que a partir
dos valores de pH SMP de 5,43 num Cambissolo Háplico Tb Distrófico, os
maiores valores de H+Al são estimados pelas mesmas equações citadas
anteriormente (Presente Estudo, Maeda et al., 1997; Gama et al., 2012). No
entanto, em pH próximo a 7,0, a equação de Gama et al. (2012) estimou quase
que o dobro da maioria das equações, o que tem grande impacto na
recomendação de calcário.
A similidade entre os valores estimados pela equação desenvolvida neste
estudo e pela equação obtida por Maeda et al. (1997) pode ser atribuída à
regionalização das coletas de solo dentro dos respectivos estados e ainda à
semelhança entre os atributos químicos e físicos e a mineralogia dos solos
coletados, sobretudo, entre aqueles localizados na porção sul de Mato Grosso e
norte do Mato Grosso do Sul. Por outro lado, Gama et al. (2012), embora tenha
regionalizado as coletas e feito amostragens considerando a textura do solo,
coletaram solos em região com predomínio de Argissolos, que possuem
atributos químicos e físicos e mineralogia distintos as dos solos da maior parte
do território Mato-Grossense. Por exemplo, os menores conteúdos de matéria
orgânica neste trabalho (2,27 a 38,59 g kg-1 contra 5,3 a 50,7 g kg-1) e,
consequentemente, um possível menor tamponamento dos solos Paraenses
podem ter contribuído para uma maior extração de H+Al.
Todos esses trabalhos desenvolveram as equações relacionando o
método SMP e os teores de H+Al. Entretanto, Kaminski et al. (2002) sugere que
as equações sejam elaboradas correlacionando o pH SMP com os teores de
H+Al obtidos por incubação do solo com doses de carbonato de cálcio, uma vez
que, segundo Vetori (1969), o acetato de cálcio é ineficiente em extrair a H+Al
de solos mais tamponados.
As diferenças entre as equações encontradas neste estudo e as demais
realizadas em outros estados, evidenciam a importância da calibração do
método SMP para estimar os valores H+Al para os solos do estado de Mato
Grosso. Os trabalhos de Quaggio et al. (1985), Pereira et al. (2006) e Fundação
49

MT (2017) citam a importância de calibrações regionalizadas, que considerem


os principais atributos físicos e químicos e a mineralogia dos solos locais.
50

Tabela 12. Comparação entre os valores de H+Al estimados para 11 solos do Mato Grosso utilizando equações do
presente estudo e calibradas para outros estados do Brasil
Tipo de solos (1)
LVAd GXd CXd CXd CXd PVAd FTXd RQo PVAd LVAd LVd
Fonte Estado
pH SMP
5,28 5,43 5,74 6,03 6,08 6,17 6,22 6,28 6,28 6,91 6,91
-------------------------------- (H+Al - cmolc dm -3) --------------------------------------
Quaggio et al. (1985) SP 9,0 7,7 5,6 4,1 3,9 3,5 3,4 3,1 3,1 1,6 1,6
Correia et al. (1985) MG 8,9 7,6 5,4 3,9 3,7 3,3 3,2 3,0 3,0 1,5 1,5
Sousa et al. (1989) GO 8,0 6,8 4,9 3,6 3,4 3,1 2,9 2,8 2,8 1,4 1,4
Pavan et al. (1996) PR 8,5 7,6 6,0 4,9 4,7 4,4 4,2 4,0 4,0 2,5 2,5
Maeda et al. (1997) MS 11,9 10,2 7,3 5,4 5,1 4,6 4,4 4,1 4,1 2,1 2,1
Escosteguy e Bissani (1999) RS/SC 6,8 6,0 4,5 3,5 3,4 3,1 2,9 2,8 2,8 1,6 1,6
Moline et al. (2011) RO 4,4 4,1 3,6 3,2 3,2 3,1 3,0 3,0 3,0 2,7 2,7
Gama et al. (2012) PA 8,9 8,2 6,7 5,7 5,5 5,2 5,1 4,9 4,9 3,9 3,9
Araújo et al. (2014) AP 9,1 8,3 6,7 5,3 5,1 4,7 4,5 4,3 4,3 2,1 2,1
Almeida Júnior et al. (2015) PB 8,0 7,2 5,7 4,4 4,3 3,9 3,7 3,5 3,5 1,4 1,4
Presente estudo – todos os solos MT 8,8 8,1 6,7 5,4 5,2 4,8 4,6 4,4 4,4 1,9 1,9
Presente Estudo < 350 g kg-1 argila MT 8,4 7,7 6,3 5,0 4,8 4,4 4,2 4,0 4,0 1,5 1,5
Presente Estudo ≥ 350 g kg-1 argila MT 9,0 8,3 6,9 5,6 5,3 4,9 4,7 4,5 4,5 1,9 1,9
(1) LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico (LVAd); GLEISSOLO HÁPLICO Distrófico (GXd); CAMBISSOLO HÁPLICO
Distrófico (CXd); ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico (PVAd); PLINTOSSOLO HÁPLICO Distrófico (FTXd);
NEOSSOLO QUARTZARÊNICO Órtico (RQo); LATOSSOLO VERMELHO Distrófico (LVd).
51

4.2.1. Recomendação de calcário


O uso do método de saturação por bases para recomendar a necessidade
de calcário requer uma precisa determinação e/ou estimativa do H+Al, visto que,
essa medida é utilizada para calcular a CTC e a V%, parâmetros que interferem
na recomendação de corretivo (Quaggio et al., 1985). Nesse sentido, quando se
subestima o H+Al, a CTC será menor, resultando na recomendação de uma
menor dose de calcário (Silva, 2005). Este fato pode explicar porque
frequentemente as saturações por bases desejadas não têm sido atingidas na
prática (Fundação MT, 2017).
A determinação e/ou estimação dos valores de H+Al interferem na
recomendação de calcário, como observado na Tabela 13. Após a estimativa,
verificou-se que, as maiores doses de calcário recomendadas pela equação
geral do presente estudo coincidem com os maiores valores estimados de H+Al
para pH SMP entre 5,5 a 7,0. Nessa faixa de valores de pH SMP a equação
citada acarreta em uma recomendação média de calcário de 740 e 873 kg ha-1
maior em comparação aos trabalhos de Quaggio et al. (1985) e Sousa et al.
(1989), respectivamente. Para calcário com PRNT de 75%, a diferença aumenta
para 1,0 e 1,2 t ha-1.
Desse modo, apenas considerando os 16 milhões de hectares cultivados
com grãos e fribras no estado de Mato Grosso (IMEA, 2016) e aplicação de
calcário a cada três anos, ter-se-ía um déficit de uso desse corretivo entre 16 e
19,2 milhões de toneladas por triênio.
Ao aplicar uma menor dose de calcário, a acidez dos solos pode não ser
corrigida adequadamente. Assim sendo, não se atinge a saturação por bases
desejada, prejudicando o desenvolvimento das plantas, principalmente devido a
solubilização de elementos tóxicos como o Al, teores inadequados de Ca e Mg
e a fixação de P disponível (Sousa e Lobato, 2004). Além disso, há um menor
aproveitamento dos nutrientes aplicados via fertilização mineral, podendo
comprometer a lucratividade da atividade agropecuária, visto que, por exemplo,
20% dos custos de produção de grãos referem-se à aquisição e uso de
fertilizantes (IMEA, 2018).
52

Nesse sentido, como o valor de H+Al é utilizado para calcular a CTC dos
solos, este também interfere na interpretação e recomendação da adubação. Por
exemplo, superestimar o teor H+Al e consequentemente a CTC do solo resultará
em recomendação de maior dose de adubação potássica, podendo acarretar
fitotoxidade às plantas, perdas de K + por lixiviação ou escorrimento superficial,
contaminação do lençol freático e perdas econômicas ao produtor (Sousa e
Lobato, 2004; Fundação MT, 2017).
As estimativas realizadas a partir da equação de Maeda et al. (1997) para
os solos do Mato Grosso do Sul levam a uma maior dose de calcário para solos
com valores de pH SMP mais ácidos (pH<6,0), enquanto pH menos ácidos
(pH>6,0), as doses sugeridas são semelhantes as estimadas pelo presente
estudo. Por exemplo, para um Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico (LVAd)
cujo pH SMP é de 5,28 e soma de bases de 0,4 cmolc dm-3, aplicando a equação
sulmatogrossense, têm-se um valor de H+Al estimado em 11,9 cmolc dm-3 e
recomendação de calcário para atingir V = 60% de 7 t ha-1, diferente do sugerido
no presente estudo (5,1 t ha-1).
Entretanto, para um Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico (PVAd) com
pH SMP 6,28 e SB de 3,2 cmolc dm-3, a equação de Maeda et al. (1997) estima
o teor de H+Al em 4,1 cmolc dm-3 e dose de calcário em 1,2 t ha -1, semelhante
ao valor de H+Al de 4,4 cmolc dm-3 e dose de calcário de 1,3 t ha -1 obtidos com
o presente estudo.
A equação de Gama et al. (2012), desenvolvida para o estado do Pará,
para solos com pH SMP>5,5, foi a que estimou os maiores teores de H+Al, com
valores que aumentaram à medida em que o pH do solo se aproximou da
neutralidade. Assim, utilizar essa equação para solos do Mato Grosso acarretará
em recomendação de maiores doses de calcário, aumentando o custo de
produção e, principalmente, podendo diminuir a disponibilidade de
micronutrientes metálicos e P (Figura 2), prejudicando o desenvolvimento das
plantas e produção econômica das lavouras mato-grossenses.
53

