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Microbiota Intestinal • Principais espécies anaeróbicas →


bacteroides // bifidobactérias // clostrídeos //
eubactérias // estreptococos anaeróbicos;
• Microbiota entérica → é uma comunidade • Principais espécies aeróbicas →
microbiana com relação benéfica, recíproca e enterobactérias – E. coli, estreptococos e
duradoura com o TGI; estafilococos;
Desenvolvimento da microbiota intestinal Fatores que controlam a microbiota
• Ao nascer, o TGI é estéril. Mas, por volta de um • No TGI superior:
mês, o lactente começa a ser colonizado por o A colonização é mantida sob controle por
microrganismos provenientes do ambiente: diversos fatores físicos e humorais:
o Em direção oral para anal; o Ácido gástrico limita o inóculo inicial de
• Em torno de 3 anos, a microbiota amadurece bactérias que entram no TGI com alimentos
para “adulto”; ou líquidos;
• A longo prazo, a dieta também influencia a o Secreções GI, como saliva e bile, contêm
microbiota: substâncias tóxicas para as bactérias;
o Mudanças sistemáticas na dieta resultam o Ácidos biliares e pequenos peptídeos
em alterações do microbioma em nível de antimicrobianos – defensinas, e lisozima;
sociedade; • No intestino delgado:
o É controlado pela ação combinada da
Populações nativas
motilidade (peristalse) e da capacidade da
• Os tipos de bactérias e seu número variam ao mucosa de secretar líquido e eletrólitos
longo do TGI: capazes de remover bactérias do lúmen
• Estômago e maior parte do Intestino antes que se organizam em biofilmes;
Delgado → relativamente poucas bactérias e • A secreção de IgA pode limitar o crescimento
carecem de anaeróbios; de alguns microrganismos comensais; mas, em
• Parte distal do instestino delgado → ↑ as circunstâncias normais, o sistema imune da
bactérias e os anaeróbios também; mucosa não desencadeia uma resposta imune
• Colo → maior número de bactérias e os significativa contra a microbiota nativa;
anaeróbios ultrapassam as aeróbicas; • Já a motilidade lenta, no colo, permite o
crescimento de grande quantidade de bactérias,
além da ação da papila ileal;
• O número de bactérias intestinais é maior que o
número total de células no corpo humano:
• A flora do colo é complexa e tem, o “Quem é o hospedeiro e quem são os
aproximadamente, 1.500 espécies de bactérias; comensais”;
• A distribuição dessas espécies tende a • Uma dieta rica em fibras, combustível para as
diferenciar entra os indivíduos. Mas a bactérias anaeróbicas, pode resultar em ↑ no
população tende a continuar a mesma durante número total de bactérias;
os anos, na ausência de efeitos adversos; • Uso de antibióticos de amplo espectro pode ↓
• A microbiota nativa predomina em drasticamente a colonização intestinal,
comunidades libres – biofilmes, associados ao resultando em alterações da função intestinal,
muco na superfície do epitélio: pelo menos temporariamente;
o Isso pode explicar a estabilidade da flora Funções fisiológicas da microbiota
com o passar do tempo;

Autor: Kevin Willys


• Experimentos realizados em animais revelam Geração de gás no intestino
que a microbiota intestinal não é essencial para • A microbiota intestinal também constitui a
a vida; fonte da maior parte do gás que se origina no
• Entretanto, a microbiota possui efeitos TGI;
mensuráveis sobre o hospedeiro; • A fermentação e outras vias metabólicas
• As bactérias colônicas, em particular, também promovidas por enzimas bacterianas no colo
desempenham funções metabólicas que não resultam na formação diária de grandes
podem ser realizadas pelas enzimas de volumes de gás, até mesmo em indivíduos
mamíferos: normais que não se queixam de qualquer
o Elas utilizam redutases para converter a problema de flatulência;
bilirrubina, um produto do metabolismo do
heme que é secretado na bile, em
urobilinogênio;
• As desidroxilases bacterianas atuam sobre os
ácidos biliares primários, produzindo ácidos
biliares secundários que entram na circulação
êntero-hepática;
• As enzimas bacterianas também são
responsáveis pela desconjugação de quaisquer
ácidos biliares conjugados que tenham
escapado da reabsorção ativa no íleo terminal,
possibilitando, assim, sua recaptação passiva ao
longo da mucosa colônica:

• A ausência desses sons intestinais fornece um


indicador seguro de que a motilidade intestinal
está inibida;

