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DISCIPLINA ZOO 154 -

BOVINOCULTURA DE CORTE

TERMINAÇÃO DE BOVINOS EM
CONFINAMENTO

Otávio Rodrigues Machado Neto


Doutorando em Zootecnia DZO/UFLA
Confinamento
• Inicialmente utilizado como forma de explorar o diferencial de preços
safra/entressafra (o diferencial poderia atingir mais de 40%)

• Atualmente o confinamento deve ser visto como uma estratégia para o


manejo das pastagens e da propriedade (não há tão acentuado diferencial
de preços como antigamente);

• Possibilidade de retirada dos animais mais pesados do pasto, durante a seca

• O confinamento substitui tecnicamente oito meses de pastejo por 80 dias de


cocho (Lanna, 2003).
Confinamento

• A retirada de animais pesados do pasto permite melhorar a


disponibilidade de forragem para outras categorias do
rebanho.

• Forma de promover redução na idade de abate, com


liberação de área para entrada de novos animais no
sistema.

• Como o confinamento brasileiro tem duração de 70-80 dias,


permite a terminação de dois a três lotes em um mesmo
curral dentro de uma estação de confinamento (necessidade
de maiores GMD)
Confinamento
• Frigoríficos também se beneficiam do uso da tecnologia de
confinamento;

→ Possibilita fornecimento constante de matéria prima ao longo


da entressafra (Brasil central → seca prolongada acarreta
dificuldades para manter escala de abate)

→ Outro importante benefício para a indústria frigorífica seria a


possibilidade de aumento no peso de abate (Brasil, um dos
menores do mundo). Vale a pena abater animais  pesados?
O ínicio da intensa deposição de
gordura na carcaça varia em função
de RAÇA e CLASSE SEXUAL
Animais inteiros iniciam deposição
de gordura em pesos mais
elevados (crescimento muscular
por maior período de tempo)
Evolução típica do desempenho dos bovinos durante o período de
confinamento (Adaptado dos resultados da BOVIPLAN – 2001)
Variáveis Período de confinamento (dias)
01 - 30 31 - 60 61 - 90 91 - 120
Peso vivo inicial – kg 360 402 441 468
Peso vivo inicial – @ 12,0 13,67 15,29 16,54
Peso vivo final – kg 402 441 468 480
Rendimento de carcaça – % 51,0 52,0 53,0 54,0
Peso vivo final – @ 13,67 15,29 16,54 17,28
Ganho de peso – kg 1,400 1,300 0,900 0,400
Total de @ ganhas no período 1,67 1,62 1,25 0,74
Consumo de alimentos (Kg MS)
Silagem de capim 125 138 149 156
Milho grão moído 85 95 102 107

Farelo de soja 24 27 29 30,5


Mistura mineral 4 4,5 5 5,2
TOTAL 238 264,5 285 298,7
Conv. alimentar – kgMS/kg de 5,67 6,78 10,56 24,89
ganho
Conv. Alimentar – kgMS/@ ganho 142,51 163,27 228,00 403,65
Custo do ganho – R$/@ 25,05 28,70 40,08 70,96
Crescimento de bovinos de corte

         


        
'(
"# $%&  "     
 & !  
      
    
       )  
    


35 % 60 %
Crescimento de bovinos de corte

   X  

            

                

   

  
Confinamento

• A produção de carcaças com maior grau de acabamento


(superior a 3-4mm) deve depender da existência de
bonificação por parte dos frigoríficos (o custo energético e R$
para se aumentar acabamento é alto)

• Em média, os frigoríficos que praticam bonificação ao


produtor pagam adicional de 1 a 5%/@.

• O Brasil tem dificuldade de entrada em mercados como


Japão, Coréia do Sul, Estados Unidos e México.
Confinamento

• No Brasil o confinamento se concentra nos meses de maio


a novembro (estação seca). Limitações da utilização de
confinamento durante o período das águas:

→ Expectativa de baixo valor de arroba no fim das águas;


→ Maior competição com o boi terminado a pasto (↓custo)
→ Altas temperaturas podem reduzir conforto e desempenho
→ A formação de lama nos currais reduz CMS e GMD.
→ Maior preço de alimentos volumosos e concentrados
Nutrição de bovinos confinados
• Características das dietas utilizadas no país

→ 72% dos confinamentos utilizam silagem como volumoso


(Levantamento BeefPoint, 2008);

→ A maioria dos confinamentos avaliados trabalham com cerca de


30-35% de volumoso na dieta;

→ A alta inclusão de volumosos pode inviabilizar grandes


confinamentos (risco agronômico/área necessária/decisões
muito antecipadas)
Principais ingredientes utilizados nos
confinamentos brasileiros (ASSOCON, 2007).
Potencial de uso de alguns
alimentos
• Bagaço de cana
→ De cada tonelada de cana moída na indústria são obtidos
300 kg de bagaço.