Tabela 13. Recomendação de calcário para solos do estado de Mato Grosso utilizando valores de H+Al estimados por
distintas equações de regressão. (V 2 = 60%; PRNT = 100%)
Tipo de solos (1)
Fonte Estado
LVAd GXd CXd CXd CXd PVAd FTXd RQo PVAd LVAd LVd
--------------------------------------- (t ha-1) ---------------------------------------------
Quaggio et al. (1985) SP 5,2 3,2 4,1 -0,3 0,9 -0,3 1,6 0,7 0,6 -1,4 -0,3
Correia et al. (1985) MG 5,2 3,1 4,0 -0,4 0,7 -0,4 1,5 0,6 0,5 -0,3 -0,4
Sousa et al. (1989) GO 4,6 2,6 3,7 -0,6 0,6 -0,6 1,4 0,5 0,4 -0,5 -0,4
Pavan et al. (1996) PR 4,9 3,1 4,4 0,2 1,3 0,2 2,2 1,3 1,2 0,3 0,3
Maeda et al. (1997) MS 7,0 4,7 5,1 0,5 1,6 0,3 2,3 1,3 1,2 0,4 0,0
Escosteguy e Bissani (1999) RS/SC 4,0 2,1 3,5 -0,6 0,5 -0,6 1,4 0,5 0,4 -0,5 -0,3
Moline et al. (2011) RO 2,5 1,0 2,9 -0,8 0,4 -0,6 1,4 0,7 0,5 -0,5 0,4
Gama et al. (2012) PA 5,2 3,4 4,8 0,7 1,8 0,7 2,7 1,8 1,7 0,8 1,1
Araújo et al. (2014) AP 5,3 3,5 4,7 0,5 1,6 0,4 2,3 1,4 1,3 0,5 0,0
Almeida Júnior et al. (2015) PB 4,6 2,9 4,2 -0,1 1,1 -0,1 1,8 0,9 0,8 0,0 -0,4
Presente estudo - todos os solos MT 5,1 3,4 4,7 0,5 1,6 0,4 2,4 1,5 1,3 0,5 -0,1
Presente Estudo < 350 g kg-1 argila MT 4,9 3,2 4,6 0,4 1,5 0,3 2,3 1,3 1,2 0,4 -0,2
Presente Estudo ≥ 350 g kg-1 argila MT 5,3 3,5 4,8 0,6 1,7 0,5 2,5 1,5 1,4 0,6 -0,1
(1) LATOSSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico (LVAd); GLEISSOLO HÁPLICO Distrófico (GXd); CAMBISSOLO HÁPLICO
Distrófico (CXd); ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrófico (PVAd); PLINTOSSOLO HÁPLICO Distrófico (FTXd); NEOSSOLO
QUARTZARÊNICO Órtico (RQo); LATOSSOLO VERMELHO Distrófico (LVd).
54

4.3. TAMPÕES ALTERNATIVOS


Os métodos TSM e Sikora apresentaram o mesmo comportamento do
método SMP. Observa-se que, em contato com a suspensão do solo, houve
decréscimo dos valores de pH, indicando reação de seus componentes com o
H+Al presente no meio (Figuras 11 A e 11 B). Além disso, ambos tampões
apresentaram maior dispersão de dados para teores de H+Al superiores a 6
cmolc dm-3, indicando uma possível ineficiência em extrair H+Al de solos ácidos
mais tamponados.
Os valores de pH TSM foi, em média, 0,1 unidade inferior ao SMP e o pH
Sikora, 0,37 unidades, superior. Ao comparar os valores de pH SMP e pH TSM
para os solos estudados, foi observado que as diferenças entre os valores dos
dois tampões (pH SMP menos pH TSM) variaram de - 0,05 a 0,21 unidades de
pH. Esses valores são similares aos de Toledo et al. (2012), cujas diferenças
entre pH SMP e pH TSM variaram de -0,2 a 0,1 unidade de pH e Sikora (2007),
que obteve diferença entre o pH SMP e o Sikora de - 0,25 a 0,25.
Por outro lado, o estudo desmonstrou que, a diferença entre os valores de
pH Sikora menos o pH SMP foi alta, variando de 0,02 a 0,67 unidades de pH.
Tal variação pode ser explicada pelo fato de o método Sikora ter sido
desenvolvido para solos americanos (pH > 5,3), menos ácidos que os tropicais.
Sabendo disso, diversos estudos, entre eles os de Santana et al. (2011), Toledo
et al. (2012) e Guidotti (2013) se dedicaram ao desenvolvimento de um método
tampão (TSM) adaptado aos solos brasileiros e que, assim como o original
(Sikora) fosse capaz de imitar a resposta do tampão SMP frente a acidez
potencial do solo, além de ser livre de constituintes tóxicos e sem a necessidade
de calibração prévia para implantação nos laboratórios de solos do Brasil.
Assim como para o método SMP, o modelo logaritimizado foi o que melhor
expressou a relação entre as variáveis tampão TSM ou Sikora e H+Al por acetato
de cálcio para os solos do estado de Mato Grosso (Figuras 11 A e 11 B),
diferentemente de Toledo (2011) e Guidotti (2013) que encontraram modelos
quadráticos. Os coeficientes de determinação (R2) foram 0,88** e 0,90**, com
correlação negativa forte (r) de - 0,94 e - 0,95, enquanto o erro padrão da
estimativa foi de 0,6787 e 0,6365 cmolc dm-3, repectivamente.
55

A. B.
14 14
y = 51,189 - 25,6 ln(pHSTM) y = 75,36 - 37,47 ln(pHSikora)
2 2
R = 0,88** R = 0,90**
4,95<pH TSM<7,35 12 5,63<pHSikora<7,41
12 n = 196
n = 196

H+Al (cmolc dm-3)


H+Al (cmolc dm-3)

10 10

8 8

6 6

4 4

2 2

0 0
4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5

pH TSM - CaCl2 pH Sikora - CaCl2

Figura 11. Regressão não linear conforme o modelo logaritimizado entre os valores
pareados H+Al determinado pelo método do acetato de cálcio e pH
TSM (A) e pH Sikora (B). ** (P<0,001) = coeficiente significativo ao nível
de 1% de probabilidade pelo teste t

As correlações lineares entre os valores de pH obtidos pelo método SMP


e as estimativas de pH SMP utilizando as equações TSM e Sikora para as 196
amostras de solos podem ser observadas nas Figuras 12 A e 12 C, bem como a
linha de igualdade desses parâmetros (Figuras 12 B e 12 D). Embora a linha de
igualdade seja similiar, indicando superestimativa do pH SMP a menores valores
de pH e subestimativa a maiores valores de pH, a equação linear que
correlaciona o pH TSM e pH SMP estimado pela equação pH TSM (R2 = 0,97**)
(Figura 12 A), obteve os melhores coeficientes angular (0,9714) e linear (0,2692),
que se aproximaram mais de um e zero, respectivamente, se comparados aos
coeficientes angular (1,3085) e linear (- 2,4202) do pH Sikora e o pH SMP
estimado pelo pH Sikora (R2 = 0,90**) (Figura 12 C).
56

A. B.
7,5 7,5
y = 0,9714pHTSM + 0,2692 Linha de igualdade
R2 = 0,97**
7,0 7,0
pH SMP estimado pelo pH TSM

pH SMP estimado pelo pH TSM


6,5 6,5

6,0 6,0

5,5 5,5

5,0 5,0

4,5 4,5
4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5

pH TSM pH SMP

C. D.
7,5 7,5
y = 1,3085 (pHSikora) - 2,4202 Linha de igualdade
R2 = 0,96**
7,0 7,0
pH SMP estimado pelo pH Sikora

pH SMP estimado pelo pH Sikora

6,5 6,5

6,0 6,0

5,5 5,5

5,0 5,0

4,5 4,5
5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5

pH Sikora pH SMP

Figura 12. Regressão linear entre os valores de pH TSM e o pH SMP estimado


pelo pH TSM (A) e a linha de igualdade (B); Regressão linear entre os
valores de pH Sikora e o pH SMP estimado pelo pH Sikora (C) e a
linha de igualdade (D). ** (P<0,001) = coeficiente significativo ao nível
de 1% de probabilidade pelo teste t

Os resultados apresentados estão de acordo com os descritos por


Kaminski et al. (2007), Santana et al. (2011), Todelo (2011) e Guidotti (2013),
que concluíram que o TSM foi o método que melhor reproduziu os valores de pH
SMP para solos do Rio Grande do Sul. No entanto, o método Sikora não é tão
eficiente em estimar H+Al, com tendência de superestimar os valores de H+Al
em relação ao método SMP (Tabela 14 e Figura 13), o que levará a
superestimativa na dose de calcário. Essa tendência pode ser explicada pelo
fato do Sikora não ser indicado para solos com valores de pH menores que 5,3
(Sikora, 2006).
57

Tabela 13. Acidez potencial estimada pelas equações SMP, TSM e Sikora do estudo e pelas equações de Guidotti (2013)
pH tampão
Fonte Estado Equação
4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5
------------- H+Al (cmolc dm -3) -----------
Tampão Santa Maria (1) RS H + Al = 604,62 - 137,69 pHSMP +7,6323 pHSMP 2 14,0 10,7 7,8 5,3 3,2 1,5 0,1
Tampão Sikora (1) RS H + Al = 638,19 - 150,18 pHSMP +8,6961 pHSMP 2 13,8 10,5 7,5 5,0 2,9 1,3 0,1
Tampão Santa Maria MT H+Al = 51,189 - 25,7 ln(pHTSM) 12,5 9,8 7,4 5,1 3,1 1,2 -0,6
Tampão Sikora MT H+Al = 75,36 - 37,47 ln(pHSikora) 19,0 15,1 11,5 8,2 5,2 2,4 -0,1
Tampão SMP MT H+Al = 51,865 - 25,86 ln(pHSMP) 13,0 10,2 7,8 5,5 3,5 1,5 -0,2

(1) Guidotti (2013)


58

Os valores de H+Al estimados pelo método SMP são semelhantes aos


estimados pelo método TSM, enquanto o Sikora superestimou os valores (Figura
13). Os valores de H+Al estimados pelo método Sikora neste estudo, também
foram superiores aos obtidos por Guidotti (2013), conforme observado na Tabela
15.

