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CUIABÁ-MT
OUTUBRO - 2022
DIONISIA SOUZA MARQUES
CUIABÁ-MT
OUTUBRO – 2022
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Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 4
5. ADITIVOS .................................................................................................. 11
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1. INTRODUÇÃO
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2. DEFINIÇÕES E OBJETIVOS DO USO DE ADITIVOS
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Observa-se que a definição e catalogação dos aditivos segundo o MAPA
são similares à proposta europeia (Diretiva 70/524/CEE de 1970 e regulamentos
complementares), segundo a qual os aditivos são produtos ou preparados que
contém substâncias que, incorporadas nos alimentos para animais, são
susceptiveis de influenciar as características desses alimentos ou a produção
animal. A similaridade é justificada considerando o empenho que as autoridades
mundiais tem feito para harmonizar o controle de uso de aditivos para
alimentação animal.
Para o FDA (Food and Drug Administration), segundo o NRC (1999), aditivo
(Feed additive supplement) é a substância adicionada ao alimento dos animais
com a finalidade de melhorar o seu desempenho, passível de ser utilizada dentro
de determinadas normas e que não deixe resíduos no produto de consumo
(carne, leite, ovos).
Outras definições estão sendo propostas e todas objetivam melhorar a
aceitação dos aditivos pelo consumidor leigo, que frequentemente os associa a
produtos não desejáveis na alimentação dos animais. Para tentar minimizar o
preconceito, alguns setores sugeriram denominá-los melhoradores de
desempenho, enhancer, microingredientes ou pronutrientes. Entretanto, as
diversas interpretações e denominações do conceito de aditivo são, com certeza,
fatores complicadores para o entendimento do significado do produto, o seu uso
e a segurança de utilização, tanto para os estudiosos e usuários (o nutricionista
e seu público-alvo, os animais) quanto para o público consumidor. O que deve
ser adotado como critério é o esclarecimento adequado do que são os aditivos,
como atuam e, principalmente, quais são os organismos que controlam seu uso
na alimentação animal.
Independentemente do nome que possa vir a ser adotado para esses
produtos no futuro, é relevante ressaltar as importantes funções que os aditivos
têm, quais sejam:
1) preservar as características nutricionais das rações;
2) facilitar a dispersão dos ingredientes nas rações;
3) melhorar o crescimento dos animais; aumentar a ingestão do alimento;
suprir nutrientes essenciais na forma purificada; e
4) melhorar a aceitação do produto final (carne, ovos, leite) pelo
consumidor.
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3. REGULAMENTAÇÃO DO USO DE ADITIVOS PARA RAÇÕES
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4. REGISTRO DE ADITIVOS NO BRASIL
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Essa portaria estabelece que: antimicrobianos são todas as substâncias uti
lizadas para combater os microrganismos in vivo ou in vitro; os produtos
comerciais devem preferencial mente conter apenas uma substância ativa; são
proibidos os usos como aditivos promotores de crescimento de princípios ativos
antimicrobianos utilizados em terapêutica: tetraciclinas, penicilinas, cloranfenicol
e sulfonamidas sistêmicas.
2) Outras portarias proíbem o uso de nitrofura nos furazolidonas e
cloranfenicol (IN nº 9, de 27/06/2003) e avoparcina (Portaria SVS/MS n° 819, de
16/10/1998 e Ofício Circular DFPA n° 47, de 1998) como promotores de
crescimento nas rações dos animais.
3) A Instrução Normativa no 17, de 18/06/2004, proíbe o uso de substâncias
tireostáticas, androgênicas, estrogênicas, gestagênicas e B-agonistas na
alimentação de aves.
4) A Instrução Normativa nº 11, de 24/11/2004, proíbe o uso de olaquindox
na alimentação animal como aditivo promotor de crescimento.
5) A Instrução Normativa nº 34, de 13/09/2007, proíbe o uso de violeta de
genciana como aditivo antifúngico.
6) A Instrução Normativa nº 14, de 17/05/2012, proíbe a importação,
fabricação e o uso das substâncias antimicrobianas espiramicina e eritromicina
com finalidade de aditivo zootécnico melhorador de desempenho na alimentação
animal.
7) Instrução Normativa nº 01, de 13/01/2020 proíbe o uso da Tilosina,
lincomicina e tiamulina (como aditivo melhorador de desempenho).