→ Interessante para sistemas de produção com alta inclusão


de concentrados (estímulo da motilidade ruminal)

→ Volumoso de baixo valor comercial


Polpa cítrica para bovinos em
confinamento

Tabela 11- Desempenho de tourinhos Santa Gertrudes recebendo diferentes níveis de polpa
cítrica na dieta
Variável Porcentagem de Polpa Cítrica
0 25 40 55
Peso corporal Inicial (kg) 305,24 308,86 314,63 315,87
Peso corporal final (kg) 439,71 452,71 450,43 454,86
Rendimento de carcaça (%) 53,17 53,69 53,25 54,33
Ganho de peso corporal (kg/dia) 1,462 1,564 1,476 1,511
Adaptado de Henrique et al. (2006)
Casca de soja
     
     
      
    
     
    
  

            


    
Casca de Soja- Composição
Química
• Celulose = 14 a 25% Fatores Determinantes:
• Hemicelulose =14 a 20% Processamento
• Pectina = 10 a 12%
• Lignina = 3 a 4% de lignina. Variedade
• FDN = 57 a 74% Maturidade
• Proteína Bruta = 9 a 17%
• Matéria Mineral = 4 a 5%
• NDT = 80%
Caroço de algodão
• Subproduto da indústria textil.

• Alto teor de extrato etéreo limita o uso (afeta negativamente


o CMS). Dietas para ruminantes normalmente não devem
conter mais de 7% EE na MS total.

• É um alimento diferenciado, pois apresenta alta concentração


de óleo, proteína e fibra, permitindo a substituição de
alimentos volumosos sem prejudicar a fermentação ruminal.
Caroço de algodão

• O caroço de algodão pode ser definido como concentrado


devido ao seu alto valor de energia e proteína.
Entretanto, sua fibra é tão efetiva quanto a de forragens
(Ezequiel, 2001)

• Havartine (2002) estudando a efetividade da fibra do


caroço de algodão integral, observou que este apresentou
84% da efetividade da FDN da silagem de alfafa, e que o
uso de até 15% de caroço de algodão na ração mantém a
atividade ruminal em dietas com baixo conteúdo de FDN
de forragem.
Caroço de algodão
• Dados da literatura indicam que a inclusão acima de 12-
15% da dieta total promove redução do desempenho
animal (menor GMD, Peso de carcaça e AOL)

• Gossipol: Intoxicação não é comum de ocorrer em


ruminantes. Quantidades superiores a 25 g de gossipol
livre/dia (3 a 4 kg de caroço de algodão/an/dia) podem
causar intoxicação. O gossipol existe sob suas formas:
livre e ligado (não causa problemas de intoxicação)

• Não há dados na literatura comprovando que a inclusão do


caroço de algodão na dieta de bovinos de corte afete o
sabor da carne.
Consumo alimentar.
• Existe uma correlação entre densidade energética da dieta e o
CMS:

→ Se a densidade energética é alta (↓ Fibra) em relação às


exigências do animal, o consumo será limitado pela demanda
de energia do animal (rúmen não ficará repleto)

→ Se a densidade energética é baixa ( Fibra) em relação às


exigências do animal, o consumo será limitado pelo efeito de
enchimento

→ Geralmente, a maximização do consumo leva à uma


maximização de volumosos na ração, pois estes são de baixa
densidade energética
Consumo alimentar.
Fatores fisiológicos que
afetam o consumo
• Composição corporal:
→ O CMS diminui 2,7% para cada 1% de aumento na gordura
corporal desde que esta ultima varie dentro da amplitude de 21,3
a 31,5% (Ferramenta que pode ser utilizada para verificar se o
lote atingiu o ponto de abate)

• Sexo
→ Novilho ou Novilha – parece haver efeito limitado sobre o CMS
(ARC, 1980). Em pesos inferiores a 250 kg, novilhas tem grande
capacidade de CMS quando comparada aos novilhos e touros.
NRC (1984) – predição de CMS deveria ser reduzida em 10%
para novilhas com médio ECC.
Fatores fisiológicos que
afetam o consumo
• Idade
→ O NRC (1996) sugere um aumento de 10% na predição para bovinos
de sobre ano no inicio da alimentação em confinamento quando
comparado a bezerros.