14
pH SMP vs H+Al
12 pH TSM vs H+Al
pH Sikora vs H+Al
H+Al (cmolc dm )

10
-3

0
4,5 5,0 5,5 6,0 6,5 7,0 7,5

pH tampão

Figura 13. Regressão não linear entre os valores de pH SMP, TSM e Sikora e
as respectivas estimativas dos teores de H+Al utilizando as
equações logaritimizadas obtidas nesse estudo

Dessa forma, ao recomendar calcário para elevar a V = 50% utilizando um


calcário com PRNT de 75% em um Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico, ter-
se-ía doses variando de 5,3 a 8,4 t ha-1 de calcário (Tabela 15). A diferença de
0,3 tonelada de calcário por hectare entre a recomendação em decorrência do
uso dos métodos SMP e Santa Maria é baixa, considerando as doses que são
utilizadas de calcário no campo, diferentemente do que aconteceu quando se
aplicou o método Sikora. Este último, recomendou até 3,1 t ha-1 a mais que os
métodos anteriores, ou seja, uma superdosagem de calcário devido à
superestimativa dos teores de H+Al.
59

Tabela 15. Recomendação de calcário aplicando as equações obtidas neste


estudo para um Latossolo Vermelho-Amarelo Distrófico (LVAd)
Método pH S.B. H+Al CTC V N.C.
---- cmolc dm -3 ------ -- % -- -- t ha-1 --
Tampão Santa Maria 5,28 0,4 8,41 8,81 4,5 5,3
Tampão Sikora 5,95 0,4 12,99 13,39 3,0 8,4
Tampão SMP 5,28 0,4 8,82 9,22 4,3 5,6

4.4. CUSTOS DE ANÁLISES DOS TAMPÕES


Os tampões TSM e Sikora não possuem os componentes tóxicos p-
nitrofenol e cromato de potássio presentes na solução SMP. Estes são
substituídos por imidazol e MES, reagentes de custos mais elevados. O custo de
reagentes para análise de uma amostra de solo utilizando o método SMP é de
R$ 0,04 (quatro centavos), valor inferior aos R$ 0,27 (vinte sete centavos) e R$
0,57 (cinquenta e sete centavos), do método TSM e Sikora, respectivamente
(Tabela 16).
O custo de reagentes para produzir 1 L de solução SMP é de R$ 8,00,
equanto que para a solução TSM R$ 54,00 e de R$ 57,00 para a solução Sikora.
Além de ser mais onerosa, a solução Sikora requer o dobro do volume por
amostra, encarecendo mais a análise e seu valor final para o produtor. No
laboratório, 1 L de solução SMP ou TSM são suficientes para realizar 200
análises, enquanto com a solução Sikora apenas 100 seriam realizadas.
Os itens mais onerosos para a solução SMP são cloreto de cálcio e p-
nitrofenol que, juntos, representam mais de 80% dos custos de reagentes. Por
outro lado, o MES representa aproximadamente 90% dos custos da solução TSM
e da Sikora. Além disso, por ser pouco utilizado no Brasil, o MES não é facilmente
encontrado nas empresas que comercializam reagentes para laboratório de
solos.
Cabe destacar que, embora sejam soluções mais onerosas, tanto o TSM
como o Sikora são menos tóxicos ao ambiente e aos manipuladores, pois entre
seus componentes somente a trietanolamina apresenta toxidez leve (Guidotti,
2013). Por essa razão, não requerem tratamento especializado antes do
descarte. Já a solução SMP é classificada como resíduo especial ou perigoso
60

(Classe I), porque é um resíduo que apresenta riscos à saúde pública e ao meio
ambiente, sendo obrigatório o tratamento e disposição especial, pois apresenta
característica de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e
patogenicidade (ABNT 10.004, 2004).
Um exemplo a ser dado é da Empresa Oxinal Ambiental, que cobra R$
9,50 por kg de resíduo coletado mensalmente nos laboratórios
sulmatogrossenses (BIOTEC, 2018). Tendo em vista isso, considerando que 200
análises pelo método SMP consomem 1 L de solução e gera uma massa residual
por amostra de aproximadamente de 45 g (na relação solo:CaCl2:SMP de
10:25:10), ter-se-ão 9 kg de resíduos e um custo total de coleta, tratamento e
disposição de cerca de R$ 85,50. Isso equivale a R$ 0,43 por amostra, valor que
deve ser acrescido ao custo da análise pelo método SMP nos laboratórios que
descartam corretamente seus resíduos.
Sendo assim, o custo da análise utilizando o método SMP seria de R$
0,04 de reagentes mais R$ 0,43 referentes aos resíduos, totalizando R$ 0,47, o
que é superior se comparado ao TSM, porém, inferior ao Sikora.
61

Tabela 16. Custo de reagentes por análise utilizando o método SMP, TSM e Sikora
Valor Custo por Custo por
Reagente Quantidade Frasco Marca unitário análise análise (1) Total
(L de solução) (R$) (R$) (U$$) (%)
Solução SMP
Cloreto de cálcio dihidratado (g) 106,2 1.000 Anidrol 34,97 0,019 0,005 45,4
Acetato de cálcio (g) 4,0 500 Anidrol 42,00 0,002 0,0004 4,1
Cromato de potássio (g) 6,0 500 Anidrol 36,00 0,002 0,001 5,3
p-nitrofenol (g) 3,6 100 Anidrol 86,00 0,015 0,004 37,9
Trietanolamina (mL) 5,0 1.000 Dinâmica 120,00 0,003 0,001 7,3
Subtotal 0,04 0,01 100,0
Solução Santa Maria
Cloreto de cálcio dihidratado (g) 106,0 1.000 Anidrol 34,97 0,019 0,005 6,9
Acetato de cálcio (g) 3,7 1.000 Anidrol 42,00 0,001 0,0002 0,3
MES (g) 6,6 100 Sigma 745,00 0,244 0,063 90,7
Imidazol (g) 1,2 100 Neon 46,00 0,003 0,001 1,0
Trietanolamina (mL) 5,0 1.000 Dinâmica 120,00 0,003 0,001 1,1
Subtotal 0,27 0,07 100,0
Solução Sikora
Cloreto de potássio (g) 149,0 1.000 Dinâmica 33,90 0,051 0,013 8,9
Ácido acético (mL) 5,1 1.000 Vetec 17,10 0,001 0,0002 0,2
MES (g) 6,7 1.00 Sigma 745,00 0,499 0,128 88,0
Imidazol (g) 0,9 1.00 Neon 46,00 0,004 0,001 0,8
Trietanolamina (mL) 9,2 1.000 Dinâmica 120,00 0,011 0,003 2,0
Hidróxido de sódio (40% p/p) (mL) 5,0 1.000 Anidrol 20,40 0,001 0,0003 0,2
Subtotal 0,57 0,15 100,0
(1) Dolár = R$ 3,90 (20.abr. 2018)
62

4.5. TITULAÇÃO POTENCIOMÉTRICA


Uma das desvantagens da determinação da acidez potencial pelo método
de acetato de cálcio consiste na dificuldade de observar o ponto de viragem do
indicador fenoftaleína durante a titulação neutralização (método clássico)
(Pereira et al., 1998). No entanto, Cândido Filho (2016) observou que o pH do
ponto de virada de amostras de solo submetidas a titulação com NaOH 0,025
mol L-1 se estabece a pH 7,91.
A partir disso, o autor propôs um método de titulação potenciométrica ,
denominado método de acetato de cálcio reduzido. Para isso, após o período de
repouso da suspensão solo:solução de acetato de cálcio 0,5 mol L-1 a pH 7,0
(Teixeira et al., 2017), não submeteu o sobrenadante da solução de acetato de
cálcio à titulação de neutralização. Nesse caso, mediu-se o pH inicial e, logo,
adicionaram-se gotas de NaOH 0,025 mol L-1 até o pH atingir 7,91, que é o ponto
de virada no método clássico, anotando-se o volume gasto.
A correlação entre o pH inicial da solução de acetato de cálcio e o volume
de NaOH gasto gera uma equação quadrática capaz de estimar a quantidade de
NaOH necessários para atingir o equivalente ao ponto de virada do indicador
(R2 = 0,992**; r = - 0,996) (Figura 14 A). Essa quantidade é semelhante a
encontrada no método clássico, indicando que o método pode ser utilizado para
estimar a quantidade de NaOH consumida a partir do pH inicial do sobrenadante
de acetato de cálcio. Este, por sua vez, pode ser utilizado no cálculo de
determinação do teor de H+Al.
A correlação linear entre os valores de H+Al encontrados pelo método de
titulação clássico e o potenciométrico apresenta coeficiente de determinação de
R2 = 0,9976** (r = 0,999), coeficiente angular próximo de um e linear próximo de
zero, indicando que os métodos são semelhantes (Figura 14 B).
Como resultado, a partir dos valores de pH do sobrenadante da solução
de acetato de cálcio se obtém o pH inicial, dado requerido na equação quadrática
para determinar a quantidade de NaOH utilizado no cálculo da estimativa do teor
de H+Al (cmolc dm-3) dos solos pela equação: H+Al (cmolc dm-3) = [quantidade
de NaOH gasta na titulação (mL) – branco (mL) x 1,65]
63

A. B.
30
2

Método potenciométrico - H+Al (cmolc dm )


y = 22,155x - 305,08x + 1053,4

-3
R² = 0,992** 30
25 n = 180
Quantidade de NaOH (mL)

20

20
15

10
10

5
y = 0,9885x - 0,0228
R2 = 0,9976**
n = 180
0 0
5,8 6,0 6,2 6,4 6,6 6,8 7,0 0 10 20 30

pH - solução de acetato de cálcio -3


Método clássico - H+Al (cmolc dm )

Figura 14. Regressão não linear apresentando modelo quadrático entre o pH da


solução de acetato de cálcio e quantidade de NaOH consumido na
titulação potenciométrica (A) e regressão linear entre os teores de
acidez potencial estimados pelos de titulação clássica e
potenciométrica. ** (P<0,001) = coeficiente significativo ao nível de 1%
de probabilidade pelo teste t
64

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A quantidade de calcário a ser aplicada depende, fundamentalmente, da
precisão do valor estimado de H+Al para evitar sub ou superestimativa da CTC
ou da quantidade de corretivos de acidez do solo. Por isso, embora o método do
acetato de cálcio seja explicado em 91% pelo método SMP, ele não é tão
eficiente para estimar os valores de H+Al dos solos muito tamponados. Logo,
numa segunda etapa, é preciso determinar os teores de H+Al dos solos
estudados utilizando o método de incubação com carbonato de cálcio (CaCO3),
obtendo-se, assim, o teor de H+Al real do solo. Os valores de H+Al real serão
comparados àqueles obtidos pelo método do acetato de cálcio e, caso sejam
diferentes, podem ser correlacionados com os valores de pH SMP e pH TSM
para ajustes nas equações.
Além disso, foi observado que em solos mais tamponados, as soluções
tampão apresentaram dificuldade em extrair o H+Al dos sítios de troca. Portanto,
é importante realizar trabalhos para estimar o poder tampão dos solos estudados
e também determinar a melhor proporção solo:CaCl2:tampão para os solos mais
tamponados.
Por último, é importante que se estabeleça uma rede de experimentos no
estado de Mato Grosso para validação das recomendações de calcário
baseadas em métodos tampões.
65