Como já mencionado anteriormente, a Instrução Normativa n°13 de
30/11/2004 regulamentou o Decreto 76.986, de 06/01/1976 (MAPA) quanto ao
uso de aditivos. O objetivo proposto nessa Instrução Normativa foi de
estabelecer os procedimentos a serem adotados para avaliação de segurança
de uso, registro e comercialização dos aditivos utilizados nos alimentos para
animais.
As principais críticas a essa Instrução Normativa é que houve uma
preocupação excessiva em regulamentar o uso de probióticos, prebióticos e
enzimas, sem menção explícita ao uso de antimicrobianos como aditivos. Ou
seja, aparentemente os antimicrobianos usados como aditivo zootécnico
melhorador de desempenho não foram proibidos, nem tampouco seus usos
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regulamentados, pelo menos nessa IN. Entretanto, os técnicos do MAPA alegam
que esses produtos receberam a denominação de aditivo zootécnico melhorador
de desempenho, definida como "...substâncias definidas quimicamente que
melhoram os parâmetros de produtividade...". Mas o MAPA não deixou de se
preocupar com o uso de aditivos antimicrobianos. Para isso, constituiu grupos
de trabalho em 2003 (MAPA, Portaria SDA n° 808 de 06/11/2003), em 2006
(MAPA, Portaria SDA nº 40, de 08/01/2006) e em 2009 (MAPA, Portaria SDA n°
48, de 10/12/2009), prorrogada em 2010 (MAPA, Portaria SDA nº 176, de
09/04/2010), os quais enumeram uma série de recomendações para o uso
prudente de aditivos antimicrobianos melhoradores de desempenho que merece
ser transcrita:
1. "Evitar o emprego dos antimicrobianos classificados como criticamente
importantes para a terapêutica humana ou veterinária;
2. Verificar risco em relação à saúde humana e ao meio ambiente;
3. Ter em mente que o uso pode causar emergência de formas de
resistência bacteriana;
4. Usar sob supervisão de médico veterinário;
5. Fazer avaliação prévia de risco versus benefício para os animais a serem
tratados;
6. Usar produtos que tenham indicação exclusiva para essa finalidade e
sua atuação comprovada e aprovada como tal pelas autoridades; e
7. Ser rigoroso quanto às Boas Práticas de Uso, em especial, manter
anotações, cumprir a dosagem e o período de carência".
Além disso, como resultado desses grupos de trabalho, foram proibidos a
importação, a fabricação e o uso das substâncias antimicrobianas espiramicina
e eritromicina com finalidade de aditivo zootécnico melhorador de desempenho
na alimentação animal (Instrução normativa nº 14, de 17/05/2012).
Também foi publicado um Projeto de Instrução Normativa, apresentado
para consulta pública pela Portaria nº 137, de 25/7/2011, com o objetivo de definir
medidas destinadas a "...detectar, identificar, avaliar, relatar e monitorar os
eventos adversos de produtos de uso veterinário, de aditivos anticoccidianos e
de aditivos antimicrobianos melhoradores de desempenho...", o que indica que
os órgãos reguladores do MAPA estão em busca de normativas para controlar o
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uso de substâncias que possivelmente possam causar problemas à saúde
pública ao serem incorporadas na medicação ou alimentação animal.
Na tentativa, talvez, de se adequar a normativas internacionais, o MAPA
publicou a Instrução Normativa n° 42, de 16/12/2010 que isenta de registro
alguns aditivos para a alimentação animal, se utilizados na alimentação humana.
Ficaram excluídos dessa IN os antibióticos melhoradores de desempenho e os
anticoccidianos (IN n°42, de 16/12/2010, Item III, parágrafo 2), reforçando a
preocupação dos técnicos do MAPA em relação ao uso adequado desses
produtos.
Apesar das normativas existentes e das que virão no futuro, não se justifica
a falta de incentivos privados ao desenvolvimento de aditivos no Brasil. A maior
reclamação dos fabricantes dos aditivos, geralmente companhias multinacionais,
é a carência de uma legislação nacional que proteja suas patentes. Países do
Leste Europeu (Bulgária) e da Ásia (China, Taiwan, Vietnã), e mesmo o Brasil,
são considerados centros que não respeitam as patentes, oferecendo produtos
de preços mais competitivos porque têm custos de produção mais baixos.
Entretanto, os importadores brasileiros desses produtos alegam que somente
são oferecidas substâncias cujas patentes foram vencidas (mais de 10 anos).
Ainda, argumentam que alguns laboratórios multinacionais, aproveitando o baixo
custo de produção, transferiram sua unidade de fabricação para esses países.