• Estado fisiológico
→ Vacas em lactação podem aumentar o consumo de alimento em 40 a
50%, tendo por base de comparação o período seco, o mesmo peso
corporal e a mesma dieta. A queda na ingestão seria de 2% para
cada semana durante as últimas 14 semanas de prenhez.
Fatores fisiológicos que
afetam o consumo
• Tamanho corporal:
→ A seleção genética para desempenho produziu animais
com maior potencial de CMS. Animais maiores tem maior
ELm. Raças continentais podem consumir 10% a mais do
que raças britânicas (50% do gasto total de energia para
mantença são devidos a reciclagem protéica e transporte
de íons através das celulas).

→ Animais da raça Brahman e seus cruzamentos com raças


britânicas têm menor CMS que animais de raças
britânicas, alimentados com forragem de alta qualidade
Fatores ambientais que
afetam o consumo
• Implantes anabólicos:
→Proibidos no Brasil, tendem a aumentar o consumo de
alimentos em cerca de 8% com uma variação de 4 a 16%
(NRC, 1996).

→ Nos EUA a utilização de implantes é liberada para animais


de todas as idades, desde a fase de cria até a terminação.
Implantes anabólicos promovem alteração da composição
do ganho de peso (aumenta deposição de proteína e
diminuição a deposição de gordura na carcaça).
Fatores ambientais que
afetam o consumo

• Implantes anabólicos:
→Animais implantados atingem a mesma composição corporal que um
animal não implantado com peso superior (Perry et al., 1991)

•Ionóforos:
→ Promove redução do CMS em cerca de 3%. Considerando um custo
médio de R$4,00/dia/confinamento, representa uma economia de
0,12 reais/dia. Pensando em um confinamento de 5 mil animais, Qual
seria a economia ?. Monensina é o principal ionóforo.
Fatores ambientais que
afetam o consumo
• Deficiência de proteína:

→ Pode diminuir o consumo, principalmente em dietas com alto


FDN. Dietas com < de 7% de P.B.

• Predição de consumo de matéria seca por bovinos:

→ Equações de predição tem alto valor prático. Importante na


formulação de dietas.
Predições do consumo
NRC (2000)
• Cálculo da Energia Líquida de Mantença da dieta
→ ELm = 1,37 x EM – 0,138 x EM2 + 0,0105 x EM3 - 1,12

• Consumo de energia líquida diário:


→ ELm-d = PV0,75 x 0,2435 x ELm – 0,0466 x ELm2 – 0,1128

• CMS = ELm-d / ELd


Predições do consumo.

• Equação para situações práticas (NRC, 2000):

→ CMS = 4,54 + 0,0125 x PVinicial

• Nenhuma equação é eficiente em todas situações de


produção. As equações de predição tem como objetivo
fornecer uma orientação geral.
Exigências de energia
• Exigências de Energia Líquida de Mantença

→ Produção de calor em jejum: 77 kcal/kg/PCVZ0,75 (Para zebuínos –


NRC (2000) considera desconto de 10% (animais castrados)

→ Energia despendida no metabolismo basal e pelo calor produzido


pelas atividades voluntárias.

→ Zebuínos x Taurinos quanto a Exig. de mantença


Taurinos x Zebuínos quanto
às exigencias de mantença
• Menor tamanho de vísceras

• Menor taxa de proteólise muscular no post-mortem


(  atvdd de calpastatina)

• Reciclagem protéica corporal (um dos principais


componentes dos gastos energéticos envolvidos
com a mantença) inferior a de taurinos
Fatores de ajuste da ELm
• Animais mais gordos ( gordura corporal) tem aumento em sua
exigência de energia para mantença

• NRC (2000) sugere fatores de ajuste na equação de CMS para


este tipo de situação

• De acordo com a equação – observa-se que animais com menor


escore de corporal no ínicio do período de alimentação –
apresentarão menor ex. de mantença (FENOMENO DO GANHO
COMPENSATÓRIO)

COMP = 0,8 + (CS – 1) * 0,05


onde: CS = Escore de condição corporal
Fatores de ajuste para
temperatura
• A produção de calor pelos animais é resultado do metabolismo dos tecidos
e da fermentação no TGI. Dentro da zona de termoneutralidade a
produção de calor é independente da temperatura e determinada pelo
CMS e Eficiencia de uso dos alimentos

• Quando a temperatura aumenta acima da temperatura crítica superior, a


PRODUTIVIDADE diminui, basicamente como resultado do menor
CMS/Aumento da frequência respiratória e batimentos cardíacos –
aumento da energia para mantença.

• Quando a temperatura diminui, abaixo da zona de temperatura crítica


mínima, ocorre aumento da exigência de energia líquida para mantença
(produção de calor deve aumentar para manter temperatura corporal)
CÁLCULOS DE EXIGÊNCIAS
NUTRICIONAIS DE BOVINOS DE
CORTE UTILIZANDO O SISTEMA
NRC (2000)
Cálculos das exigências
nutricionais

• Exig. de energia para mantença e ganho de peso

• Exig. de proteína para mantença e ganho de peso

• Exig. de cálcio e fósforo para mantença e ganho de


peso
ENERGIA.