6. CONCLUSÕES
O método SMP pode ser utilizado para estimar o H+Al dos solos do estado
do Mato Grosso através da equação H+Al (cmolc dm-3) = 53,105 - 26,54
ln(pHSMP) (R2 = 0,91**). A utilização de equações calibradas para outros
estados acarreta em subestimativa da necessidade de calcário.
O método Tampão Santa Maria (TSM) é mais indicado que o método
Sikora para substituir o método SMP nos laboratórios de análise de solos do
estado. O TSM também pode ser utilizado para estimar os valores de H+Al dos
solos do estado do Mato e apresenta a vantagem de não gerar resíduos
poluentes ao meio ambiente.
66

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APÊNDICE
76

Apêndice 1. Análise química e granulométrica das 196 amostras de solo coletadas no estado de Mato Grosso.
pH Ca(5) Mg(5) K(6) SB Al(5) H+Al(7) CTC V m P(6) Cu(8) Fe(8) Mn(8) Zn(8) B(9) S(10) CO(11) Argila Silte(12) Areia
Descrição Num.
CaCl2(1) água(1) SMP(2) TSM(3) SIKORA (4) ------------- (cmolc dm-3)--------------------- -- (%) -- --------------------- (mg dm-3) --------------------- -------- (g kg-1) ---------
BPR 1.1 1 4,9 5,7 6,0 6,0 6,5 4,5 2,2 0,12 6,8 0,0 5,4 12,3 56 0 4,7 1,1 59 37 25 0,17 4,60 14,7 300 150 550
BPR 1.2 2 5,3 6,2 6,6 6,5 6,9 3,3 2,0 0,28 5,6 0,0 2,8 8,4 67 0 3,9 0,5 20 81 9 0,21 3,80 9,9 175 50 775
BPR 1.3 3 4,9 5,6 5,9 5,9 6,4 3,5 2,4 0,47 6,4 0,1 6,4 12,8 50 2 4,0 0,5 27 55 5 0,19 5,10 15,7 275 75 650
BPR 1.4 4 4,8 5,7 6,0 6,0 6,5 4,3 2,2 0,11 6,6 0,0 5,6 12,2 54 0 4,5 0,9 53 34 21 0,20 4,00 13,9 225 125 650
BPR 2.1 5 4,5 5,1 6,4 6,4 6,8 1,1 0,8 0,12 2,0 0,1 3,5 5,5 37 5 29,5 0,3 21 5 3 0,07 7,60 5,5 150 50 800
BPR 2.2 6 4,6 5,3 6,5 6,5 6,8 1,3 0,7 0,08 2,1 0,1 3,3 5,4 39 5 27,8 0,4 21 7 2 0,06 6,80 5,8 150 50 800
BPR 2.3 7 4,6 5,4 6,3 6,4 6,7 1,5 0,6 0,12 2,2 0,1 4,0 6,2 36 4 50,3 0,4 19 9 4 0,09 8,50 7,2 150 50 800
BPR 2.4 8 3,8 4,6 5,8 5,8 6,3 0,3 0,3 0,08 0,7 0,9 6,4 7,1 10 57 11,5 0,2 51 11 2 0,07 5,20 7,5 150 50 800
BPR 3.1 9 5,1 5,9 6,9 6,9 7,1 2,4 0,7 0,09 3,2 0,0 2,1 5,3 60 0 41,4 0,4 14 13 5 0,08 7,40 4,1 75 25 900
BPR 3.2 10 5,2 6,1 6,9 7,0 7,1 2,1 0,6 0,05 2,7 0,0 2,0 4,7 58 0 35,2 0,3 11 12 6 0,10 6,90 4,9 75 25 900
BPR 3.3 11 4,8 5,6 6,8 6,8 7,1 1,4 0,4 0,09 1,9 0,0 2,0 3,9 49 0 33,3 0,3 20 7 5 0,06 4,60 5,3 75 25 900
BPR 3.4 12 3,8 4,6 6,1 6,1 6,6 0,1 0,1 0,04 0,2 0,6 4,5 4,7 5 71 3,9 0,1 42 3 0 0,04 3,50 4,9 75 25 900
BPR 4.1 13 4,7 5,5 6,0 6,0 6,5 2,8 0,8 0,20 3,8 0,0 5,8 9,6 40 0 28,9 0,6 21 7 8 0,23 10,60 12,9 400 75 525
BPR 4.2 14 4,6 5,7 6,2 6,1 6,6 1,4 0,7 0,14 2,2 0,1 5,0 7,2 31 4 5,3 0,5 23 4 2 0,18 12,20 11,8 400 50 550
BPR 4.3 15 4,9 5,8 6,3 6,3 6,8 2,3 0,7 0,19 3,2 0,0 4,3 7,5 43 0 14,3 0,6 19 5 3 0,19 9,60 11,6 400 50 550
BPR 4.4 16 3,7 4,4 5,3 5,3 6,0 0,2 0,1 0,07 0,4 1,2 10,1 10,4 4 76 1,6 0,3 47 3 0 0,06 4,40 15,6 400 75 525
BPR 5.1 17 5,4 6,4 6,3 6,3 6,7 4,2 1,3 0,51 6,0 0,0 5,1 11,1 54 0 77,4 2,6 10 15 11 0,76 5,00 18,9 700 100 200
BPR 5.2 18 4,7 5,5 5,9 5,9 6,4 2,5 0,8 0,25 3,5 0,0 7,3 10,8 33 0 32,8 2,0 14 9 8 0,54 11,70 18,2 700 75 225
BPR 5.3 19 4,6 5,4 5,7 5,7 6,2 1,9 0,7 0,23 2,8 0,1 8,6 11,4 25 3 15,6 1,4 14 7 5 0,48 26,90 19,5 600 100 300
BPR 5.4 20 4,3 5,3 6,0 5,9 6,5 0,7 0,5 0,06 1,3 0,2 5,9 7,2 17 14 1,0 0,6 22 5 1 0,26 6,00 10,6 400 50 550
BPR 6.1 21 5,0 6,1 6,3 6,2 6,7 2,3 0,6 0,26 3,2 0,0 4,5 7,6 41 0 17,1 0,6 13 5 10 0,22 6,40 10,9 350 50 600
BPR 6.2 22 5,2 6,1 6,4 6,2 6,8 2,3 0,8 0,32 3,4 0,0 4,0 7,4 46 0 21,7 0,4 11 6 3 0,23 22,90 12,1 400 50 550
BPR 6.3 23 5,2 6,2 6,6 6,4 6,9 2,3 0,6 0,21 3,1 0,0 3,0 6,1 51 0 20,9 0,4 15 5 5 0,15 8,20 10,0 400 50 550
BPR 6.4 24 3,9 4,9 5,8 5,7 6,4 0,2 0,1 0,10 0,4 0,6 6,6 7,0 6 60 2,0 0,3 52 3 2 0,10 3,20 9,8 325 50 625
BPR 7.1 25 5,4 6,2 6,0 5,9 6,4 9,2 1,4 0,56 11,2 0,0 7,8 18,9 59 0 154,8 0,3 3 68 4 0,31 2,80 29,4 250 300 450
BPR 7.2 26 5,3 6,3 5,8 5,8 6,3 11,7 0,7 0,16 12,6 0,0 8,6 21,1 59 0 120,9 0,2 2 69 2 0,31 3,80 29,2 325 175 500
BPR 7.3 27 5,3 6,2 6,0 5,8 6,5 8,7 1,7 0,66 11,1 0,0 6,6 17,7 63 0 40,8 0,5 9 50 4 0,24 3,60 23,3 375 175 450
BPR 7.4 28 4,4 5,2 5,2 5,2 5,8 3,1 1,4 0,18 4,7 0,5 12,0 16,7 28 10 3,2 0,9 31 121 2 0,16 4,50 22,9 450 150 400
BPR 8.1 29 4,3 5,1 6,1 6,0 6,7 1,3 0,8 0,10 2,2 0,1 4,6 6,8 32 4 2,7 0,3 23 9 1 0,08 2,90 6,7 75 25 900
77

