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RELATÓRIO DA I

CONFERÊNCIA ESTADUAL DE
POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL

A I CONFERÊNCIA ESTADUAL DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL da


Bahia, convocada pelo Governador, Paulo Souto, através do Decreto nº 9384, de 31 de março de
2005, presidida pelo Secretário da Justiça e Direitos Humanos, Sérgio Sanches Ferreira, realizou-
se na cidade de Salvador, no Centro de Convenções, nos dias 23, 24 e 25 de maio de 2005.
Com o tema central “ESTADO E SOCIEDADE PROMOVENDO A IGUALDADE RACIAL”, a
CONFERÊNCIA teve os seguintes objetivos: I - refletir sobre a realidade baiana e brasileira, do
ponto de vista da sociedade e da estrutura do Estado, considerando os mecanismos de
reprodução da discriminação, do racismo e das desigualdades raciais; II - avaliar as ações e
políticas públicas desenvolvidas para a promoção da igualdade racial nas três instâncias de
governo: municipal, estadual e federal, bem como o cumprimento dos compromissos
internacionais objetos de acordos, tratados e convenções e III - propor diretrizes para a Política
Nacional de Promoção da Igualdade Racial e Étnica, considerando a perspectiva de gênero,
cultura e religião. A Conferência contou com a participação de 300 delegados e delegadas,
representando a sociedade civil, os governos municipais e os diversos órgãos do governo
estadual. Além dos delegados e delegadas, houve a participação de convidados(as) e
observadores(as).
A Conferência contou com a seguinte programação:
Segunda-feira – 23/05/2005 - tarde: início do credenciamento, Plenária para aprovação do
Regulamento; noite: abertura solene. Terça-feira – 24/05/2005 - manhã: Plenária para
apresentação da metodologia dos trabalhos, Oficinas temáticas; tarde: Grupos de Trabalho.
Quarta-feira – 25/05/2005 - Plenária Final.
A mesa de abertura da Conferência, além de várias autoridades e representantes dos índios,
negros e ciganos, contou com a presença do Governador Paulo Souto e da Ministra da Secretaria
Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial-SEPPIR- Matilde Ribeiro que proferiu a
Conferência Magna, com o tema “Estado e Sociedade Promovendo a Igualdade Racial”, ao final
foi servido um coquetel de confraternização.
As oito oficinas temáticas tiveram como facilitadores especialistas indicados pelos movimentos
sociais e pelo governo, seguindo o temário da Conferência Nacional: 1- Trabalho e
Desenvolvimento Econômico; 2- Educação / Juventude Negra; 3- Diversidade Cultural / Religiões
de Matriz Africana-Comunidade de Terreiros; 4- Direitos Humanos e Segurança Pública; 5-
População Indígena; 6- Comunidade Remanescente de Quilombos: Brasil Quilombola; 7- Mulher
Negra / Saúde; 8- Fortalecimento das Organizações Anti-Racismo / Política Internacional.
Os temas desenvolvidos nas oficinas foram aprofundados nos Grupo de Trabalho, onde foram
apresentadas as propostas ao texto da Conferência Nacional. Cada GT elegeu um relator e um
coordenador que foram os responsáveis pela elaboração dos respectivos relatórios.
Os relatórios dos GTs foram discutidos e aprovados na Plenária durante o dia 25. Por volta das 23
horas, respeitada a proporcionalidade Regimental, foi eleita a delegação que irá representar a
Bahia, em Brasília, na I CONFERÊNCIA NACIONAL DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL, logo em seguida os trabalhos foram encerrados.

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PROPOSTAS ORIUNDAS DOS GRUPOS DE TRABALHO APROVADAS NA PLENÁRIA FINAL:

A) TRABALHO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DA POPULAÇÃO NEGRA

1. Adotar políticas públicas para que as administrações centralizadas, autarquias, fundações,


empresas públicas, privadas, nacionais, multinacionais e cooperativas implementem
programas de ações afirmativas pela diversidade e equidade racial e de gênero;

2. Efetivar a implantação das convenções de nº 100, nº 111 e nº 169, da Organização


Internacional do Trabalho (OIT), concernente à discriminação em matéria de emprego,
salário e profissão;

3. Adotar políticas com recorte racial e de gênero, através sistema de cotas, no Sistema
Público de Emprego que assegure a inclusão dos trabalhadores negros(as) através de
concursos públicos, com a garantia de isenção da taxa de inscrição ;

4. Divulgar os dados sistematizados da RAIS – Relação Anual de Informações Sociais e do


CAGED – Cadastramento Geral de Empregados e Desempregados, por setor através de
campanhas publicitárias;

5. Investir no empreendedorismo tendo como protagonistas os pobres, os negros, as


comunidades quilombolas, índios e mulheres, garantindo a ausência do trabalho infantil.

6. Abrir linhas de créditos específicas para negros e indígenas em empreendimentos urbanos


e rurais nas instituições de crédito tradicionais nas três esferas de governo e de instituição
de crédito privado em todo o território brasileiro;

7. Incentivar o governo para criação de cooperativas nas empresas em processo de falência,


adequando à Lei de Falências;

8. Destinar recursos da União, Estado e Municípios para pesquisas e difusão de tecnologia,


direcionados para comunidades quilombolas, indígenas e assentamentos sem
contingenciamento;

9. Promover a universalização da inclusão digital no campo e na cidade no prazo de 02


anos, através de programas específicos desenvolvidos em parcerias com ONG´s, OCIP´s
e demais entidades da sociedade civil organizada;

10. Adotar políticas afirmativas para atender o migrante mantendo-o em seu estado e
município, através de programas de agricultura familiar, cozinha alternativa para geração
de emprego e renda.

11. Estabelecer políticas públicas através de programas de certificações às empresas privadas


que praticarem a responsabilidade social por meio da inclusão de afros-descendentes com
foco na eqüidade racial e de gênero;

12. Viabilizar a compra por parte dos governos (municípios, estados e união) dos produtos
oriundos da organização produtiva das comunidades quilombolas;

13. Incentivar atividades de Economia Solidária com ênfase nas comunidades de


características quilombolas de origem urbana e rural;

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14. Assegurar, nos contratos públicos, a adoção de políticas de raça e gênero;

15. Garantir que haja, nas licitações e concorrências públicas, financiamentos, subsídios,
funcionamento, licença de exportação e nas atividades de licença do governo ou aval, que
haja um compromisso explícito na contratação de mão de obra negra;

16. Incentivar a criação de projeto de construção, reforma e ampliação de moradias populares


através de linha de crédito dos Governos(municipais, estaduais e união) do Estado a ser
pagos em 20 anos, conforme renda da população negra e pobre, gerando emprego e
renda para a própria população beneficiada;

17. Garantir a presença de mulheres e homens negros no 1° e 2º escalões na estrutura da


administração estadual centralizada e descentralizada; (mun., estados e união)

18. Criar mecanismos de financiamentos, qualificação de mão-de-obra e estruturação dos


espaços sócio-ambientais, visando criar oportunidades de negócios para a comunidade
negra, potencializando as suas manifestações culturais de tradição afro-baiana;

19. Assegurar a introdução do quesito COR nos formulários de morbidade e mortalidade no


trabalho;

20. Implementar o Programa de Desenvolvimento Integrado e Sustentável em todos os


municípios do estado;

