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Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal

UTILIZAÇÃO DE FARINHA DE ORIGEM


ANIMAL EM RAÇÕES

Mestranda: Dionisia Souza Marques


Docente: Erika Martins de Figueiredo, Gerusa da Silva Salles Corrêa

Nutrição de animais não ruminantes


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Cuiabá, 03 de Novembro de 2022
NUTRIÇÃO INTRODUÇÃO

Gargalos
Produção animal
Melhoria do processo

Qualidade das matérias-primas

Ingrediente de má qualidade  Ração de má qualidade

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NUTRIÇÃO INTRODUÇÃO

Farinha de origem animal  processamento de subprodutos de frigoríficos

• Fonte alternativa  proteína e fósforo = reduz os custos da dieta

• Eleva o lucro  evita a poluição ambiental

Qualidade sanitária
Restrições
Variabilidade na composição nutricional

• Controle
Matérias-primas
• Processamento
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NUTRIÇÃO
PRINCIPAIS FARINHA DE ORIGEM ANIMAL UTILIZADAS

 Farinha de Carne e ossos

 Farinha de peixes

 Farinha de penas hidrolisadas

 Farinha de vísceras

 Farinha de sangue
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NUTRIÇÃO FARINHA DE CARNE E OSSOS

Ligamentos, mucosas, fetos e


A FCO  graxarias e frigoríficos
placentas, orelhas e pontas de cauda

Moídos, cozidos, prensados, triturados

Subproduto de abatedouros mais utilizado  fonte de cálcio, fósforo e proteína

Finalidade  fornecer fósforo e reduzir a inclusão do fosfato bicálcico

Mínimo 40% de proteína


Máximo 10% de umidade e gordura

É proibida a mistura de pelos, cerdas, cascos, chifres,


Sangue, fezes e conteúdo estomacal 5
NUTRIÇÃO
FARINHA DE CARNE E OSSOS

Rostagno et. al (2017)

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NUTRIÇÃO
Avaliação da Farinha de Carne e Ossos na Alimentação de Frangos de Corte
Faria Filho et al. (2002)

Consumo de ração (CR), ganho de peso corporal (GP), conversão alimentar (CA) e viabilidade criatória
(VC) nos períodos de0 a 21 e 21 a 49 dias de idade.

Características Avaliadas
Inclusão 0 a 21 dias de idade 21 a 49 dias de idade
de FCO
CR (g) GP (g) CA VC (% CR (g) GP (g) CA VC (%)

3% 1118 794 1,41 99,6 4352a 2024a 2,15 89,6

6% 1096 779 1,41 99,0 4221b 1963b 2,15 91,2

CV (%) 2,9 2,8 1,9 1,6 3,8 3,6 2,1 7,0

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NUTRIÇÃO FARINHA DE PEIXE

Seco e triturado  peixes inteiros ou de pedaços

Teor de sal  3%  rótulo da embalagem Superior a 7%

 Proteínas  acima de 58%


 Vitamina B12
 Cálcio e fósforo
 Aminoácidos  metionina e triptofano

2 a 5% da ração
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NUTRIÇÃO FARINHA
FARINHA DE PEIXE
DE CARNE E OSSOS

Rostagno et. al (2017)

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NUTRIÇÃO
FARINHA DE PENAS HIDROLISADAS

Cocção sob pressão  penas limpas e não decompostas

Abate de aves
Permite a participação  sangue

Não altere a composição

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Rostagno et. al (2017)
Frangos de corte machos alimentados com rações
NUTRIÇÃO contendo diferentes níveis de farinha de penas hidrolisadas

Níveis de farinha de penas hidrolisadas na dieta


CV
Variável
(%)
0% 2% 4% 6% 8%

PV (g) 2954,1 2927,6 2901,2 2874,7 2848, 2 3,0

GP (g) 2729,8 2703,8 2677,8 2651,7 2625,7 3,4

CR (g) 4581,3 4625,5 4577,2 4602,0 4658,0 4,1

CA 1,67 1,60 1,72 1,74 1,76 3,5


Holanda (2009)
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NUTRIÇÃO FARINHA DE VÍSCERAS

Cocção, prensagem e moagem de vísceras de aves  inclusão de cabeças e pés

Conter penas
Resíduos de incubatórios

• Proteína varia de 55 a 65 %

• Dourada a marrom

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Rostagno et. al (2017)
Frangos de corte alimentados com diferentes níveis de farinha de
vísceras de aves (FVA) na fase pré-inicial de 1 a 7 dias

Características
Níveis
(FVA) GP, g CR, g CA

0% 130,65 153,64 1,18


3% 133,30 152,83 1,15
6% 131,31 153,64 1,17
9% 133,23 152,68 1,15
CV (%) 3,01 2,87 2,18

Xavier, (2005)
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Desempenho (consumo de ração - CR, ganho de peso - GP, conversão alimentar - CA e peso
médio - PM) de frangos de corte de 1 a 42 dias de idade submetidos a dietas suplementadas ou
não com complexo enzimático (CE) Fortes, (2014)

Características
Complexo
Ingrediente
Enzimático CR, g/ave GP, g/ave CA, g/g PM, g/ave