Anatomia do Intestino
Delgado
• É formado pelo duodeno, jejuno e íleo,
principal local de absorção de nutrientes dos
• A fermentação pode degradar quaisquer alimentos ingeridos;
carboidratos que escapam da digestão e da • Estende-se do piloro até a junção ileocecal (1ª
absorção no intestino delgado, como a lactose parte do intestino grosso);
em pacientes com intolerância a esse açúcar; Duodeno
• Uma função de importância crítica é ↑ a • A primeira e mais curta parte do ID, também
resistência da mucosa intestinal à colonização mais larga e mais fixa;
por microrganismos patogênicos:
• Tem um formato de “C” ao redor da cabeça do
o Mas podem causar doença quando
pâncreas, começa no piloro e termina na
conseguem dominar a flora;
flexura duodenojejunal;
o Exemplo é a Clostridium difficile, que
sintetiza um toxina que provoca lesão do
epitélio colônico, causando diarreia e colite;
Autor: Kevin Willys
• A maior parte está fixada pelo peritônio a • Artérias do duodeno → originam do tronco
estruturas na parede posterior do abdome e é celíaco e da artéria mesentérica superior;
considerada parcialmente retroperitoneal: o O tronco celíaco, pela artéria
gastroduodenal e seu ramo, a artéria
pancreaticoduodenal superior, supre a
parte proximal à entrada do ducto colédoco;
o A artéria mesentérica superior, pelo ramo
artéria pancreaticoduodenal inferior,
supre o duodeno distal à entrada do ducto
colédoco;
• Veias do duodeno → acompanham as artérias
• É dividido em quatro partes: e drenam para a veia porta, algumas
diretamente e outras indiretamente, pelas veias
mesentérica superior e esplênica;
• Vasos linfáticos do duodeno → acompanham
as artérias;
o Os vasos linfáticos anteriores drenam para
os linfonodos pancreaticoduodenais e para
os linfonodos pilóricos;
o Os vasos linfáticos posteriores drenam para
os linfonodos mesentéricos superiores;
o Parte superior → curta // situada
anterolateralmente ao corpo da vértebra L I //
tem o ligamento hepatoduodenal (parte do
omento menor);
o Parte descendente → mais longa // desce ao
longo das faces direitas das vértebras L I e L
III // o ducto colédoco e pancreático
principal entram em sua parede
posteromedial // esses ductos se unem para
formar a ampola hepatopancreática que se
abre na papila maior do duodeno;
o Parte inferior → cruza a vértebra L III;
• Nervos do duodeno → derivam do nervo vago
o Parte ascendente → curta // começa à
e dos nervos esplâncnicos (abdominopélvicos)
esquerda da vértebra L III e segue
maior e menor por meio dos plexos celíaco e
superiormente até a margem superior da
mesentérico superior;
vértebra L II;
Jejuno e Íleo

Autor: Kevin Willys


• A segunda parte, o jejuno, começa na flexura
duodenojejunal. A terceira parte, o íleo, termina
na junção ileocecal:
• Juntos, têm 6 a 7 m de comprimento;
• A maior parte do jejuno está situada no QSE e
a maior parte do íleo está no QID;
• A artéria mesentérica superior (AMS) irriga
o jejuno e o íleo via artérias jejunais e ileais:
• A veia mesentérica superior drena o jejuno e
o íleo. Se une à veia esplênica para formar a
veia porta;

Histologia do ID

• Lisozima e defensina: podem permeabilizar e


digerir a parede de bactérias, exerce controle
sobre a microbiota intestinal;
• Corte cripta:

• Enterócitos: células absortivas;

Autor: Kevin Willys


Jejuno

• Células M: células especializadas na captura e


transporte de antígenos;

Íleo

• Placa de payer: área com formato arredondado


sem vilosidade na superfície, em vez de células
absortivas, seu epitélio consiste em células M.

Endoscopia e
Cromoendoscopia
• A endoscopia um exame capaz de analisar a
mucosa do esôfago, estômago e duodeno;
o É feito através de um tubo flexível
(endoscópio) que possui um chip
Duodeno
Autor: Kevin Willys
responsável por capturar as imagens do o Pois nas vilosidades são encontradas as
sistema digestivo através de uma câmera; hidrolases da borda em escova e
o Importante para o diagnóstico de diversas transportadores de nutrientes;
doenças, como: gastrite, esofagite, tumores, • O tratamento consiste em evitar alimentos
sangramentos e doenças mais graves como contendo α-gliadina;
hérnia de hiato e estágios iniciais do câncer • Dentro de um curto período, a exclusão dessa
de estômago; substância da dieta resulta não apenas na
Tipos de endoscopia regressão dos sintomas, mas também na
restauração da estrutura normal da mucosa
• Broncoscopia → analisa a traqueia, brônquios
intestinal;
e parte dos pulmões;
• Cistoscopia → tem como finalidade relatar
casos de cálculos, tumores, endometriose, Referências
infecções urinárias, inflamações. Inserido
através da uretra; • BARRETT, K. E. Fisiologia Gastrintestinal.
• Colonoscopia → identifica a região interna do 2 ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.
cólon. Através do ânus até o ID; • MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A.
• Gastroscopia → conhecida popularmente M. R. Moore: Anatomia Orientada para a
como endoscopia. Avaliar os órgãos do sistema Clínica. 7 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
digestivo; Koogan, 2014.
• JUNQUEIRA, L. C. U.; CARNEIRO, J. C.;
Cromoendoscopia
ABRAHAMSOHN, P. Histologia básica:
• Consiste na aplicação de agentes que realçam a texto e atlas. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara
superfície da mucosa gastrointestinal, Koogan, 2018.
permitindo uma melhor avaliação da mucosa • Endoscopia digestiva alta: o que é, preparo e
durante a realização da endoscopia; cuidados | Alta (altadiagnosticos.com.br);
• SPED - Cromoendoscopia;
Doença Celíaca
• Ocorre redução da área de superfície absortiva
do ID, em geral em consequência da perda
seletiva de enterócitos maduros das
vilosidades;
• Resulta de uma resposta imunológica
inapropriada a um constituinte da dieta,
conhecido como α-gliadina, constituinte do
glúten, componente essencial de alguns cereais;
• É mais comum nas populações brancas;
• Podem exibir, nas formas mais graves, uma
mucosa “plana” característica na biópsia do ID,
que resulta numa perda total das vilosidades
intestinais;
• Os doentes podem apresentar sintomas de
comprometimento da absorção de nutrientes,
bem como a permanência de nutrientes não
digeridos e/ou não absorvidos no lúmen:

Autor: Kevin Willys

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