21. Democratizar as agências de formação profissional (SESI, SENAI, SENAC etc.) através de
conselhos tripartites, que tenham como objetivo formular a políticas de formação
profissional com recorte racial e de gênero, acompanhar sua implementação e fiscalizar a
aplicação dos recursos;

22. Formar Centros Públicos de Ensino Profissional e Esportivo, priorizando o recorte racial e
de gênero.

B) EDUCAÇÃO

1. Garantir a qualidade no ensino público em todos os níveis mediante a valorização do


magistério,

2. Promover a formação continuada obrigatória dos profissionais de educação nos âmbitos


Federal, Estadual e Municipal, com ênfase em gênero, raça, deficiência e educação
ambiental;

3. Adotar cotas para negros, indígenas e estudantes da rede pública no ingresso às


universidades públicas;

4. Adotar sistema de bolsa, cotas de acesso e permanência, específicos para as IES


particulares, considerando a questão de gênero, raça, idosos e pessoas com deficiências
de acordo com a realidade local;

5. Exigir dos IES particulares adotar políticas de ações afirmativas para as populações negra
e indígena e para estudantes da escola pública, no que tange ao acesso e permanência;

6. Promover políticas publicas que viabilizem a democratização do conhecimento, por meio


da construção de currículos que contemplem a diversidade étnico-racial, visando tornar os
conteúdos programáticos mais interessantes e próximos à realidade dos estudantes das

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regiões rurais e urbanas, comunidades quilombolas, população indígena, ciganos e
assentamentos;

7. Implementar as diretrizes curriculares sobre as História e Cultura Africana e Afro-brasileira,


previstas na Lei nº 10.639/03, e estimular a novas iniciativas referentes ao aprimoramento
dos currículos e formação dos profissionais na área de educação, garantindo a elaboração,
publicação e revisão do material didático sobre a formação dos afro-índio-brasileiros;

8. Assegurar espaços regulares (instituições de educação infantil) para as crianças negras de


zero a seis anos;

9. Garantir, na estrutura dos currículos dos cursos de nível superior, a qualidade do ensino a
partir da inserção de disciplinas que dê ênfase em gênero, raça/etnia;

10. Integrar as políticas públicas federais e municipais;

11. Criar políticas públicas descentralizadas de ampliação de programas de inclusão etno-


raciais, voltados para a formação de professores em todo o Estado;

12. Criar políticas públicas voltadas para inclusão dos temas étnico-racial nas universidades
brasileiras e que estas atinjam docentes e discentes;

13. Criação de mecanismos voltados para inclusão do tema diversidade cultural na formação
de professores;

14. Criação de políticas públicas voltadas para a inclusão de pessoas com deficiência que
trabalhem a valorização cultural e a profissionalização;

15. Implantar Universidades Populares que atendam às necessidades da população local dos
diversos bairros e municípios;

16. Constituir e acompanhar políticas públicas voltadas para o desenvolvimento da pesquisa e


extensão que priorizem estudantes e professores negros nas universidades voltados para
a valorização da cultura afro-descendente e indígenas e o reconhecimento dos
remanescentes de quilombos;

17. Revisar a bibliográfica dos livros didáticos e infanto-juvenis que chegam às escolas
públicas, tendo em vista a inclusão de obras e conteúdos que contemplem as exigências
da Lei 10.639/03;

18. Criar uma assistência estudantil especial e ouvidoria para estudantes cotistas com a
participação do Movimento Estudantil;

19. Incluir, nas políticas públicas, enfatizando pessoas fora da idade escolar, no combate ao
analfabetismo de jovens e adultos, negros, indígenas e pessoas com deficiência;

20. Inserir o estudo das línguas de origem africana e indígena e sua influência na cultura
brasileira no currículo escolar a partir da Lei 10.639/03;levando em consideração o
contexto local;

21. Assegurar condições materiais para tornar práticas as ações dos projetos que contemplem
as exigências pedagógicas postas nas diretrizes básicas da Lei 10.639/03;

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22. Promover a qualificação e Incentivo ao magistério em comunidades quilombolas.

C) SAÚDE

1. Assegurar o cumprimento dos princípios das diretrizes do SUS enfatizando a equidade;


2. Formular a política de saúde para as populações negras, indígenas e ciganas, garantindo
recursos orçamentários das três esferas de Governo (Federal, Estadual e Municipal);
3. Ampliar o acesso ao atendimento integral do Programa de Combate ao câncer,
principalmente, os de tipo cérvico-uterino, mama, garantindo a qualidade da assistência e
reeducação, além de prevenção através de uma nutrição natural-integral.

4. Combater o câncer de próstata;

5. Melhorar o acesso ao planejamento familiar para a população negra, implementando esta


prática e garantindo o método contraceptivo de escolha de cada pessoa;
6. Garantir o atendimento no SUS, em hospitais e clínicas particulares a mulheres em
situação de aborto previsto e não previsto por Lei;
7. Realizar campanhas intensivas de prevenção e ampliação das discussões sobre
sexualidade em todos os espaços, visando reduzir a gravidez precoce (adolescência) nas
periferias;
8. Garantir o atendimento específico para idosos, negros da periferia e zonas rurais, aldeias
indígenas, remanescentes de quilombos e ciganos;
9. Inserir os quesitos “raça”, “cor” e “de pessoas com deficiência” em todos os documentos
(prontuários, formulários, fichas de identificação etc) da rede, garantindo a obrigatoriedade
do preenchimento, inclusive a capacitação dos profissionais da área de saúde;
10. Fazer cumprir o Plano Nacional de Saúde, as deliberações da XII Conferência Nacional de
Saúde, da I Conferencia Nacional de Políticas para as Mulheres e do I Seminário Nacional
de Saúde da População Negra;
11. Incluir a educação sexual no currículo escolar;
12. Garantir atenção integral às Comunidades Quilombolas e Indígenas, através da
implementação do “Programa de Saúde da Família” nessas áreas articuladas a Centros de
Referências formados por equipes multidisciplinares;
13. Realizar diagnósticos nos municípios sobre a saúde do trabalhador (todas as categorias), e
implantar políticas de saúde voltadas ao atendimento das necessidades deste grupo, com
recorte racial e de gênero;
14. Criar, fortalecer e ampliar Programas e Projetos de Segurança Alimentar e Nutricional, com
ênfase nas experiências das praticas terapêuticas de Matrizes Africanas e Indígenas;
15. Promover a saúde da população negra, indígena e cigana (saneamento, educação, meio
ambiente, trabalho, lazer, cultura, religião, transporte, moradia etc);
16. Implantar a Comissão de Bioética no âmbito das Secretarias Municipais e Estadual de
Saúde, com intuito de garantir a ética nas ações de saúde pública;
17. Garantir o trabalho de educação ecológico corporal com base nos conhecimentos das
medicinas naturais ancestrais populares de saúde;

