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de líquidos inflamáveis
e combustíveis com
sistema de sprinklers
5º PRÊMIO INSTITUTO SPRINKLER BRASIL
VENCEDOR
Proteção de depósitos
de líquidos inflamáveis
e combustíveis com
sistema de sprinklers
Samuel de Andrade
Copyright © 2018 by Instituto Sprinkler Brasil
Diagramação e Capa
Rosalis Designer
Revisor Ortográfico
Carolina Machado (Revisão pra quê?)
978-85-69034-12-4
Ebook - PDF
Apresentação
2 _ OBJETIVOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
CONCLUSÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 195
REFERÊNCIAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 197
Lista de Figuras
27
dos dispositivos e equipamentos como um dos fatores que necessi-
tam evoluir no tocante à segurança contra incêndio como um todo,
incluindo itens que serão discutidos aqui neste trabalho.
Assim, o presente texto vem contribuir para minimizar este
problema, compilando conceitos e os relacionando com a sua apli-
cação específica ao armazenamento de líquidos inflamáveis fracio-
nados.
28
2 _ Objetivos
29
Para atingir a finalidade do trabalho, buscou-se embasamento
em normas publicadas pela Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas (ABNT) e pela National Fire Protection Association (NFPA),
bem como em documentos técnicos emitidos pelos Corpos de
Bombeiros dos diversos estados do Brasil, indicando os requisi-
tos comuns e as dificuldades que os profissionais de engenharia e
bombeiros militares podem encontrar no projeto, na instalação e
na aprovação dos sistemas de chuveiros automáticos para prote-
ção dos líquidos inflamáveis.
30
3 _ Entendendo os Líquidos Inflamáveis
31
espumas especiais para a classe. Os sistemas de chuveiros auto-
máticos em geral são dimensionados para controle e/ou extinção
desta classe de incêndio.
Os incêndios em líquidos combustíveis e inflamáveis, por sua
vez, segundo Del Carlo, Almiron e Pereira (2008, p. 225) são classi-
ficados como incêndios de classe B, cuja principal característica é a
queima em superfície. Neste caso, os líquidos inflamáveis, a deter-
minadas temperaturas, liberam gases que ao se incendiarem pro-
movem fogo na área de contato do líquido com o ar (comburente).
Para extinção deste tipo de incêndio, temos que buscar a redu-
ção da liberação dos gases ou da disponibilidade do oxigênio, atu-
ando por abafamento com uso de espumas ou pós químicos que
cubram a superfície do líquido que está queimando. Uma outra
técnica de combate é a nebulização de água por um sistema deno-
minado nas NFPA como water spray, termo o qual foi adaptado nas
normas nacionais como nebulização. A eliminação do comburente
do local também pode ser obtida pela substituição dele por outro
gás inerte como o CO2, todavia esta técnica acaba se restringindo
a pequenos espaços onde o confinamento da área é mais simples.
Os chuveiros automáticos para líquidos inflamáveis são um
dos tipos de sistemas possíveis para o combate a incêndio em
líquidos inflamáveis e poderão utilizar água, espuma mecânica
ou uma sequência de ambos, visando ao resfriamento do líquido
incendiado e dos recipientes vizinhos, bem como ao abafamento do
fogo pela nebulização de água ou cobertura com espuma.
32
não mantendo a combustão, sob condições específicas de ensaio.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013)
33
• ABNT NBR 5765: Asfaltos diluídos — Determinação do
ponto de fulgor — Vaso aberto Tag;
• ABNT NBR 14598: Produtos de petróleo — Determinação
do ponto de fulgor pelo aparelho de vaso fechado Pensky-
-Martens;
• ABNT NBR 7974: Produtos de petróleo – Determinação do
ponto de fulgor pelo vaso fechado Tag;
• ASTM D92: Standard Test Method for Flash and Fire
Points by Cleveland Open Cup Tester;
• ASTM D56: Standard Test Method for Flash Point by Tag
Closed Cup Tester; e
• ASTM D93: Standard Test Methods for Flash Point by Pen-
sky-Martens Closed Cup Tester.
34
3.4 Ponto de ignição
3.5 Polaridade
35
aplicação de espuma, porcentagens maiores de concentrado, tem-
pos maiores de aplicação de espuma e tipos de concentrado dife-
renciado, os quais serão detalhados nos capítulos seguintes.
3.6 Viscosidade
36
Figura 2. Gráfico de viscosidade dos líquidos
37
imiscíveis em água, estes líquidos permanecem na parte superior
em uma mistura. Por conseguinte, em eventual transbordamento
de um recipiente no qual estão contidos, o líquido inflamável dei-
xará o recipiente primeiro. Outro efeito desta característica é
que a aplicação de água direta terá pouco efeito sobre as chamas,
devendo ser nebulizada sobre a área desejada.
Por este motivo, as espumas mecânicas, cuja densidade é ainda
menor que a dos líquidos inflamáveis e combustíveis, mostram-se
mais eficientes na extinção de incêndios com líquidos inflamáveis,
espalhando-se pela superfície dos líquidos em chamas.
38
Tabela 1. Classificação dos líquidos inflamáveis e combustíveis
Líquidos Ponto de fulgor (PF) Ponto de Ebulição (PE)
Inflamáveis
Classe I PF < 37,8° e PV < 275,7 Kpa -
Classe I-A PF < 22,8°C PE < 37,8°C
Classe I-B PF < 22,8°C PE ≥ 37,8°C
Classe I-C 22,8°C ≤ PF < 37,8°C -
Combustíveis
Classe II 37,8°C ≤ PF < 60°C -
Classe III-A 60°C ≤ PF < 93°C -
Classe III-B PF ≥ 93°C -
Nota: PV é a pressão de vapor
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas.
39
sobre o produto resultará no fenômeno conhecido como espumação
(sloop over), que é a evaporação instantânea da água ao tocar a
superfície do líquido em chamas. Tal fenômeno resultará em um
grande volume de vapor que carregará partículas do líquido em
chamas para fora da área incendiada inicial, espalhando o incên-
dio e trazendo grande risco às equipes que combatem as chamas.
Para evitar tais efeitos, convém segregar as classes de líquidos
inflamáveis de modo que os produtos classe IIIB não sejam arma-
zenados junto a produtos com pontos de fulgor menores, bem como
evitar que líquidos de classe IA sejam armazenados com outras
classes, inviabilizando a adoção de parâmetros de proteção por
chuveiros automáticos.
Ainda quanto à classificação dos líquidos, os fluxogramas das
figuras A.2, A.3 e A.4 da ABNT NBR 17505, parte 4, equiparam os
líquidos inflamáveis às classes de produtos sólidos descritas em
outras normas. Algumas combinações de classe de produtos, tipos
de recipientes, viscosidade dos líquidos e outros podem resultar
na equiparação dos líquidos com as classes I ou III para materiais
sólidos conforme NFPA 13, ou como plástico grupo A não expan-
dido, conforme a mesma norma, o que pode ser observado nas figu-
ras 3, 4 e 5 abaixo.
40
Figura 3. Trecho adaptado do fluxograma da figura A.2 da ABNT NBR
17505, parte 4
41
Figura 4. Trecho adaptado do fluxograma da figura A.3 da ABNT NBR
17505, parte 4
42
Figura 5. Trecho adaptado do fluxograma da figura A.4 da ABNT NBR
17505, parte 4
43
Figura 6. Inconsistência do fluxograma da figura A.4 da ABNT NBR
17505, parte 4
Fonte: NFPA.
44
Em consonância com as tabelas descritas, a própria NFPA 13
na sua versão mais recente traz nas tabelas de classificação de
mercadorias alguns líquidos combustíveis e inflamáveis que serão
protegidos diretamente por esta e não pelos critérios da NFPA 30.
Tais quesitos ainda não foram contemplados na Instrução Técnica
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de São Paulo nº 24 de
2019 (ITCB 24/2019); porém, a tabela 2, que segue, é um compi-
lado de tais classificações.
45
4 _ BREVE HISTÓRICO DA PROTEÇÃO
CONTRA INCÊNDIO PARA
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
FRACIONADOS NO BRASIL
47
publicadas em 2014, sendo este o principal parâmetro nacional de
proteção por chuveiros automáticos atualmente.
Quanto às normas estaduais publicadas pelos Corpos de
Bombeiros Militares, a norma do estado de São Paulo é pioneira
no assunto líquidos inflamáveis fracionados. Ela foi e ainda é
usada como base para as normas da maioria dos demais Corpos
de Bombeiros; portanto, será a base de nossa análise temporal
neste trabalho.
No estado de São Paulo, a primeira norma de segurança contra
incêndio mais abrangente foi o Decreto Estadual 20.811/1983, o
qual mencionava no item 4.4.5 o “Armazém de produtos acondicio-
nados”, dentro do item referente a líquidos inflamáveis, e definia
no item 6.3.3 as proteções exigidas, todavia não mencionava a exi-
gência de chuveiros automáticos para combate a incêndio nessas
ocupações.
No estado de São Paulo, desde o Decreto Estadual 38.069/1993,
a legislação apresenta alguns parâmetros para proteção con-
tra incêndio de líquidos inflamáveis e combustíveis fracionados.
Nesta primeira legislação, os líquidos eram protegidos por siste-
mas de espuma e resfriamento por linhas manuais, extintores,
sinalizações, entre outros. Porém, não era prevista a proteção des-
ses locais por sistemas de chuveiros automáticos. Este sistema
era exigido apenas para os casos em que a área construída ultra-
passava 10.000 m², ou seja, do mesmo modo como depósitos de
materiais sólidos.
Em abril de 2002, entrou em vigor o Decreto Estadual
46.076/2001 e as instruções técnicas respectivas. As instruções
foram posteriormente revisadas e republicadas em 2004. A ITCB
24/2004, que tratava de sistema de proteção por resfriamento, exi-
gia a proteção por resfriamento para áreas de acondicionamento
de líquidos inflamáveis em recipientes transportáveis apenas por
linhas manuais, não mencionando chuveiros automáticos ou asper-
sores. Por outro lado, a ITCB 25/2004, que tratava de sistema de
proteção por espuma mecânica, incluía trechos contraditórios, por
48
exemplo, no item 6.1.1.3 mencionava-se que “esta seção não trata
dos sistemas de chuveiros de espuma/água, sistema de neblina de
espuma/água ou sistemas de espuma de alta expansão”; porém,
em outros itens seguintes, mencionava chuveiros e aspersores.
Nestes itens em que os sistemas de chuveiros e aspersores eram
mencionados, contudo, não estavam listados todos os parâmetros
normativos necessários ao dimensionamento do sistema e não se
referenciavam outras normas que definissem tais parâmetros.
