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Escr i t a e Redação

Sumár io
Os diferentes tipos de
linguagens .....................................................3
Contexto, texto e sua
coesão...........................................................4
A Escrita de
Números .....................................................................8
Objetividade e
Concisão................................................................10
Tipos de
Redações .......................................................................12
As partes de uma
Redação ............................................................15
Pontuação...................................................................................
18
Escrevendo uma
Carta..................................................................20
Escrevendo
Ofícios .......................................................................20
Escrevendo
Relatórios...................................................................21
Escrevendo uma
Ata.....................................................................22
Escrevendo
Resumos....................................................................23
Dúvidas do
Cotidiano....................................................................25
25 Dicas para Turbinar seu
Desempenho.........................................33
Os 10 mandamentos de um bom
Texto ...........................................34
Dicas de Professores e
Jornalistas ..................................................35
Conclusão do
Curso......................................................................38
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Os di fe r ent e s t ipos de l ingua gens
É comum encontrarmos questões sobre um texto que utiliza uma linguagem
predominantemente conotativa ou denotativa. Qual a diferença? A linguagem
denotativa
está diretamente ligada à significação, ou seja, ao seu sentido real, o sentido do
dicionário
(lembre-se: Denotativo de Dicionário). Já a linguagem conotativa, em oposição,
trabalha
com figurações, com uma extensão do sentido literal, denotativo. Veja os exemplos:
1) Colhi uma flor do jardim. ( denotativo)
2) Sua filha é mesmo uma flor! (conotativo)
Havia uma antiga propaganda de chantilly que dizia: “O sonho de toda sobremesa é
casar de branco”. Aí está um bom exemplo de palavras empregadas conotativamente:
“sonho”/ “casar de branco” . Aliás, esta linguagem é muito usada em textos
publicitários
por ampliar o sentido literal e fazer um jogo de palavras muito apreciado.
Sempre que uma questão abordar uma pergunta sobre o uso da linguagem
denotativa, observe se o texto ou a palavra está no seu sentido literal ou figurado – no
caso
do texto, veja o que predomina. Já na redação, você deve sempre privilegiar a
linguagem
denotativa: a linguagem figurada não é bem-vinda em um texto referencial, como é o
caso
de uma dissertação.
Agora você deve ter se perguntado, o que é um texto referencial? Para isso, você
deve se lembrar dos componentes da comunicação humana: emissor, receptor,
mensagem,
código, canal e referente. Cada um destes componentes é trabalhado por uma função de
linguagem. Vejamos sucintamente:
1) Função emotiva: é a do emissor, centrada na 1ª pessoa do singular, no “eu”,
subjetivamente.
2) Função conativa: é a do receptor, centrada na 2º pessoa, no “tu”; busca atuar
sobre a imagem do receptor, persuadindo-o mediante o uso das palavras e de verbos no
imperativo.
3) Função fática: é a do canal, serve apenas para manter o contato e ver se o
receptor está realmente entendendo o emissor.
4) Função metalinguística: é a do código (no nosso caso, a língua portuguesa
brasileira); usada quando temos de explicar a própria linguagem, como estou fazendo
agora.
5) Função poética: é a da mensagem; privilegia o significante e o significado e
depende dos recursos usados pelo autor do texto (envolvendo muito a conotação).
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6) Função referencial: é a do referente, centrada na 3ª pessoa, no assunto; a intenção
é apenas transmitir a informação, objetivamente (envolvendo a denotação).
Claro que um texto pode ter mais de uma função, pois elas não são excludentes. A
linguagem referencial ocorre quando o referente, ou seja, o assunto, é posto em
destaque.
Se o assunto é posto em destaque, o texto há de ser objetivo e claro, sem margem a
duplas interpretações (como ocorre com a linguagem conotativa). Como o principal é
passar a informação, o texto será escrito em 3ª pessoa – como vemos na maioria das
teses
científicas e textos jornalísticos. Por isso em uma dissertação o que predomina é a
função
referencial, aquela que visa passar o assunto da forma mais precisa possível.
Cont e x t o, t e x t o e sua coe sã o
Uma simples frase ou um longo romance - o texto deve seguir certas regras para
adquirir um significado.
O que é contexto? O que é texto?
O texto é uma unidade global de comunicação que expressa uma idéia ou trata de
um assunto determinado, tendo como referência à situação comunicativa concreta em
que
foi produzido, ou seja, o contexto. O texto pode ser uma única frase de sentido
completo:
Os edifícios de São Paulo têm uma arquitetura moderna.
O texto também está em obras maiores, formadas por orações e parágrafos:
crônicas, reportagens jornalísticas e romances de fôlego, como Grande Sertão: Veredas,
de
Guimarães Rosa. Quando escrevemos ou falamos, lançamos mão de mecanismos de
coerência e coesão para conseguirmos formar uma mensagem compreensível e
instigante.
a. Linguística do texto
Descreve as regras básicas para a elaboração de frases corretas e interessantes. Sua
finalidade é tornar compreensível o que é ouvido ou lido. Para que um texto tenha
coerência, não basta que ele trate somente de um assunto. É preciso também que os seus
parágrafos estejam relacionados e não apresentem contradições. Finalmente, ele deve
oferecer ao leitor ou ao ouvinte uma mensagem completa, superior à simples reunião de
orações e períodos.
b. Fatores internos ou significativos
O parágrafo geralmente é a primeira unidade dos textos corridos e em prosa.
Formado por um número variável de frases encadeadas, lógica e linguisticamente, ele é
finalizado graficamente por um ponto final, de interrogação ou de exclamação. Ao ler
um
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texto, devemos em primeiro lugar, prestar atenção em seu conteúdo informativo
fundamental. A maioria das frases possui uma palavra-chave, que pode ser percebida
diretamente ou com a ajuda de outras palavras que a substituem. O segundo passo é
identificar, nos diversos parágrafos, as idéias secundárias.
c. Contexto
Qualquer texto deve estar baseado no conhecimento do mundo real dos falantes.
Essa é uma condição cuja finalidade é contribuir para sua significação global. No
contexto,
deve-se ter em mente os elementos que influenciam a mensagem:
Verbos implicativos são os que envolvem o leitor.
Exemplo: conseguir, evitar, concordar:
O monitor não evitou que as crianças se machucassem.
(As crianças machucaram-se)
Verbos factivos, como lamentar, perceber e idéias preconceituosas
que o falante expressa inconscientemente:
Daniela hoje não chegou tarde aos ensaios.
(Daniela habitualmente chega tarde)
d. Mecanismos de coesão
Nas frases e parágrafos que constituem o texto, devem aparecer elementos
linguísticos. Esses elementos linguísticos têm a função de relacionar os parágrafos, as
frases e as palavras:
Enlaces entre parágrafos:
Primeiramente... (em geral no início do discurso);
Finalmente...;
Concluindo...; Por um lado...; Acima de tudo...; No fundo...
Outros enlaces têm caráter temporal, comparativo, causal, consecutivo, explicativo:
Enlaces entre orações: conjunções que relacionam orações
coordenadas ou subordinadas.
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Enlaces léxicos: repetição de termos no texto, uso de sinônimos e de
antônimos.