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18. Garantir o acesso da população negra, indígena e cigana a todos os níveis de atenção à
saúde (promoção, prevenção, tratamento e reabilitação) de acordo com os princípios e
diretrizes do SUS com ênfase na humanização do serviço e dos atendimentos;
19. Exigir do Governo Federal que a FUNASA promova assistência integral às populações
indígenas tradicionais ou auto-declaradas independentes de tutela, reconhecimento, ou
demarcação do território indígena pela FUNAI;
20. Promover ações para que a Proposta de Lei que garante às mulheres a presença de uma
acompanhante da sua escolha, durante o atendimento nas maternidades, seja aprovada e
cumprida;
21. Elaborar um diagnostico de saúde dos trabalhadores artesanais (marisqueiras, pescadores
etc), cujas doenças ocupacionais não são reconhecidas pelo INSS , para fundamentar um
programa de atenção à saúde deste grupo específico com recorte racial e de gênero,
garantindo-lhes os direitos trabalhistas.
22. Criar a Coordenação de Saúde da População Negra e Indígena no âmbito da Secretaria
Estadual de Saúde com a tarefa de implantar esta política de saúde;
23. Criar o Fundo Estadual de Reparação que garanta a implementação de Políticas de Ação
Afirmativa no campo da Saúde da População Negra e Indígena;
24. Desenvolver ações intersetoriais (educativas, de assistência multidisciplinar, de emprego,
de esporte, cultura etc) para a prevenção da gravidez indesejada na adolescência,
principalmente para as populações/grupos de risco em todas as esferas;
25. Garantir a realização e a contratação de profissionais através de concurso público, com
vistas a reverter o processo de privatização da saúde;

26. Capacitação e acompanhamento técnico das parteiras e criação dos Centros de Partos
Naturais; com formações básicas em anatomia, fisiologia e conhecimentos de alimentação
natural integral, conforme a realidade regional;
27. Implementar e ampliar os serviços de atendimento à saúde mental habilitando equipes
multidisciplinares para este tema específico com recorte racial e de gênero;

28. Impedir que as pesquisas genéticas ou as suas aplicações sejam usadas para promover o
racismo, discriminação racial, xenofobia, homofobia e intolerância correlata, protegendo a
privacidade da informação contida no código genético pessoal para evitar sua utilização
com propósitos discriminatórios e racistas;

D) DIVERSIDADE CULTURAL

1. Implementar as ações programáticas visando à diversidade cultural, à produção e à


promoção efetiva da diversidade cultural das populações negra e indígena, na Luta Contra
o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlatas;

2. Adotar políticas de ações afirmativas garantindo o acesso ao financiamento público de


projetos que contemplem as diversas culturas, com recorte de raça, gênero e faixas
etárias;

3. Adotar políticas públicas para promoção e preservação do patrimônio imaterial, material da


cultura afro-brasileira, guardando as suas especificidades, nas suas diversas
manifestações, extensivas a todo o território nacional;

4. Intensificar políticas de intercâmbio entre a Diáspora Africana e África, especialmente com

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os paises de língua portuguesa, buscando a realização de eventos que contemplem a arte
e outras manifestações culturais;

5. Fortalecer e intensificar políticas de intercâmbios entre culturas de matrizes africanas no


Brasil e na África, para atuais eventualidades de gêneros sócio-culturais e educacionais;

6. Criar uma comissão especial para regulamentar todas as leis municipais, estaduais e
federais de incentivo cultural e outras de promoção e difusão da pluralidade étnica, com
provisão de dotação orçamentária no âmbito municipal, estadual e federal;

7. Promover o intercâmbio cultural entre entidades nacionais e internacionais de matriz


africana com o objetivo de conscientizar o afro-descendente da difusão de suas origens;

8. Criar uma assessoria de comunicação e imprensa com o objetivo de implantar redes de


comunicação para a promoção de eventos, atividades, e estudos étnicos sob o ponto de
vista municipal, estadual e federal;

9. Criação de um fundo orçamentário nas esferas municipal, estadual e federal destinado a


entidades de origem indígena e afro-descendente sob a gerência de representantes das
respectivas entidades;

10. Garantir e incentivar o empreendedorismo da cultura popular, disponibilizando recursos e


transformando em oportunidade de negócio para a comunidade capacitação e
implementação levando em consideração as diversidades locais;

11. Exigir a presença, com direito a voz e voto, de representantes da cultura de matriz africana
nos conselhos municipais, estaduais e federais;

12. Promover a equidade das manifestações culturais nas atividades oficiais em todos os
níveis;

13. Resgatar as tradicionais manifestações culturais das comunidades de quilombos como


símbolo de resistência;

14. Priorizar as diversas manifestações culturais do povo negro, com ênfase na capoeira,
enquanto recurso metodológico e pedagógico, sendo também um importante recurso para
a conscientização da importância da cultura afro-brasileira;

15. Garantir nas programações grades de TV estatais (TVE, Senado, Câmara de Deputados,
vereadores) programas referentes à história da África a da população negra no Brasil,
produzidos por organizações do movimento social negro. Garantir concessões de TV e
rádio para negros e indígenas;

16. Garantir e incentivar o empreendedorismo da cultura popular afro-brasileira e indígena,


disponibilizando recursos para a capacitação e implementação, considerando as
diversidades locais transformando em oportunidades de negócios;

17. Incentivar e intensificar políticas de intercâmbio cultural afro-brasileiro e indígena entre os


municípios e os estados.

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E) DEFESA SOCIAL E DIREITOS HUMANOS

1. Intensificar as ações no Plano Nacional de Segurança Pública, de programas voltados


para a população negra, com ênfase nas mulheres negras, bem como para as populações
indígenas e ciganas, assegurando a alocação de recursos financeiros para execução;

2. Introduzir nos ciclos básicos de cursos universitários, das disciplinas obrigatórias, conteúdo
sobre as relações étnico-raciais, de gênero e direitos humanos;

3. Criar, fortalecer e ampliar o número das delegacias especializadas em crimes raciais,


avançando para a implementação de centros multidisciplinares e multiprofissionais
devidamente qualificados para o atendimento e encaminhamento das demandas
decorrentes das ocorrências de discriminação racial;

4. Intensificar as ações de combate ao trabalho escravo em todo o país;

5. Intensificar ações preventivas e de combate ao tráfico de seres humanos;

a. Capacitar gestores, técnicos, polícias civil, militar, federal e conselheiros tutelares na


área de tráfico de seres humanos, sob a ótica dos direitos humanos.

b. Capacitar gestores, operadores de direito e agentes sociais na área de segurança


pública, ministério público, poder judiciário, defensoria pública, estabelecimentos
penais e conselhos tutelares com ênfase em gênero, raça e direitos humanos.

6. Intensificar a implementação das regras mínimas no tratamento de presos, conforme


tratados e convenções estabelecidas pela ONU;

c. Garantir tratamento digno, sem discriminação, aos imigrantes clandestinos, conforme


tratados e convenções estabelecidas pela ONU;

d. Capacitar operadores de direito especificamente voltados à advocacia internacional


de direitos humanos, voltados para o manuseio e aplicação dos tratados internacionais
de direitos humanos, objetivando coibir todo tipo de preconceito e discriminação racial,
visando a proteção dos direitos humanos.

7. Prevenir e combater a exploração sexual infanto-juvenil, com a capacitação dos conselhos


tutelares, com ênfase na proteção da população negra.

a. Combater a lesbofobia e homofobia através de campanhas esclarecedoras sobre o


direito e o respeito à orientação sexual das pessoas, enquadrando criminalmente os
violadores.