Ainda na vigência do Decreto Estadual 46076/2001, na ITCB
27/2004, que tratava do armazenamento de líquidos inflamáveis
e combustíveis, o item 5.4.1 previa a adoção do sistema de chuvei-
ros automáticos como meio para redução em até 50% de algumas
distâncias de segurança em determinada área. Já a ITCB 09/2004
previa que a adoção de chuveiros automáticos para áreas com
armazenamento de inflamáveis fracionados, classificada como
M-2, ampliava a área máxima de compartimentação de 1.000 m²
para 2.000 m².
Um dos grandes problemas no cumprimento da Instrução
Técnica 27/2004 era o limite máximo de armazenamento, o qual
deveria seguir a tabela 8 da referida norma (vide tabela 3 deste
trabalho). Tal tabela era extremamente restritiva; porém, pela
interpretação dela, poderíamos concluir que, com a adoção de
aspersores ou equivalentes (chuveiros automáticos), os limites
poderiam ser ampliados, contudo para limites ainda muito restri-
tos e aquém da necessidade de muitos estabelecimentos.
49
Tabela 3. Capacidade máxima de armazenamento conforme ITCB
27/2004
COM ASPERSORES OU EQUIVALENTES SEM PROTEÇÃO
CLAS- MÁXIMO POR PILHA MÁXIMO POR PILHA
SE DE
LÍQUIDO NÍVEL DE Largura das Largura das
INFLA- ARMAZE- Lar- Passagens Passagens
MÁVEL E NAGEM Total Altura Total Largura Altura
gura Princi- Late- Princi- Late-
COMBUS- Litros m Litros m m
m pais rais pais rais
TÍVEL
m m m m
Nível de
IA solo e 10.000 2,44 1,83 2,40 1,50 2.500 1,22 0,91 2,40 2,10
IB superiores
IC
Porões PROIBIDO PROIBIDO
Nível de
solo e 20.000 2,44 1,83 2,40 1,20 5.000 1,22 0,91 2,40 1,50
II superiores
Nível de
III-A solo e 42.000 3,63 2,73 2,40 1,20 10.000 2,44 3,63 2,40 1,20
III-B superiores
50
TABELA 4. Capacidade máxima de armazenamento conforme errata da
ITCB 27/2004
Arranjo de recipientes
Com as proteções previstas na tabela 6-M2 do Decreto
Estadual nº 46.076/01
CLASSE DE MÁXIMO POR PILHA
LÍQUIDO NÍVEL DE
INFLAMÁVEL E ARMAZENAGEM Largura das Passagens
COMBUSTÍVEL Total Largura Altura
Litros m m Principais Laterais
m m
IA Nível de solo e
10.000 2,44 1,83 2,40 1,50
IB superiores
IC Porões PROIBIDO
Nível de solo e
20.000 2,44 1,83 2,40 1,20
II superiores
Porões PROIBIDO
Nível de solo e
III-A 42.000 3,63 2,73 2,40 1,20
superiores
III-B
Porões 21.000 2,44 1,83 2,40 1,20
Nota: - Os números das colunas de total em litros representam o número de litros que
podem ser armazenados por pilha. Para os recipientes menores deve-se dividir o valor
máximo permitido dividido pelo seu volume.
- Os números nas colunas de largura e altura, representam as larguras e as alturas da
pilha.
Fonte: Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
51
ção volumétrica imposta pela ITCB 25/2011, esta norma incluía
pontos contraditórios, pois, para a ABNT NBR 17505, parte 4, a
adoção de chuveiros automáticos elimina a limitação de volume
estabelecida para áreas sem chuveiros automáticos, fato este que
não ocorria na norma estadual.
Em 2018 foi publicada a ITCB 25/2018 a qual tratou-se de uma
adaptação da NBR 17505. O texto foi dividido em sete capítulos
que representam as partes da NBR 17505, porém não se tratou de
uma cópia, pois parte dos itens não foram reproduzidas, bem como
vários erros que encontrados no texto da NBR foram corrigidos.
Bem como alguns pontos omissos na norma brasileira foram con-
templados na norma estadual. Contudo o texto era confuso, res-
taram inúmeras lacunas e erros de referência a serem corrigidos.
Muitas das falhas ocorridas na ITCB 25/2018 foram corrigi-
das na nova versão publicada em 2019, a qual está em vigor até
o presente momento. Porém, outros pontos carecem de melhorias
e devem ser novamente alterados nas versões que se sucederão.
Uma melhor análise das características atuais da legislação
contra incêndio para chuveiros automáticos em área com líquidos
inflamáveis será feita no próximo capítulo.
52
5 _ LEGISLAÇÃO ATUALMENTE
APLICÁVEL À PROTEÇÃO CONTRA
INCÊNDIO PARA LÍQUIDOS
INFLAMÁVEIS FRACIONADOS
53
Tabela 5. Comparativo entre as legislações de proteção contra incêndio
dos estados da Federação quanto a chuveiros automáticos para áreas de
armazenamento de líquidos inflamáveis fracionados
LEGISLAÇÕES APLICÁVEIS À PROTEÇÃO
ESTADO POR CHUVEIROS AUTOMÁTICOS PARA LÍ- OBS.:
QUIDOS INFLAMÁVEIS FRACIONADOS
54
Decreto Estadual 2423-R/2009 e NT 02/2013.
A tabela 2 M.3 da NT 02/2013 determina que ABNT NBR
ESPÍRITO SANTO
para as proteções de resfriamento e espuma 17505
adote-se a ABNT NBR 17505.
55
Decreto nº 42, de 17 de dezembro de 2018,
Portaria CBMERJ nº 1071 de 27 de agosto
ABNT NBR
RIO DE JANEIRO4 de 2019, Nota Técnica n.º 03-6/2019. Adota
17505
a NBR 17505 para os chuveiros automáticos
para líquidos inflamáveis.
1) Estados que adotaram norma semelhante a versão atual da Instrução Técnica nº 25/2011
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
2) Estados que adotaram normas semelhantes a versão de 2004 das Instruções Técnicas
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
3) Estados que adotaram normas semelhantes a versão de 2018 das Instruções Técnicas
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
4) Estados que adotaram normas semelhantes a versão de 2019 das Instruções Técnicas
do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Fonte: o autor.
56
Observe, porém, que este trabalho se refere sempre à ABNT
NBR 17505 e à ITCB 25/2019 do Corpo de Bombeiros da Polí-
cia Militar do Estado de São Paulo quando menciona as normas
estaduais, por ser a mais completa entre os Corpos de Bombeiros
Militares.
Este trabalho fará, ainda, referência a outras normas que obri-
gatoriamente deverão ser consultadas para formar o arcabouço
completo de legislações necessárias ao dimensionamento do sis-
tema de chuveiros automáticos para líquidos inflamáveis.
A NFPA 13 é uma dessas normas que serão citadas ao longo do
trabalho e trata dos padrões de instalação para chuveiros automá-
ticos. Ela foi a norma utilizada como base para elaboração da ABNT
NBR 10897, a qual trata do mesmo assunto. Todavia, a NFPA 13 é
mais abrangente que a ABNT NBR 10897, logo, usaremos um esca-
lonamento das normas, aplicando a NFPA 13 nos casos omissos na
ABNT NBR 10897.
A NFPA 30 é outra norma que será citada neste trabalho, pois
foi a base para elaboração da ABNT NBR 17505, parte 4; porém,
também será aplicada de forma subsidiária na omissão da norma
brasileira ou para o correto entendimento do seu texto.
No tocante às normas nacionais mais específicas ao assunto
líquidos inflamáveis, ao comparar a abrangência da ABNT NBR
17505, parte 4, e a da ITCB 25/2019, nota-se que ambas se apli-
cam aos mesmos casos. Segue transcrição do item 1.1 da ABNT
NBR 17505, parte 4:
57
Da mesma forma, tanto a ITCB 25/2019 quanto a ABNT NBR
17505 não se aplicam aos mesmos casos. Segue transcrição do
item 1.5 da ABNT NBR 17505, parte 4:
58
sujeito a uma análise de risco para avaliação da necessidade de
ampliação.
O ponto de maior divergência que existia entre a ITCB 25/2011
e a ABNT NBR 17505, parte 4, encontrava-se na quantidade per-
mitida de armazenamento de produtos. A ITCB 25/2011 apre-
sentava a tabela B.5 da parte 3 como o limite máximo permitido
para armazenamento. Para esta norma, a adoção do sistema de
chuveiros automáticos destinava-se a ampliar a área máxima de
compartimentação para depósitos de líquidos inflamáveis fra-
cionados (ocupação M-2) de 1.000 m² para 2.000 m², conforme a
ITCB 09/2011, bem como dobrar os limites armazenados em cada
pilha ou estante, porém sem alterar o volume máximo do compar-
timento. Por outro lado, a ABNT NBR 17505, parte 4, na tabela
A.9, define limites de proteção semelhantes aos da ITCB 25/2011,
contudo apenas para casos em que o sistema de chuveiros automá-
ticos não é instalado. Para os casos em que há chuveiros automáti-
cos, não há limites fixos de volume, limitando neste caso apenas o
arranjo de armazenamento, recipientes permitidos, entre outros.
Com a edição da ITCB 25/2018 esta divergência foi superada,
sendo que a partir desta versão da norma a adoção de chuveiros
automáticos permite o armazenamento de volume ilimitado de
produto e sem necessidade de compartimentação, limitando tam-
bém ao arranjo de armazenamento, recipientes permitidos, entre
outros.
Observe, também, as tabelas 6 e 7 a seguir, que transcrevem
os limites de volume de armazenamento em ambas as normas sem
chuveiros automáticos.
59
Tabela 6. Quantidades máximas para armazéns de líquidos sem sis-
tema de proteção automática pela ABNT NBR 17505, parte 4
Armazenamento em recipien- Armazenamento em tanque Armazenamento em IBC de
tes/tambores portátil e em IBC metálicos plástico rígido e compostos
Altura Quan- Quan- Altura Quan- Quan- Al- Quantida- Quan-
Clas- máxi- tidade tidade máxi- tidade tidade tura de má- tidade
se de ma da máxima total ma da máxima total má- xima por total
líqui- pilha por pilha máximaa pilha por pilha máximaa xima pilha ou máximaa
dos m ou por L m ou por L da por seção L
seção seção pilha suporte
suporte suporte m L
L L
IA 2,2 2 500 2 500 NP NP NP NP NP NP
IB 2,2 5 200 5 200 2,5 7 500 7 500 NP NP NP
IC 2,2 10 400 10 400 2,5 15 000 15 000 NP NP NP
II 3,4 15 600 31 200 2,5 20 800 41 600 2,5 15 600 31 200
IIIA 4,9 52 000 104 000 2,5 83 000 166 500 2,5 52 000 104 000
IIIB 5,3 52 000 208 000 2,5 83 000 333 000 2,5 52 000 208 000
NP – Não permitido.
a
Aplica-se apenas às edificações isoladas ou edificações adjacentes a outros estabelecimentos que não
sejam para armazenamento.