Enlaces por repetição: anáfora – repetição de um termo que apareceu
anteriormente – catáfora – quando um elemento remete a outro posterior; elementos
dêiticos ou substitutos – pronomes, advérbios, verbos e substantivos com ampla
significação: isto, aquilo, fazer, pegar, pessoa, coisa.
Análise de Redação: Os comentários do Professor
Tema: A reforma previdenciária
“É do conhecimento de todos a polêmica entre: partidos políticos, classes
trabalhistas, servidores públicos ativos e inativos, em relação a maneira como está sendo
conduzida a proposta de reforma da previdência social no Brasil. Apesar do impasse a
respeito do assunto, encaminharam a proposta ao Congresso Nacional para apreciação e
votação dos deputados e senadores.
Para os favoráveis a reforma é necessária, devido a necessidade econômica e
financeira pela qual se encontra a previdência, além do mais, contribuiria para a
diminuição
das desigualdades social no Brasil.
Dentre os principais benefícios, são favoráveis a fixação de tetos salariais federais
equivalentes ao salário do ministro do Supremo Tribunal Federal e subtetos para os
servidores do Estado. Acreditam que dessa forma, viabilizaria o pagamento de
aposentadoria a longo prazo, com riscos menores de constituir uma previdência falida.
Por outro lado, há os contrários a reforma, que alegam a perda do direito adquirido
dos servidores em alguns aspectos, tais como: redução da aposentadoria para os
servidores
inativos e pensionistas, por intermédio de contribuição previdenciária e consequente
redução no padrão de vida social. Além disso, os servidores admitidos após a reforma,
não
teriam direito à aposentadoria integral, fixando-se um teto, e para receber um valor
maior,
teria que ingressar num fundo de previdência complementar. Outro aspecto divergente,
é
quanto a dilatação do tempo necessário no serviço público para garantir a aposentadoria
integral.
Diante da polêmica que envolve a questão exposta, devido as diversas opiniões
controversas sobre o tema, torna-se difícil chegar a um consenso em que beneficie a
todos.
Apesar das divergências, cabe a justiça desenvolver a reforma com o objetivo de
beneficiar
a sociedade como um todo, independente de categorias a que pertençam as partes
envolvidas, de forma a garantir uma sociedade menos injusta e uma previdência social
que
sobreviva a longo prazo.”
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Texto enviado e autorizado por Luana M. B.
Para melhor visualização da correção, comentarei o texto por parágrafos.
No primeiro parágrafo, já nos defrontamos com um problema: a generalização. Não
se pode afirmar que algo “é do conhecimento de todos” em um texto escrito, pois
sempre
há alguém que não sabe – e você não conhece todos para perguntar. Por isso evite
construções do tipo “todos sabem”, “é inegável que”, “todos pensam”, entre outras que
indicam generalizações.
Há alguns erros gramaticais, como a falta do acento grave em “em relação à maneira
(ao povo)” e não vejo a necessidade de se colocar os dois pontos logo na primeira
oração.
Além disso, o verbo ‘encaminharam’ usando o sujeito indeterminado soa estranho no
texto,
seria melhor usar a voz passiva “a proposta foi encaminhada”.
No segundo parágrafo, há mais alguns problemas gramaticais, como a pontuação em
“Para os favoráveis, a reforma é necessária devido” e a crase novamente em “devido à
necessidade (ao poder)”. Também mudaria a regência e não diria “necessidade
financeira
pela qual”, mas sim “necessidade em que se encontra...”.
Após “previdência” colocaria um ponto-e-vírgula ou um travessão e começaria
outra oração: “...se encontra a previdência; além do mais,...”. A concordância está
errada
em “desigualdades sociais” – ademais, deixaria tudo no singular, por se tratar de
substantivos abstratos: “contribuiria para a diminuição da desigualdade social no
Brasil.”
Não faria a quebra entre o segundo e o terceiro parágrafo. Está tudo em volta do
mesmo bloco semântico, podendo se continuar na mesma linha do segundo. Há a
repetição
desnecessária de “favoráveis”, a crase errada em “favoráveis à fixação (ao acordo)” e
novamente o uso do sujeito indeterminado “acreditam”. Possivelmente, o sujeito deste
verbo é “os favoráveis” do parágrafo acima, mas está tão distante que o leitor não mais
o
reconhece como sujeito simples. Seria melhor começar o período direto de “Dessa
forma”.
No quarto parágrafo, há um problema de coesão: não se pode iniciar um período
com “Por outro lado” sem apresentar um primeiro lado antes. Claro que sabemos que
ela
está dividindo entre ‘os favoráveis’ e ‘os não-favoráveis’, mas deve-se escrever sempre
“Por um lado” se depois vai se escrever “Por outro”. O ideal seria, no segundo
parágrafo,
estar escrito “Por um lado, há os favoráveis que...” e agora no quarto: “Por outro, há
os
contrários à reforma” - e, mais uma vez, olha a crase aí. Falta uma vírgula em “... por
intermédio de contribuição previdenciária.”
Na conclusão, no quinto parágrafo, finalmente ela expõe sua opinião. Há mais
problemas de crase em “devido às diversas” (aos diversos) e “cabe à justiça” (ao
poder) e
na construção de “chegar a um consenso em que beneficie a todos” o ideal seria
“chegar a
um consenso em que se beneficie a todos” devido à regência do verbo.
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Ela conhece bem o assunto e expôs o problema de forma coerente, deixando claro,
na conclusão, que não é algo fácil de ser resolvido e “colocando” ao judiciário a tarefa a
ser
cumprida. Entretanto, justamente este ponto interessante não ficou bem fundamentado e
poderia ter sido desenvolvido um pouco mais: não é dito por que seria essa tarefa devida
ao
judiciário e não aos demais poderes, como é usual.
Enfim, ela apresenta facilidade para expor, mas parece um pouco incerta quanto às
suas conclusões, podendo ter dado mais ênfase a uma análise crítica do problema, sem
ser
radical. Contudo, não apresenta muita dificuldade e organiza bem seus argumentos.
Provavelmente, com um pouco mais de treino, irá muito bem nas próximas dissertações.
A Escr i t a de Núme ros
Em diversas situações nos vemos
obrigados a escrever números. Escrever “2” ou
“dois”? “2 milhões” ou “2.000.000”?
Veja abaixo algumas regras simples que
padronizam a escrita de números e facilitam sua
leitura.
A)- De um a dez, escreva por extenso; de
11 em diante, em algarismos, a não ser em início de frase. Regra que se aplica também
aos
ordinais:
"Duzentos estagiários serão demitidos."
"O décimo segundo da lista desistiu."
B)- Cem, Mil, Milhão, Bilhão devem vir por extenso:
"O efeito sobre o balanço foi um custo adiional de US$151 milhões."
"A Petrobras tem uma dívida a receber do Governo de US$3 bilhões."
C)- Escreva em algarismos quando números abaixo e acima de 11 estejam lado a
lado:
"Serão convidadas de 6 a 15 pessoas."
D)- Com mil, milhão, bilhão, trilhão prefira a forma mista:
"Já consultamos 3 mil revendas."