Sem 5207 2905b 1,795a 2952b


GM
Com 5142 3056a 1,683b 3103a
Sem 5254 3018b 1,743a 3065b
CPS
Com 5145 3163a 1,627b 3210a
Sem 5313 3063b 1,736a 3110b
PS
Com 5246 3212a 1,634b 3259a
Sem 5204 3159b 1,652a 3206b
FV
Com 5175 3376a 1,534b 3423a

Coeficiente de Variação (%) 2,39 3,30 4,12 3,25


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NUTRIÇÃO FARINHA DE SANGUE

 Cocção e desidratação do sangue  abatedouros de bovinos e suínos

 Coagulação da seroalbumina  aquecimento lento

 Lisina, triptofano, fenilalanina e treonina  deficiente em Aas essenciais

 Rico em proteína bruta  baixa qualidade

 Pobre em vitaminas  baixa palatabilidade

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Rostagno et. al (2017)
Médias do consumo de ração (CR), ganho de peso (GP) e conversão alimentar (CA), utilizando
NUTRIÇÃO
níveis de farinha de sangue (FSB) na ração de codornas de corte, no período pré-inicial, entre
08 e 21 dias de idade. Silva, (2011)

Conversão
Níveis de FSB Consumo de Ração Ganho de Peso
Alimentar
(%) (g/ave/dia) (g/ave/dia)
(g/g)
0 125,90b 56,03c 2,26b
2 133,29b 57,20c 2,34b
4 137,21b 60,23bc 2,29b
6 170,29a 75,67a 2,25b
8 130,71b 69,09ba 1,89b
10 174,80a 53,03c 3,32a
Médias 145,33 58,76 2,39
CV 12,15 16,68 16,96
Efeito L1 Q2 Q2

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LIMITAÇÕES DAS FOA PARA USO EM RAÇÕES

Bellaver et al. Holanda Scheuerman


Faria Filho et (2009)
(2001) al. (2002) et al., 2007

Farinha de Farinha de Farinha de penas Limitações no uso


vísceras carne e ossos hidrolisadas de farinha de
penas e farinha de
Melhorou o Desempenho e sangue
desempenho rendimento Dietas de Qualidade de
frangos de corte suas proteínas.
20 % inicial 6%  3%
25 % Prejuízo no Até 8% Digestibilidade
crescimento desempenho
LIMITAÇÕES DAS FOA PARA USO EM RAÇÕES

A qualidade das FOA é perceptível a partir da:

 Contaminação bacteriana (salmonelas, Coli),

 Peroxidação das gorduras,

 Presença de poliaminas,

 Possibilidade da presença de príons causadores de


encefalopatias espongiformes,

 Composição química, Digestibilidade dos aminoácidos e da


energia.
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NUTRIÇÃO
CONTAMINAÇÃO POR SALMONELA

 Temperaturas de processamento

 eliminam parte da contaminação bacteriana

 Contaminação por microrganismos


 manipulação, transporte e estocagem

Reduzir  formaldeído

Reduzir a digestibilidade dos


aminoácidos e da energia

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NUTRIÇÃO PEROXIDAÇÃO DE GORDURAS

 FOA  ricas em gorduras Auto oxidam

 Oxidação  processo auto catalítico

 Temperatura, presença de enzimas, luz, e íons metálicos


 radicais livres

 Manejo adequado de produção e armazenamento.

 Antioxidantes  diminuir a auto oxidação


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NUTRIÇÃO
POLIAMINAS (AMINAS BIOGÊNICAS)

 Proteínas animais  aminas biogênicas

 Diferentes concentrações nos alimentos vegetais e animais

 Absorção  enzimas catabólicas  substâncias que causam toxicose

 Efeito depressivo  crescimento dos animais

 presença de aminas biogênicas

Concentrações na dieta
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NUTRIÇÃO
ENCEFALOPATIA ESPONGIFORME BOVINA (EEB)

Encefalopatias espongiformes  doença da vaca louca

Degenerativa fatal e transmissível

 Nervosismo

 Reação exagerada a estímulos externos

 Dificuldade de locomoção

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NUTRIÇÃO
DIGESTIBILIDADE DOS AMINOÁCIDOS E DA ENERGIA

Composição nutricional das farinhas  ordem de limitação dos aminoácidos

Variabilidade

 Tamanho das partículas,

 Níveis de substituição na ração,

 Origem e composição,

 Processamento A exatidão e a precisão

Essenciais para maximizar o desempenho das aves e


proporcionar melhor ganho de peso e eficiência alimentar
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NUTRIÇÃO
PROCESSAMENTO DAS FARINHAS DE ORIGEM ANIMAL

Picar e/ou
Moída
triturar

Gordura

Farinha

Retirar Drenagem
excessos prensagem Granulometria
de água centrifugada
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NUTRIÇÃO LEGISLAÇÃO

Normas de produção e inspeção higiênico-sanitárias

FOA  RUMINANTES  Proibida no brasil

FOA  MONOGÁSTRICOS  Permitido

Alguns países importadores  Ingredientes de origem vegetal

Condições higiênico sanitárias do local, construções e equipamentos

 Tratamento térmico  Esterilização


 (BPF)
 (PPHO)
Programas efetivos de fiscalização
 (APPCC) e controle de resíduos 25
NUTRIÇÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS

Farinhas de origem animal  qualidade  alternativa

 Redução de custos
 Redução da poluição ambiental

Variações na composição  dificultam sua utilização

Qualidade duvidosa
Risco a produção animal
Altas taxas de contaminações

Programa de controle de qualidade 26

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