NOTA Para calcular a quantidade máxima total permitida para cada classe individual de líquidos presen-
tes no armazém, proceder como a seguir, iniciando-se com a classe mais baixa de líquidos presentes e
procedendo em ordem decrescente de risco:
a) computar a proporção das quantidades de classe presentes em relação à quantidade máxima permiti-
da por pilha e expressar a razão como uma porcentagem;
b) adicionar as porcentagens como computadas, de forma a totalizar o percentual armazenado;
c) o total não pode exceder 100 %.
Por exemplo: 3 796 L de um líquido de classe IB em recipientes representa 73 % da quantidade
máxima permitida, de acordo com esta tabela. Como o percentual total não pode exceder 100 %, o
armazenamento de qualquer outra classe de líquido fica limitado a 27 % da quantidade máxima permitida
para aquela classe. Assim, o líquido de classe IA ficaria limitado a 675 L, correspondente a 27 % de 2
500 L, e líquido de classe II seria limitado a 4 212 L, que é 27 % de 15 600 L. De outra forma, se a relação
de líquidos de classe IB for reduzida para 70 % (3 640 L), a relação de líquidos de classe IA pode ser
aumentada para 30 % da quantidade máxima permitida, que seria de 750 L.
60
Tabela 7. Limites de armazenamento com as proteções previstas na
tabela 6M-2 do Decreto Estadual 56.819/2011 do estado de São Paulo
Classe de líquido
Piso de Em pilhas ou Em salas (L) (conforme
combustível e Em prateleiras
armazenamento paletizado (L) item 15 desta Parte da IT)
inflamável
Porões PROIBIDO
Porões PROIBIDO
Nota: quantidades maiores podem ser armazenadas em uma mesma edificação, desde que cada área
compartimentada respeite o limite de armazenamento previsto nesta tabela.
61
6 _ REQUISITOS ESPECÍFICOS DE
ACONDICIONAMENTO DOS
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
E COMBUSTÍVEIS
63
6.1 Recipientes aceitáveis
64
Tabela 8. Capacidades máximas permitidas por recipientes, recipientes
intermediários para granel (IBC) e tanques portáteis, conforme ITCB
25/2011
Volume de líquidos inflamáveis Volume de líquidos
(L) combustíveis (L)
Tipo de embalagem de líquidos
Classe Classe
Classe I-C Classe II Classe III
I-A I-B
Vidro 0,5 1 5 5 20
Recipientes metálicos ou de plástico
5 150 450 450 450
(bombonas) aprovados
Recipiente de segurança (latão de
10 20 20 20 20
segurança)
Tambores metálicos - conforme
especificação de transporte (1A1 ou 450 450 450 450 450
1A2)
Tanques portáteis metálicos e IBC -
3000 3000 3000 3000 3000
conforme especificação de transporte
IBC de plástico rígido (31H1 ou 31H2) e Não
3000 3000 3000 3000
IBC compostos para líquidos (31HZ1) permitido
IBC de plástico composto com internos Não Não Não Não Não
flexíveis (31HZ2, 13H, 13L e 13M) permitido permitido permitido permitido permitido
Não Não Não Não Não
Sacos dentro de caixas
permitido permitido permitido permitido permitido
Polietileno (1H1) - conforme
5 20* 20* 450 450
especificação de transporte
Não Não Não
Tambor de fibra (2A, 3A, 3BH, 3BL e 4A) 450 450
permitido permitido permitido
*Para líquidos miscíveis em água de classe I-B e classe I-C, o tamanho máximo permitido para
recipiente de plástico é 250 L, se estocado.
65
Tabela 9. Capacidades máximas permitidas para recipientes, recipien-
tes intermediários para granel (IBC) e tanques portáteis, conforme
ABNT NBR 17505, parte 4
Volume de líquidos
Volume de líquidos inflamáveis (L)
Tipo de embalagem de líquidos combustíveis (L)
Classe IA Classe IB Classe IC Classe II Classe IIIAc
Vidro 0,5 1 5 5 20
Recipientes metálicos (outros que
não tambores) ou de plástico/ 5 20 20 20 20
bombonas aprovados
Recipiente de segurança (latão de
10 20 20 20 20
segurança)
Tambores metálicos (conforme
especificação de transporte) (1A1 450 450 450 450 450
/ 1A2)
Tanques portáteis metálicos e
IBC (conforme especificação de 3 000 3 000 3 000 3 000 3 000
transporte)
IBC de plástico rígido (31H1 ou
31H2) e IBC compostos para NP a NP a NP a 3 000 d 3 000 d
líquidos (31HZ1)
IBC de plástico composto com
NP a NP a NP a NP a NP a
internos flexíveis (31HZ2)
Sacos dentro de caixas NP a NP a NP a NP a NP a
Polietileno (1H1 e 1H2) (conforme
5 20b 20b 450 450
especificação de transporte)
Tambor de fibra (2A, 3A, 3BH, 3BL
NPa NPa NPa 450 450
ou 4A)
a
Não permitido.
b
Para líquidos miscíveis em água, de classe IB e de classe IC, o tamanho máximo permitido para
recipiente de plástico é 250 L, se estocado e protegido de acordo com a tabela A.1.
c
Para esta tabela, líquidos de classe IIIB não têm limitação de volume do recipiente para
armazenamento.
d
Para os líquidos de classe II, devem ser utilizados IBC de plástico rígido que seja antiestático e
condutivo, para evitar o acúmulo de cargas eletrostáticas nas paredes externas e o escoamento dessas
cargas no líquido, possibilitando operar em áreas classificadas como Zona 1 e 2. Para líquidos de classe
IIIA, podem ser utilizados IBC não condutivos, desde que a temperatura do líquido não esteja acima ou
próximo de 9 °C de seu ponto de fulgor e que não estejam presentes, no ambiente, vapores inflamáveis.
66
Os líquidos classe IIIB não possuem volumes máximos de reci-
pientes segundo a ABNT NBR 17505 e a ITCB 25/2019, enquanto a
ITCB 25/2011 tratava as classes IIIA e IIIB de forma semelhante.
Além disso, a ITCB 25/2011 restringia-se a definir os volumes
dos recipientes, não determinando os demais critérios construti-
vos a serem adotados para esses recipientes. Por sua vez, a ABNT
NBR 17505 e a ITCB 25/2019 são mais detalhadas e trazem crité-
rios inclusive para construção das válvulas de alívio e outros.
A observância dos critérios construtivos dos recipientes é
imprescindível para o dimensionamento dos sistemas de chuvei-
ros automáticos, pois os parâmetros destes são definidos por testes
laboratoriais realizados considerando o armazenamento nos tipos
de recipientes descritos nas normas. Conforme já descrito, deve-se
entender a proteção contra incêndio de forma sistêmica, sendo o
recipiente neste caso um dos componentes da engrenagem, sem o
qual o sistema todo pode estar comprometido.
Por consequência, quando as normas técnicas dos Corpos de
Bombeiros dos diversos estados remetem a proteção por chuvei-
ros automáticos à ABNT NBR 17505, é crucial que o projetista
observe os limites desta, pois são os requisitos que foram testados
para a proteção por chuveiros automáticos definidos pela ABNT
NBR. O mesmo vale para os casos em que o projetista adota a
NFPA 30 como parâmetro de proteção.
Todavia, no Brasil se encontram projetos em que o engenheiro
se vale de partes de diferentes normas, utilizando aquelas que
mais lhe convêm, não observando que a proteção trazida por meio
de cada norma é um conjunto, visto que a adoção de recipientes
com características diferentes daquelas definidas pela norma não
garante a eficiência do sistema.
Ainda em relação às tabelas 8 e 9, os códigos expressos na
coluna “tipo de embalagem de líquidos”, tais como 31H1 e 1H1,
representam a classificação do material para o órgão responsá-
vel por transporte de produtos perigosos das Nações Unidas. Essa
classificação é aceita internacionalmente, e o Brasil é signatário
67
das convenções que a definiram. Tais recipientes trazem a identi-
ficação a seguir:
68
Adicionalmente, no caso de recipientes intermediários para
granel (IBCs) não metálicos e rígidos protegidos conforme as tabe-
las A.21 e A.22 da ABNT NBR 17505, parte 4, os fabricantes das
embalagens devem garantir que tenham um desempenho aceitá-
vel para armazenamento interno.
Os requisitos volumétricos da ABNT NBR 17505, parte 4,
podem ainda ser limitados ou ampliados pelos diversos itens da
própria norma nos diversos cenários e arranjos de armazena-
mento possíveis. Exemplo desta limitação é o item 5.3.1 da ABNT
NBR que segue:
69
limitações do projeto e normativas às quais estará sujeito, para
que após a instalação não sejam armazenados produtos em emba-
lagens fora dos limites previstos no dimensionamento.
Tal item deve, ainda, ser objeto de atenção por parte do serviço
de vistoria e aprovação dos Corpos de Bombeiros estaduais a fim
de que se garanta um correto funcionamento e se evitem danos a
pessoas e patrimônio.
70
A NBR 17505 (parte 4) e a ITCB 25/2019 por se tratar de
normas específicas que complementam a NFPA 13 no que tange
ao armazenamento de líquidos inflamáveis, não importaram da
NFPA 13 todos os conceitos atinentes aos diversos arranjos. Nem
as ABNT NBR 10897 e 13792, nem a ITCB 24/2019 do Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo importaram
tais conceitos. Logo, para a conceituação desses itens, é obrigató-
ria a consulta à NFPA 13.
72
altura máxima de armazenamento e na quantidade máxima por
pilha de acordo com a tabela A.9. da ABNT NBR 17505, parte 4
(tabela 4.9 da ITCB 25/2019).
O armazenamento empilhado limita a capacidade dos reci-
pientes. Por exemplo, aqueles com capacidade maior que 120 l que
contenham líquidos de classe I ou de classe II não podem ser empi-
lhados, exceto se protegidos de acordo com a seção 24 da ABNT
NBR 17505, parte 4 (item 4.20 da ITCB 25/2019).
73
que mantenham corredores entre estantes de no mínimo 1,2 m.
Já aqueles protegidos por chuveiros devem ter corredores de no
mínimo 1,8 m. Em ambos os casos, os corredores principais deverão
ter no mínimo 2,4 m de largura e qualquer recipiente no interior
dessas estantes deve estar a não mais de 6 m de distância de um
dos corredores principais.
Fonte: Efacil.