"Das subsidiárias da Petrobras, apenas a BR apresentou lucro de US$ 31,9
9
milhões."
"A arrecadação alcançou R$2.362 trilhões. A despesa estimada era de R$760
bilhões, mas o pagamento dos atrasados onerou a folha."
E)- Para evitar dúvida, especifique sempre a ordem de grandeza dos
números:
"Este mês, as solcitações das revendas de Altamira giraram em torno de 200
mil a 500 mil litros."
F)- Com números quebrados, use algarismos:
"A média será de R$1 milhão para cada ex-servidor contra R$133.333,00
contra os aposentados e pensionistas do setorprivado."
Nas datas, número de páginas, horas, não utilize ZERO antes do número:
ERRADO CERTO
08 HORAS 8 HORAS
PÁGINA 05 PÁGINA 5
DIA 03 DIA 3
H)- Use sempre algarismos em:
-Tabelas, relatórios que envolvem cifras, quadros estatatísticos
-Horas, minutos e segundos, exceto quando a hora indica período de tempo;
"A reunião levou quatro horas."
-Datas em geral, inclusive quando forem nomes de logradouros
12 de outubro de 1992. Avenida 9 de julho
-Horas, minutos e segundos, exceto quando a hora indica período de tempo;
"A reunião levou quatro horas."
-Porcentagem, pesos, dimensões, grandezas, medidas e proporções em geral;
252, 200 ha, 500 kg
-Números que indiquem capítulos, folhas, página;
Folhas 35 e 36, Capítulos 1 e 12
-Seriação de eventos
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3° Simpósio de Revendas, 2ª Congresso de Derivados de
Petróleo
-Não existe hífen nos ordinais
Vigésimo terceiro
-Na numeração de cláusula de um acordo ou contrato, de artigos ou parágrafos
de leis, use: de 1 a 9 numerais ordinais; de 10 (inclusive) em diante, numerais
cardinais.
-Cláusula terceira
-Cláusula vinte e nove
-Cert. 4º
-Cert. 36
Obj e t ivida de e Concisã o
Ser conciso, passar o máximo de informações com o menor número de palavras
possível é uma das qualidades fundamentais do texto, que leva à objetividade.
Texto objetivo é aquele capaz de responder a quatro questões básicas:
1ª- O que o receptor precisa saber
A resposta adequada a esta pergunta resulta:
-na delimitação dos principais objetivos do texto;
-na separação de idéias mais ou menos importantes;
-na seleção dos assuntos que devem merecer destaque.
2ª- Para que o receptor precisa dessas informações
A resposta adequada a esta pergunta resulta:
-na elaboração de estratégias capazes de levar o leitor a compreender o que
se quer informar.
3ª- Que tipo de conhecimento o leitor já tem sobre o assunto:
A resposta adequada a esta pergunta resulta:
-no evitar de pormenores dispensáveis, que só tendem a cansar o leitor e
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desviá-lo dos objetivos do trabalho;
-na certeza de não discorrer sobre o óbvio. Informações irrelevantes
desmotivam o leitor, seja por ele já estar afeiçoado a detalhes relativos ao tema,
seja por ele dispor de repertório técnico necessário à depreensão imediata do
contexto em que o trabalho se insere.
4ª - Qual a utilização e o alcance do texto:
A resposta adequada a esta pergunta resulta.
-na escolha de linguagem compatível com as necessidades do leitor, que
muitas vezes se sente distante do texto:
a)- por não entender a terminologia técnica nele empregada;
b)- por não ter condições de alcançar aquilo a que o redator se propõe;
c)- por não ter repertório suficiente para entender o significado de algumas
expressões formais utilizadas.
NOTA:
Uma das consequências do texto objetivo traduz-se na forma impessoal como o
redator se coloca diante do leitor. Tal postura é motivada:
- pela necessidade de padronização, que permite que expedientes elaborados
em diferentes setores e regiões guardem entre si uniformidade;
-pela natureza impessoal do próprio assunto tratado nos expedientes, na
medida em que a maior parte das comunicações diz respeito aos interesses da
Companhia;
- pela natureza simbólica de que se revestem redator e leitor: é uma parte
da empresa "conversando" com outra parte da empresa.
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Tipos de Reda çõe s
São vários os tipos de redação, no entanto aqui vão nos
interessar apenas três destes:
1. Narrativas
2. Descritivas
3. Dissertativas
Está última merecerá atenção especial, pois costuma ser a mais
pedida.
Narrativas
É uma explanação detalhada sobre um acontecimento, ou sobre uma série de fatos, ou
seja,
narrar é contar algo.
Existem várias formas de narrativas: contos, crônicas, parábolas entre outros.
A narração engloba seis pontos:
O fato;
Os personagens envolvidos no fato;
Como o fato se deu;
Quando o fato se deu;
Porque o fato se deu;
As consequências do dato.
A título de curiosidade. Esses seis pontos são exatamente o que envolve a narrativa
jornalística. Aliás, que envolve o primeiro parágrafo das matérias de jornais, chamado
de
lead. São sempre as mesmas perguntas: o quê, onde, como, por que e quando. As
consequências geralmente estão expostas no restante da matéria.
Descritivas
Assim com a narração conta com certos detalhes um acontecimento, a descrição
descreve objetos e pessoas. No entanto é mais do que uma simples fotografia. Os
grandes
textos descritivos dão uma visão nova daquilo que se vê todos os dias. Os poetas
costumam
produzir ser grandes descrições. Por exemplo, descreva um pôr do sol e peça a um poeta
para também descrevê-lo. Ele verá detalhes que você deixou de observar.
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Dissertativas
Nas dissertações desenvolve-se um tema sob os mais diversas aspectos. Ela é
baseada principalmente em uma análise e sempre expõem idéias. Por estas
características a
dissertação é a menina dos olhos dos vestibulares. Que melhor maneira de saber se você
domina um assunto da atualidade do que lhe colocando para escrever sobre ele?
No desenvolvimento da dissertação é necessário que você tenha raciocínio lógico.
Eis a importância de você já estar informado sobre os aspectos que pode abordar sobre
determinados assuntos. Você não pode esquecer que o tempo não é muito e dificilmente
você terá o luxo de parar para pensar em diversos aspectos sobre o assunto.
Mas até para o raciocínio lógico há uma saída, para não lhe levar ao desespero.
Atenção!
O raciocínio pode ser:
Indutivo: que é quando se utiliza experiências e observações para chegar a um
princípio.
Dedutivo: quando você parte de uma norma para um fato específico.
Vamos aos exemplos (dados imaginários).
Indutivo
Pessoas idosas que praticam exercícios físicos vivem mais e melhor. (experiência)
93% dos idosos que praticam exercício físico tem 90% menos chances de um
enfarte (experiência)
Os exercícios físicos proporcionam uma vida melhor e com menos chance de
infarto, (princípio)
Dedutivo
Para passar no vestibular é necessário estudar muito. (norma)
Luciana passou no vestibular.
Luciana estudou muito e passou no vestibular. (fato específico).
Depois de uma rápida passagem pelo senso crítico, vamos prosseguir com o assunto
mais específico da dissertação.