• Calcular as exigências de energia para:

→ Novilho castrado com peso inicial de 300 kg

→ Ganho médio diário de 1,00 kg/dia

→ Peso vivo final em jejum de 533 kg.


ENERGIA
• 1º-) Cálcular peso equivalente (EQSBW):
EQSBW = SBW * (SRW/FSBW)
EQSBW = 300 * (478/533) = 269 KG →
- Com 300 kg, esse novilho atinge a msma composição corporal
que tinha o novilho padrão com 269 kg. Evita infinidade de
fórmulas para cada tipo de animal.

EQSBW = peso equivalente de um novilho de tamanho médio castrado descrito


pela equação do NRC (1984);

SBW = Peso inicial em jejum (14-16h00). Em situações práticas: Peso em jejum


é 96% do PV (PJEJUM = 0,96 X PV)

SRW = Peso padrão de referência de 435, 462 e 478 kg para teor de gordura
final no corpo de 25,2; 26,8 e 27,8%, que corresponde ao marmoreio
definido como traço, leve e pequeno, respectivamente e FSBW é o peso final
em jejum.
ENERGIA.
• Calcular Peso de corpo vazio equivalente (EQEBW):
EQEBW = 0,891 X EQSBW
EQEBW = 0,891 X 269 = 239,7 KG

• Calcular o Ganho de Peso de Corpo Vazio (EBG)


EBG = 0,956 X GPVJ
EBG = 0,956 X 1,00 = 0,956

• Calcular a ENERGIA RETIDA (EXIGÊNCIA DE ENERGIA LÍQUIDA)

ER = 0,0635 X EQEBW0,75 X 0,9561,097 =


ER = 0,0635 X 239,70,75 X 0,9561,097 = 3,68 Mcal/Dia

IMPORTANTE: AUMENTAR 18% PARA FÊMEAS (COMPOS. CORPORAL)


DIMINUIR 18% PARA INTEIROS (COMPOS. CORPORAL)
Energia Líquida
Ø É a porção da energia digerida que é
utilizada pelo animal para mantença e
produção. O conteúdo de energia líquida de
um produto animal é numericamente o seu
conteúdo de energia bruta, também
conhecido como valor energético
ENERGIA
• EXIGÊNCIA DE ENERGIA LÍQ PARA MANTENÇA

ELm = 0,077 Mcal/kg PV 0,75 (NOVILHAS E MACHOS


CASTRADOS)

ANIMAIS INTEIROS: 15% SUPERIOR (TECIDO MUSCULAR


CONSOME 23% DO TOTAL DA ENERGIA REQUERIDA PARA
MANTENÇA).

Para o nosso exemplo (An. Castrado de 300 kg) =


ELm = 0,077 Mcal x (3000,75) = 0,077 x 72,08 = 5,55 Mcal/dia
ENERGIA.
• CONVERTER ENERGIA LÍQUIDA DE MANTENÇA (ELm) E
ENERGIA LÍQUIDA PARA GANHO (ELg) em ENERGIA
METABOLIZÁVEL:

• NECESSÁRIO CONHECER A EFICIÊNCIA DE UTILIZAÇÃO


DA ENERGIA MET. para MANTENÇA (Km) e para GANHO
DE PESO (Kf):

• Usar equações do NRC (1996) para ELg (Mcal/kg MS) e


ELm (Mcal/kg de MS da Dieta). Dieta c/ 2,5 Mcal/kg.

ELg = 1,42.EM – 0,174.EM2 + 0,0122.EM3 – 1,65 =


ELm = 1,37.EM – 0,138.EM2 + 0,010.EM3 – 1,12 =
ENERGIA
• Vamos supor que os animais de 300 kg, ganhando 1
kg/dia estão recebendo uma dieta com 2,5 Mcal de
energia metabolizável (EM): O valor de ELm seria
1,61 Mcal/kg de MS e de ELg seria 1,0 Mcal/Kg MS.

• Calculando a eficiência de uso da energia metaboliz.

→ Para MANTENÇA: Km = 1,61 Mcal / 2,5 Mcal = 64%


→ Para GPD: Kf = 1,00 Mcal / 2,5 = 40%
ENERGIA.
• O NRC (1984) postula que a eficiência de
utilização da energia metabolizável para
mantença varia de 57,6% a 68,6% e para
ganho de peso, de 29% a 47,3%, considerando
a concentração de EM das rações de 2,0 e 3,2
Mcal/kg de MS, respectivamente.