74
Também se enquadram no conceito de estante aquelas descri-
tas pela NFPA 13 como back-to-back. São duas estantes sólidas ou
perfuradas de até 750 mm de profundidade cada, não excedendo
uma profundidade total 1,5 m, separadas por uma barreira vertical
longitudinal sem espaço de combustão longitudinal e com altura
de armazenamento máxima de 4,6 m.
Fonte: Alibaba.
75
podem ser fixas, portáteis ou móveis. A colocação do material pode
ser manual ou feita usando-se empilhadeiras. A colocação do
material pode ainda ser automática, usando-se sistemas de arma-
zenamento e remoção da mercadoria controlados por máquinas.
Elas são construídas em geral em aço e suas dimensões podem
variar muito. Suas filas podem ser simples, duplas ou múltiplas,
com ou sem prateleiras sólidas. A mercadoria-padrão utilizada na
maioria dos armazenamentos no Brasil tem dimensões de 1 m x
1,2 m (um pálete); contudo, a ABNT NBR 17505, ITCB 25/2019 e
a NFPA 30 adotam dimensões de 1,5 m x 1,5 m para um pálete.
Seguem alguns dos muitos exemplos de estruturas porta-pále-
tes que podem ser encontradas:
• Estrutura porta-páletes simples são aquelas que não têm
espaço de combustão longitudinal e têm profundidade
de até 1,8 m, com corredores com uma largura de 1,1 m.
Uma exceção é quando uma estrutura porta-pálete de fila
única com uma profundidade de até 1,8 m está localizada a
menos de 600 mm de uma parede, sendo este considerado
um espaço de condução longitudinal, e a estrutura deve ser
tratada como estrutura porta-pálete de filas duplas. Veja
exemplo na figura 13.
• Estrutura porta-pálete de filas duplas é aquela que tem
duas posições de paletes de profundidade. Os páletes são
suportados por barras paralelas ao corredor. Qualquer
número de páletes pode ser suportado por um par de bar-
ras. São estruturas menores ou iguais a 300 mm de pro-
fundidade ou estruturas de uma única linha, colocados de
costas para trás, com uma profundidade agregada de até
300 mm, com corredores com uma largura de até 1,8 m.
Veja exemplo na figura 13.
76
Figura 13. Exemplo de armazenamento em estruturas porta-páletes de
fila única e duplas
Fonte: Mecalux.
77
Figura 14. Exemplo de armazenamento em estrutura porta-pálete de
filas múltiplas drive-in rack
78
Figura 15. Exemplo de armazenamento em estrutura porta-pálete
múltipla móvel
Fonte: Mecalux.
79
Figura 16. Exemplo de armazenamento em estrutura porta-pálete de
filas múltiplas automatizada
80
Figura 17. Exemplo de armazenamento em estruturas porta-páletes
cantilever simples e duplas móveis
Fonte: Mecalux.
Fonte: Mecalux.
81
• Estrutura porta-páletes portáteis são aquelas que não
são fixadas no local e podem ser organizadas em qualquer
número de configurações, podendo ser armazenadas como
estruturas simples, duplas ou múltiplas. Veja exemplo na
figura 19.
82
6.2.6 Diferenças entre área controlável, sala de
armazenamento, armazém de uso geral e um armazém de
líquidos
83
Tabela 10. Quantidade máxima permitida de líquidos inflamáveis e
combustíveis por área controlável de armazenamento
Classes de líquidos Quantidade L Notas
IA 115 1e2
Líquidos inflamáveis IB e IC 460 1e2
IA, IB e IC combinados 460 1, 2 e 3
II 460 1e2
Líquidos combustíveis IIIA 1265 1e2
IIIB 50600 1, 2 e 4
NOTA 1 As quantidades podem ser aumentadas em 100% onde o armazenamen-
to for em gabinetes (armário de segurança) aprovados ou em latões de seguran-
ça, de acordo com a legislação aplicável. Onde a Nota 2 também for aplicada,
o aumento permitido para ambas as notas pode ser aplicado cumulativamente.
NOTA 2 As quantidades podem ser aumentadas em 100% se o armazenamento
for em edificações equipadas com um sistema de chuveiros automáticos instala-
dos de acordo com a ABNT ABNT NBR 10897 ou NFPA 13. Se a Nota 1 também
for aplicada, o aumento para ambas as notas pode ser aplicado cumulativamente.
NOTA 3 A quantidade armazenada de líquidos de classe IA não pode ultrapassar
115 l.
NOTA 4 As quantidades armazenadas são ilimitadas em uma edificação equipa-
da com um sistema de chuveiros automáticos instalados de acordo com a ABNT
ABNT NBR 10897 ou NFPA 13 e projetada de acordo com os critérios de prote-
ção contidos na Seção 24.
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas.
84
Espaço totalmente fechado dentro de uma edificação, em que
as paredes não faceiem com o ambiente externo da edificação,
que seja utilizado no armazenamento de líquidos inflamáveis e
combustíveis em recipientes, recipientes intermediários para
granel e tanques portáteis, cuja área útil não exceda 45 m2.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013)
85
Uma construção separada, isolada ou parte de um prédio usado
apenas para operações de armazenagem e ocupação classi-
ficada como “armazenamento de baixo risco” ou “armazena-
mento de risco normal” pelo código de construção e pela NFPA
101, Código de Segurança de Vida (grifos do autor). (Tradução
da NFPA, 2016)
86
Segundo a NFPA 101, os conteúdos de baixo risco de uma
edificação são aqueles de baixa combustibilidade que não podem
resultar em incêndios autopropagativos e os conteúdos de risco
normal de uma edificação são aqueles que provavelmente quei-
marão com rapidez moderada ou para libertar um volume consi-
derável de fumaça.
A NFPA classifica ainda o conteúdo de alto risco de uma edifi-
cação como aqueles susceptíveis a queimar com extrema rapidez
ou cujas explosões são prováveis. Portanto, esse tipo de conteúdo
não se enquadra na definição de armazéns gerais utilizada na
NFPA 30.
Para sanar este problema e tornar a norma melhor aplicável a
ITCB 25/2019 alterou o conceito conforme segue:
87
variedade de produtos combustíveis, sendo que parte pode ser de
líquidos inflamáveis ou combustíveis, enquanto o último trabalha
com líquidos quase que exclusivamente. As exigências de proteção
que regem cada tipo podem variar significativamente.
A diferença das limitações volumétricas entre os dois tipos de
armazéns é uma das maiores diferenças entre as exigências norma-
tivas. Os armazéns de uso geral observam regras específicas e devem
seguir limites específicos de armazenamento descritos na tabela A.2
ou no item 20.4 da ABNT NBR 17505, parte 4, (tabela 4.2 ou item
4.17.4.2 da ITCB 25/2019). A tabela 11 resume os limites descritos no
item 20.4 da ABNT NBR 17505, parte 4.
88
combustíveis em geral) ou conforme item 24 da ABNT NBR 17505,
parte 4, sendo que mesmo com chuveiros automáticos deverá cum-
prir limite de estocagem conforme a tabela 11 deste trabalho (item
20.4 da ABNT NBR 17505, parte 4).
Para os armazéns de líquidos, os limites volumétricos são maio-
res, havendo dois parâmetros. Se os volumes de armazenamentos
estiverem dentro do limite da tabela A.9 (tabela 6 deste trabalho e
tabela 4.9 da ITCB 25/2019) o armazém de líquidos estará dispensado
do sistema de chuveiros automáticos. No entanto, se tiver sistema de
chuveiros automáticos, não haverá limites de armazenamento.
É importante dizer que, apesar de o armazém de líquidos se
destinar ao armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis,
não é proibido que este tenha quantidades limitadas de materiais
combustíveis comuns, todavia os materiais diferentes daqueles
utilizados para embalar líquidos devem estar separados do
armazenamento dos líquidos por uma distância mínima de 2,4 m
horizontalmente, por corredores ou por estruturas porta-páletes
vazias, e devem estar protegidos de acordo com o item 24 da ABNT
NBR 17505, parte 4.
Resumidamente, por exemplo, tomando um depósito de uma
transportadora qualquer que armazene produtos em geral e líqui-
dos combustíveis e inflamáveis, temos as seguintes opções:
• Não prever chuveiros automáticos e armazenar o limite
permitido para uma área controlável, conforme tabela A.2
da ABNT NBR 17505, parte 4 (tabela 4.2 da ITCB 25/2019).
• Prever sistema de chuveiros automáticos, conforme NFPA
13 ou seção 24 da ABNT NBR 17505, parte 4 (item 4.20
da ITCB 25/2019), e ampliar o limite de produtos armaze-
nados para o previsto no item 20.4 (item 4.17.4.2 da ITCB
25/2019) da mesma norma (tabela 11 deste trabalho).
• Criar uma sala de armazenamento interno e armazenar o
limite previsto na tabela A.8 da ABNT NBR 17505, parte 4
(tabela 4.8 da ITCB 25/2019).
89
• Criar um armazém de líquidos separado ou anexo ao arma-
zém dos demais produtos e sem chuveiros automáticos,
obedecendo os limites de armazenamento da tabela A.9 da
ABNT NBR 17505, parte 4 (tabela 4.9 da ITCB 25/2019).
• Criar um armazém de líquidos separado ou anexo ao arma-
zém dos demais produtos e com chuveiros automáticos con-
forme item 24 da ABNT NBR 17505, parte 4 (item 4.20 da
ITCB 25/2019), sem limite máximo de armazenamento.
90
6.2.8 Propagação do fogo em uma estrutura porta-pálete
91
Figura 20. Exemplo de armazenamento em estruturas porta-páletes
com prateleiras sólidas
92
Figura 21. Exemplo de armazenamento de mercadorias encapsuladas
Fonte: NFPA.
93
Por sua vez, o item 3.9.1.12 da NFPA 13 define que:
95
6.3 Linhas de mangueira
96
para uma área segura, poderão constituir risco às demais estrutu-
ras e aos bens, devendo o projeto buscar formas de drená-los para
o exterior da edificação.
Tais meios de contenção e drenagem podem ser obtidos de
diversas maneiras, havendo divergências entre as diversas nor-
mas que regem o tema. As principais formas definidas pela ABNT
NBR 17505:
97
Porém, independentemente da forma de contenção adotada,
esta deve trabalhar em conjunto com o sistema de chuveiros auto-
máticos. Para tanto, a área máxima delimitada pelo sistema de
contenção deve ser idêntica à área de cálculo do sistema de chu-
veiros automáticos.
Do contrário, o incêndio poderá espalhar-se para uma área
superior à área de atuação do sistema de chuveiro automático,
fazendo com que um número superior de bicos de chuveiros auto-
máticos seja acionado e, consequentemente, superando a capaci-
dade da bomba de incêndio e do reservatório de incêndio, tornando
o sistema ineficiente. Essa característica pode ser bem observada
nas figuras que seguem:
98
Figura 23. Arranjo típico de drenos de piso
99
Observe que, quando era adotado o sistema de contenção defi-
nido pela ITCB 25/2011 em uma área com chuveiros automáti-
cos, a área de operação deste sistema deveria ser estendida até os
limites da área de armazenamento, acompanhando desta forma o
desenho das canaletas, tornando o sistema muito mais robusto e
por vezes inviável.