Se este tipo de redação exige opinião, você não se deve fazer de rogado, opine -
dentro da coerência. Mas evite anunciar ao seu leitor que você irá opinar. Expressões
como:
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"Na minha opinião"
"Eu acho"
"Creio eu"
"Acredito piamente"
Por favor, esqueça essas expressões na hora de escrever.
Simplesmente vá direto o assunto. Sem medo, dê sua opinião. Não dói nada.
No que diz respeito à formatação da dissertação, atente para os seguintes fatos
simples, mas que os vestibulandos não prestam atenção. Quando estes tópicos não são
cumpridos, em geral o professor nem corrige a prova:
Lembre-se de dar a MARGEM, no início dos parágrafos.
Uma dissertação tem no MÍNIMO três parágrafos.
Não destaque frases que você acha mais importantes, isso é uma
redação e não um trabalho escolar.
Não esqueça do TÍTULO (erro muito comum, que você deve deixar
seu concorrente cometer, só ele).
NUNCA comece a dissertação com a mesma frase do título.
EVITE começar a dissertação com um verbo.
O tempo deve ser um só. Se você começou a escrever no passado,
não mude para o presente no caminho, a não ser que isto seja imprescindível.
EXERCÍCIO 6
Tente fazê-lo, já que é o que o fino da redação.
Faça uma dissertação. Escolha um tema de sua cidade. Qualquer um que você ache
interessante. Mas escreva como se fosse no vestibular: pouco tempo e bom conteúdo.
É possível que o tema da redação não seja um assunto nacional e sim local. Fique
atento, desta forma, para os assuntos de seu Estado. Às vezes é possível misturar um
com
outro. Se o tema for a quase cassação que terminou em renúncia no Senado Federal e se
caso semelhante houver acontecido com algum deputado estadual ou um vereador de
sua
área, a lembrança será muito bem vista. Não perca tempo!
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As pa r t e s de uma Reda çã o
Introdução
É sempre a parte mais difícil de se escrever, exatamente por ser a primeira. No
entanto, quando uma introdução está bem escrita o restante do texto flui com uma
naturalidade surpreendente. Porém, quando você trava no meio do texto é por que sua
introdução está equivocada. Mas por que isto?
Simples. O desenvolvimento de uma dissertação é todo baseado na sua introdução.
Se nela o assunto não estiver explicito; se estiver detalhado de mais; ou se estiver muito
limitado, você não tem muito para onde correr depois.
Sua introdução não pode: (introduções realmente produzidas por vestibulandos)
Fazer referência ao título, nem direta nem indiretamente.
Titulo: "O HIV vem contaminando as esposas brasileiras"
Texto: “O vírus HIV está contaminando diversas mulheres casadas, brasileiras e
fiéis....”
Análise: Terrível. É primário. E, só para constar, o HIV não contamina ninguém,
quem contamina são as pessoas. O HIV é o objeto da contaminação e não autor.
Ser prolixa.
Cheias de significados e expressões que não são do alcance médio da população.
Além de soar arrogante e presunçoso, você ainda corre o risco de o professor que for
corrigir sua redação não conhecer o significado e interpretar seus texto de forma errada.
Texto: "Em uma análise subliminar da história brasileira, podemos dos deparar com
causos - como se chamava casos antigamente - dos mais intrigantes, inclusive
conceitualmente".
Análise: Apesar de ter um certo sentido, parece "enrolação". O professor, que já
corrigiu 100 outras redações antes da sua, pára por aí mesmo.
Ser abrupta.
Este recurso pode até ser usado em algumas ocasiões, mas definitivamente não em
uma redação de vestibular.
Texto: "Essa é a opinião da maioria, a saúde do Brasil está na UTI".
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Análise: Tá tudo errado. Não dê um susto deste no seu leitor. Além disso, como ele
sabia que é opinião da maioria? E, como se não bastasse, a frase "saúde na UTI" é mais
do
que batida e até certo ponto não tem a menor lógica conceitual.
EXERCÍCIO 7
Faça três introduções, sobre:
1ª - A criação de ídolos pela mídia
2ª - O conteúdo das novelas
3ª - A internet como meio de aprendizado
Leia nos jornais as introduções das matérias. Perceba como há uma clareza no texto,
sempre baseado no primeiro parágrafo. Não é um segredo, é uma técnica de texto para
jornal. Resume o assunto no primeiro parágrafo e desenvolve depois, no entanto, a
introdução jornalística possui certas peculiaridades, como começar sempre pelo fato
mais
importante. Não é o caso de uma redação de vestibular, que como dissemos não pode
ser
abrupta.
Desenvolvimento
É a maior parte da redação, também é a mais fácil de entender.
Na verdade, falamos indiretamente sobre a dissertação quando tratamos de
parágrafos. Isso porque o desenvolvimento compreende todos os parágrafos contidos
entre
a introdução (o primeiro) e a conclusão (o último).
Mas precisamos abordar aqui outro aspecto. A colocação dos diversos ângulos que
serão abordados sobre o assunto.
Veja bem:
Assunto: Ídolos brasileiros da juventude
Aspectos a serem abordados: ídolos de várias artes; influência positiva ou não;
opinião dos pais; Cazuza e Renato Russo; a mídia como criadora dos ídolos.
É provável que os aspectos ditados acima sejam também o conteúdo dos parágrafos
a serem produzidos. Não precisa ser um parágrafo para cada assunto.
Assim ao desenvolver um assunto, tenha em mente o que você falará sobre ele. E a
melhor maneira de selecionar isto é saber sobre o que você acha que pode falar. Seria
ótimo
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dominar todos os assuntos, mas não sendo possível limite-se a escrever sobre o que
você
conhece para não escrever errado.
Treine, pegue algum texto de um assunto interessante para você e o desenvolva.
Utilize a introdução que já está lá, para que você tenha como ser guiado. Faça isso
várias
vezes, afinal você estará treinando ser guiado por terceiros, já que a introdução não é
sua
será uma experiência ímpar. Tente. Não perca tempo!
Conclusão
A melhor forma de concluir uma redação é concluindo. Óbvio sim, mas não para todos.
É
comum se começar uma conclusão desculpando-se pela opinião contida, dando início a
um
novo assunto.
É necessário estar atento para as chamadas frases de encerramento. Você pode
iniciar a introdução fazendo:
- Referência ao título ou reafirmando a idéia principal do texto;
- Com uma citação;
- Com uma advertência; ou
- Com uma sugestão.
Apesar de serem aceitáveis expressões como sendo assim, portanto, assim, entre
outras, não as utilize no inicio da conclusão, para que seu leitor não ache que você está
querendo dizer que ali começa a conclusão.
Ex.: (errado)
Sendo assim, é necessário que se faça uma reavaliação do sistema educacional...
Ex.: (correto)
É necessário que se faça uma reavaliação do sistema educacional...
EXERCÍCIO 8
Pense em algum problema brasileiro. Pense em soluções para ele e depois a
escreva. Veja bem, escreva apenas a conclusão, deixe a introdução e o
desenvolvimento na sua cabeça.