8. Intensificar, no serviço público, políticas para o combate a discriminação por orientação


sexual, e todas as formas de violência contra mulheres e homens, em especial na
educação, no trabalho, na saúde e no sistema penitenciário;

9. Criar Grupo de Trabalho para elaborar, acompanhar e avaliar a implementação de políticas


públicas para populações indígenas, ciganas e grupos nômades;

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10. Reintegrar os ex-presidiários na sociedade, bem como as populações de rua às políticas


pública afirmativas, capacitando-os para o mundo do trabalho e valorizando a sua auto-
estima;

11. Promover, como forma de reparação aos danos causados ao povo negro brasileiro, uma
política específica denominada “aceito na certidão”, cujo objetivo é reparar os adjetivos,
invariavelmente definidos pelos oficiais de cartórios e, daí por diante, o quesito raça/ ou cor
seja definido pelo cidadão quando da realização de registro civil de pessoas naturais;

12. Fazer cumprir o que prescreve a Lei nº 10.639/03, nos programas dos cursos de formação
dos servidores públicos, nas esferas municipal, estadual e federal, incluindo os órgãos de
defesa social;

13. Propor a realização de Conferência Estadual de Segurança Pública, visando estabelecer


ações proativas, com ênfase na visibilidade e reconhecimento da vulnerabilidade da
população negra, indígena e cigana;

14. Garantir o acesso da população aos órgãos responsáveis pelo conhecimento e repressão
das violações dos direitos humanos, atribuídos aos agentes públicos responsáveis pelo
cumprimento e aplicação da lei, dando publicidade;

15. Implementar e fazer cumprir medidas efetivas para eliminar o fenômeno popularmente
conhecido como “perfil racial” que compreende a prática dos agentes públicos
responsáveis pelo cumprimento da lei de se basearem de algum modo na raça, cor,
origem étnica, bem como descendência nacional ou orientação sexual como motivo para
sujeitar pessoas à condição de potenciais suspeitos da prática de delitos;

16. Implantar um sistema unificado nacional de notificação compulsória dos registros de


violência e criminalidade, garantindo mecanismos de controle e monitoramento pela
sociedade civil, através das organizações do movimento negro e defesa e promoção dos
direitos humanos;

17. Garantir a punição dos crimes de corrupção e de “colarinho branco” na condição de


criminalidade e lesividade de ampla repercussão que contribui para perpetuar as
desigualdades sociais, sem tratamento diferenciado para todos os segmentos;

18. Incluir nos programas dos concursos públicos o tema:“Racismo e Desigualdades Étnico-
raciais e Direitos Humanos;

19. Desvincular os órgãos da segurança pública das injunções conjunturais de natureza


política, caracterizando-os como instituições do Estado, com regras de funcionamentos
próprios, acompanhadas de controle social;

20. Enfatizar o combate à Intolerância Religiosa e a Discriminação Religiosa contra as


religiões de matriz africana;

21. Estabelecer cotas para operadores do direito afro-descendentes nos concursos públicos
para ingresso no judiciário federal e estadual, ministério público e outros setores
institucionais.

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F) COMUNIDADES REMANESCENTES DE QUILOMBOS BRASIL QUILOMBOLA

1. Identificar, reconhecer e titular as terras ocupadas histórica e culturalmente pelas


comunidades remanescentes de quilombos e estabelecer um plano de ação (muitas
dificuldades são encontradas na prática, durante o processo de reconhecimento, inclusive
problema fundiário), voltado para a efetivação da regularização fundiária;

2. Assegurar mais recursos para ampliar as equipes de vistorias, regularização e titulação da


terra;

3. Fortalecer a capacidade de sustentabilidade social, cultural, ambiental e econômica das


comunidades quilombolas, bem como ações que promovam a melhoria da qualidade de
vida dessa população, (analisando, de fato, a realidade de cada comunidade, projetos
discutidos no seio das comunidades, a partir de suas necessidades) com ênfase para as
mulheres chefes de família; (precisa ter o recorte geração trabalho e renda)

4. Buscar a efetivação dos direitos sociais e da cidadania, fortalecendo a participação e o


controle social pelas comunidades quilombolas, inserindo-as como atores políticos no
diálogo com entidades governamentais e civis;

5. Fomentar a pesquisa científica acerca das comunidades quilombolas, objetivando maior


conhecimento da realidade para a condução de políticas públicas específicas, rompendo
com a histórica exclusão na produção de conhecimento voltada para a população negra;

6. Capacitar os professores sobre as questões e especificidades locais da educação e


cultura afro-descendentes (Lei 10639) e consciência negra; capacitação dos quilombolas
para executar os projetos; facilitar o acesso dos projetos, desburocratizar os editais para
facilitar o acesso das comunidades;

7. Assegurar um programa de capacitação para as organizações quilombolas elaborarem os


seus projetos;

8. Assegurar que os recursos das políticas e projetos sejam repassados para as


organizações quilombolas ou credenciados pelos quilombos com gestão do controle social;
(dotação financeira para o desenvolvimento dos projetos);

9. Dotar e capacitar as comunidades quilombolas de estrutura para instalação de


equipamentos tecnológicos (informática, telefone, Internet, rádio e tv comunitária etc);

10. Participar as representações quilombolas em todos os comitês, conselhos e outras


instâncias de planejamento e deliberação de recursos e projetos para atendimento das
necessidades básicas das comunidades quilombolas.

G) POPULAÇÃO INDÍGENA

1. Garantir e agilizar a demarcação e a regularização de todas as terras indígenas, conforme


prevê o art. 231 da Constituição Federal;

2. Desintrusar as terras indígenas, fazendo com que o Ministério da Justiça faça cumprir a
previsão legal;

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3. Promover a revisão do Decreto n° 1.775/96, excluindo a cláusula que possibilita a


contestação jurídica das demarcações de terras indígenas;

4. Realizar estudos e análises comparativas sobre os instrumentos jurídicos que garantem


direitos sociais às populações negra e indígena;

5. Criar uma dotação orçamentária para assessoria jurídica e educacional vinculadas as


etnias, promovendo estudos e análises sobre os instrumentos legais que garantam os
direitos sociais da população negra e indígena;

6. Criar indicadores para monitoramento de políticas públicas voltadas à população negra e


indígena;

7. Buscar as condições necessárias para a realização do censo da população negra e


indígena;

8. Identificar e monitorar, junto aos Ministérios vinculados às áreas sociais, os projetos


destinados especificamente à população indígena;

9. Incluir a questão indígena em todas as propostas de políticas públicas destinadas a outras


etnias, respeitando as especificidades;

10. Criação do conselho de políticas indígenas nas três esferas governamentais, garantindo a
proporcionalidade majoritária das comunidades indígenas e as ong’s indígenas;

11. Criar secretarias de assuntos indígenas nas três esferas governamentais garantindo seu
gerenciamento por indígenas, indicados pelas comunidades e ong´ s indígenas;
12. Criar uma comissão indígena vinculada ao Fórum Estadual de Educação Indígena para
definir Diretrizes Curriculares Nacionais que contemplem a história indígena em todos os
níveis de ensino para educação das Relações Étnico-Raciais garantido na lei 10.639/03;
13. Exigir do estado Brasileiro através do Governo Federal um documento de retratação aos
povos negro indígenas pela dizimação e genocídio do seu Povo e a penalização a todo e
qualquer crime e comportamento discriminatório e racista dispensados aos indígenas e
seus descendentes;