• Neste exemplo, considerando uma ração com


2,5 Mcal, o Km foi de 64% e o Kf de 40%, ou
seja, valores próximos da média do NRC.
Eficiencia de uso da
energia
• Dietas: concentrado x volumoso;

• Metano, Ruminação, Incremento calórico

• Concentrado e o valor de K.

• Menor Elm da dieta (Mcal/kg MS)


ENERGIA.
• Dividindo-se as EXIGÊNCIAS DE ENERGIA
LÍQUIDA PELA EFICIÊNCIA DE USO DA EM,
obtém-se as exigências de EM.

• ELm = 5,55 Mcal/0,644 =

• ELg = 3,68 Mcal / 0,40 =

• Exig. Total de EM =
ENERGIA
• Existe maior disponibilidade do valor energético
dos alimentos, na forma de NDT (Nutrientes
digestíveis totais) nas tabelas de exigência:

• Convertendo EM para NDT :

→ EM = 0,82.ED (Exig. Total EM = 17,82 Mcal/dia)


→ ED =
→ NDT: 1 Kg de NDT = 4,409 Mcal de ED.
ENERGIA
• Supondo um animal de 300 kg, castrado com CMS =
2,5 % do P.V (7,5 Kg MS/dia)

• Determinando a exigência de NDT na dieta assumindo


o CMS de 7,5 kg/dia:

• % de NDT na MS da dieta =

• QUAL A IMPORTÂNCIA DA CORRETA PREDIÇÃO DO


CMS ? EQUAÇÕES TEM GRANDE IMPORTÂNCIA NA
PRÁTICA.
CALCULANDO EXIGÊNCIAS DE
PROTEÍNA
Evolução dos conceitos utilizados
NRC (1984) – Proteína bruta
NRC (1985) – Proteína degradável e não degradável no rúmen

NRC (1989) – Proteína absorvida (DIP + UIP)


INRA (1989) – PDI – proteína digestível no intestino PDIA - PDIM

CNCPS (1992)

AFRC (1993)
Proteína metabolizável NRC (1996)
CNCPS (2000)
NRC (2001)
Proteína
Dietética

Não degradada Degradada

AGV
C NH3
Sínt.

Proteína
Microbiana

Proteína Proteína Proteína


Dietética Absorvida Microbiana
PROTEÍNA
• Exig.Proteína Metabolizável (NRC, 1996)

• MANTENÇA: 3,8 g / Kg PV 0,75


→ Considerando o animal castrado de 300 kg de PV.
→ PMm (g/dia) =

• PROTEÍNA PARA GANHO DE PESO (1,00 kg/dia)


→ PR = GPVJ*(268-(29,4*ER / GPVJ))

→ PR = 1*(268-(29,4*3,68/1)) = 159,8 g/dia


(exigência líquida de proteína)
PROTEÍNA
• Convertendo exigências líquidas de proteína em
exigências de proteína metabolizável:

→ É necessário saber a eficiência de uso da proteína


metabolizável:

→ Para animais com até 300 kg (NRC, 1996) usar


a equação:
Ef = 83,4 – (0,114 x EQSBW)
PROTEÍNA.
• Então, qual seria a exigência de
proteína metabolizável para um animal
castrado de 300 kg ganhando 1,0
kg/dia ?

• Pmet = 159,8 (EXIG.LIQ.DE PTN)


0,527 (EF. DE USO)
PROTEÍNA.
• Exigências totais de PROTEÍNA METABOLIZÁVEL = 274 g
(MANT) + 303 g (GANHO) = 577 g/dia

• Podemos converter para PDR e PNDR:

• NRC (2000) considera que são sintetizados 130 g de PMIC / Kg


de NDT ingerido. Considera ainda, que a PMIC tem 80% de
aminoácidos e que a digestibilidade vddeira de aas no ID é
80%

• NRC (2000) considera que a PMIC tem 80% de aminoácidos.


Além disso, considera que a PNDR tem 80% de digestibilidade
no intestino delgado.
PROTEÍNA.
• Atendendo as exigências diárias de 577 g/dia de PMet:

→ Segundo o NRC (2000): 1 kg de PDR = 1 kg de PMIC

→ 130 g PMIC x 4,93 kg de NDT = 640,9 gramas de PMIC

→ 80% da PMIC é realmente aminoácidos e tem 80% de


digestibilidade. Então a PMIC produz quanto de PMet ? ?

→ A síntese microbiana fornece quanto de PMet/dia =


PROTEÍNA
• Calculando exigência de PNDR.