Refaça conclusões. Sem tocar no restante do texto alheio, crie suas próprias
conclusões sobre um assunto qualquer. Se puder colocá-las no papel, melhor, caso
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contrário, exercite mentalmente. Os melhores textos para isto são as criticas de artes,
onde a
opinião do crítico é sempre explicita. NÃO PERCA TEMPO!!
Pont ua çã o
Na comunicação escrita, poucos elementos têm tanta importância quanto a
pontuação. Se mal colocada, ela pode deixar um texto com dupla interpretação.
Resumo
Vírgulas
Separam itens
Separam adjuntos e orações adverbiais
Separam o aposto e o vocativo
Separam elementos intercalados
Separam elementos não restritivos
Pontos virgulas
Se localizam entre duas ou mais orações coordenadas
Separam itens que já tem virgula
Orações ligadas pelas conjunções: entretanto, por conseguinte,
consequentemente e portanto.
Dois pontos
Para introduzir itens
Para uma citação formal
Exclamação
Depois de uma interjeição
Interrogação
Depois de uma pergunta
Ponto
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Ao final de uma frase
EXERCÍCIO 9
Pontue as frases abaixo e justifique suas escolhas.
Naquela obra tudo é bom os personagens o enredo a linguagem e
até a capa
Eram várias frutas maçãs vermelhas doces e macias melancias
suculentas e uvas adocicadas de todas as cores
Nós podemos ir por aqui ou ir por ali
Em anos de trabalho eu jamais tinha visto um fenômeno como
aquele
Durante seis meses ele ficou sem ver tevê pois não estudou e
reprovou
Eu não meu irmão foi reprovado no teste
O professor da Universidade José da Silva tem opinião contrária
Mas já
De todos os vizinhos aquele era o único com quem me dava bem
As cores têm significado diferentes o vermelho é paixão e o
branco é paz
Temos que considerar três pontos a rapidez a praticidade e a
qualidade Sem estas características os serviços que queremos prestar via
internet serão de pouca valia até porque a concorrência esta grande não
podemos arriscar a investir errado Concorda
Todos temos defeitos mas assim é um pouco de exagero
Viver não é tão difícil basta que saibamos como é a melhor
forma de fazê-lo
Amigo venha ver o que tenho para você
O filme que assisti hoje é o primeiro que mesmo sendo de
Holywood não tem final feliz
Ele descobriu que estava doente mas sabia que ainda tinha muito
para viver
20
Escr e vendo uma Ca r t a
Definição
Carta é a forma de correspondência por meio da qual os dirigentes se dirigem a
personalidades e entidades públicas e particulares para tratar de assunto oficial.
Estrutura
1. designação do órgão, dentro de sua respectiva ordem hierárquica;
2. denominação do ato - CARTA;
3. numeração/ano, local e data na mesma direção;
4. destinatário:
4.1 nome;
4.2 cargo;
4.3 endereço;
5. vocativo - Senhor e o cargo do destinatário, seguido de vírgula;
6. texto - exposição do assunto;
7. fecho - Atenciosamente, seguido de vírgula;
8. assinatura;
9. nome;
Escr e vendo Of ícios
Definição
Ofício é o meio de comunicação utilizado entre dirigentes de órgãos e entidades,
titulares de unidades, autoridades e secretarias em geral endereçam umas às outras, ou a
particulares, e que se caracteriza não só por obedecer a determinada fórmula epistolar,
mas,
também, pelo formato do papel (formato ofício).
Estrutura
1. designação do órgão, dentro de sua respectiva ordem hierárquica;
2. denominação do ato - OFÍCIO;
3. numeração/ano, sigla do órgão emissor, local e data na mesma direção do
número;
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4. vocativo - Senhor e o cargo do destinatário, seguido de vírgula;
5. texto - exposição do assunto;
6. fecho - Atenciosamente, seguido de vírgula;
7. assinatura;
8. nome;
9. cargo;
10. destinatário - tratamento, nome, cargo, instituição e cidade/ estado.
Observações
1. Se o ofício tiver mais de uma folha, numerar as subsequentes com algarismos
arábicos, no canto superior direito, a partir da número dois.
2. O destinatário deve figurar sempre no canto inferior esquerdo da primeira página.
Escr e vendo Re la t ór ios
Definição
Relatório é o documento em que se relata ao superior imediato a execução de
trabalhos concernentes a determinados serviços ou a um período relativo ao exercício de
cargo, função ou desempenho de atribuições.
Estrutura
1. designação do órgão, dentro de sua respectiva ordem hierárquica;
2. denominação do ato - RELATÓRIO;
3. numeração/ano - sigla do órgão emissor, local e data na mesma direção do
número;
4. assunto;
5. vocativo - Senhor e o cargo do destinatário, seguido de vírgula;
6. texto - é a exposição do assunto e consta de:
6.1. apresentação - refere-se à finalidade do documento;
6.2. desenvolvimento - explanação dos fatos, de forma sequencial;
6.3. conclusão - resultado lógico das informações apresentadas;
7. fecho;
8. assinatura;
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9. nome;
10. cargo;
11. destinatário - tratamento, nome, cargo, instituição e cidade/ estado.
Observações
1. Se o relatório tiver mais de uma folha, numerar as folhas subsequentes com
algarismos arábicos (comuns).
2. Há várias modalidades de relatório: roteiro, parcial, anual, eventual, de inquérito,
de prestação de contas ou contábil, de gestão e administrativo.
3. O destinatário deve figurar no canto inferior esquerdo da primeira página, quando
não for encaminhado por um documento.
Escr e vendo uma At a
Definição
Ata é o documento que registra, com o máximo de fidelidade, o que se passou em
uma reunião, sessão pública ou privada, congresso, encontro, convenção e outros
eventos,
para comprovação, inclusive legal, das discussões e resoluções havidas.
Observações
1. A redação obedece sempre às mesmas normas, quer se trate de instituições
oficiais ou entidades particulares. Escreve-se seguidamente, sem rasuras e sem
entrelinhas,
evitando-se os parágrafos ou espaços em branco.
2. A linguagem utilizada na redação é bastante sumária e quase sem oportunidade
de inovações, exatamente por sua característica de simples resumo de fatos. Também,
em
decorrência disso, os verbos são empregados sempre no tempo passado e, tanto quanto
possível, devem ser evitados os adjetivos.
3. A redação deve ser fiel aos fatos ocorridos, sem que o relator emita opinião sobre
eles.
4. Sintetiza clara e precisamente as ocorrências verificadas.
5. Registra-se, quando for o caso, na ata do dia, as retificações feitas à anterior.
6. O texto é manuscrito, digitado, ou se preenche o formulário existente, como é
usual em estabelecimentos de ensino, por exemplo.
23
7. Para os erros constatados no momento da redação, consoante o tipo de ata,
emprega-se a partícula retificativa "digo".
8. Se forem notados erros após a redação, há o recurso da expressão "em tempo".
9. Os números fundamentais, datas e valores, de preferência, são escritos por
extenso.
10. É lavrada por um secretário, indicado em geral pelo plenário.