5. ADITIVOS
5.1 Acidificantes/conservantes
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Ao melhorar o equilíbrio da microbiota intestinal favorecem ao hospedeiro,
com redução das necessidades de defesa, fornecendo energia com baixo
incremento calórico. Os principais ácidos orgânicos utilizados são: fórmico,
acético, propiônico, lático, fumárico e cítrico (Coloni, 2012)
Corassa et al. (2012) ressaltaram que a finalidade do uso dos ácidos
orgânicos na alimentação é alterar de maneira natural o status sanitário e
nutricional a partir do perfil microbiano do trato intestinal do animal. Freitas et al.
(2006) afirmam que o uso de acidificantes na ração reduz a frequência de
diarreia e melhoram o desempenho animal ao expressar atividade
antimicrobiana no estômago uma vez que o ácido não ionizado se difunde
através da membrana da bactéria e em seu interior, dissocia-se causando
acidificação do citossol, comprometimento da atividade celular e morte da
bactéria.
Com adição de ácidos orgânicos na alimentação há a diminuição do pH
gástrico, e consequentemente, menor trânsito intestinal (maior retenção gástrica)
e aumento da atividade de enzimas proteolíticas. Devido à menor taxa de
esvaziamento gástrico, muitas moléculas de proteínas podem ser mais
hidrolisadas, havendo efeito benéfico sobre a digestão, absorção e retenção dos
aminoácidos (Gabert e Sauer, 1994), levando a maior atividade da pepsina e,
consequentemente, maior digestão das proteínas.
Normalmente, se adiciona de 0,5 a 1,5% às rações. No entanto, a
quantidade do acidificante a ser adicionado ao alimento dependerá do seu pH e
de sua capacidade tamponante. Quanto a forma física dos ácidos orgânicos,
podem ser na forma líquida ou na forma de sais, apresentando menor odor
indesejável e maior facilidade de manuseio na fabricação das rações por serem
sólidos, menos voláteis e menos corrosivos. A manipulação dos acidificantes
deve ser feita com todas as precauções, uma vez que são corrosivos e irritantes
da pele e das mucosas.
5.2 Adsorventes
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maneira que ocorra intoxicação. Adsorventes inorgânicos e orgânicos têm sido
estudados no controle da biodisponibilidade das micotoxinas (Dawson et al.
2006).
Os adsorventes inorgânicos têm mostrado adsorver micotoxinas
específicas e são relativamente baratos e inertes a um nível nutricional (Van
Kessel e Hiang-Chek, 2001). Eles incluem alumino silicatos hidratados de sódio
e cálcio, zeolitas, bentonitas, sílicas específicas e carvão ativado (Wyatt, 1991).
Outra estratégia disponível para atenuar o efeito de micotoxinas é usar a
capacidade adsortiva dos complexos orgânicos, como carboidratos presentes na
parede celular da levedura.
Os adsorventes ligando-se às micotoxinas por adsorção física, com ligação
relativamente fraca, envolvendo as interações de van der Waals e a ligação com
hidrogênio ou por adsorção química, com interação mais forte, que envolve a
ligação iônica ou covalente. A eficiência do adsorvente depende da sua própria
estrutura química e também das características da micotoxina (Huwig et al.,
2001). Phillips et al. (1990) observou que o HSCAS demonstrou apresentar
elevada afinidade para a aflatoxina B1. Quando adicionado à ração a uma
concentração de 0,5% em dietas para aves contendo 7,5 mg/Kg de AFB1, o
efeito de inibição do crescimento destes animais foi diminuído significativamente.
Ao definir-se o tipo de adsorvente a ser utilizado, outro ponto que deve ser
destacado é a sua polaridade, que está ligada ao pH, se o mesmo é polar, capaz
de adsorver somente a aflatoxina ou se é bipolar, capaz de adsorver um espectro
maior de micotoxinas (Butolo, 2010), além disso, é fundamental que os
adsorventes não adsorvam nutrientes, tais como, vitaminas e microminerais no
trato gastrintestinal.
5.3 Aglutinantes
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em outras espécies, influenciam no conteúdo de umidade das fezes, na
velocidade de passagem pelo trato digestivo, na ingestão de alimento, no
balanço de minerais e no crescimento.