→ A exigência de PMet é 577 g/dia, e 410 g/dia já foram


atendidas pela síntese microbiana. 577-410 = 166,8.

→ 166,8 g/dia da PMet deverão ser atendidas pela PNDR.

→ Considerando que a PNDR tem 80% de digestibilidade


intestinal, a exigência de PNDR na dieta é =
PROTEÍNA
• Desta forma, as exigências de PDR seriam
de 640,9 gramas por dia (130 g PMIC X
NDT ingerido) e as exigências de PNDR
208,5 gramas por dia.

• PB = PDR + PNDR =

• % de PDR e de PNDR nesta dieta =


PROTEÍNA
• Uma maneira aproximada de se converter as
exigências de PMet em PB é utilizar o fator 0,67 (PMet
/ 0,67).

• O que é o fator 67,2%:

→ 80% da PTN que chega no ID é PMIC e 20% é PNDR.


Consequentemente: 80 x 0,64 (80% de AA´s com 80%
de dig) + 20% x 0,80 (20% de PNDR com 80% de dig)
PROTEÍNA.

• Calculando percentual de PB, PDR, PNDR nas


rações:

• Supondo CMS = 2,5% PV para o animal de


300 kg, e as exigências de PB = 849,4 g/dia.

• PB, PDR, PNDR (%) =


CÁLCIO E FÓSFORO.
• Cálcio para mantença (g/dia)
Ca (mant) = 0,0154 x P.V. / 0,5.

• Cálcio para ganho de peso (g/dia)


Ca (ganho) = 0,071 x PR/0,5

• Considerando o animal De 300 kg...


CÁLCIO E FÓSFORO
• Fósforo para mantença (g/dia)
P (mant) = 0,016 x PV/0,68

• Fósforo para Ganho (g/dia)


P (ganho) = PR x 0,045/0,68

• Exemplo do novilho castrado de 300 kg...


CÁLCIO E FÓSFORO
• Exigência de fósforo para mantença = 7,06
g/dia (0,016 x 300/0,68)

• Exigência de fósforo para ganho =


10,6 g/dia ((0,045 x 159,8)/0,68)

• Exigências totais = 17,66 g / dia


CÁLCIO E FÓSFORO.
• Convertendo em % da MS da dieta total.

• CMS = 2,5% PV. (An 300 kg = 7,5 kg MS)

• Exig total (m+g) de Ca = 31,94 g


• Exig total (m+g) de P = 17,66 g
• Ca na MS (%) =
• P na MS (%) =
NUTRIENTES DA DIETA:
• PB = 11,3% PB da MS (8,53% de PDR e 2,77%
de PNDR)

• NDT = 65,7% da MS

• Ca = 0,43 % da MS

• P = 0,23 % da MS
MANEJO NUTRICIONAL DE
BOVINOS CONFINADOS
ADAPTAÇÃO AO CONFINAMENTO

• Estresse da viagem (distância)

• Período que antecede o confinamento

• Diarréias nos primeiros dias

• Baixo CMS nos primeiros dias


MANEJO DE BOVINOS
CONFINADOS
• A forma como os bovinos são manejados ANTES e
DURANTE o transporte para o confinamento irá
alterar o desempenho durante a terminação

• Segundo Owens (2007) a cada 1% de perda de


peso vivo durante o transporte, é observado:
→ Redução no GMD em 4%
→ Redução no CMS em 3%
→ Redução na E.A. em 1%
ADAPTAÇÃO AO CONFINAMENTO

• Evitar inclusão de uréia nos primeiros dias

• Alta frequência de distrib. de dieta

• Evitar grandes períodos sem disponibilidade de


dieta no cocho.
ADAPTAÇÃO AO CONFINAMENTO
• 22% do total de mortes observadas nos confinamentos
americanos são devidas a problemas digestivos (Nelore x
Taurinos).

• Seleção de dieta contra concentrados (Zebu > 70%)

• Importância da adaptação a alta proporção de concentrados


na dieta (rápida ou gradual)

• Fornecimento ad libitum ou restrito ?


ADAPTAÇÃO AO CONFINAMENTO
• Alguns trabalhos sugerem que alta
disponibilidade de dieta causam padrão irregular
de consumo ( forma de evitar a acidose ? )

• Desperdício de alimentos (custo ?)

• Desordens digestivas
Lote A: 1,71 kg/dia CA Lote A: 9,58 kg
Lote B: 0,94 kg/dia CA Lote B: 5,35 kg
Alimentação restrita

• Possibilidade de redução de acidose sub


aguda (poucos resultados)

• Redução de consumo e aumento de


digestibilidade ?