Apêndice 1. Continua...
pH Ca(5) Mg(5) K(6) SB Al(5) H+Al(7) CTC V m P(6) Cu(8) Fe(8) Mn(8) Zn(8) B(9) S(10) CO(11) Argila Silte(12) Areia
Descrição Num.
CaCl2(1) água(1) SMP(2) TSM(3) SIKORA (4) ------------- (cmolc dm-3)--------------------- -- (%) -- --------------------- (mg dm-3) --------------------- -------- (g kg-1) ---------
BPR 8.2 30 5,1 6,3 6,9 6,7 7,1 0,6 0,7 0,44 1,7 0,0 2,1 3,9 45 0 1,7 0,3 20 3 0 0,08 2,40 4,6 75 25 900
BPR 8.3 31 4,3 5,4 6,5 6,2 6,8 0,5 0,5 0,04 1,0 0,2 3,5 4,5 23 16 1,2 0,3 30 3 0 0,03 2,60 4,8 75 25 900
BPR 8.4 32 4,4 4,6 5,8 5,6 6,3 0,3 0,1 0,04 0,4 1,0 7,3 7,7 6 69 1,6 0,4 36 7 0 0,02 2,40 7,7 75 25 900
DGP 1.1 33 4,6 5,6 6,4 6,2 6,7 2,6 1,0 0,23 3,8 0,0 4,1 8,0 48 0 5,8 0,5 25 38 2 0,18 4,90 8,0 200 75 725
DGP 1.2 34 5,0 5,9 6,5 6,3 6,8 3,4 1,8 0,87 6,1 0,0 3,5 9,5 64 0 37,6 1,2 31 43 8 0,26 5,40 9,6 175 75 750
DGP 1.3 35 4,1 5,0 6,1 5,9 6,5 1,2 0,8 0,57 2,6 0,4 5,4 8,0 32 13 6,9 0,7 44 46 2 0,17 6,90 7,0 200 75 725
DGP 1.4 36 4,3 5,1 6,1 6,0 6,5 2,3 1,0 0,18 3,5 0,2 4,8 8,3 42 5 2,2 0,4 33 71 1 0,09 4,70 8,1 200 75 725
DGP 2.1 37 4,7 5,7 6,0 5,9 6,4 2,0 1,6 0,89 4,5 0,1 6,1 10,6 42 2 3,2 1,1 33 9 1 0,21 5,80 15,1 575 150 275
DGP 2.2 38 4,6 5,5 6,0 5,8 6,3 1,9 1,3 0,68 3,9 0,1 6,3 10,1 38 3 5,4 1,0 29 15 1 0,22 17,30 15,0 575 125 300
DGP 2.3 39 4,9 5,9 6,2 6,1 6,5 3,3 1,3 0,34 4,9 0,0 5,0 9,9 50 0 7,3 1,1 22 50 2 0,22 7,30 13,2 450 100 450
DGP 2.4 40 4,4 5,6 6,0 5,9 6,4 1,7 0,7 0,45 2,8 0,2 5,6 8,5 34 7 0,8 0,9 31 13 1 0,18 4,60 12,3 600 125 275
DGP 3.1 41 4,8 6,1 6,9 6,8 7,1 0,9 0,6 0,17 1,7 0,0 2,0 3,7 46 0 13,9 0,8 80 11 3 0,07 3,30 4,0 125 25 850
DGP 3.2 42 4,2 5,3 6,2 6,0 6,6 0,6 0,5 0,06 1,2 0,4 4,5 5,6 21 26 6,6 0,8 135 5 1 0,03 3,40 6,6 125 50 825
DGP 3.3 43 4,3 5,2 6,2 6,1 6,7 0,5 0,4 0,05 1,0 0,4 4,6 5,6 17 30 5,0 0,4 63 1 0 0,01 3,40 7,2 150 50 800
DGP 3.4 44 4,1 5,2 6,5 6,4 6,9 0,1 0,0 0,03 0,1 0,5 3,0 3,1 4 79 3,0 0,1 12 1 0 0,01 2,50 3,8 100 25 875
DGP 4.1 45 5,2 6,4 6,8 6,6 7,0 2,1 1,1 0,38 3,6 0,0 2,3 5,9 61 0 6,2 0,6 16 87 1 0,20 5,30 5,9 225 50 725
DGP 4.2 46 4,9 5,8 6,6 6,4 6,9 1,8 1,2 0,14 3,1 0,1 3,1 6,3 50 3 5,1 0,5 21 82 1 0,15 6,80 6,2 200 50 750
DGP 4.3 47 5,0 6,0 6,5 6,4 6,9 1,9 1,1 0,22 3,2 0,0 3,1 6,4 51 0 13,1 0,4 38 22 1 0,14 4,10 7,5 175 50 775
DGP 4.4 48 4,6 5,6 6,5 6,4 6,9 1,2 1,1 0,11 2,4 0,1 3,1 5,5 43 4 3,2 0,7 17 107 1 0,13 4,20 6,0 200 50 750
DGP 5.1 49 5,1 6,4 6,5 6,2 6,7 2,7 1,3 0,5 4,5 0,0 4,0 8,5 53 0 1,5 0,8 39 36 1 0,19 4,10 13,6 375 75 550
DGP 5.2 50 5,1 6,1 6,2 6,0 6,6 5,7 1,2 0,09 7,0 0,0 5,1 12,1 58 0 0,9 0,7 15 56 1 0,25 3,50 17,1 425 75 500
DGP 5.3 51 5,2 6,1 6,2 6,0 6,6 6,0 1,2 0,09 7,3 0,0 5,0 12,2 60 0 0,7 0,8 15 57 1 0,25 3,70 17,9 375 75 550
DGP 5.4 52 5,1 5,9 6,1 5,9 6,6 5,1 1,4 0,2 6,7 0,0 5,1 11,8 57 0 1,0 0,9 24 65 1 0,28 4,00 10,4 425 75 500
DCB 1.1 53 4,4 5,2 6,1 6,0 6,5 2,3 1,2 0,19 3,7 0,5 4,6 8,3 44 12 8,1 0,8 69 6 2 0,17 6,30 7,7 300 75 625
DCB 1.2 54 4,2 4,9 5,8 5,7 6,3 1,8 1,2 0,19 3,2 0,8 5,9 9,1 35 20 12,9 0,7 55 5 1 0,17 7,00 8,6 300 75 625
DCB 1.3 55 4,5 5,1 6,1 5,9 6,4 2,1 1,2 0,18 3,5 0,3 4,3 7,8 45 8 15,2 0,7 33 6 1 0,17 7,90 8,6 325 75 600
DCB 1.4 56 4,0 4,8 5,3 5,2 5,9 0,9 0,7 0,25 1,9 1,6 8,9 10,8 17 46 3,0 1,0 314 15 1 0,04 5,20 12,7 300 100 600
DCB 2.1 57 6,0 6,9 7,0 6,8 7,1 3,0 1,3 0,14 4,4 0,0 1,5 5,9 75 0 16,4 0,3 31 5 1 0,25 5,40 8,6 275 50 675
DCB 2.2 58 6,2 7,1 6,9 6,8 7,1 3,0 1,3 0,07 4,4 0,0 2,0 6,4 69 0 17,5 0,4 16 4 1 0,20 6,30 7,5 275 50 675
78

Apêndice 1. Continua...
pH Ca(5) Mg(5) K(6) SB Al(5) H+Al(7) CTC V m P(6) Cu(8) Fe(8) Mn(8) Zn(8) B(9) S(10) CO(11) Argila Silte(12) Areia
Descrição Num.
CaCl2(1) água(1) SMP(2) TSM(3) SIKORA (4) ------------- (cmolc dm-3)--------------------- -- (%) -- --------------------- (mg dm-3) --------------------- -------- (g kg-1) ---------
DCB 2.3 59 6,2 7,0 7,0 6,8 7,1 2,6 1,3 0,12 4,0 0,0 1,7 5,7 71 0 9,4 0,36 22 4 1 0,25 4,50 6,8 275 50 675
DCB 2.4 60 5,9 6,6 6,9 6,7 7,0 3,1 1,2 0,11 4,4 0,0 2,1 6,6 67 0 1,4 0,30 37 12 2 0,14 2,90 8,6 325 75 600
DCB 3.1 61 4,9 5,7 6,7 6,5 6,9 1,1 0,7 0,05 1,9 0,0 2,5 4,3 43 0 1,8 0,85 38 11 2 0,06 2,60 4,7 150 50 800
DCB 3.2 62 4,8 5,7 6,5 6,3 6,8 1,5 0,7 0,07 2,3 0,1 3,1 5,4 42 4 2,4 0,94 97 13 2 0,09 3,00 7,4 250 25 725
DCB 3.3 63 4,7 5,7 6,5 6,3 6,8 1,2 0,7 0,06 2,0 0,1 3,1 5,1 38 5 1,5 0,93 42 13 2 0,09 3,00 6,0 200 25 775
DCB 3.4 64 4,0 4,8 6,4 6,2 6,8 0,4 0,3 0,11 0,8 0,3 3,5 4,3 19 27 1,7 0,98 74 10 1 0,08 4,70 5,8 200 25 775
DCB 4.1 65 5,7 6,3 6,5 6,3 6,7 2,5 1,9 0,22 4,6 0,0 4,0 8,6 54 0 3,6 8,33 13 96 1 0,18 6,80 19,2 650 225 125
DCB 4.2 66 5,6 6,3 6,5 6,2 6,8 1,9 1,3 0,16 3,4 0,0 4,1 7,5 45 0 1,7 5,43 13 74 1 0,15 6,70 18,7 675 225 100
DCB 4.3 67 5,7 6,4 6,5 6,3 6,8 2,3 1,7 0,29 4,3 0,0 3,8 8,1 53 0 2,5 7,40 13 104 1 0,18 8,00 19,6 650 250 100
DCB 4.4 68 4,5 5,2 5,9 5,7 6,3 0,5 0,5 0,16 1,2 0,1 6,4 7,6 15 8 0,6 8,26 24 106 1 0,18 4,60 18,1 700 200 100
DCB 5.1 69 5,2 6,0 6,2 6,1 6,5 2,0 1,3 0,12 3,4 0,0 5,0 8,4 41 0 1,0 3,22 19 31 2 0,18 5,70 15,0 525 100 375
DCB 5.2 70 5,1 5,9 6,2 6,1 6,5 2,3 1,3 0,09 3,7 0,0 4,8 8,5 44 0 1,3 3,70 17 23 2 0,15 4,70 14,2 500 100 400
DCB 5.3 71 5,0 5,8 6,1 6,0 6,5 2,5 1,2 0,08 3,8 0,0 5,0 8,7 43 0 1,3 3,53 17 22 3 0,16 4,70 14,6 500 100 400
DCB 5.4 72 4,9 5,4 5,8 5,7 6,2 3,5 2,1 0,48 6,1 0,1 7,8 13,8 44 2 2,2 2,91 12 44 1 0,26 5,10 22,6 500 100 400
PTN 1.1 73 4,1 5,3 6,3 6,2 6,6 0,9 0,5 0,08 1,5 0,8 3,6 5,1 29 35 3,0 0,97 108 5 1 0,03 3,30 4,1 225 100 675
PTN 1.2 74 4,2 5,4 6,5 6,5 6,7 1,0 0,4 0,13 1,5 0,5 3,0 4,5 34 25 3,0 1,01 174 5 1 0,03 3,00 5,1 125 100 775
PTN 1.3 75 4,2 5,3 6,7 6,7 6,9 0,9 0,4 0,09 1,4 0,4 2,1 3,5 39 22 3,0 0,94 143 4 1 0,01 2,60 3,4 125 100 775
PTN 1.4 76 4,3 5,2 5,9 5,8 6,3 3,4 1,8 0,52 5,7 0,4 5,9 11,7 49 7 6,5 1,54 207 11 2 0,10 4,70 11,4 325 275 400
PTN 2.1 77 4,1 5,1 5,0 5,0 5,6 3,6 3,1 0,23 6,9 2,5 8,7 15,7 44 27 4,9 1,81 152 56 4 0,07 4,50 9,9 475 325 200
PTN 2.2 78 4,0 5,1 5,0 5,0 5,7 3,3 2,8 0,15 6,3 2,6 8,4 14,7 43 29 3,0 1,86 162 54 4 0,09 4,30 9,1 400 300 300
PTN 2.3 79 4,1 4,9 5,5 5,3 5,9 3,2 2,7 0,13 6,0 1,6 7,4 13,5 45 21 3,3 1,49 147 70 4 0,08 4,10 8,5 350 250 400
PTN 2.4 80 4,9 5,7 5,7 5,7 6,2 4,8 4,6 2,80 12,2 0,1 7,1 19,3 63 1 64,4 0,76 89 115 10 0,24 14,90 21,5 325 300 375
PTN 3.1 81 4,1 5,5 5,4 5,2 5,8 2,1 2,2 0,22 4,5 2,3 7,3 11,8 38 34 3,3 1,36 60 86 3 0,07 7,60 7,0 450 200 350
PTN 3.2 82 4,2 5,2 5,5 5,4 5,9 3,1 1,8 0,16 5,1 1,2 7,4 12,5 41 19 4,8 1,44 94 116 3 0,07 6,00 9,1 450 200 350
PTN 3.3 83 4,0 5,1 5,4 5,4 5,9 2,2 1,3 0,17 3,7 1,7 6,9 10,6 35 32 6,5 1,58 153 74 3 0,08 7,30 7,8 375 175 450
PTN 3.4 84 4,0 4,8 6,4 6,3 6,7 0,4 0,3 0,13 0,8 0,7 3,3 4,1 20 46 6,5 0,76 242 12 1 0,02 3,80 4,2 125 75 800
PTN 4.1 85 4,9 5,7 6,3 6,3 6,6 1,6 1,6 0,15 3,3 0,1 3,8 7,1 47 3 2,1 1,12 34 53 3 0,11 4,00 9,0 275 100 625
PTN 4.2 86 4,6 5,4 6,3 6,2 6,6 1,5 1,6 0,13 3,2 0,1 4,1 7,4 44 3 1,6 1,06 27 38 2 0,11 4,40 8,3 325 125 550
79