Escr e vendo Re sumos
O resumo tem por objetivo apresentar com fidelidade idéias ou fatos essenciais
contidos num texto. Sua elaboração é bastante complexa, já que envolve habilidades
como
leitura competente, análise detalhada das idéias do autor, discriminação e hierarquização
dessas idéias e redação clara e objetiva do texto final. Em contrapartida, dominar a
técnica
de fazer resumos é de grande utilidade para qualquer atividade intelectual que envolva
seleção e apresentação de fatos, processos, idéias, etc.
O resumo pode se apresentar de várias formas, conforme o objetivo a que se destina. No
sentido estrito, padrão, deve reproduzir as opiniões do autor do texto original. A ordem
como essas são apresentadas e as articulações lógicas do texto, não devem emitir
comentários ou juízos de valor. Dito de outro modo, trata-se de reduzir o texto a uma
fração
da extensão original, mantendo sua estrutura e seus pontos essenciais.
Quando não há a exigência de um resumo formal, o texto pode igualmente ser
sintetizado de forma mais livre, com variantes na estrutura. Uma maneira é iniciar com
uma
frase do tipo: "No texto ....., de ......, publicado em......., o autor apresenta/ discute/
analisa/
critica/ questiona ....... tal tema, posicionando-se .....". Esta forma tem a vantagem de dar
ao
leitor uma visão prévia e geral, orientando, assim, a compreensão de que segue. Este
tipo de
síntese pode, se for pertinente, vir acompanhada de comentários e julgamentos sobre a
posição do autor do texto e até sobre o tema desenvolvido.1
Em qualquer tipo de resumo, entretanto, dois cuidados são indispensáveis: buscar a
essência do texto e manter-se fiel às idéias do autor. Copiar partes do texto e fazer uma
"colagem", sob a alegação de buscar fidelidade às idéias do autor não é permitido, pois
o
resumo deve ser o resultado de um processo de "filtragem", uma (re)elaboração de
quem
resume. Se for conveniente utilizar algo a mais do que original (para reforçar algum
ponto
de vista, por exemplo), esses devem ser breves.
Uma sequência de passos eficiente para fazer um bom resumo é a seguinte:
a. ler atentamente o texto a ser resumido, assinalando nele as idéias que
forem parecendo significativas à primeira leitura;
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b. identificar o gênero a que pertence o texto (uma narrativa, um texto
opinativo, uma receita, um discurso político, um relato cômico, um diálogo, etc).
c. identificar a idéia principal (algumas vezes essa identificação
demanda seleções sucessivas, como nos concursos de beleza...);
d. identificar a organização - articulações e movimento - do texto (o
modo como as idéias secundárias se ligam logicamente à principal);
e. identificar as idéias secundárias e agrupá-las em subconjuntos (por
exemplo: segundo sua ligação com a principal, quando houver diferentes níveis de
importância; segundo pontos em comum, quando se perceberem subtemas);
f. identificar os principais recursos utilizados (exemplos, comparações
e outras vozes que ajudam a entender o texto, mas que não devem constar no
resumo formal, apenas no livre, quando necessário);
g. esquematizar o resultado desse processamento;
h. redigir o texto.
Evidentemente, alguns resumos são mais fáceis de fazer do que outros, dependendo
especialmente da organização e da extensão do texto original. Assim, um texto não
muito
longo e cuja estrutura seja perceptível à primeira leitura, apresentará poucas
dificuldades a
quem resume. De todo modo, quem domina a técnica - e esse domínio só se adquire na
prática - não encontrará obstáculos na tarefa de resumir, qualquer que seja o tipo de
texto.
Resumos são, igualmente, ferramentas úteis ao estudo e à memorização de textos
escritos. Além disso, textos falados também são passíveis de resumir. Anotações de
idéias
significativas ouvidas no decorrer de uma palestra, por exemplo, podem vir a constituir
uma versão resumida de um texto oral.
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Dúvida s do Cot idia no
1 - POR QUE X PORQUE / POR QUÊ X PORQUÊ /
QUE X QUÊ
• Usa-se a forma POR QUE:
a) Sempre que for possível acrescentar: motivo, causa,
razão, coisa.
Ex.: Não sei por que (motivo) eles brigaram.
Por que (razão) eles saíram?
Por que (coisa) você se interessa no momento?
Por que (causa) você luta?
b) Sempre que for possível substituir por uma das expressões: pelo qual, pela qual,
pelos quais e pelas quais.
Ex.: O caminho por que (pelo qual) passamos era muito ruim.
Esta é a razão por que (pela qual) eu não saí ontem.
• Usa-se a forma PORQUE:
a) Geralmente introduzindo explicação ou causa.
Ex.: Não reclames, porque é pior.
Faltou à aula porque estava doente.
b) Nas orações interrogativas em que a resposta já é sugerida.
Ex.: Você não veio porque estava doente?
• Usa-se a forma POR QUÊ:
a) Quando aparece antecedido de pontuação forte (ponto, ponto-e-vírgula, ponto de
exclamação, ponto-de- interrogação, dois-pontos e reticências) onde vírgula, quando se
deseja enfatizar uma pausa.
Ex.: Mário saiu e não disse por quê?
26
Por quê? Você não acredita em mim?
Não sei por quê, mas acho que fui enganado.
• Usa-se a forma PORQUÊ
Quando é substantivo:
Ex.: Ele não veio e ninguém sabe o porquê.
O porquê de sua desistência ninguém ficou sabendo.
• Usa-se a forma QUÊ
a) Quando é substantivo. Ex.: Havia um quê de tristeza em sua voz.
b) Quando aparece antecedido de pontuação forte ou de vírgula, quando se deseja
enfatizar uma pausa.
Ex.: Quê! Você não achou o caminho! Não sei para quê, nem me interessa.
2. SENÃO / SE NÃO
• Usa-se a forma senão equivalendo a:
a) do contrário: Saia daí, senão vai se molhar.
b) a não ser: Não faz outra coisa senão reclamar.
c) mas sim: Não teve a intenção de exigir, senão de pedir.
d) defeito, falha: Houve um senão em sua exposição.
• Usa-se a forma se não:
a) igual a “caso não”: Esperarei mais um pouco; se não vier, irei embora.
b) introduzindo oração com conjunção integrante: Perguntou se não era tarde.
3 - HÁ/ A
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• A forma Há equivale ao verbo haver, indicando tempo decorrido. Pode ser
substituída por “faz”.
Ex.: Não o vejo há (faz) quinze dias.
• A forma A é preposição, indicando distanciamento no tempo, futuro ou passado, e
sentido geográfico.
Ex.: Sairei de casa daqui a duas horas.
Moro a dois quilômetros da escola.
4 - NENHUM / NEM UM
• Nenhum é empregado como antônimo de “algum”.
Ex.: Entrou na casa sem que nenhum morador o notasse.
• Nem um equivale a “nem um sequer”, nem um único.
Ex.: Nem um morador do prédio apareceu para a reunião.
5 - AFIM / A FIM
• Afim significa “semelhante”, “relacionado”:
Ex.: Temos gostos afins.
• A fim (de) equivale a “para”:
Ex.: Procurei-o a fim de conversar.
6 - À MEDIDA QUE / NA MEDIDA EM QUE
• À medida que = à proporção que:
Ex.: Alfredo construía a casa à medida que recebia as comissões.