• Melhoria da eficiência alimentar (pode chegar


a 8%, segundo Sainz (1997))
ADAPTAÇÃO AO CONFINAMENTO

• Bartle & Preston (1992)

Consumo restrito: Múltiplos da Mantença:

CMSmáx = 0,077 Mcal x PV0,75 / ELm (Mcal/kg MS) x MM

2,1x ; 2,3x ; 2,5x ; 2,7x ; 2,9x


Métodos para restrição do
consumo em confinamento
1. Métodos já testados e limites ideais
90 to 95% do “Consumo esperado.”
90 to 95% do “Consumo histórico”

2,7 a 2,9x a exigência de ELm

Fixar uma porcentagem do peso vivo

FONTE: OWENS (2007)


ADAPTAÇÃO AO CONFINAMENTO
• Bartle & Preston (1992): Concentrado crescente
→ 65%, 75%, 85%, 90% (dieta final). 7 dias/cada.

• Bierman & Pritchard (1996): 45%; 65%; 75%;


82% e dieta final com 92% de concentrado (11
dias com cada dieta). Utilizou tb a dieta final de
forma restrita (1,74% P.V. com aumento
gradativo na oferta)
ADAPTAÇÃO AO CONFINAMENTO

• No Brasil as dietas tem menor teor de


concentrado em relação as americanas!

• Em média, cada fase do aumento deve durar de 7


a 9 dias. Dietas nacionais em média, com 70% de
concentrado. Saber a nutrição prévia é importante

• Alguns confinamentos, iniciam apenas com


silagem e farelo protéico (3 a 7 dias).
ESCORE DE COCHO
Lectura
(Pritchard, 1993)

Lectura Interpretación

4 Alimento intacto. Cordillera aun visible.

3 Cordillera no existente. Queda 50% del alimento.

2 25% a 50% del alimento en el comedero.

1 Capa de alimento en el fondo del grosor de una semilla.

½ Moronas. Comedero húmedo de saliva.

0 Vacío. Comedero seco o húmedo.


Bunk Score 0 to 1/2
Bunk score 1 and 2
Lectura
(Pritchard, 1993)

Lectura diaria necesaria


Comparación con registros de 3 a 5 dias pasados
Actuar en forma mesurada

Lectura Interpretación
4 Error drástico, fallas en aguajes?
3 Controlar incrementos. Observar el clima.
Reducir 1 a 3 kg.
2 Reducir de 1 a 2 kg MS.
1 Generalmente mantener. Observar clima y tipo
de rechazo.
½ Mantener. Observar clima y tipo rechazo.
0 Seco = muy restringido. Húmedo = perfecto.
Hourly Rumen pH

Gradual (17 d)
adaptation

Rapid (5 d)
adaptation
Acidosis

pH ruminal é mais baixo para


animais que não foram
gradualmente adaptados.
Consumo diário

12.0

10.0

8.0
kg/d

6.0

4.0
Limit-fed
2.0 Ad libitum

0.0
1 11 21 31 41 51 61

Days
Dietas para ínicio de confinamento
12.0 • No ínicio do
10.0 confinamento
8.0 o consumo é
baixo.
kg/d

6.0
4.0
Ad libitum • Portanto, a %
2.0 de cada
0.0 nutriente na
0 10 20 30 40 50 dieta
60 70deve ser
Days superior.
Níveis de proteína para bovinos em ínicio de
confinamento (2 semanas). Dados americanos
• Stern 1979 20 to 24%
• Lofgreen 1988 15 to 16%
• Fluharty & Loerch 14% (Blood meal)
• Wagner 1993 12.5 to 14.5%
• Hutcheson 1993 12.5 to 14.5%
• Muirhead 1993 14%
• Zinn & Owens 1993 13.4% (Meat & Feather meal)
• NRC 1996 12.5 to 14.5%
Evitar utilização de uréia.
ADAPTAÇÃO AO
CONFINAMENTO

• Número de tratos no confinamento;

• Manejo com dois tratos/dia pode ser utilizado.


Alguns confinamentos no Brasil chegam a
trabalhar entre 4-6 tratos/dia
DESORDENS DIGESTIVAS EM
BOVINOS CONFINADOS
DESORDENS DIGESTIVAS

• Acidose ruminal (Clínica e Subclínica)

• Abscessos hepáticos

• Timpanismo

• Aditivos utilizados no controle de desordens


Hábito Alimentar
• Classificação (CHURCH, 1993)
Seletores de concentrado (SC) Tipo Intermediário (IM) Gramíneas/Forragens (GF)

Ovinos

Caprinos Bovinos
• Tipos morfo-fisiológicos dos ruminantes
SC IM GF

Capacidade Retículo-
Retículo-Rúmen Digestão da fibra

Taxa de Passagem Capacidade seletiva

(VAN SOEST, 1994)