14. Fazer cumprir as normas prescritas em lei dos direitos facultáveis à sociedade indígena no
tocante nas penalidades de caráter abusivas impetrada contra suas lideranças;

15. Promover um levantamento histórico memorial antropológico dos povos indígenas ainda
não reconhecidos, com ênfase no povo Payayá;

16. Atualizar e aprovar o Estatuto Indígena.

H) JUVENTUDE NEGRA
1. Ampliar o acesso e a permanência na escola de qualidade em todos os níveis;
2. Promover ações voltadas para a segurança pública da juventude negra;

3. Assegurar as políticas públicas de ações afirmativas, particularmente no acesso ao ensino


profissionalizante, superior e mercado de trabalho;

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RELATÓRIO DA I
CONFERÊNCIA ESTADUAL DE
POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL

4. Viabilizar políticas públicas direcionadas às famílias negras melhorando a qualidade de


vida nas áreas urbanas e comunidades tradicionais (quilombos, indígenas e
assentamentos rurais), intensificando as políticas de cultura e lazer, reconhecendo as
manifestações culturais da juventude negra e promovendo políticas públicas de inclusão
com ênfase na geração de renda;
5. Melhorar a qualidade de vida dos jovens nas comunidades tradicionais (quilombos,
indígenas e assentamentos rurais);
6. Instituir novas políticas para as instituições que promovem ações sócio-educativas que
incluam as organizações de juventude negra e indígena a partir de linguagem artística a
exemplo do hip-hop e do com ênfase nas manifestações locais afro-indigenas;
7. Intensificar as políticas de cultura e lazer com a juventude negra;
8. Reconhecer as manifestações culturais da juventude negra e promover políticas públicas
de inclusão, com ênfase na geração de renda;
9. Considerar nas políticas de juventude o reconhecimento das manifestações culturais da
juventude negra incluindo sua participação, mobilização e ampliação da escolaridade com
qualidade enquanto mecanismos que contribuam para o ingresso dos/as jovens no
mercado de trabalho;
10. Incluir, nas políticas, ações voltadas para Mulheres Negras e Índias que aponte para
formação profissional superior, centrada em ações articuladas para a qualificação e
formação de lideranças negras.
11. Produzir e aplicar nas diversas atividades lúdico-pedagógica-filosóficas de construções dos
valores afro-indígenas, na infância e juventude, contribuindo para uma psicopedagogia
pluriétnica;
12. Incluir, no âmbito escolar, manifestações artísticos-populares, a exemplo do movimento
hip-hop, capoeira, samba-de-roda, maculelê, reggae, cultura indígena e outras, como
instrumento de educação para inclusão e valorização de crianças, adolescentes e jovens,
a partir da realidade de cada município;
13. Criar políticas públicas voltadas para o trato com a violência;
14. Trabalhar o reconhecimento das pessoas que construíram a história do movimento negro;
15. Reproduzir experiências existentes em relação à diversidade racial de iniciativas locais,
para transformar em políticas públicas de Estado;
16. Intensificar as políticas de cultura e lazer voltadas para a juventude negra, apoiando
projetos geridos por jovens ou com co-gestão;
17. Reconhecer as manifestações culturais da juventude negra e indígena e promover políticas
públicas para inclusão destas;
18. Criar políticas públicas que tratem a situação de exclusão das mulheres negras, o turismo
sexual e equidade na educação;

19. Criar políticas culturais voltadas para a divulgação da cultura negra com o apoio à
produção e divulgação de materiais e eventos;

20. Apoiar financeiramente entidades dos movimentos populares que desenvolvam trabalhos
com a prevenção e redução de danos aos usuários de substâncias psicoativas com a
juventude negra.

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RELATÓRIO DA I
CONFERÊNCIA ESTADUAL DE
POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL

H) MULHER NEGRA

1. Criar um centro de referência multisetorial (assistência social, segurança, saúde etc) e


multidisciplinar com capacidade para promoção de ações educativas e formativas para
atender as mulheres vítimas das diversas formas de violência e seus agressores;
2. Utilizar o “Plano Nacional de Políticas para Mulheres”, como diretriz e parâmetro para
implementação de ações em favor da mulher;
3. Implementar os projetos de casa abrigo e centros de referência com assistência
psicológica, jurídica e de geração de emprego para mulheres negras;
4. Estimular a criação de novas DEAMS- Delegacia Especial de Apoio às Mulheres ou
núcleos especializados nas delegacias já existentes;
5. Revisar a legislação punitiva que trata da interrupção da gravidez, discriminando o aborto.
6. Implementar os projetos de intervenções sobre os agravos na saúde das mulheres negras,
indígenas e ciganas residentes no campo e na cidade;
7. Implementar um programa de atenção à saúde integral para jovens infratores e em
situação de privação da liberdade, com recorte racial e de gênero;
8. Através dos conselhos municipais, criar políticas de conscientização e de associações ou
sindicalização das trabalhadoras em residências, como forma de garantir os direitos
trabalhistas.

I) RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA / COMUNIDADES DE TERREIROS

1. Combater o ódio religioso e racial em relação às religiões de matrizes africanas; utilizando


instrumentos jurídicos competentes, ou na ausência dele criar legislação específica aos
atos de Intolerância Religiosa Através de mecanismos punitivos guardando deste modo as
especificidades dos atos danosos;

2. Desenvolver ações para a legalização, o resgate e preservação dos espaços ocupados


pela comunidade de terreiro;

3. Assegurar legalmente o acesso a permanência e a utilização de uso ritual a todos os


espaços de mananciais hídricos, de áreas verdes e locais públicos e particulares(hospitais,
repartições praças etc), garantindo o livre acesso e a utilização de uso ritual aos fiéis das
religiões de matrizes africanas;

4. Reconhecer a participação das comunidades de terreiros no cenário político e social do


país;

5. Assegurar, em todo e qualquer evento público, a presença e expressão de líderes


religiosos de matrizes africanas igual aos demais sacerdotes religiosos que se façam
presentes;

6. Assegurar a participação de Religiosos de Matrizes Africanas na formação dos


professores, como também na elaboração de material didático para serem aplicados de
acordo com a Lei nº 10.639/2003;

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RELATÓRIO DA I
CONFERÊNCIA ESTADUAL DE
POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL

7. Desenvolver políticas públicas para ampliar a sustentabilidade das comunidades de


terreiros, levando em consideração a natureza do trabalho desenvolvido nestes espaços
de religiosidade de matrizes africanas;

8. Fazer o levantamento (mapeamento) das Casas de religiosidade de matriz africana e das


histórias destas comunidades, culturais e históricas, sendo o pesquisador um religioso que
possua uma orientação religiosa de matriz africana;

9. Reconhecer a participação das comunidades de terreiros na educação e rever as aulas de


religião nas escolas, sendo que respeitem a diversidade religiosa, re-observando e
remodelando a forma como tem se processado a educação formal;

10. Assegurar respeitabilidade e legitimidade social para a função de sacerdotes e


sacerdotisas das religiões de matrizes africanas;

11. Garantir recursos no Orçamento de todas as secretarias para ações voltadas para o povo
negro;

12. Fazer cumprir o caráter laico do Estado brasileiro retirando os símbolos religiosos dos
estabelecimentos públicos, nas esferas do poder Municipal, Estadual e Federal;

13. Criar uma Lei que regulamente a venda do acarajé e abará por baianas e baianos
devidamente caracterizada em todo o território brasileiro; impedindo o uso de rótulos a
exemplo de: “Acarajé do senhor” e “Abará de Jesus” e que esta lei tenha punição rigorosa
como a cassação da carteira e do tabuleiro e sem reincidência;

14. Acabar com a disciplina religião nas escolas públicas;

15. Criar uma lei que proíba a execução de músicas, de cânticos e de fundamentos das
religiões de matrizes africanas, assim como a exibição de símbolos sagrados de
fundamentos religiosos afro-brasileiros em manifestações culturais públicas como o
carnaval;

16. Reconhecer a participação das comunidades de religiosidade de matriz africana no cenário


político e social do país, combatendo a Intolerância Religiosa.

L) FORTALECIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES ANTI-RACISMO

1. Promover ações visando à aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, conforme


substitutivo aprovado por unanimidade pela comissão especial da Câmara dos Deputado;

2. Garantir maior presença das organizações reconhecidamente sociais tais como: negras,
indígenas, ciganas, árabes, palestinas e judaicas, nos conselhos da sociedade civil e do
Estado, considerando-se a ênfase na população negra, dimensão de gênero, orientação
sexual, de faixa etária e deficiência, de acordo com a legislação vigente;

3. Garantir e positivar qualitativa e quantitativamente a presença dos negros, indígenas e


ciganos garantindo representatividade nas fases da criação, produção e atuação nos
meios de comunicação público e privado;

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RELATÓRIO DA I
CONFERÊNCIA ESTADUAL DE
POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL

4. Inserir e garantir, através das propagandas e publicações dos governos federal, estadual e
municipal, o reconhecimento da diversidade étnico-racial do povo brasileiro e o respeito às
diferenças;

5. Promover, através da sociedade civil a formação de rede nacional e internacional de


erradicação do racismo e inclusão social da população negra.

M) POLÍTICA INTERNACIONAL

1. Fazer cumprir as convenções, acordos e tratados internacionais, que diz respeito à política
de combate ao racismo à discriminação racial, xenofobia e a intolerâncias correlatas,
ampliando e garantindo condições de acompanhamento e monitoramento pela sociedade
civil;

2. Desenvolver intercâmbios com o continente Africano e as populações negras da diáspora


especialmente no âmbito da educação, saúde, cultura, ciência, tecnologia e economia,
fortalecendo seus processos de auto-determinação e sua luta contra o racismo e outras
formas de discriminação racial, xenofobia e intolerâncias correlatas, garantindo recursos
para sua execução;

3. Instar o governo brasileiro a promover acordos diversos com paises africanos, que se
disponham, no sentido de outorgar dupla nacionalidade nos casos específicos de filhos de
pais e mães brasileiros e africanos;

4. Aprovar a PEC – Proposta de Emenda Constitucional 436/2001- que estabelece o direito à


cidadania brasileira a cidadãos de paises africanos especificados em havendo
reciprocidade;

5. Garantir e fomentar as manifestações das diferentes culturas que compõem a nação


brasileira, incluindo os povos nômades;

6. Apoiar as representações indígenas brasileiras, assegurada a indicação das entidades


indígenas o direito de indicar os seus representantes legais, na formulação da Declaração
Americana sobre os Direitos da População Indígena na OEA e da Declaração Universal
dos Direitos Indígenas na ONU;

7. Acompanhar e publicizar as ações da Relatoria Especial da ONU sobre Afro-descendentes


e sobre a Discriminação Racial, que integra a estrutura em defesa dos direitos humanos da
Organização dos Estados Americanos (OEA);

8. Assegurar representatividade étnico-racial em todas as comitivas internacionais do


governo brasileiro, garantindo as dimensões de gênero, orientação sexual, de faixa etária e
deficiência.

Propostas Gerais

1. Criação de um Fundo Nacional em emenda constitucional voltado para a implementação


das políticas públicas de inclusão das etnias;

2. Instituir um Calendário Nacional de eventos e celebrações voltado para a história de


resistência do povo negro e indígena;

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RELATÓRIO DA I
CONFERÊNCIA ESTADUAL DE
POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL

3. A I Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial se posiciona diante dos


Senadores e Deputados Federais para a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial.

PROPOSTAS PARA O PLANO ESTADUAL

1. Valem para o Estado, guardadas as devidas adaptações, todas as propostas apresentadas


para a esfera Federal;
2. Criar uma Secretaria de Estado, voltada para a promoção de políticas para igualdade racial
no Estado, com seus respectivos conselhos;
3. Instituir um Plano Estadual de promoção da igualdade racial com definição de um fundo de
recursos;
4. Instituir em todos os registros administrativos da estrutura do Estado que envolva a
população o quesito raça – cor conforme o IBGE;
5. Implantar um Programa Estadual de Combate ao Racismo Institucional;
6. Implantar o Fundo Estadual para ações de Reparação com recursos oriundos dos royalties
de exportações, IPI, ICMS, taxação lucros oriundos de operações financeiras dos bancos e
outras fontes governamentais, definidas no PPA- 2007;
7. Criar o Comitê Estadual de Desenvolvimento Econômico com Diversidade e Eqüidade para
realizar revisão da política econômica do Estado; políticas de cotas nas empresas; revisão
de espacialidade do setor primário(industrias) e estimulo fiscal para áreas c/maior índice
de desemprego;
8. Criar uma Secretaria Especial de Relações Afro brasileira, caribenhas e latino-americanas;
9. Tirar uma comissão estadual para acompanhar as propostas retiradas na I Conferência
Estadual de Promoção da Igualdade Racial, cobrando a materialização e implementação
do documento final da Conferência;
10. Elaborar e aprovar o Plano Estadual de Educação para o ensino médio contemplando os
temas que envolvem a questão, tais como: raça, gênero,diversidade religiosa classe social,
deficiência e etnia;
11. Garantir a participação do movimento social negro e indígena e entidades com recorte
racial no Conselho Municipal e Estadual de Educação;
12. Garantir, para a Rede Estadual de Assistência à Saúde, a aquisição, manutenção e
distribuição adequada de insumos e equipamentos para o atendimento de toda população;
13. Promover ações visando à criação e aprovação do Estatuto da Igualdade Racial do
Estado da Bahia, similar ao nacional garantido um fundo estadual de desenvolvimento de
ações afirmativas;
14. Garantir recursos orçamentários em todas as secretarias para as ações voltadas para o
povo negro;
15. Garantir o recorte racial em todas as políticas públicas como é feito na municipal e federal;
16. Tombar a cultura local negra, encaminhando pedido de reconhecimento como comunidade
de quilombos e/ou titulação de terras pela Fundação Cultural Palmares e o Governo do
Estado;
17. Implantar organismo institucional (a exemplo da SEPPIR, em nível Federal e a SEMUR,
em nível Municipal), que articule as ações do Estado, garantindo o recorte racial em todas
políticas públicas;
18. Implementar o Plano Estadual de Saúde do Sistema Penitenciário, com recorte racial e de
gênero;
19. Incluir, na assistência à saúde da Rede Estadual, o serviço de atendimento terapêutico
(grupo de terapia, terapia individual, terapia familiar e de casal) para crianças, jovens e
adultos, com recorte racial e de gênero;