Apêndice 1. Continua...
pH Ca(5) Mg(5) K(6) SB Al(5) H+Al(7) CTC V m P(6) Cu(8) Fe(8) Mn(8) Zn(8) B(9) S(10) CO(11) Argila Silte(12) Areia
Descrição Num.
CaCl2(1) água(1) SMP(2) TSM(3) SIKORA (4) ------------- (cmolc dm-3)--------------------- -- (%) -- --------------------- (mg dm-3) --------------------- -------- (g kg-1) ---------
PTN 4.3 87 5,5 6,4 6,6 6,5 6,8 2,6 2,1 0,39 5,1 0,0 3,0 8,1 63 0 1,8 0,59 13 48 1 0,13 3,40 10,2 325 125 550
PTN 4.4 88 5,1 5,9 6,1 6,1 6,5 4,2 2,1 0,38 6,7 0,0 5,3 12,0 56 0 6,9 0,45 16 65 1 0,18 3,30 14,9 325 125 550
PTN 5.1 89 5,0 5,8 6,8 6,8 7,0 1,4 1,1 0,26 2,8 0,0 2,3 5,1 54 0 3,3 0,67 20 44 1 0,09 2,70 4,5 200 50 750
PTN 5.2 90 5,0 5,7 6,8 6,8 7,0 1,6 1,2 0,30 3,1 0,0 2,3 5,4 57 0 2,6 0,74 33 49 1 0,07 3,20 4,8 150 50 800
PTN 5.3 91 5,4 6,3 7,0 7,0 7,1 1,7 1,2 0,50 3,4 0,0 1,8 5,2 65 0 2,2 0,78 33 31 1 0,09 2,60 4,8 200 50 750
PTN 5.4 92 3,7 4,3 5,4 5,3 6,0 0,3 0,5 0,21 1,0 1,8 7,6 8,6 12 64 4,5 0,54 50 50 1 0,07 3,40 9,6 250 125 625
CHP 1.1 93 5,0 5,7 6,4 6,3 6,7 2,5 0,7 0,26 3,5 0,0 4,0 7,4 47 0 13,5 0,53 16 6 3 0,17 5,10 10,4 275 25 700
CHP 1.2 94 5,5 6,2 6,5 6,5 6,8 3,3 1,2 0,24 4,7 0,0 3,3 8,0 59 0 24,4 0,43 11 8 3 0,17 5,00 11,4 275 50 675
CHP 1.3 95 5,4 6,2 6,5 6,4 6,8 2,9 0,9 0,24 4,0 0,0 3,1 7,2 56 0 6,9 0,48 14 5 3 0,20 6,20 11,2 300 50 650
CHP 1.4 96 3,8 4,2 5,7 5,3 6,0 0,2 0,1 0,11 0,4 1,1 8,7 9,2 4 73 2,2 0,28 71 3 1 0,03 4,30 15,4 300 25 675
CHP 2.1 97 5,1 6,1 6,2 6,2 6,6 2,8 1,0 0,20 4,0 0,0 5,0 8,9 45 0 11,3 0,52 18 4 3 0,20 12,40 14,7 575 75 350
CHP 2.2 98 6,2 6,9 6,9 6,9 7,1 3,9 1,7 0,22 5,8 0,0 2,1 8,0 73 0 30,3 0,73 13 9 7 0,24 10,80 14,3 575 50 375
CHP 2.3 99 5,7 6,5 6,6 6,5 6,9 3,2 1,1 0,21 4,5 0,0 3,1 7,6 59 0 24,8 0,88 15 7 9 0,20 6,30 12,1 450 100 450
CHP 2.4 100 4,6 5,3 5,9 5,9 6,4 1,9 0,7 0,11 2,7 0,1 6,1 8,8 31 4 1,4 0,30 38 8 1 0,12 4,00 12,9 400 50 550
CHP 3.1 101 4,9 5,8 6,2 6,2 6,6 2,6 0,7 0,15 3,4 0,0 5,1 8,6 40 0 17,6 0,73 24 4 3 0,24 7,20 14,8 525 75 400
CHP 3.2 102 4,9 5,9 6,2 6,1 6,6 2,4 0,8 0,13 3,3 0,0 5,0 8,3 40 0 5,2 0,67 25 4 2 0,25 7,20 13,8 550 75 375
CHP 3.3 103 5,1 6,0 6,4 6,3 6,7 2,6 0,8 0,12 3,5 0,0 4,3 7,8 45 0 7,0 0,71 15 4 3 0,22 4,10 13,2 525 75 400
CHP 3.4 104 4,0 5,2 6,0 5,6 6,2 0,1 0,1 0,07 0,3 0,7 7,4 7,7 4 72 1,2 0,44 50 1 0 0,01 3,90 16,0 550 100 350
CHP 4.1 105 4,7 5,7 6,3 6,2 6,7 2,1 0,7 0,06 2,9 0,1 4,6 7,5 38 3 119,3 0,33 30 6 3 0,15 4,10 6,5 100 25 875
CHP 4.2 106 4,9 5,9 6,4 6,5 6,7 1,9 0,6 0,04 2,5 0,0 4,6 7,2 35 0 86,3 0,27 25 6 3 0,11 2,90 5,4 75 25 900
CHP 4.3 107 4,8 5,7 6,3 6,3 6,7 1,9 0,7 0,08 2,7 0,1 4,5 7,1 38 4 62,0 0,36 28 4 3 0,13 3,20 7,5 100 25 875
CHP 4.4 108 3,4 4,2 5,6 5,4 6,2 0,1 0,1 0,04 0,2 1,0 6,9 7,2 3 81 4,2 0,12 76 1 0 0,04 3,40 6,7 75 25 900
CHP 6.1 109 5,0 5,9 6,3 6,3 6,7 1,4 0,4 0,25 2,0 0,0 4,5 6,5 32 0 7,5 0,32 34 3 1 0,15 15,10 10,8 250 50 700
CHP 6.2 110 4,5 5,3 6,0 6,0 6,5 0,9 0,5 0,11 1,5 0,1 5,6 7,1 21 6 3,3 0,32 52 4 1 0,13 28,40 10,6 400 50 550
CHP 6.3 111 4,3 4,9 6,2 6,2 6,6 0,6 0,4 0,14 1,1 0,2 4,5 5,6 20 15 1,1 0,41 52 2 0 0,11 20,60 8,7 400 75 525
CHP 6.4 112 3,9 4,5 5,5 5,4 6,1 0,2 0,2 0,06 0,5 0,9 8,3 8,7 5 66 1,0 0,27 94 4 0 0,10 8,20 16,5 550 100 350
NMT 1.1 113 4,7 5,4 6,1 6,0 6,5 1,7 0,6 0,12 2,4 0,0 5,4 7,9 31 0 11,4 1,12 33 7 5 0,25 14,70 13,1 575 50 375
NMT 1.2 114 4,3 5,1 6,1 6,0 6,5 1,1 0,5 0,18 1,8 0,2 5,3 7,1 25 10 14,8 1,20 39 6 3 0,27 19,40 11,1 500 75 425
80