De acordo com Balazs (1973), o uso de aglutinantes fica limitado em
função do seu preço, da disponibilidade, das características físico-químicas do
material envolvido e da eficiência do equipamento empregado. Com adição dos
aglutinantes na ração ocorre diminuição da produção de finos e
consequentemente do desperdício, há distribuição dos nutrientes de forma
uniforme, melhoria da digestibilidade dos nutrientes através da ação mecânica e
térmica e redução da quebra dos pellets durante o transporte, garantindo maior
qualidade da ração. A proteína isolada de soja é muito utilizada em alimentos
para cães e gatos e aumenta a capacidade de peletização. Outros suplementos
utilizados como aglutinantes, com propriedades agregantes, são o lignosulfonato
e o polimetilocarbamida, específico para alimentos destinados a peixes e
camarões, dentre as argilas, a mais utilizada é a bentonita de sódio.
5.4 Anticoccidianos
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alimentação animal, evitando que haja produção de micotoxinas, assim como
perdas em valor nutritivo.
Segundo Butolo (2010) os fungos que crescem nos alimentos destinados
aos animais, podem produzir oxidação de vitaminas e de lipídeos, além de
reduzir o nível de energia do alimento, alterar o seu perfil de aminoácidos,
gerando problemas metabólicos e resultando em um baixo rendimento do animal
que está ingerindo esse alimento. Na medida em que o fungo utiliza glicose da
ração para crescer, como fonte de energia, consome oxigênio do ambiente
gerando dióxido de carbono e água como produtos finais do processo de
crescimento. O fungo ao produzir água assegura o seu crescimento contínuo,
pois a água não será mais limitante. Alguns exemplos de antifúngicos são o acido
propiônico e seus sais, formaldeído, diacetato de sódio, acido sórbico e violeta
de genciana (Bellaver, 2005).
Uma vez absorvido pela célula fúngica, os antifúngicos ácidos se dissociam
resultando no acúmulo de ânions polares dentro da célula. Na tentativa de
reestabelecer a homeostase celular o fungo inicia um processo de retirada dos
prótons (K+ ) acumulados em seu interior pela ação da bomba de ATPase, que,
por ser um processo ativo, promove o esgotamento e morte do fungo.
5.6 Antioxidantes
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A ação dos antioxidantes se dá normalmente, retardando o início da
peroxidação. As vezes competindo com o sítio de ligação do O2 , bloqueando a
reação inicial através da destruição ou complexação dos radicais livres contendo
oxigênio ativo, inibindo o processo catalítico da oxidação, entre outras como
descrito por Butolo (2010).
Os antioxidantes sintéticos mais comuns utilizados na alimentação animal
são o BHT (butil-hidroxi-tolueno) e etoxiquin (6 etoxi-1 ,2-dihidro-2,2,4-trimetil
quinolina), o etoxiquina é aprovado para ser usado somente em rações animais.
Atualmente temos observado questionamentos no tocante à segurança dos
antioxidantes sintéticos, o que tem direcionado a atenção para os produtos
naturais como os tocoferóis, uma família de isômeros estruturais conhecidos
coletivamente como Vitamina E.
No Brasil, o uso destes antioxidantes é controlado pelo Ministério da Saúde
que limita 100 mg/g para BHT como concentraçãos máxima permitida. A
legislação brasileira permite a adição de 300 mg/kg de tocoferóis em óleos e
gorduras, como aditivos intencionais, com função de antioxidante.
5.7 Aromatizantes / Palatabilizantes
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Conforme descrito por Butolo (2010), quanto ao que se refere aos corantes
artificiais, é muito importante o conhecimento da concentração mínima de
pureza, porcentagem de substâncias voláteis à temperatura de 135°C,
substâncias insolúveis em água, cloreto e sulfato de sódio, mistura de óxidos,
mistura de elementos químicos, tais como, chumbo (Pb), arsênico (As), cobre
(Cu), estanho (Sn) e zinco (Zn), sempre especificados como % máximas e %
mínimas e a pureza do corante.
Segundo a resolução nº 04 de 24 de novembro de 1988 do Conselho
Nacional de Saúde e do Ministério da Saúde, os corantes artificiais adicionados
aos alimentos processados à base 10 de cereais não deverão exceder a 0,01 g
/ 100g de produto a ser consumido.
5.9 Enzimas
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não-amiláceos estruturais e/ou fatores antinutricionais, que não são hidrolisados
pelas enzimas digestivas, diminuindo, assim, a viscosidade da dieta. A utilização
de enzimas exige cuidados especiais porque geralmente são instáveis em altas
temperaturas (70 a 75°C) e em alta umidade. Os níveis de inclusão podem variar
conforme enzima ou complexo enzimático e recomendações do fabricante.
5.9.1 Fitase
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a 90% de luteína, um carotenoide amarelo. A páprica apresenta entre 4 e 8 g/kg
de xantofilas, sendo 50 a 70% capsantina, um pigmento vermelho-alaranjado
(Galobart et al., 2004).