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RELATÓRIO DA I
CONFERÊNCIA ESTADUAL DE
POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL

20. Implantar o programa Estadual de Atenção Integral aos Portadores de Doenças


Falciformes, garantindo recursos orçamentários das três esferas de poder (Federal,
Estadual e Municipal) e, uma coordenação especifica no âmbito da SESAB;
21. Criar um Comitê Estadual de Saúde da População Negra, Indígena com representação da
Sociedade Civil;
22. Fomentar e organizar as comunidades para fortalecer os Conselhos Locais de Saúde;
23. Implantar um Programa Estadual de Fitoterapia, valorizando as experiências e o
conhecimento acumulado pelas religiões de matrizes africanas e dos povos indígenas,
incluindo a capacitação para formação de reeditores/multiplicadores e a criação de
reservas/hortos de plantas medicinais;
24. Ampliar a Rede Estadual de Atenção, através da criação de unidades de saúde de práticas
complementares/alternativas (a exemplo de homeopatia, acupuntura, massoterapia etc),
integradas ao sistema;
25. Integrar à rede estadual os terreiros de candomblé, enquanto espaço de promoção da
saúde, incluindo-os na realização de campanhas educativas e também capacitando os
seus adeptos em primeiros socorros e conhecimentos das doenças mais prevalentes das
populações negras e indígenas;
26. Cumprir as deliberações, conforme o que foi estabelecido no Fórum Estadual de Educação
Indígena;
27. Implementar, nos currículos das instituições educacionais públicos e privados do Estado
da Bahia, em todos os níveis, desde a educação infantil à pós-graduação, a inclusão de
disciplinas específicas sobre as populações negras, indígenas e ciganas, afunilando este
conteúdo para cada especificidade na formação acadêmica;
28. Fortalecer as implementações das políticas públicas direcionadas à juventude negra,
considerando ser este o grupo mais atingido pela violência letal e vitima da discriminação
por fenótipo, sendo acusado de suspeito padrão a todo instante;
29. Criar novos equipamentos de acolhimento para crianças e adolescentes em situação de
risco, oriundos de grupos vulneráveis, integrados por equipe multidisciplinar;
30. Promover política remuneratória condigna para os membros dos órgãos de defesa social,
estes considerados como forças auxiliares da justiça;
31. Implementar e disseminar em outros segmentos o programa de humanização nos hospitais
e presídios, com a instalação de brinquedotecas que reflitam a diversidade étnico-racial;
32. Criar Varas Especializadas em crimes relativos às violações de Direitos Humanos;
33. Implementar políticas afirmativas de cotas para homens e mulheres negros no processo de
promoção no alto escalão da Polícia Militar, Forças Armadas e demais poderes instituídos;
34. Enfatizar o caráter preventivo da segurança pública, ampliando a rede de articulações para
realização de ações conjuntas com outros órgãos de defesa social (trabalho, saúde,
combate à pobreza, educação, lazer, cultura, esporte e emprego e renda);
35. Promover a capacitação dos membros dos conselhos tutelares com a articulação de
equipes interdisciplinares, a fim de lidar com questões discriminatórias étnico-raciais e de
orientação sexual das crianças e adolescentes em situação de risco;
36. Implantação de serviços 0800 que possibilitem efetivação de denúncia contra a
discriminação étnico-racial;
37. Desenvolver modelo pedagógico no ensino público que atenda às necessidades oriundas
da relação ensino-aprendizagem das crianças e adolescentes, integrantes de grupos
raciais e etnias discriminados;
38. Desenvolver campanhas públicas para o respeito e elevação da auto- estima da população
cigana;
39. Adotar políticas afirmativas com reservas de cotas para a população cigana;

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RELATÓRIO DA I
CONFERÊNCIA ESTADUAL DE
POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL

40. Incluir do tema Cidadania e Direitos Humanos na grade curricular e nos programas do
ensino público e privado, enfatizando a questão do racismo e das desigualdades raciais,
bem como a intolerância religiosa contra as religiões de matriz africana;
41. Estudar a adoção de mecanismos de acompanhamento de indicadores da saúde mental
da população e as conexões com a discriminação e a violência racial e étnica;
42. Promover a discussão entre entidades estatais e não governamentais, visando à
elaboração de planejamento familiar optativo, com ênfase na educação sexual de crianças
e adolescentes;
43. Garantir políticas afirmativas que contribuam para redução da fome, com ênfase para
crianças, idosos e gestantes vítimas de discriminações étnico-raciais;
44. Encaminhar projeto de lei à Assembléia Legislativa criando o Fundo Estadual de Promoção
da Igualdade Racial, garantindo recursos financeiros para a implementação de políticas
públicas estruturais que visem à inclusão de negras e negros deste Estado.

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RELATÓRIO DA I
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IGUALDADE RACIAL

Delegados e delegadas eleitos na I Conferência Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade


Racial

MUNICIPIO RG CONTATO
NOME SEGMENTO
1. NOVA SOURE 978135830 (75) 3437- SINDICATO
ADRIANA DOS ANJOS LIMA 2687
2. AGNALDO NASCIMENTO VIT. DA 0172754313 (77) 3421- MOVIMENTO
SOUZA CONQUISTA 2895 NEGRO
3. ALEXANDRO DA SALVADOR 0574505016 (71) 9601- MOVIMENTO
ANUNCIAÇÃO REIS 8965 NEGRO
4. SALVADOR 0215877950 (71) 8117- AFRO
AMILTON SANTANA CUNHA 4517
5. PAU BRASIL 11250092138 (73) 3273- INDIGENA
AMPORÁ PATAXÓ HÃ HÃ HÃE 2550
6. ANTONIO BASTOS DE SÃO FELIX 0410120464 (75) 3425- MOVIMENTO
OLIVEIRA NETO 4478 NEGRO
7. ANTONIO MARCOS SENHOR DO 0603361021 (74) 3455- QUILOMBOLA
RODRIGUES DA SILVA BONFIM 3052
8. LAJEDINHO 0848599039 (71) 8847-
CARLA SOARES MIRANDA 8203
9. CARMEM LÚCIA ANJOS SALVADOR 0142578908 (71) MOVIMENTO
FLORES 33223050 NEGRO
10. ABARÉ 5829242 (75) 3229- INDIGENA
CECILIA LOPES MARINHEIRO 5065
11. CLEIDE CRISTINA DE SALVADOR 224000101 (71) 9953- ASS. DE BAIRROS
OLIVEIRA AVELINO 1935
12. DERIVALDO DE JESUS CAMAÇARI 0757535291 (71) 8828- MOVIMENTO
XAVIER 3603 NEGRO
13. JEQUIE 0749827700 (73) 3526- MOVIMENTO
DIONARIA DA SILVA SANTOS 5834 NEGRO
14. SALVADOR 194708861 (71) 3304- CULTURA
EDMAR NOGUEIRA 6319
15. ENILDES MARGARIDA SALVADOR 59058340 (71) 3314- MOVIMENTO
FERREIRA 2426 NEGRO
16. BARREIRAS 0805081038 (77) 9115- EDUCAÇÃO
FRANCISCO CLEITON ALVES 1584
17. IVONILDES FERREIRA SALVADOR 0111802938 (71) 8861- GÊNERO
EVANGELISTA 3065
18. JAILTON DE SOUZA VIT.DA 0914221167 (77) 9135- JUVENTUDE
ALCANTARA JÚNIOR CONQUISTA 2106
19. JAMILE SOARES DOS SALVADOR 0752723693 (71) 3450- CULTURA
SANTOS 1005
20. JOÃO FERNANDES DA SALVADOR 0060640600 (71) 3395- CAPOEIRA
CONCEIÇÃO 2357
21. CIPÓ 0485722502 (75) 9115- PASTORAL
JOÃO OLIVEIRA DA SILVA 2252
22. IRECE 0170751902 (74)9998-
JOÃO PEREIRA DE CENA 6766
23. SALVADOR 724633 (71) 3242- EDUCAÇÃO
JORGE S. CONCEIÇÃO 8891
24. JOSÉ CARLOS SILVA DA ALAGOINHAS 0816808481 (75)3421- ASS. DE BAIRROS
CRUZ 3159
25. JOSEVALDO VIANA ILHEÚS 2228450 (73) 3632- MOVIMENTO
MACHADO 2308 NEGRO
26. ITABERABA 0211811360 (75) 3251- QUILOMBOLAS
LAURITA GOMES DE JESUS 2476
27. MARCOS FÁBIO REZENDE SALVADOR 0689848633 (71) 3237- AFOXÉ
CORREIA 2859
28. MARCIA FÁTIMA DE SOUZA VIT. DA 102527709 (77) 3422- RELIGIOSIDADE