• Na medida em que = considerando que:
Ex.: Na medida em que não sou rico, não posso comprar um carro novo.
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7 - AO ENCONTRO DE / DE ENCONTRO A
• Ao encontro de indica conformidade, acordo:
Ex.: Os governantes deveriam ir ao encontro das necessidades do povo.
• De encontro a indica oposição, conflito:
Ex.: Infelizmente seu pedido vai de encontro a nossas posses.
8 - AONDE / ONDE / EM QUE
• Aonde deve ser usado com verbos que indicam movimento:
Ex.: Aonde (para onde) você vai?
• Onde refere-se a lugar físico:
Ex.: A casa onde mora é bonita.
• Em que deve ser usado nas demais situações:
Ex.: Nos casos em que a lei ordenar, há de se obedecê-la.
9 - AO INVÉS DE / EM VEZ DE
• Ao invés = ao contrário de:
Ex.: Ao invés de virar à esquerda, virou à direita.
• Em vez de = no lugar de:
Ex.: Em vez de tomar leite, tomou chá.
10 - MAL / MAU
• Mal É antônimo de BEM.
Ex.: Ele procedeu mal. / Qual é a origem do mal?
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Observação: Também pode ser conjunção temporal (= LOGO QUE):
Ex.: Mal deixou a casa, bateram à porta.
• Mau é antônimo de BOM.
Ex.: Sempre foi mau pagador. / O mau tempo atrapalhou.
11 - DIA-A-DIA / DIA A DIA
• Dia-a-dia é um substantivo. Significa cotidiano.
Ex.: O dia-a-dia do trabalhador é muito monótono.
• Dia a dia é expressão adverbial. Significa todos os dias, cotidianamente.
Ex.: Os preços das mercadorias aumentam dia a dia.
12 - TAMPOUCO / TÃO POUCO
• Tampouco é advérbio. Significa também não.
Ex.: Não realizou a tarefa; tampouco apresentou qualquer justificativa.
• Em tão pouco, temos o advérbio de intensidade tão modificando pouco, que pode
ser advérbio ou pronome indefinido.
Ex.: Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho!
13 - CESSÃO / SESSÃO / SEÇÃO (SECCÃO)
• Cessão: ato de ceder.
Ex.: João fez a cessão dos seus direitos autorais.
• Sessão: intervalo que dura uma reunião.
Ex.: Assistimos a uma sessão de cinema.
• Seção ou secção: parte de um todo.
Ex.: Lemos a notícia na seção (ou secção) policial.
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14 - MAIS BEM / MELHOR
• Mais bem – usa-se antes de verbo no particípio:
Ex.: São os alunos mais bem preparados do colégio.
• Melhor – usa-se antes de verbo que não esteja no particípio ou outras palavras.
Ex.: São bem melhores do que nós.
15 - À-TOA / À TOA
• À-toa – é um adjetivo (refere-se, pois, a um substantivo) e significa impensado,
inútil, desprezível.
Ex.: Ninguém lhe dava valor: era uma pessoa à-toa.
• À toa – é um advérbio de modo e significa a esmo, sem razão, inutilmente.
Ex.: Andava à toa pelas ruas
16 - EM PRINCÍPIO / A PRINCÍPIO
• Em princípio = em tese.
Ex.: Em princípio, sou contra qualquer governo.
• A princípio = inicialmente.
Ex.: A princípio era contra; depois, mudei de opinião.
17 - VIMOS / VIEMOS
• Vimos indica o presente do verbo VIR ou passado do verbo VER.
Ex.: Vimos trazer-lhe nosso apoio. /Vimos um gato preto ontem.
• Viemos indica o passado do verbo VIR.
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Ex.: Viemos ontem de carona.
18 - HÁ / HAVIA
• Há indica presente ou que a ação não findou.
Ex.: Há três carros na garagem. // Há dois dias que não fumo.
• Havia indica passado (pretérito imperfeito do indicativo), que a ação já findou:
Ex.: Havia três anos que não o via. // Havia dois anos que não fumava.
19 - A PAR / AO PAR
A PAR – expressão usada no sentido de “estar bem informado”
Ex.: Ele está a par dos acontecimentos
AO PAR – expressão usada apenas para indicar equivalência em valores cambiais.
Ex.: O real já esteve ao par do dólar.
20 - A FORA / AFORA
A FORA – para fora
Ex.: Saiu janela a fora
AFORA – exceto
Ex.: Afora este caso, não resolveu nada.
21. POR VENTURA / PORVENTURA
POR VENTURA – significa por sorte, por misericórdia.
Ex.: Por ventura divina, sobrevivemos.
PORVENTURA significa talvez, por acaso.
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Ex.: Você, porventura, viu Cabeção por aí?
22 - DEMAIS / DE MAIS
DEMAIS é advérbio de intensidade e equivale a muito.
Ex.: Elas falam demais.
Também pode ser usado como substantivo, significando “os restantes”.
Ex.: Chegaram onze jogadores para jogar; os demais ficaram no banco.
DE MAIS é locução prepositiva e possui sentido oposto a de menos.
Ex.: Não haviam feito nada de mais.
23 - OH / Ó
• Oh é interjeição de admiração ou espanto.
Ex.: Oh! Que lindo dia!
• Ó acompanha vocativo
Ex.: O que há com você, ó criatura?
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2 5 Dica s pa r a Turbina r seu De sempenho
De nada adianta a decoreba – que a memória pode
deletar a qualquer instante. O lance é encontrar um bom
método de estudo, que valorize o raciocínio, a associação
de idéias. Só assim, as informações vão desembarcar no
seu cérebro para ficar: Mas não existem fórmulas prontas.
Cada pessoa tem seu estilo, cada um sabe de que forma
rende mais. Veja a seguir, quais dessas dicas podem
melhorar a sua vida:
1. Um pouco de ordem na bagunça não vai fazer
mal a ninguém, ao contrário. Mantendo o seu local de
estudo normalmente arrumado, você não apenas vai se
sentir mais animado a estudar, mas também vai encontrar
borracha, régua e tudo o mais que precisar, na hora em
que precisar.
2. Organize as matérias em pastas, onde também
poderá colocar recortes de jornais, rabiscos do professor e outros materiais estratégicos.
3. Determine quantas horas vai reservar diariamente (o fim de semana entra na
jogada) para estudar e faça uma grade de matérias de acordo com esse tempo. Tente
cumprir esse horário.
4. Descubra em qual período você se sente mais disposto e acorde esse horário
para estudo.
5. Relacione pelo menos duas disciplinas diferentes para um mesmo dia e
programe intervalos entre elas.
6. Reconheça seus limites. Vá até onde rende o seu máximo. Quando precisar
de uma pausa, não deixe que o intervalo ultrapasse 15 minutos, senão a preguiça
aparece ou a concentração vai para o espaço.
7. Quando retomar a jornada, recomece com uma matéria diferente.
8. Estude as matérias em que tem dificuldade enquanto estiver com a cabeça
fria.
9. Ao chegar do colégio ou do cursinho, reveja o que foi dado na classe.
10. Faça todos os exercícios propostos. Se vacilar em alguma questão,
pergunte. Arrastar dúvidas pode atrapalhar a compreensão do próximo tópico.