Acrescenta-se que a contenção não é exigida pela NBR para
todas as ocupações onde houver líquidos inflamáveis nas quais for
prevista proteção por chuveiros automáticos, pois a ABNT NBR
17505-4 prevê algumas exceções para as quais será dispensada.
Essas situações são descritas na figura A.5 da referida norma, a
qual consiste em um fluxograma que direciona para a necessidade
ou não da contenção.
Neste caso, um cuidado especial tem que ser tomado em relação
à referida figura, pois há um equívoco na adaptação feita a par-
tir da figura 16.8.1 da NFPA 30. Na ABNT NBR há uma questão
com os seguintes dizeres: “todos os líquidos estão armazenados em
recipientes como definidos em 3.4”. Enquanto a tradução do texto
da NFPA seria: “Todos os líquidos são resinas de poliéster insatu-
radas como definido em 16.2.4?” (Are all liquids UPRs as defined in
16.2.4?). Observe a divergência nas figuras 24 e 25 que seguem.
100
Figura 24. Inconsistência no fluxograma da figura A.5 da ABNT NBR
17505, parte 4
101
Figura 25. Trecho do fluxograma da figura 16.8.1 da NFPA 30
Fonte: NFPA.
102
os recipientes com volume até 40 litros (10 galões), como pode ser
visto na figura abaixo:
103
Pela norma estadual, a contenção devia ter o volume equivalente
à maior pilha ou estante existente no local de armazenamento, sendo
obrigatória a colocação da contenção em local externo.
Por sua vez, a ABNT NBR 17505, parte 4, trabalha com os con-
ceitos de contenção e drenagem, sendo que estes devem conter o
volume vazado e adicionalmente o volume consumido pelo sistema
de combate a incêndio (chuveiros automáticos e linhas manuais).
A diferença torna a contenção pela norma nacional muito mais
exigente; porém, quando se adotava do sistema de chuveiros auto-
máticos, como a ITCB 25/2011 remetia à ABNT NBR 17505, este
devia ser o sistema previsto. Caso contrário, poderia haver trans-
bordamento da contenção interna e o fogo poderia se espalhar
para uma área superior à área de atuação do sistema de chuveiros
automáticos, tornando-o ineficiente.
Com a publicação da ITCB 25/2019 o problema foi reduzido,
porém não eliminado. A ITCB 25/2019 passou a prever que a
bacia de contenção teria capacidade para conter o volume vazado
e adicionalmente 10 minutos da vazão consumida pelo sistema
de combate a incêndio (chuveiros automáticos e linhas manuais).
Este critério é mais exigente que a ITCB 25/2011 revogada, porém
muito aquém do valor exigido pela NBR 17505.
104
7 _ COMPONENTES E REQUISITOS
DE UM SISTEMA DE CHUVEIROS
AUTOMÁTICOS PARA LÍQUIDOS
INFLAMÁVEIS
105
para áreas de armazenamento de líquidos inflamáveis e combus-
tíveis em recipientes e tanques IBC, tais como tipos próprios de
bicos de chuveiros automáticos para cada caso, densidades de apli-
cação, alturas de armazenamento e de telhado, entre outros. Deste
modo, ao dimensionar os sistemas de chuveiros automáticos para
áreas de armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis,
o projetista deve buscar os parâmetros na ABNT NBR 17505 ou
ITCB 25/2019, conforme o Estado da Federação, e complementá-los
com as regras gerais da ABNT NBR 10897 e posteriormente com as
da NFPA 13, se necessário.
Para tanto, uma revisão básica das exigências envolvidas no
dimensionamento de um sistema de chuveiros automáticos deve
ser feita, conforme será visto nos itens que seguem.
106
Onde:
Q = vazão em lpm ou gpm
K = coeficiente de escoamento em lpm/bar1/2 ou gpm/psi1/2
P = pressão em bar ou psi
107
ESFR fator K 22,4 (320), desde que certificados para uso nesse
tipo de ocupação.
Fonte: o autor.
109
Figura 28. Diagrama de descarga de água por chuveiro automático
estilo antigo pendente
Fonte: o autor
Fonte: o autor.
Fonte: o autor.
110
Os chuveiros standard spray, por sua vez, têm alguns tipos pró-
prios, sendo eles:
• Modelo de controle densidade área (control mode density/
area – CMDA): trata-se de um tipo de chuveiro standard
spray que utiliza o método densidade/área para controle de
incêndios em áreas de armazenamento.
• Modelo de controle para aplicação específica (control mode
specific application – CMSA): chuveiro que atua no modo
de controle e caracteriza-se por produzir gotas grandes
de água, sendo testado e aprovado para uso em áreas de
incêndios de alta intensidade.
• Chuveiros de resposta e supressão rápidas (early suppres-
sion fast response – ESFR): chuveiro que atua no modo de
supressão e se caracteriza pelo coeficiente de descarga
K entre 201 e 363. Classifica-se como sendo de resposta
rápida e distribui água em grande quantidade de forma
especificada, sobre uma área limitada, de modo a propor-
cionar rápida extinção do fogo, quando instalado apropria-
damente. Porém, sua capacidade de supressão das chamas
só é confiável se utilizado dentro dos parâmetros restritos
para os quais foi testado.
111
Figura 31. Exemplo de aspersor
112
Tabela 13. Exemplo de exigência de temperatura pela ABNT NBR
17505, parte 4
Recipiente do tipo sem alívio de pressão – Líquidos da classe IB, IC, II ou IIIA
K≥ QR K = 80
4,8 9,0 24,4 180 QR 114 A 1e2
160 141 °C ou 115
≤4 SR ou
K≥ K = 80
6,0 9,0 QR 24,4 180 QR 114 B 1e2
160 ou 115
141 °C
SR ou
K≥ K = 80
≤19 7,5 9,0 QR 12,2 270 QR 114 C 1
115 ou 115
141 °C
QR
>19 e K≥ SR 141 K = 80
7,5 9,0 16,3 270 ou 114 E 1
≤ 230 160 °C ou 115
SR
113
Tabela 14. Exemplo de exigência de faixa de temperatura pela ABNT
NBR 17505, parte 4
Proteção por chuveiros de teto
Altura
Altura máxima de
máxima Chuveiros Projeto
c armazenamento Notas
do teto
m Densidade
m Tipo Resposta Área m²
L/min/m²
114
Figura 32. Diâmetro das bolhas de ar no interior dos bulbos termossen-
síveis conforme faixa de temperatura
Fonte: Hidrovar.
115
Figura 33. Diferença entre defletor up right e pendente
116
Figura 34. Exemplo de identificação de um chuveiro automático
118
Figura 35. Armário com chuveiros sobressalentes
119
adaptações que podem interferir no funcionamento dos chuvei-
ros automáticos.
120
Observe que neste ponto há grande diferença entre os sistemas
convencionais de chuveiros automáticos previstos para materiais
classe I a IV pela NFPA 13, na qual o tempo de operação do sis-
tema, em geral, fica em torno de uma hora.
A ABNT NBR 17505, parte 4 e a ITCB 25/2019 não limitam o
tipo de fonte de suprimento de água; portanto, devem ser adotados
os critérios da NFPA 13 e ABNT NBR 10897, podendo ser aceitos
reservatórios elevados, reservatórios no nível do solo, semienter-
rados ou enterrados, piscinas, açudes, represas, rios, lagos, mar
ou outra fonte que atenda aos requisitos estabelecidos pela norma.
121
inflamáveis neste estado, e nos demais que o adotam como base,
devem observar essa exigência.
Algumas seguradoras também exigem este tipo de sistema
reserva independentemente da previsão normativa, sendo comum
encontrar sistemas de bombeamento para chuveiros automáti-
cos dimensionados tanto pela NFPA 13 como pela NFPA 30, com
bomba principal, reserva e jockey.
122
de incêndio, o qual é responsável pela abertura da válvula de
governo. Quando o sistema de detecção é acionado, uma vál-
vula libera a entrada da água e a pressurização da rede. Assim,
a tubulação onde os chuveiros estão conectados passa a estar
pressurizada com água e, em caso de rompimento de um ou
mais chuveiros automáticos, a água é descarregada pelos bicos
abertos.
d) Sistema dilúvio: neste tipo de sistema, os chuveiros automáti-
cos não têm elemento termossensível, ficando abertos. Conse-
quentemente a tubulação permanece vazia a partir da válvula
de dilúvio. A rede permanece pressurizada com água no trecho
entre o suprimento de água e a válvula dilúvio. Paralelamente
deve ser instalado um sistema de detecção de incêndio respon-
sável pelo acionamento do sistema; quando este entra em ope-
ração, a água é descarregada por todos os chuveiros ligados à
tubulação a partir da válvula dilúvio que for acionada. O aciona-
mento pode, ainda, ser manual, permanecendo a rede pressuri-
zada com água no trecho entre o suprimento de água e a válvula
dilúvio até o acionamento da válvula por um operador.
Esta mesma classificação é mencionada por Oliveira, Gonçal-
ves e Guimarães (2008 p. 240), Armani (2006, p. 39), Paula (2014,
p. 39) e Wollentarski Júnior (2015, p. 69), sendo ponto pacífico na
literatura.
A NFPA 30, no item 16.4.2, descreve que os sistemas de chu-
veiros automáticos por água ou por água-espuma para líquidos
inflamáveis podem ser do tipo tudo molhado, pré-ação ou dilúvio,
sendo vedado, portanto, o uso de sistemas do tipo tubo seco.
Mais uma vez, cabem aqui algumas ressalvas no tocante à
ABNT NBR 17505. No item 24.2.2, a referida norma brasileira
prevê:
123
dilúvio ou de pré-ação. (grifo do autor) (ASSOCIAÇÃO BRASI-
LEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2013)
124
Um sistema de chuveiros automáticos também é classificado,
segundo Brentano (2011, p. 238-240), quanto à distribuição da
rede, podendo ser:
a) Rede aberta (também conhecido como “espinha de peixe”): tra-
ta-se de uma rede em que há uma ou mais prumadas gerais,
as quais derivam para tubulações subgerais e ramais de diâ-
metros decrescentes, porém sem formar anéis de tubulação,
havendo um único percurso para a água. Tal configuração de
rede apresenta perda de carga elevada e, para a maioria dos
casos de armazenamento, torna-se inviável. Segundo Armani
(2016, p. 41) trata-se de um sistema que, paulatinamente, tem
sido substituído por outros em que haja menor perda de carga.