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RELATÓRIO DA I
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POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
IGUALDADE RACIAL
BARBOSA CONQUISTA 2244
29. MARINA BONFIM SENA DOS SALVADOR 299698912 (75) 9972- MOVIMENTO
SANTOS 9708 NEGRO
30. MARLI CARVALHO DOS JUAZEIRO 28164 (74) 3612- MULHERES
SANTOS FERREIRA 8048
31. OZENILDE BATISTA DOS SALVADOR 1330313 (71) 3230- SAÚDE
SANTOS 5583
32. RAIMUNDO COUTINHO SALVADOR 0111914302 (71) 3328- SINDICATO/CUT
SOBRINHO 2421
33. RAIMUNDO GONÇALVES DE SALVADOR 95734104 (71) 3115- EMBAIXADA
SOUZA 7187 AFRICANA
34. SALVADOR 121891976 (71) 9947- RELIGIOSIDADE
RAIMUNDO KONMANNANJY 2258
35. SOUTO SOARES 04874311 (75) 3324- QUILOMBOLAS
RAMILTON JORGE DA SILVA 4069
36. ILHEUS 0145788164 (73) 3634- MOV. NEGRO
RODOLFO MACEDO 2321
37. SADRAQUE FRANCISCO DOS ITAMARAJU 0980045819 (73) 8813- INDIGENA
SANTOS 9928
38. SALVADOR 1463099901 (71) 3246- MULHERES
VALDA SOUZA DA FRANÇA 3494

SUPLENTE SOCIEDADE CIVIL


MUNICIPIO RG CPF CONTATO
NOME SEGMENTO ETNIA
1. JUCELINA SALVADOR 0113928513 87724553572 (71) 3320- RELIGIOSIDADE NEGRO
SANTOS 2600
NASCIMENTO
2. CLENILDE FELIPE SR. DO 086589264 21867348500 (74) 8839- AMARELO
SILVA BONFIM 5103
3. ADEMIR DE SALVADOR 0322789508 45704759572 N TEM CULTURA NEGRO
OLIVEIRA
SANTOS
4. SAMIR MEDEIROS JEQUIE 1324788208 SEM CPF (73) 9999- SAÚDE INDIO
CUNHA 7969
5. MARCIA SALVADOR 1410394 24492906568 (71) 3374- RELIGIOSIDADE NEGRO
CONCEIÇÃO 2998
MARTINS
CORREIA
6. ANA LÚCIA ITABERABA 3662417 50414291549 N TEM MULHERES NEGRO
SOUZA
7. MARIA DE BARREIRAS 0222961740 55200435587 (77) 9989- ASS. BAIRROS BRANCO
LURDES 66450
MARQUES
8. EDSON SANTOS ILHEUS 0108626849 09841695553 (71) 3231- POLITICA NEGRO
VIEIRA 3407
9. IRACEMA SALVADOR 522302 04922511568 (71) 3234- CULTURA NEGRO
MENDES NEVES 1330
10. GILBERTO SALVADOR 0169180530 106607555 (71) 3288- MOV.NEGRO NEGRO
CARDOSO DE 0802
ALMEIDA
11. MARIA JOSÉ ILHEUS 129053643 48560104 (73) 3269- INDIGENA INDIO
AMARAL 1937
BRANSFOR

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RELATÓRIO DA I
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IGUALDADE RACIAL

DELEGADOS DOS GOVERNOS MUNICIPAIS


MUNICIPIO RG CPF CONTATO
NOME SEGMENTO ETNIA
1. ANA GORETTI C. JUAZEIRO 1345790 17317207420 (74) 3613- PREFEITURA NEGRO
DE MELLO 8300
2. DENISE ALMEIDA SALVADOR 3150380 28410475553 (71) 3316- SEC. DE NEGRO
RIBEIRO 5264 SAÚDE
3. EMANUEL DE LENÇOIS 868407 13618946520 (75) 3623- PREFEITURA BRANCO
ALMEIDA DUTRA 4711
4. ERIOSVALDO LAURO DE 1300172 177484025 (71) 3378- PREFEITURA NEGRO
MENEZES FREITAS 4832
5. SALVADOR 1314040 18519059 (71) 3320- PREFEITURA NEGRO
GILMAR SANTIAGO 520 2602
6. JOSÉ RAIMUNDO O. CRUZ DAS 0682943525 76556050504 (75)3621- PREFEITURA NEGRO
SANTOS ALMAS 3885
7. TANIA MARIA BARREIRAS 0425909220 36970924500 (77) 3613- PREFEITURA NEGRO
XAVIER ALENCAR 4013
8. VIVALDA DE VIT. DA 0095204229 08626634587 (77) 3422- PREFEITURA NEGRO
ANDRADE BRAGA CONQUISTA 8189

DELEGADOS GOVERNO ESTADUAL


MUNICIPIO RG CPF CONTATO
NOME SEGMENTO ETNIA
1. CLÉA MIRANDA SALVADOR 1258902 10978224515 (71) 3115- SEC. DE AMARELA
DOS SANTOS 8461 JUSTIÇA
2. JUSSARA MARIA SALVADOR 1145486 22416072587 (71) 3367- SEGURANÇA NEGRO
SANTOS DE 0849 PÚBLICA
SOUZA
3. MARIA JOSÉ SALVADOR 011895251 19485158572 (71) 3346- SEC. DE NEGRO
LOPES DO 7880 JUSTIÇA
ESPIRITO
SANTOS

SUPLENTES GOVERNO ESTADUAL


MUNICIPIO RG CPF CONTATO
NOME SEGMENTO ETNIA
1. ALMIRO MOREIRA SALVADOR 45203946 07929439534 (71) 3247- SEGURANÇA NEGRO
DE PINHO 0205 PÚBLICA
2. ISABEL ALICE DE SALVADOR 68027805 11192917553 (71) 3247- SEGURANÇA NEGRO
JESUS PINHO 0205 PÚBLICA

Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia 21

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