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11. Dicionário não é enfeite de estudante. Se não souber o significado de
alguma palavra ou tiver dúvidas quanto sua grafia, use e abuse.
12. Se estiver fazendo cursinho, fique atento às datas do plantão de dúvidas e
das aulas de reforço.
Os 1 0 ma ndament os de um bom Te x t o
Escrever requer imaginação e familiaridade com palavras. Para isso, o melhor que
você pode fazer é praticar, praticar, praticar. Adquira o hábito de escrever, desde
bilhetes
até diário. E siga as dicas de Francisco Platão Savioli, coordenador de Gramática e
Redação, e Eduardo Calbucci, professor de Literatura, do Anglo Vestibulares.
Não Fuja do tema em questões
Toda redação propõe um tema de improviso para debater. Fugir dele é revelar que
não compreendeu o pedido ou arriscar a sorte, reproduzindo um texto decorado. Ambos
os
casos são motivos para anular a redação. Por isso, reserve uma parte do tempo para
compreender a proposta. Toda redação começa pela interpretação das idéias contidas no
texto sugerido.
Respeite o tipo de texto proposto para abordagem do conteúdo
Escrever uma narração em lugar de uma dissertação ou produzir um poema em vez
de um texto em prosa também pode levar à anulação da prova. Como a maioria dos
vestibulares exige uma dissertação em prosa, é essencial conhecer as características
desejáveis num texto dissertativo.
Opine com argumentos em vez de jurar sinceramente
Todo texto deve revelar a opinião do seu produtor. Mas, além de escrever o que
pensa, será preciso encontrar argumentos para sustentar seu ponto de vista. Aí, sim,
conseguirá a adesão dos interlocutores.
Leve em conta e comente as opiniões contrárias
Para defender um ponto de vista com eficiência, você deve ter conhecimentos sobre
o tema e sobre as diversas opiniões existentes a esse respeito.
Não caia em contradição
Evite incoerências. Se o texto começa defendendo uma determinada opinião,
espera-se que ele continue fazendo essa defesa até o fim.
Não permita que as palavras saiam sem controle da intenção
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Em toda cultura existem lugares-comuns, idéias prontas, clichês, preconceitos que
se insinuam no discurso de quem fala ou escreve. Policie-se e não jogue no papel aquilo
que não tenha passado antes pelo raciocínio crítico.
Respeite as normas da língua culta
A não ser em casos muito específicos, em que se pode recorrer à variante informal,
espera-se que a redação do vestibular obedeça aos preceitos da norma culta escrita.
Evite afetação e exibicionismo na linguagem
Não superestime a correção gramatical. Embora o respeito ao padrão culto da língua
seja importante, não se pode crer que a avaliação da redação valorize demasiadamente
aspectos ligados à ortografia, acentuação, crase, regência ou concordância. Muito menos
linguagem artificial feita para impressionar. É mais grave cometer uma contradição de
raciocínio do que escreve “pretensioso” (com c).
Não valorize mais o copo do que o vinho que ele contém
Não dê atenção a certos detalhes. A presença de rasuras, a dúvida sobre escrever ou
não em letra de forma ou o tamanho do texto são preocupações impertinentes. Bancas
sérias não levam esse tipo de detalhe em consideração.
Dica s de Profe ssor e s e Jorna l ist a s
As dicas abaixo foram dadas por dois profissionais, um professor de português e um
conhecido Jornalista, conhecido pela qualidade dos seus textos.
Faça letra legível:
Você acha que alguém vai tentar decifrar sua redação, tendo outras 700 para
corrigir?
Ordenação das Idéias:
A falta de ordenação de idéias gera um texto sem encadeamento e, às vezes,
incompreensível, partindo de uma idéia para outra sem critério, sem ligação.
Coerência:
Você não deve apresentar um argumento e contradizê-lo mais adiante.
Coesão:
A redundância denuncia a falta de coesão. Não dê voltas num assunto, sem
acrescentar dados novos.
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Isso é típico de quem não tem informações suficientes para compor o texto.
Inadequação:
Não fuja ao tema proposto, escolhendo outro argumento com o qual tenha maior
afinidade.
O distanciamento do assunto pode custar pontos importantes na avaliação.
Estrutura dos Parágrafos:
Separe o texto em parágrafos. Sem a definição de uma idéia em cada parágrafo, a
redação fica mal estruturada. Não
corte a idéia em um parágrafo para concluí-la no seguinte. Não deixe o pensamento
sem conclusão.
Estrutura das Frases:
Faça a concordância correta dos tempos verbais;
Não fragmente a frase, separando o sujeito do predicado;
Flexione corretamente os verbos quando for usar o gerúndio ou o particípio.
Conselhos úteis:
Evite a repetições de sons, que é deselegante na prosa;
Evite a repetições de palavras, que denota falta de vocabulário;
Evite a repetição de idéias, que demonstra falta de conhecimento geral;
Evite o exagero de conectivos (conjunções e pronomes relativos) para evitar a
repetição e para não alongar períodos;
Evite o emprego de verbos genéricos, tais como dar, fazer, ser e ter;
Evite o uso exagerado de palavras e expressões do tipo: problema, coisa, negócio,
principalmente, devido a, através de, em nível de, sob um ponto de vista, tendo em vista
etc;
Evite os coloquialismos: só que, daí, aí etc;
Cuidado com o emprego ambíguo dos pronomes: seu, seus, sua, suas;
Cuidado com as generalizações: sempre, nunca, todo mundo, ninguém;
Seja específico: utilize argumentos concretos, fatos importantes;
Não faça afirmações levianas, como: todo político é corrupto.;
Não use expressões populares e cristalizadas pelo uso, como: a união faz a força;
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Não use palavras estrangeiras nem gírias, como: deletar, tipo assim;
Observe a pontuação;
Cuidado com o uso de conjunções:
. mas, porém, contudo são adversativas, indicam fatores contrários;
. portanto, logo são conclusivas;
. pois é explicativa e não causal;
Não escreva períodos muito curtos nem muito longos;
Não use a palavra eu nem a palavra você e evite a palavra nós: a dissertação deve
ser impessoal; não se dirija ao examinador como se estivesse conversando com ele;
EXERCÍCIO FINAL
Com um exercício final para o curso de escrita e redação, faça as redações
seguindo as características abaixo relacionadas.
Como forma de auto disciplina, tente fazer no menor espaço de tempo possível.
1ª redação: Tema: Existe na Câmara dos Deputados um projeto
de lei "que proíbe o uso de palavras estrangeiras em novelas, publicidade e
veículos de comunicação de qualquer espécie". Discorra sobre o assunto.
Espaço: 25 linhas (fonte 12, Times New Roman)
2ª redação Tema: As empresas de transportes públicos em todo
país têm a obrigação de levar em segurança os passageiros. No entanto esta
palavra "segurança" geralmente só é aplicada a questões de trânsito. E a
questão do assalto? Os passageiros têm o direito de serem indenizados em caso
de assalto dentro de ônibus, pelas empresas de viação? Discorra sobre o
assunto. Espaço: 25 linhas (fonte 12, Times New Roman)

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