Fonte: o autor.
125
b) Anel: neste tipo de rede, a tubulação subgeral é instalada em
formato de um anel que circunda a área a ser protegida e os
ramais são ligados a esta rede por uma de suas extremidades.
Brentano (2011, p. 239), entende que a perda de carga neste
sistema não chega a ser significativa.
Fonte: o autor.
126
Figura 38. Rede de chuveiros automáticos tipo fechada em grelha
Fonte: o autor.
127
telhado, que pode apresentar saliências ou entrâncias com dimen-
sões que interferem consideravelmente no acúmulo da fumaça e,
portanto, na operação do sistema.
A altura de armazenamento é medida do piso até o topo da
mercadoria acondicionada no local. Do mesmo modo a NFPA 13
descreve diversas condições específicas quanto a diferentes mate-
riais armazenados em um mesmo local, ou em diferentes arranjos
que devem ser considerados não somente para líquidos inflamá-
veis e combustíveis, como para os demais materiais sólidos.
As especificidades na definição das alturas não serão aborda-
das neste trabalho, mas poderão ser encontradas na norma ame-
ricana e, em alguns casos, na ABNT NBR 10897.
128
Figura 39. Representação esquemática de uma estrutura porta-pálete
de filas duplas
129
sistemas. Assim, na sequência foi transcrita e adaptada a figura
A.7 da ABNT NBR 17505, parte 4, para melhor entendimento da
lógica de representação dos chuveiros automáticos (Figura 40 a
Figura 42).
130
Figura 41. Representação didática da figura A.7 da ABNT NBR 17505,
parte 4
Fonte: o autor.
131
Figura 42. Vista tridimensional do exemplo da Figura 40.
Fonte: o autor.
132
Observe que a figura da ABNT NBR 17505, parte 4, mostra uma
vista lateral do armazenamento (vista em elevação) e uma vista
superior (vista em planta), as quais devem ser unidas para mon-
tar uma ideia do leiaute tridimensional dos chuveiros. As figuras
representam apenas uma fração do armazenamento, podendo ser
replicadas inúmeras vezes para formar o armazenamento dese-
jado, observando apenas os limites de volume por pilha, estante
ou porta-pálete descritos nas demais partes da mesma norma.
A primeira edição deste trabalho inspirou algumas das altera-
ções da ITCB 25/2019 em relação à NR 17505, sendo que a norma
paulista incorporou a vista tridimensional proposta acima, facili-
tando desta forma a compreensão.
A ABNT NBR 17505, parte 4, no item 24.3.1.3, determina
outros requisitos para o posicionamento dos chuveiros intrapra-
teleiras. Quanto a estes requisitos, destacamos a letra “f”, que
diverge da NFPA 30 e pode causar confusão. A letra “f” do item
24.3.1.3 da ABNT NBR 17505, parte 4, determina:
133
uma vez na publicação da ITCB 25/19 a divergência indicada foi
alterada compatibilizando o texto com a NFPA 30:
4.20.6.1.4.
...
f. devem ser mantidos espaços longitudinais e transversais
de no mínimo 150 mm entre cada seção de estrutura-suporte
(Associação Brasileira de Normas Técnicas, 2013).
134
8 _ DIMENSIONAMENTO DE UM
SISTEMA DE CHUVEIROS
AUTOMÁTICOS COM ÁGUA PARA
LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
136
possuem mais de 9 m de pé direito e piso construído com reforço
interno que impede cortes para construção das canaletas de con-
tenção. Assim, o ideal seria que armazéns de líquidos inflamáveis
fossem concebidos desde o início com tal finalidade.
137
8.3 Distância entre ramais e entre chuveiros
138
Tabela 15. Área máxima de cobertura e afastamento entre chuveiros
automáticos para locais com armazenamento de líquidos inflamáveis e
combustíveis
Área máxima Distância
Densidade
Classe do Tipo de Altura do de cobertura máxima
Tipo de aplica-
líquido ar- chuveiros telhado por chuveiros entre bicos
de construção ção (lpm/
mazenado automáticos (m) automáticos ou ramais
m²)
(m2)* (m)
Não combus-
tível desobs- 9,3 3,7
truída
Não combus-
9,3 3,7
ESFR tível obstruída até 9,1 Todas
Combustível
9,3 3,7
desobstruída
Não combus-
tível desobs- 9,3 3,0
truída
Não combus-
acima de 9,3 3,0
ESFR tível obstruída Todas
9,1
Combustível
9,3 3,0
desobstruída
139
Área máxima Distância
Densidade
Classe do Tipo de Altura do de cobertura máxima
Tipo de aplica-
líquido ar- chuveiros telhado por chuveiros entre bicos
de construção ção (lpm/
mazenado automáticos (m) automáticos ou ramais
m²)
(m2)* (m)
Standard ≥ 10,2 9,3 4,6
up right e Todas Todas
pendente <10,2 11 4,6
Não combus-
tível desobs- 9,3 3,7
truída
Não combus-
9,3 3,7
ESFR tível obstruída até 9,1 Todas
Combustível
9,3 3,7
desobstruída
Não combus-
tível desobs- 9,3 3,0
truída
Não combus-
acima de 9,3 3,0
ESFR tível obstruída Todas
9,1
Combustível
9,3 3,0
desobstruída
(Equação 2) a = S . L
Onde:
a = área de cobertura de um chuveiro automático em m².
140
S = distância máxima entre os chuveiros automáticos em um
mesmo ramal, ou duas vezes a distância do último chuveiro auto-
mático do ramal para a parede, o que for maior; e
L = distância máxima entre os chuveiros automáticos em ramais
diferentes ou duas vezes a distância do chuveiro automático do
ramal para a parede, o que for maior.
141
chuveiros automáticos com fator K menor exigir maior pressão
que outro protegido com fator K maior.
142
desejáveis, pois torna-se inviável o bombeamento de uma grande
vazão de água a pressões elevadas para alimentação do sistema.
Observe a tabela:
Tabela 16. Variação da vazão (Q) em função da pressão (P) para os fato-
res K mais comuns
Fator K
gpm/(psi) 1/2
5.6 8.0 11.2 14.0 16.8 19.6 22.4 25.2 28.0
Pressão
Vazão (Q)
(P)
bar lpm
0,5 56,57 81,32 113,14 141,42 169,71 197,99 226,27 254,56 282,84
1,0 80,00 115,00 160,00 200,00 240,00 280,00 320,00 360,00 400,00
1,5 97,98 140,85 195,96 244,95 293,94 342,93 391,92 440,91 489,90
2,0 113,14 162,63 226,27 282,84 339,41 395,98 452,55 509,12 565,69
2,5 126,49 181,83 252,98 316,23 379,47 442,72 505,96 569,21 632,46
3,0 138,56 199,19 277,13 346,41 415,69 484,97 554,26 623,54 692,82
3,5 149,67 215,15 299,33 374,17 449,00 523,83 598,67 673,50 748,33
4,0 160,00 230,00 320,00 400,00 480,00 560,00 640,00 720,00 800,00
4,5 169,71 243,95 339,41 424,26 509,12 593,97 678,82 763,68 848,53
5,0 178,89 257,15 357,77 447,21 536,66 626,10 715,54 804,98 894,43
5,5 187,62 269,70 375,23 469,04 562,85 656,66 750,47 844,27 938,08
6,0 195,96 281,69 391,92 489,90 587,88 685,86 783,84 881,82 979,80
6,5 203,96 293,19 407,92 509,90 611,88 713,86 815,84 917,82 1019,80
7,0 211,66 304,26 423,32 529,15 634,98 740,81 846,64 952,47 1058,30
7,5 219,09 314,94 438,18 547,72 657,27 766,81 876,36 985,90 1095,45
8,0 226,27 325,27 452,55 565,69 678,82 791,96 905,10 1018,23 1131,37
8,5 233,24 335,28 466,48 583,10 699,71 816,33 932,95 1049,57 1166,19
9,0 240,00 345,00 480,00 600,00 720,00 840,00 960,00 1080,00 1200,00
9,5 246,58 354,45 493,15 616,44 739,73 863,02 986,31 1109,59 1232,88
10,0 252,98 363,66 505,96 632,46 758,95 885,44 1011,93 1138,42 1264,91
10,5 259,23 372,64 518,46 648,07 777,69 907,30 1036,92 1166,53 1296,15
11,0 265,33 381,41 530,66 663,32 795,99 928,65 1061,32 1193,98 1326,65
11,5 271,29 389,98 542,59 678,23 813,88 949,53 1085,17 1220,82 1356,47
12,0 277,13 398,37 554,26 692,82 831,38 969,95 1108,51 1247,08 1385,64
Fonte: o autor.
143
Adotando como exemplo a tabela A.15 da ABNT NBR 17505,
parte 4 (tabela 4.15 da ITCB 25/2019), parcialmente representada
na tabela 17, imagine que a área de operação de cada chuveiro
automático adotada seja de 9 m²; considerando que a tabela exige
uma densidade de 12,2 lpm/m² na referida área, a vazão será de
109,8 lpm (conforme equação 3). Observe na tabela 16 deste traba-
lho que todos os chuveiros automáticos com fator K acima de 115
podem atender à referida vazão. O chuveiro automático de fator K
115 necessitará de no mínimo 0,89 bar para atingir a vazão dese-
jada enquanto um chuveiro automático com fator K 80 necessitará
de 1,89 bar.
K=
SR ou
K≥ 80 QR ou 1, 2
≤ 19 7,5 9,0 QR 12,2 180 114 C
115 ou SR e4
141 °C
115
(Equação 4) L = 1,2
Onde:
L = comprimento do lado maior da área de operação em m
A = área de operação em m²
Com o valor disponível do comprimento do lado maior da área
de operação, o próximo passo é definir a quantidade mínima de
chuveiros automáticos que serão incluídos nesta área de cálculo,
dividindo a área de operação do sistema pela área de cobertura
de um chuveiro automático (vide item 8.3.1 deste trabalho), logo:
_A
(Equação 5) N = a
Onde:
N = número de chuveiros automáticos na área de cálculo
A = área de operação do sistema de chuveiros automáticos em m²
a = área de cobertura de um chuveiro automático em m²
145
A seguir, deve-se localizar a área de operação do sistema na rede de
distribuição do sistema de chuveiros automáticos. Para tanto, deve ser loca-
lizada a área mais remota hidraulicamente da bomba de incêndio, posicio-
nando a linha representativa do lado maior, paralela ao ramal desejado. Essa
tarefa pode ser difícil, pois nem sempre o ponto mais remoto hidraulica-
mente é o mais distante da bomba de incêndio, e por vezes haverá necessi-
dade de repetir o processo de cálculo para mais de uma área, a fim de se ter
certeza do local exato.