Os pigmentos são absorvidos no íleo juntamente com os ácidos graxos, na
forma de micelas, são esterificados e armazenados principalmente no tecido
adiposo e na pele como hidroxicarotenoides (Pérez-Vendrell et al., 2001).
Existem pigmentos sintéticos, tais como a cantaxantina, citranaxantina,
astaxantina e o apoester do ácido carotenóico, que podem substituir os
pigmentos naturais (Butolo, 2010).
A adição dos pigmentos sintéticos depende do nível de xantofila dos
alimentos, principalmente quando em sua composição existe a presença do
milho. Os pigmentos são destruídos pelo calor, pela oxidação e é muito
importante a adição de antioxidantes para a preservação dos mesmos nos
alimentos.
5.11 Prebióticos
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ruminantes, e por não serem digeridos na porção superior do trato intestinal, são
fermentados no cólon. Ao serem fermentados, exercem efeito de aumento de
volume, como resultado da estimulação do crescimento microbiano, além de
promoverem aumento no número de evacuações. Portanto, podem ser
classificados como fibras dietéticas (Roberfroid, 2002).
5.12 Probióticos
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intestinal para metabolismo pelas bactérias patogênicas é um fator limitante de
manutenção nesse ambiente (Macari e Furlan, 2005).
5.13 Simbióticos
Viola & Vieira (2007) argumentaram que o uso de ácidos orgánicos e inorgânicos
pode ser uma alternativa como aditivo alimentar aos antibióticos. Os autores
verificaram que a suplementação de misturas de acidificantes em dietas para
frangos de corte produz benefícios similares aos obtidos com o uso de
antibióticos promotores de crescimento em relação ao desempenho zootécnico
e à morfologia intestinal. Afirmam estes autores, que os resultados conflitantes
obtidos com o uso de ácidos orgánicos, apresentados na literatura, são,
provavelmente, devidos às diferenças no modo de ação dos diferentes ácidos, à
condição ambiental, à dose utilizada e à resposta avaliada.
O termo acidificação inclui redução de pH na ração e, especialmente no
trato digestivo dos animais, principalmente no estômago. O seu objetivo principal
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é o de auxiliar os animaisa manter um pH ótimo no estômago, permitindo uma
ativação e funcionamento corretos de enzimas proteolíticas no estômago. Além
disso, os ácidos orgânicos estimulam o consumo e o ganho de peso.
A atividade proteolítica inicial por ação da pepsina é necessária para que
ocorra a atividade subsequente da tripsina no intestino delgado. Caso o alimento
não digerido chegar no intestino delgado, as bactérias o utilizam. Portanto, caso
uma acidificação apropriada é alcançada, ocorre uma dupla ação contra
microorganismos patogénicos: uma proteção direta ao reduzir o pH, o que
favorece o desenvolvimento de bactérias não patogénicas e uma redução na
quantidade de substrato para bactérias patogénicas.
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Os antibióticos podem ser classificados segundo sua estrutura química, por
sua ação predominante, pela ação biológica, pela sua origem e pelo mecanismo
de atuação. Os promotores de crescimento disponíveis no mercado são produtos
originários a partir da fermentação de fungos ou bactérias, tais como,
virginiamicina, tylosina, lincomicina, avilamicina, tiamulina, bacitracina,
flavomicina, colistina, ou sintéticos químicos, tais como, o ácido 3-nitro, ácido
arsanílico, nitrovin, olaquindox, halquinol, ou elementos inorgânicos, tais como,
o cobre, o zinco e seus sais.
Os antibióticos atuam modificando diretamente o processo metabólico do
hospedeiro sem causar danos à flora intestinal, aumentam a capacidade de
absorção de nutrientes no trato gastrointestinal, atuam como agentes
microbianos de amplo espectro com pronunciada ação contra bactérias gram
positivas e gram negativas (Butolo, 2010). As dosagens de princípios ativos e o
tempo de retirada podem variar entre diferentes países e os regulamentos para
compostos específicos que mudam frequentemente. Com a possibilidade do
desenvolvimento de resistência bacteriana aos antibióticos e resíduos desses
micro-ingredientes nas carnes destinadas ao consumo humano, a Comissão
Europeia, decidiu proibir a inclusão dos antibióticos promotores de crescimento
na ração dos animais em acordo com o regulamento CE N°. 1831/2003
(Huyghebaert, 2011).
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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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7. REFERENCIA BIBLIOGRÁFICAS
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