ACIDOSE RUMINAL

• Maior desempenho produtivo

• Maior demanda metabólica

• Mudanças na dieta fornecida (densidade nutricional)

• Maiores teores de CNF. Redução dos teores de FDN


ACIDOSE RUMINAL

• Acúmulo excessivo de ácidos

• Secundariamente pode ocorrer ac.metabólica

• Inadequada adaptação ao  rel C:F


ACIDOSE RUMINAL
• EFEITOS NEGATIVOS DA ACIDOSE:

→ Motilidade ruminal (Nervo vago)


→ Fermentação de fibra
→ Consumo alimentar
→ Produção microbiana
→ Morfologia de parede ruminal
Acidose Aguda (Smith, 1993)
- É o mais dramático dos distúrbios fermentativos
do rúmen;

- Pode ser letal em menos de 24 horas;

- Geralmente ocorre em animais sem adaptação


à nova dieta, rica em alimentos concentrados;

- Danos: desde redução de ingestão até toxemia;


ACIDOSE RUMINAL

• Acúmulo de AGV´s e Ác.Lático

• Queda aguda de CMS / CMS diário variável

• Controle da acidose ruminal


ACIDOSE RUMINAL

• Aumento na população de S.bovis

• Redução de M.elsdenii e S.ruminantium

• Acúmulo ruminal de ác.lático

• pH < 5,2 (↓ S.bovis). Lactobacillus ?

• Produção de ác.lático em pH < 5,2


A correlação entre pH e concentração de AGV
no rúmen é negativa e alta (Garrett et al., 1999).

RESENDE JÚNIOR et al., dados não publicados

7,50
P<0,001
pH ruminal

7,00
R2 = 0,44
6,50

6,00

5,50

5,00
0,00 50,00 100,00 150,00 200,00 250,00 300,00

Concentração total de AGV (mM)


A digestibilidade da FDN está relacionada com o pH
ruminal, refletindo a faixa de pH ótima para ação
dos microorganimos que agem na digestão de fibra

Pereira e Armentano
(2000)

Digestibilidade da FDN
no TGI total e pH
ruminal, em vacas
Holandesas que
tiveram FDN de
forragem substituído
por FDN de
subprodutos fibrosos.
ACIDOSE RUMINAL
• Baixo pH e alta pressão osmótica do conteúdo
ruminal

• Danos à parede ruminal

• Abscessos hepáticos (Fusobacterium necrophorum)

• Acidose pode causar abscessos hepáticos


Liver Abscess
Classification

O A-

A A+
EFFECT OF RUMENSIN PLUS TYLAN ON
LIVER ABSCESS INCIDENCE

CONTROL RUMENSIN +TYLAN


NO.
976 1937
HEAD
% A- 7.7 5.4

%A 8.4a 3.5b

% A+ 20.1a 3.5b

TOTAL 36.2a 12.4b

LAUDERT, 1990, 4 TRIAL SUMMARY ab(P<.02)


CONTROLE DE ACIDOSE
• Ionóforos (Monensina)

→ Reduz produção de ácido lático


→ Inibição direta de S.bovis, Lactobacillus

• Bicarbonato de sódio parece não ser efetivo no


controle de acidose. Rúmen já recebe da saliva
grande quantidade de bicarbonato.
ANTICORPOS AVIÁRIOS
• Monensina sódica: deverá ser banida da Europa
em alguns anos. Mercado não permite mais o uso
de antibióticos como promotores de crescimento

• Anticorpos aviários vem sendo testados para


substituição a monensina.

• Galinhas vacinadas com pequenas doses de


bactérias ruminais vivas (S.bovis;F.necrophorum;)
CONTROLE DE ABSCESSOS
• TILOSINA

→ Bastante utilizado em dietas nos USA com alto concentrado;

→ Proibido na UE, NZ, Chile.

→ Monensina, Lasalocida, Laidlomicina não são efetivos no


controle de ABSCESSOS HEPÁTICOS (Berger et al., 1981;
Potter et al., 1985; Tan et al., 1994 ; Bauer et al., 1995)
CONTROLE DE ACIDOSE
• Tilosina

→ Efetivo contra gram-positivas

→ F.necrophorum é bactéria gram-negativa

→ Efeito inibitório (rúmen e fígado)

→ Previne contra o aumento da população de


F.necrophorum no rúmen.
TIMPANISMO
• Retenção de gases no fluído ruminal

• Aumento da viscosidade do fluído ruminal

• Maior frequência quando dieta contém trigo,


cevada (Owens, 2008).

• Monensina tem efeito benéfico, mas os


mecanismos não estão elucidados;

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