Interferem na perda de carga e consequentemente na localização da área
de cálculo os desníveis, o diâmetro das tubulações, a quantidade e o tipo de
conexões, a vazão requerida da aplicação, entre outros fatores.
O número de chuveiros automáticos do ramal paralelo ao lado maior
será definido dividindo o comprimento do lado maior pela distância máxima
dos chuveiros neste ramal, ou seja:
(Equação 6) n =
_L
d
Onde:
n = número de chuveiros automáticos no ramal paralelo ao lado
maior da área de operação
d = distância máxima entre os chuveiros automáticos no ramal
paralelo ao lado maior da área de operação em m
L = comprimento do lado maior da área de operação em m
Os valores obtidos nas equações equação 5 e equação 6 serão
sempre arredondados para cima. Quando a distância entre chu-
veiros na área de cálculo for irregular, podem ser necessários ajus-
tes no número de chuveiros no ramal e na área de cálculo para
se garantir que a área mínima de aplicação e a dimensão do lado
maior desta sejam atingidas.
Na sequência o projetista incluirá sucessivamente um segundo
ramal paralelo ao lado maior, um terceiro e outros, se necessário,
até que se complete o número mínimo de chuveiros automáticos
na área de cálculo. Os chuveiros automáticos incluídos na área de
cálculo podem estar em ambos os lados de uma subgeral.
146
Como exemplo de aplicação dessas equações, se adotada a área
de operação de 180 m² trazida na tabela 17 e aplicada a equação
4 será obtido um comprimento mínimo de 16,1 m para o maior
lado da área de operação. Caso seja adotada uma distância entre
chuveiros e entre ramais de 3 m, a área de cobertura dos chuvei-
ros será de 9 m² e, aplicando as equações equação 5 e equação
6 deverá haver 20 chuveiros na área de operação e 6 chuveiros
no ramal paralelo ao lado maior da área de operação. Todavia,
observe a área de operação descrita na figura 43 e tente verificar
o que há de errado.
Fonte: o autor.
147
a área de operação obtida, ela é de 166,75 m², ou seja, inferior ao
mínimo exigido pela norma, que é 180 m². Por que isso ocorre?
Note que, para os chuveiros automáticos “A”, “I” e “Q” que estão
junto à parede e para o ramal ao longo do lado maior da área de
operação, a distância deles para a parede é de 1 m. Com isso, a
área de operação dos chuveiros é inferior aos 9 m² que usamos no
cálculo. Nesses casos devemos compensar a diferença acrescen-
tando chuveiros adicionais até que obtenhamos o mínimo de 180
m² exigidos, conforme pode ser visto na figura 44.
Fonte: o autor.
148
pode ocorrer que os cálculos mencionados resultem em núme-
ros de chuveiros automáticos inferiores ao comprimento do lado
maior. Portanto, nesses casos o projetista deve acrescentar chu-
veiros automáticos adicionais até que o lado maior ultrapasse o
comprimento mínimo calculado, conforme pode ser observado na
figura 45.
Fonte: o autor.
149
área de operação do chuveiro mais desfavorável, que não mudou de um
caso para outro, ou seja, 9 m² (3 m x 3 m). Portanto, a vazão mínima
do bico mais desfavorável conforme a equação 3 será de 109,8 lpm e o
sistema total demandará no mínimo 2.415,6 lpm (22 x 109,8 lpm) no
primeiro caso e 3.403,8 (31 x 109,8 lpm) no segundo caso.
Em redes de distribuição do tipo grid, a localização da área de
operação pode ser mais difícil, pois não há como se definir as dire-
ções dos fluxos de água em cada trecho, devendo ser feitos cálculos
adicionais para as posições que incluam um chuveiro imediata-
mente lateral à primeira área adotada, a fim de se confirmar que a
área adotada é efetivamente a mais desfavorável. Como exemplo,
observe a figura 46, na qual a linha em azul seria a área de opera-
ção para o cálculo inicial e as linhas em verde seriam as áreas de
operação para os cálculos adicionais. Caso alguns dos cálculos adi-
cionais demonstre ser mais desfavorável que o primeiro, novos cál-
culos devem ser feitos alternando para outros chuveiros adjacentes
no mesmo sentido até que se obtenha um resultado mais favorável.
Fonte: o autor.
150
Alguns sistemas computacionais disponíveis no mercado já
fazem sozinhos as estimativas de possíveis áreas de operação
adjacentes, auxiliando na definição da área mais desfavorável
hidraulicamente de uma rede de distribuição em grid.
(Equação 7) A = N . a
Onde:
N = número de chuveiros automáticos na área de cálculo
A = área de operação do sistema de chuveiros automáticos em m²
a = área de operação de um chuveiro automático em m²
Com o valor da área de operação do sistema de chuveiros, do
fator K e da pressão mínima, o projetista passa a ter os mesmos
dados que teria na metodologia CMDA e, portanto, pode seguir os
passos já relatados no item 8.4.1 para desenhar a área de cálculo
e definir a vazão mínima do bico mais remoto hidraulicamente.
151
8.4.3 Método ESFR
152
• número mínimo de chuveiros a serem considerados no
cálculo, pressão mínima no chuveiro mais desfavorável e
leiaute de distribuição dos chuveiros; ou
• número mínimo de chuveiros a serem considerados no cál-
culo, vazão mínima no chuveiro mais desfavorável e leiaute
de distribuição dos chuveiros.
Em alguns casos, as normas apresentam também o parâmetro
fator K mínimo para dimensionamento. Contudo, independente-
mente dos parâmetros apresentados, a fórmula básica que deve
ser utilizada para escolha dos demais dados faltantes é a equação
1 deste trabalho, descrita no item 7.1.1, por meio da qual podemos
relacionar o fator K, a pressão e a vazão.
A posição dos chuveiros intraprateleiras a serem calculados é
descrita no próprio texto da norma, variando em quantidade por
linhas de distribuição. Um esclarecimento detalhado sobre a lei-
tura dos esquemas de distribuição de chuveiros intraprateleiras
pode ser encontrado no item 7.7 deste trabalho.
155
ponto de ebulição, viscosidade, miscibilidade em água, entre
outros. Com os dados em mãos, classifique os produtos, conforme
descrito no item 3.8 deste trabalho.
No momento da classificação, verifique também o tipo de reci-
piente de armazenamento pretendido, quer no tocante ao material
construtivo do recipiente, quer em relação ao volume ou ao tipo do
recipiente. Caso haja possibilidade de variação do recipiente por
parte do usuário do depósito, a fim de otimizar o volume armaze-
nado ou reduzir exigências de proteção, este autor sugere que o
projetista simule várias hipóteses de recipientes e procure encon-
trar aquele que seja mais adequado ao cliente.
O autor sugere, também, que seja montada uma tabela com
todas as propriedades químicas relevantes dos líquidos armaze-
nados e incluída no projeto para facilitar conferência na análise
do Corpo de Bombeiros ou de outro órgão de inspeção, ou mesmo
auditorias futuras. Essa tabela pode auxiliar o usuário do arma-
zém quanto aos limites de uso do local.
157
da ABNT NBR determina que a tabela é aplicável ao caso, contra-
dizendo o fluxograma.
No fluxograma da figura A.4 da ABNT NBR 17505, parte 4
(figura 51 deste trabalho), nas opções oferecidas após a questão
“o recipiente tem capacidade > 20 l?”. Uma das alternativas diz
“Proteger usando critérios de líquidos classe III como descrito na
NFPA 13”, todavia a NFPA 13 não prevê critérios para líquidos
classe III, então o correto seria afirmar “Proteger usando critérios
de mercadorias classe III como descrito na NFPA 13”, da mesma
forma que ocorre na figura 16.4.1(c) da NFPA 30 (figura 52 deste
trabalho).
Por fim, ainda quanto à figura A.4 da ABNT NBR 17505, parte
4, este trabalho, no item 3.8, descreve outra divergência desta em
relação à figura 16.4.1(c) da NFPA 30.
158
Figura 47. Divergências do fluxograma da figura A.2 da ABNT NBR
17505, parte 4, em relação à figura 16.4.1(a) da NFPA 30
159
Figura 48. Divergências do fluxograma da figura 16.4.1(a) da NFPA 30
em relação à figura A.2 da ABNT NBR 17505, parte 4
160
Figura 49. Divergências do fluxograma da figura A.3 da ABNT NBR
17505, parte 4, em relação à figura 16.4.1(b) da NFPA 30
161
Figura 50. Divergências do fluxograma da figura 16.4.1(b) da NFPA 30
em relação à figura A.3 da ABNT NBR 17505, parte 4
162
Figura 51. Divergências do fluxograma da figura A.4 da ABNT NBR
17505, parte 4, em relação à figura 16.4.1(c) da NFPA 30
163
Figura 52. Divergências do fluxograma da figura 16.4.1(c) da NFPA 30
em relação à figura A.4 da ABNT NBR 17505, parte 4
164
8.5.4 Consulta aos critérios específicos para projeto
165
b) armazenamento em estruturas porta-páletes de fileira sim-
ples ou dupla;
c) líquidos não miscíveis de classe II e de classe III e líquidos
miscíveis de classe II e de classe III;
d) recipientes intermediários para granel rígidos e não metá-
licos aprovados. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2013)
166
8.5.6 Definição dos limites de altura de armazenamento e de
altura de telhado
167
ordem alfabética de “A” a “I”. As letras indicadas na tabela são
encontradas no item 24.3.1.10 da ABNT NBR 17505, parte 4,
(item 4.20.6.1.13 da ITCB 25/2019), sendo que aquelas de “A” a
“G” descrevem a distribuição dos chuveiros textualmente e aque-
las de “H” até “I” remetem a figuras que descrevem o leiaute por
imagens.
Para melhor entendimento da distribuição dos chuveiros intra-
prateleiras, veja o item 7.7 deste trabalho.
168
8.5.13 Desenho da rede
169
de ajuda quanto à classificação do risco e distribuição dos chuvei-
ros que, em geral, são baseadas nas normas gerais da NFPA 13
ou da ABNT NBR 10897. Assim, deve ser feita uma análise dos
resultados apresentados por essas ferramentas, as quais, se não
configuradas adequadamente, podem gerar resultados diversos do
exigido para os líquidos inflamáveis.
170
9 _ COMPONENTES E REQUISITOS
ESPECÍFICOS DE UM SISTEMA
DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS
ÁGUA-ESPUMA
171
Os sistemas de média e alta expansão são abordados na NFPA
13 como opção para o armazenamento de materiais que classi-
fica como sendo de classe II, III ou IV. Por conseguinte, como já
descrito neste trabalho, a NFPA 30 remete por vezes à proteção
por chuveiros automáticos com base na NFPA 13, podendo neste
caso ser aplicados sistemas de média e alta expansão com base
na NFPA 11.