Apêndice 1. Continua...
pH Ca(5) Mg(5) K(6) SB Al(5) H+Al(7) CTC V m P(6) Cu(8) Fe(8) Mn(8) Zn(8) B(9) S(10) CO(11) Argila Silte(12) Areia
Descrição Num.
CaCl2(1) água(1) SMP(2) TSM(3) SIKORA (4) ------------- (cmolc dm-3)--------------------- -- (%) -- --------------------- (mg dm-3) --------------------- -------- (g kg-1) ---------
NMT 1.3 115 4,7 5,6 6,3 6,2 6,6 1,6 0,7 0,14 2,4 0,0 4,5 6,9 35 0 4,9 1,16 33 7 4 0,25 9,70 9,6 475 75 450
NMT 1.4 116 5,2 5,9 6,5 6,5 6,8 2,2 1,4 0,10 3,7 0,0 3,3 7,0 53 0 6,8 1,00 27 9 5 0,14 4,00 9,8 400 75 525
NMT 2.1 117 5,5 6,2 6,5 6,4 6,8 2,8 2,0 0,16 5,0 0,0 3,8 8,8 57 0 3,3 0,66 26 11 1 0,13 12,70 15,8 700 125 175
NMT 2.2 118 5,0 5,8 6,3 6,2 6,6 1,7 1,2 0,30 3,2 0,0 4,6 7,8 41 0 3,9 0,66 23 7 1 0,17 10,10 14,8 700 75 225
NMT 2.3 119 5,0 5,8 6,3 6,2 6,6 1,8 1,3 0,11 3,2 0,0 4,6 7,8 41 0 4,0 0,67 28 8 2 0,17 13,30 14,5 700 75 225
NMT 2.4 120 4,1 4,8 5,6 5,6 6,2 0,9 0,7 0,21 1,8 0,4 7,8 9,6 19 18 1,8 0,57 73 23 1 0,15 7,10 17,5 550 100 350
NMT 3.1 121 4,6 5,4 6,5 6,4 6,8 1,0 0,5 0,11 1,6 0,1 3,5 5,1 32 6 3,1 0,74 67 6 0 0,06 5,40 6,3 200 50 750
NMT 3.2 122 5,4 6,1 6,8 6,8 7,0 1,7 1,2 0,12 3,0 0,0 2,3 5,3 57 0 6,1 0,66 41 7 1 0,05 6,90 5,8 200 25 775
NMT 3.3 123 4,6 5,3 6,4 6,4 6,8 1,0 0,6 0,12 1,7 0,0 3,6 5,3 32 0 3,6 0,76 62 5 1 0,05 5,20 7,2 200 50 750
NMT 3.4 124 3,8 4,2 6,0 5,9 6,5 0,1 0,2 0,06 0,4 0,7 5,1 5,5 7 66 3,5 0,51 99 5 0 0,02 5,70 7,5 125 50 825
NMT 4.1 125 5,3 5,9 6,4 6,3 6,7 2,9 1,0 0,09 4,0 0,0 4,3 8,3 48 0 12,6 0,39 36 10 4 0,24 11,40 15,4 575 100 325
NMT 4.2 126 5,2 6,1 6,2 6,2 6,7 2,1 0,9 0,07 3,1 0,0 4,8 7,9 39 0 3,4 0,26 23 5 2 0,15 12,20 16,1 675 75 250
NMT 4.3 127 5,3 6,0 6,4 6,3 6,7 2,4 1,1 0,14 3,6 0,0 4,1 7,8 47 0 11,3 0,38 24 6 3 0,18 6,50 15,8 450 125 425
NMT 4.4 128 3,8 4,2 5,0 5,0 5,7 0,2 0,3 0,21 0,7 1,7 12,0 12,8 6 71 2,8 0,41 67 10 0 0,07 7,60 27,7 575 75 350
XGU 1.1 129 5,6 6,4 6,7 6,7 7,0 3,0 1,2 0,16 4,4 0,0 2,8 7,2 61 0 11,2 0,26 26 5 2 0,14 4,90 9,9 375 75 550
XGU 1.2 130 5,5 6,3 6,7 6,6 6,9 2,8 1,1 0,11 4,0 0,0 3,1 7,1 56 0 20,8 0,37 32 6 3 0,18 5,20 11,0 400 50 550
XGU 1.3 131 5,5 6,3 6,7 6,6 6,9 2,6 1,1 0,14 3,8 0,0 3,0 6,8 56 0 12,3 0,29 22 3 2 0,16 4,50 10,8 400 75 525
XGU 1.4 132 4,0 4,8 5,8 5,8 6,3 0,5 0,3 0,04 0,8 0,6 6,6 7,4 11 42 3,2 0,09 72 6 0 0,07 4,60 12,1 350 25 625
XGU 2.1 133 5,7 6,6 6,9 6,8 7,1 2,1 0,8 0,26 3,2 0,0 1,8 5,0 64 0 9,5 0,22 30 3 1 0,17 8,20 6,4 275 50 675
XGU 2.2 134 5,5 6,3 6,8 6,7 7,0 2,0 1,0 0,18 3,2 0,0 2,3 5,5 58 0 16,9 0,28 32 4 1 0,15 7,00 7,5 300 25 675
XGU 2.3 135 5,9 6,7 7,0 7,0 7,2 2,3 1,1 0,26 3,7 0,0 1,3 5,0 73 0 10,6 0,28 23 5 1 0,12 4,90 7,5 275 50 675
XGU 2.4 136 3,6 4,3 6,0 5,9 6,5 0,1 0,1 0,05 0,2 0,8 4,8 5,0 5 76 3,2 0,19 84 2 1 0,02 4,20 7,5 275 50 675
XGU 3.1 137 5,6 6,6 7,2 7,3 7,3 2,1 0,6 0,05 2,7 0,0 1,0 3,7 74 0 16,0 0,19 10 2 1 0,05 2,80 4,4 125 25 850
XGU 3.2 138 5,3 6,3 7,0 7,0 7,2 1,5 0,5 0,05 2,0 0,0 1,3 3,4 61 0 9,3 0,17 18 2 1 0,06 2,20 4,3 175 25 800
XGU 3.3 139 5,5 6,2 7,1 7,1 7,2 1,7 0,4 0,05 2,1 0,0 1,2 3,3 65 0 4,4 0,17 14 3 1 0,06 2,40 3,9 125 25 850
XGU 3.4 140 4,1 4,3 6,1 6,0 6,6 0,1 0,2 0,05 0,3 0,7 4,1 4,5 8 67 2,2 0,15 71 3 1 0,02 2,80 4,8 175 25 800
XGU 4.1 141 4,4 5,1 5,7 5,8 6,2 0,3 0,3 0,08 0,7 0,5 6,4 7,1 10 42 0,7 0,84 20 19 1 0,11 3,40 12,4 500 75 425
XGU 4.2 142 4,3 5,0 5,8 5,8 6,2 0,2 0,2 0,08 0,5 0,6 6,3 6,7 7 56 0,7 0,75 30 8 0 0,09 3,50 12,0 500 50 450
81

Apêndice 1. Continua...
pH Ca(5) Mg(5) K(6) SB Al(5) H+Al(7) CTC V m P(6) Cu(8) Fe(8) Mn(8) Zn(8) B(9) S(10) CO(11) Argila Silte(12) Areia
Descrição Num.
CaCl2(1) água(1) SMP(2) TSM(3) SIKORA (4) ------------- (cmolc dm-3)--------------------- -- (%) -- --------------------- (mg dm-3) --------------------- -------- (g kg-1) ---------
XGU 4.3 143 4,1 5,1 5,8 5,8 6,3 0,2 0,1 0,06 0,4 1,2 5,3 5,6 6 77 0,9 0,84 28 8 0 0,09 3,20 7,4 325 50 625
XGU 4.4 144 4,1 4,8 6,1 6,2 6,6 0,2 0,1 0,13 0,4 0,6 4,1 4,6 9 58 1,8 0,52 36 15 1 0,04 3,20 6,3 200 50 750
XGU 5.1 145 5,5 6,5 6,8 6,8 7,0 2,3 0,6 0,15 3,0 0,0 2,3 5,4 57 0 21,8 0,66 11 5 3 0,15 2,80 6,7 275 50 675
XGU 5.2 146 7,1 8,0 7,3 7,4 7,4 6 0,1 0,08 6,2 0,0 0,7 6,8 90 0 9,3 0,14 2 5 2 0,14 3,40 7,5 350 50 600
XGU 5.3 147 5,5 6,2 6,6 6,5 6,9 2,6 0,9 0,14 3,6 0,0 2,8 6,4 56 0 8,7 0,58 10 5 4 0,17 4,00 8,6 350 25 625
XGU 5.4 148 4,2 5,4 6,1 6,0 6,6 0,1 0,1 0,06 0,3 0,6 4,3 4,5 6 70 1,1 0,22 44 1 1 0,05 3,20 7,5 300 50 650
XGU 6.1 149 5,3 6,1 6,7 6,6 6,9 1,6 1,3 0,05 2,9 0,0 2,6 5,6 53 0 0,7 0,19 22 5 0 0,09 4,20 10,5 450 50 500
XGU 6.2 150 4,4 5,3 5,8 5,7 6,3 0,9 0,7 0,06 1,7 0,3 6,4 8,1 21 15 1,0 0,14 66 5 0 0,07 4,40 12,2 400 25 575
XGU 6.3 151 3,9 4,6 5,5 5,4 6,1 0,5 0,3 0,04 0,8 1,0 7,8 8,6 10 54 1,4 0,11 74 8 0 0,05 5,60 15,5 425 50 525
XGU 6.4 152 3,9 4,5 5,7 5,6 6,3 0,1 0,1 0,11 0,3 1,0 6,9 7,2 4 76 2,2 0,09 91 5 0 0,04 5,00 10,5 425 25 550
DAR 1.1 153 7,0 7,8 7,4 7,3 7,4 5,7 0,1 0,22 6,0 0,0 0,3 6,3 95 0 32,6 0,13 3 6 2 0,13 8,90 7,5 425 25 550
DAR 1.2 154 5,0 5,8 6,4 6,3 6,8 1,8 0,7 0,19 2,7 0,0 3,6 6,3 43 0 16,7 0,25 27 2 3 0,15 12,60 9,4 400 50 550
DAR 1.3 155 4,9 5,7 6,5 6,4 6,8 1,6 0,5 0,11 2,2 0,1 3,3 5,5 40 4 14,4 0,19 23 2 1 0,10 12,20 7,4 375 25 600
DAR 1.4 156 4,0 4,9 6,1 6,0 6,5 0,1 0,2 0,04 0,3 0,6 4,1 4,5 8 64 1,6 0,09 31 2 0 0,05 3,70 7,1 525 75 400
DAR 2.1 157 4,3 5,1 6,3 6,2 6,7 1,6 1,2 0,16 3,0 0,4 3,8 6,8 44 12 24,1 0,67 25 7 3 0,10 6,90 6,1 250 50 700
DAR 2.2 158 4,2 4,9 6,3 6,3 6,7 1,3 1,1 0,23 2,6 0,5 3,3 5,9 44 16 11,0 0,59 23 6 2 0,10 6,10 4,7 275 75 650
DAR 2.3 159 4,8 5,7 6,6 6,5 6,9 2,1 1,7 0,17 4,0 0,1 2,8 6,8 59 2 10,5 0,60 18 5 1 0,11 4,80 5,1 275 50 675
DAR 2.4 160 3,8 4,9 5,7 5,7 6,3 0,2 0,3 0,23 0,7 1,7 5,1 5,8 12 70 1,3 0,53 49 3 1 0,04 3,00 5,7 300 75 625
DAR 3.1 161 5,4 6,4 6,6 6,5 6,9 2,4 0,7 0,08 3,2 0,0 3,1 6,3 50 0 4,3 0,73 12 21 1 0,18 18,40 8,5 425 100 475
DAR 3.2 162 5,0 5,8 6,3 6,2 6,7 2,2 0,7 0,08 3,0 0,0 4,3 7,3 41 0 7,5 0,44 13 17 1 0,20 36,90 11,1 425 25 550
DAR 3.3 163 4,6 5,3 6,2 6,0 6,6 1,4 0,5 0,06 2,0 0,1 4,8 6,7 29 5 17,6 0,61 17 11 3 0,20 25,00 8,9 400 75 525
DAR 3.4 164 4,0 4,7 6,0 5,9 6,5 0,2 0,1 0,07 0,4 0,4 5,1 5,5 7 52 0,9 0,47 23 13 1 0,07 3,80 9,3 375 25 600
DAR 4.1 165 3,9 5,2 6,3 6,3 6,8 0,5 0,4 0,15 1,0 0,6 3,6 4,7 22 36 6,9 0,63 26 14 1 0,05 3,20 6,0 200 50 750
DAR 4.2 166 3,9 5,1 6,3 6,3 6,8 0,3 0,5 0,08 0,9 0,7 3,3 4,2 21 44 5,7 0,57 23 20 1 0,06 3,40 5,7 200 50 750
DAR 4.3 167 3,9 5,1 6,4 6,3 6,8 0,3 0,4 0,06 0,8 0,7 3,0 3,7 20 48 3,9 0,46 15 17 1 0,05 2,90 4,9 175 25 800
DAR 4.4 168 3,7 4,2 5,8 5,8 6,5 0,1 0,1 0,04 0,2 1,4 5,0 5,2 5 85 4,9 0,32 23 1 0 0,02 3,00 5,1 175 50 775
DAR 5.1 169 4,3 5,3 6,7 6,6 7,1 0,5 0,3 0,03 0,8 0,2 2,6 3,5 24 19 1,6 0,18 19 4 2 0,04 3,00 3,4 125 25 850
DAR 5.2 170 4,3 5,2 6,6 6,4 7,0 0,5 0,3 0,03 0,8 0,2 3,1 4,0 21 19 3,5 0,16 19 4 2 0,04 3,00 4,0 125 25 850
82