No tocante aos critérios para os sistemas de baixa expansão da
NFPA 16, esta norma não define os casos em que devem ser insta-
lados sistemas de água-espuma, visto que para tal finalidade deve
ser observada a NFPA 30.
Estes sistemas projetados conforme a NFPA 16, por utilizarem
uma combinação de agentes extintores (água e espuma), podem
ser aplicados seletivamente para materiais de classe A e B. Nestas
situações, o sistema de chuveiros automáticos de água-espuma
tem por finalidade a extinção dos incêndios, a prevenção de incên-
dios ou o controle e a proteção contra exposição.
A prevenção mencionada ocorre com a aplicação da espuma
sobre derramamentos de produtos em áreas de processo ou arma-
zenamento de líquidos inflamáveis, impedindo ou reduzindo a for-
mação de atmosfera propícia ao início de um incêndio. O mesmo
princípio aplica-se quando a espuma é usada para controle e pro-
teção de exposição, sendo o sistema acionado para deposição da
espuma sobre o produto que se quer proteger, reduzindo a incidên-
cia de calor oriundo de um incêndio próximo.
Para atender às finalidades descritas, o sistema de chuveiros
automáticos de água-espuma deve operar com espuma durante o
período de tempo e a densidade de aplicação para o qual foi dese-
nhado e prosseguir após este período aplicando água até que seja
desativado manualmente ou vice-versa.
172
9.1 Tipos de sistemas
9.2 Espuma
A espuma pode ser entendida como um aglomerado de bolhas
formado pelo batimento de água, LGE e ar, com menor densidade
do que os líquidos inflamáveis e a água.
A mistura prévia homogênea de água e LGE em porções prede-
finidas é conhecida como solução de espuma, sendo este o líquido
173
presente na tubulação entre o equipamento de dosagem do LGE e
o ponto de descarga da espuma.
Independentemente do tipo de LGE utilizado na formação da
espuma, devido à grande parte de água em sua composição, esta
não pode ser aplicada sobre materiais que reagem com água ou
materiais elétricos, tampouco oferece eficiência para o combate a
incêndios em gases comprimidos.
A taxa de expansão da espuma pode variar conforme a quan-
tidade de ar presente na solução de espuma, sendo classificada
como segue:
• Baixa expansão: taxa de expansão da espuma em relação à
solução de espuma de até 1:20.
• Média expansão: taxa de expansão da espuma em relação à
solução de espuma maior que 1:20 e até 1:200.
• Alta expansão: taxa de expansão da espuma em relação à
solução de espuma superior a 1:200 e até 1:1000.
As taxas de expansão dependem de um conjunto entre um
LGE adequado e um equipamento que promova a injeção de ar
suficiente na solução de espuma que permita a sua expansão.
Em geral, ao definir a quantidade de espuma a ser aplicada em
uma área é utilizada a densidade de água-espuma ou a taxa de apli-
cação. Estes conceitos referem-se a uma vazão aplicada a uma área
(lpm/m² ou gpm/ft²), não considerando neste caso a taxa de expansão
da espuma, mas sim a quantidade de solução de espuma utilizada.
As ABNT NBRs 12615 e 15511 são as normas que regulamen-
tam a fabricação e o uso de LGE de baixa expansão no Brasil, não
havendo norma nacional para espumas de média e alta expansão.
Para esses casos, a referência mais aceita é a NFPA 11, citada pela
NFPA 13 e pela ITCB 24/2019.
Para o caso dos chuveiros automáticos de água-espuma, a
norma utilizada é a NFPA 16, a qual trata apenas da aplicação de
espumas de baixa expansão.
174
9.3 Líquidos geradores de espuma (LGE)
175
ou FFFP, bem como para incêndios envolvendo hidrocar-
bonetos.
• LGE média e alta expansão: concentrado, geralmente deri-
vado de surfactantes de hidrocarbonetos, que pode ser
usado em equipamentos especialmente projetados para
produzir espumas com proporções de volume de espuma de
solução de 20:1 para aproximadamente 1000:1.
• Outros LGE sintéticos: concentrados à base de agentes ten-
soativos de hidrocarbonetos e listados como agente umec-
tante, agente espumante ou ambos.
Os LGE usados em sistemas de chuveiros automáticos devem
ser listados pelo fabricante para uso com os dispositivos de des-
carga e dosadores para os quais o sistema for projetado, da mesma
forma o LGE usado para reposição do suprimento deve ser do
mesmo tipo e listado.
Deve ser observado, também, que não se devem armazenar
diferentes tipos e marcas de LGE misturados em um único reser-
vatório. Da mesma forma, não se devem dosar LGE diferentes
misturados, salvo se os fabricantes garantirem as compatibilida-
des. Todavia, podem ser aplicadas espumas geradas apartir de
concentrados FFFP e AFFF simultaneamente em um mesmo fogo.
Adicionalmente, a quantidade de LGE disponível para o sis-
tema deve ser suficiente para garantir a vazão e o tempo requeri-
dos pela NFPA 16, sendo que no caso de sistemas pré-preparados
a quantidade de LGE na rede será adicional ao volume requerido.
A empresa deverá, ainda, ter meios para repor a quantidade de
LGE em um período máximo de 24 horas após eventual uso. Tal
exigência pode ser suprida adotando um estoque com o dobro da
quantidade requerida ou se filiando a um plano de auxílio mútuo
entre empresas que garanta tal reposição.
Deve ser feita uma análise cuidadosa quanto à filiação a um
plano de auxílio mútuo (PAM) para garantia da reposição do LGE,
pois as empresas participantes do plano devem dispor de um
176
tipo e marca de LGE compatível com o sistema a ser utilizado e
em quantidade suficiente para reposição no prazo de 24 horas,
estando estas condições descritas em contrato do PAM para que
seja realmente garantida a reposição requerida.
Ocorre que em muitos casos as empresas utilizam o PAM como
fonte para reposição do LGE em suas plantas, mas os materiais
listados no contrato entre as partes não são compatíveis em quan-
tidade e tipo com o LGE necessário para reposição.
178
• A vazão de descarga real do sistema calculada (conside-
rando o desempenho real de todos os componentes do sis-
tema) na porcentagem de espuma apropriada para a condi-
ção hidraulicamente mais desfavorável.
• A vazão de descarga real do sistema calculada (considerando
o desempenho real de todos os componentes do sistema) na
porcentagem de espuma apropriada para a condição hidrau-
licamente mais favorável.
• Ser compatível com as pressões disponíveis de água nas
condições mais favoráveis e menos favoráveis.
Observe que, para que estas condições sejam garantidas no
momento do dimensionamento do sistema, devem ser feitos cálcu-
los hidráulicos do ponto mais favorável hidraulicamente e do mais
desfavorável hidraulicamente, conforme rendimento da bomba de
incêndio e dos demais equipamentos adotados. Os cálculos devem
considerar ainda a situação de todos os sprinklers da área de cál-
culo operando e de somente quatro sprinklers operando, tanto no
ponto mais favorável como no mais desfavorável hidraulicamente,
devendo o sistema de dosagem ser capaz de atender a todas essas
condições de operação.
A NFPA 16 define que a injeção de LGE na tubulação de água
pode ser feita preferencialmente pelos métodos de pressão balan-
ceada ou por pressão positiva. Para tanto, a norma americana
descreve que o método de injeção por pressão balanceada devem
ser um dos seguintes:
• Um sistema de dosagem por pressão balanceada que utiliza
uma bomba de concentrado de espuma descarregando por
meio de um orifício de medição para um controlador de dose-
amento com as pressões do LGE e da água mantidas auto-
maticamente como iguais por meio do uso de uma válvula de
balanceamento de pressão.
179
Figura 53. Exemplo de esquema de dosagem de LGE com bomba de
concentrado com pressão controlada por válvula balanceadora
180
Figura 54. Exemplo de esquema de dosagem de LGE com tanque dia-
fragma com controle de descarga por placa de orifício
181
Figura 55. Exemplo de esquema completo de sistema de dilúvio com
dosagem de espuma por tanque com bexiga
182
Figura 56. Exemplo de sistema de dosagem de LGE com bomba de con-
centrado e válvula de balanceamento na linha de retorno
183
Figura 57. Exemplo de sistema de dosagem de LGE por meio de sis-
tema de bombeamento com controle de descarga por placa de orifício
184
Figura 58. Exemplo de sistema de injeção de espuma com motor
hidráulico que varia a quantidade de LGE conforme vazão de água
Fonte: Kidde.
185
Figura 59. Exemplo de esquema de dosadores tipo around-the-pump
186
Figura 60. Exemplo de edutor em linha
Fonte: Bucka.
187
• chuveiros automáticos de água-espuma;
• chuveiros automáticos padrões;
• pulverizador de água-espuma, e
• aspersores de água-espuma.
Figura 61. Exemplo de chuveiro automático água-espuma aspirado
Fonte: Ansul.
188
gem que os bicos sejam aspirados, exceto quando o fabricante do
dispositivo padrão autorize seu uso para sistemas com espuma.
Por sua vez, os chuveiros automáticos para sistemas do tipo
molhado, pré-ação ou tubos secos devem possuir chuveiros auto-
máticos não aspirados.
Ainda para os sistemas do tipo molhado, pré-ação ou tubos
secos, os bicos devem observar as seguintes temperaturas de ope-
ração, conforme item 7.3.7.4 da NFPA 16:
9.8 Recalque
189
alertem quanto à pressão máxima de trabalho da rede, podendo,
ainda, ser instalado um sistema de controle de pressão na linha
do recalque.
190
tabelas da ABNT NBR 17505, parte 4 parte 4 ou da ITCB 25/2019
e, caso seja inferior a 6,5 mm/m², adota-se este último.
191
17505, parte 4 (item 4.20.6.1.8.1 da ITCB 25/2019), não havendo
conflito com a NFPA 16, que, apesar de prever um tempo mínimo
de 10 minutos no item 7.3.3.1, apresenta ressalva nos casos em
que as normas de ocupação específica preveem outros tempos,
como ocorre para os líquidos inflamáveis.
Este tempo de 15 minutos, contudo, pode ser reduzido em até
30% caso a densidade de aplicação real seja superior ao mínimo
exigido. Por exemplo, suponha que a proteção mínima seja de 24,3
mm/m² e durante o desenvolvimento do projeto seja adotado um
equipamento que aplique uma densidade de 29,16 mm/m², ou seja,
20% maior que o mínimo. Logo, poderá ser reduzido também em
20% o tempo de aplicação, adotando-se 12 minutos de aplicação.
O contrário não é verdadeiro, pois a densidade de aplicação
não poderá ser reduzida abaixo do mínimo mesmo se aplicado um
tempo maior.
194
CONCLUSÃO
195
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