Apêndice 1. Continua...
pH Ca(5) Mg(5) K(6) SB Al(5) H+Al(7) CTC V m P(6) Cu(8) Fe(8) Mn(8) Zn(8) B(9) S(10) CO(11) Argila Silte(12) Areia
Descrição Num. --- (%) -
CaCl2(1) água(1) SMP(2) TSM(3) SIKORA (4) ------------- (cmolc dm-3)--------------------- -- --------------------- (mg dm-3) --------------------- -------- (g kg-1) ---------
DAR 5.3 171 4,2 5,3 6,8 6,7 7,1 0,3 0,3 0,0 0,6 0,2 2,1 2,8 22 24 6,2 0,16 18 2 2 0,02 2,50 3,1 125 25 850
DAR 5.4 172 3,8 4,8 6,3 6,2 6,8 0,2 0,1 0,0 0,3 0,5 4,0 4,3 8 60 3,5 0,14 32 9 1 0,04 3,30 3,8 100 25 875
DAR 6.1 173 4,7 4,8 6,4 6,2 6,6 0,1 0,1 0,0 0,2 0,1 4,0 4,2 6 29 0,4 0,67 42 2 0 0,08 3,40 8,3 700 100 200
DAR 6.2 174 4,8 4,9 6,4 6,3 6,7 0,1 0,0 0,1 0,2 0,0 3,8 4,0 4 0 0,3 0,79 38 2 0 0,07 3,00 9,9 700 125 175
DAR 6.3 175 4,7 5,1 6,3 6,2 6,7 0,1 0,0 0,1 0,2 0,0 4,1 4,4 5 0 0,3 0,78 39 2 0 0,08 3,50 9,7 700 150 150
DAR 6.4 176 4,5 4,8 6,2 6,0 6,6 0,1 0,0 0,0 0,1 0,1 4,6 4,7 3 43 0,4 0,78 39 2 0 0,08 3,20 11,0 700 125 175
NDT 1.1 177 5,7 6,6 6,8 6,6 6,9 4,4 0,8 0,2 5,4 0,0 2,0 7,4 73 0 0,8 2,60 24 88 3 0,22 5,60 13,2 375 75 550
NDT 1.2 178 5,1 5,7 6,6 6,4 6,9 3,1 0,9 0,5 4,5 0,0 3,3 7,8 58 0 1,2 2,40 23 88 3 0,20 3,20 11,0 375 50 575
NDT 1.3 179 5,0 6,2 6,5 6,3 6,9 2,2 0,8 0,1 3,1 0,0 2,8 5,9 52 0 0,7 3,42 25 60 1 0,17 3,80 11,8 425 100 475
NDT 1.4 180 4,9 5,9 6,6 6,4 7,0 2,1 0,7 0,2 3,0 0,0 3,0 5,9 50 0 2,7 0,65 26 29 1 0,11 3,30 7,6 150 50 800
NDT 2.1 181 5,6 6,6 6,6 6,4 6,8 6,8 2,5 0,1 9,4 0,0 3,0 12,4 76 0 0,9 9,97 10 95 1 0,35 4,00 16,0 525 150 325
NDT 2.2 182 5,5 6,2 6,5 6,3 6,7 5,2 2,0 0,7 7,9 0,0 3,6 11,5 68 0 0,9 11,30 10 147 1 0,26 3,70 16,7 525 100 375
NDT 2.3 183 5,7 6,4 6,6 6,4 6,8 5,2 1,8 0,3 7,3 0,0 3,3 10,6 69 0 0,8 8,46 8 123 1 0,26 4,10 15,3 500 100 400
NDT 2.4 184 5,5 6,2 6,5 6,3 6,8 4,2 1,8 0,5 6,5 0,0 4,0 10,5 62 0 1,2 5,19 11 129 1 0,24 4,20 18,5 500 100 400
NDT 3.1 185 4,7 5,8 6,4 6,2 6,8 1,8 0,7 0,3 2,8 0,1 3,8 6,6 42 3 19,6 1,08 25 14 3 0,16 4,10 8,9 400 50 550
NDT 3.2 186 4,9 5,0 6,3 6,2 6,8 2,2 1,2 0,2 3,6 0,0 3,8 7,4 49 0 3,3 0,62 17 16 1 0,14 7,60 10,7 375 75 550
NDT 3.3 187 3,9 4,6 6,2 6,0 6,6 0,4 0,3 0,1 0,8 0,4 4,8 5,6 14 33 16,1 1,30 34 4 1 0,13 7,90 7,9 325 50 625
NDT 3.4 188 4,7 5,8 6,1 5,9 6,6 2,8 1,4 0,3 4,5 0,1 5,3 9,7 46 2 5,9 0,79 17 26 2 0,22 5,00 15,3 375 75 550
NDT 4.1 189 4,4 5,6 6,3 6,2 6,8 1,3 0,5 0,2 2,0 0,1 3,8 5,8 35 5 1,8 0,27 46 5 1 0,11 3,80 7,5 225 50 725
NDT 4.2 190 4,5 5,6 6,3 6,1 6,8 1,4 0,6 0,2 2,2 0,1 4,0 6,2 36 4 1,9 0,23 37 6 1 0,10 4,10 8,0 200 25 775
NDT 4.3 191 4,3 5,4 6,3 6,2 6,8 1,0 0,5 0,1 1,6 0,2 3,6 5,3 31 11 1,7 0,21 32 4 0 0,08 3,70 7,1 225 50 725
NDT 4.4 192 4,0 4,8 6,0 5,8 6,6 0,7 0,6 0,3 1,6 0,4 5,4 7,1 23 20 3,3 0,22 42 6 1 0,08 5,40 9,4 225 50 725
NDT 5.1 193 4,5 5,8 6,2 6,0 6,6 1,6 0,7 0,1 2,4 0,1 5,0 7,4 33 4 3,5 0,81 33 13 1 0,18 8,30 12,8 475 100 425
NDT 5.2 194 5,2 6,3 6,6 6,4 6,9 3,3 1,0 0,1 4,4 0,0 3,1 7,6 59 0 8,0 0,50 17 21 1 0,22 8,00 13,3 450 100 450
NDT 5.3 195 5,1 6,2 6,4 6,2 6,8 3,6 1,0 0,2 4,8 0,0 4,1 8,9 54 0 6,9 0,51 14 26 1 0,29 8,80 14,9 400 50 550
NDT 5.4 196 4,6 5,0 6,4 6,3 6,9 3,1 0,7 0,1 3,9 0,0 3,5 7,4 53 0 3,6 0,37 14 39 1 0,13 4,90 8,3 175 50 775
(1) pH relação 1:2,5 (Teixeira et al., 2017); (2) Relação 1:2,5:0,5 (Raij et al., 2001); (3) Relação 1:2,5:0,5 (Toledo, 2011); (4) Relação 1:2,5:1 (Sikora, 2006); (5) KCl 1 M ( Teixeira et al., 2017); (6) Mehlich-1; (7) Acetato
de cálcio 0,5 M (Teixeira et al., 2017); (8) Mehlich-1; (9) água quente; (10) fosfato monobásico de cálcio; (11) Walkley Black; (12) método do densímetro (Teixeira et al., 2017). Ecorregiões: 1 - BPR (Bacia do Paraná);
2 – DGP (Depressão do Guaporé); 3 – DCB (Depressão Cuiabana); 4 – PTN (Pantanal); 5 – CHP (Chapadão dos Parecis); 6 – NMT (Norte); 7 – XGU (Xingu); 8 – DAR (Depressão do Araguaia) e 9 – NDT
(Nordeste). Em vermelhos a descrição química e granulométrica dos 11 solos selecionados para comprarar as equações.

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