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Medicina Veterinária

Nutrição de ruminantes e monogástricos


Prof. Dra. Ana Patrícia Alves Leão

NUTRIÇÃO APLICADA
A AVICULTURA
Introdução
• 1°s estudos  década de 40
• Busca por solução de problemas nas pequenas criações
• Academia Nacional de Ciências Americana  1° comitê sobre
NUTRIÇÃO DE AVES (década de 50)
• Primeiras informações de recomendações nutricionais e composição
de alimentos  1º NRC 1951 (...1961, 1977, 1984 e 1994)
Introdução
• Clima temperado x clima tropical
• Necessidades dietéticas de sódio e energia
• Melhoria do potencial genético  influência nas necessidades
nutricionais

Mesmo peso:
Redução de 1 dia na idade de abate/ano
Melhoria de 0,02 na CA

Melhoria dos conhecimentos de


nutrição  crescimento das aves
< CR
> CR
Introdução
Capacidade de
consumo

CR (g/dia) Frango de corte fêmeas Poedeiras leves


1 a 7 dias / 1 a 4 semanas 26,7 17,6

8 a 21 dias / 16-18 semanas (pré-postura) 73 52,9

34 a 42 dias / Postura (aves com 1,350 kg) 188 97,4

Fonte: Adaptado de Rostagno et al. (2017)


Introdução
• Antes  Crescimento e eficiência alimentar!
• Atualmente  maximização dos rendimentos de cortes nobres (peito,
coxa, sobrecoxa) + redução na gordura de carcaça

+ que 60% (sendo Rend.


Carcaça > 70%)
< 3%
Nutrição de Frangos de Corte
• Tabelas de exigências nutricionais
• Programas de alimentação adequados  máximo desempenho
 Nutrição de Frangos de Corte

• Necessidades nutricionais dietéticas

Proteína  Avanço da idade:


 Aumento do nível de CR
Aminoácidos  Desenvolvimento do TGI
Minerais  Mudanças fisiológicas das rotas metabólicas

Microminerais adicionados em MAIORES quantidades na ração  dificuldade


de absorção
Excesso de excreção e contaminação ambiental

Minerais quelatados
 Nutrição de Frangos de Corte

• Vitaminas
• Perda de atividade das vitaminas nas rações:
• Umidade, temperatura e processamento
• Metais catalisadores de oxidação
• Complexação com outros nutrientes
• Perdas na digestão e absorção

Margens de segurança!
 Nutrição de Frangos de Corte

• Vitaminas
• Níveis subnormais  afeta o desempenho

• Outro objetivo  Enriquecimento de produtos para consumo


humano
> Suplementação = > conteúdo de vitaminas nos
produtos
Vit E = melhor
qualidade de carne
(< oxidação e > prazo
de validade)
 Nutrição de Frangos de Corte

Programas de alimentação:
Adaptados as necessidades nutricionais
> nº de rações
2 rações  a partir de 1950
3 rações  FDA (USA)  retirada de aditivos antes do abate
Mínimo de 4 rações: pré-inicial, inicial, crescimento e final
Economia de nutrientes/ingredientes
 Nutrição de Frangos de Corte
Programas de alimentação:

 Ganho compensatório  recupera eventuais


deficiências da fase anterior;
Exigências dietéticas:
Associado ao acúmulo de gordura corporal
Energia:
Peso
final

Curvas de crescimento (Gompertz) de


frangos de corte com níveis nutricionais
das dietas (A, B e C).
 Nutrição de Frangos de Corte
Programas de alimentação: Rações: inicial, de
 Fásicos! crescimento e final

 Quanto maior o número de rações (fases), melhor o


aproveitamento de nutrientes

Ração com 3000 kcal de EM


(Rostagno et al., 2011)
 Nutrição de Frangos de Corte
Programas de alimentação:
Núm. fases Período (dias) Consumo (g) Peso final fase
2 FASES
Inicial 1 - 21 1100 800 - 900
Final 22 – 42/45 3600 2700 - 2900
3 FASES
Inicial 1 - 21 1100 800 - 900
Intermediário 22 - 37 2500 2300 - 2400
Final/Abate 38 – 42/45 1100 2700 - 2900
4 FASES
Pré-inicial 1-7 200 160 - 180
Inicial 8 - 21 1000 800 - 900
Intermediário 22 - 37 2500 2300 - 2400
Final/abate 38 – 42/45 1000 2700 - 2900
5 FASES
Pré-inicial 1-7 200 160 - 180
Inicial 8 - 21 1000 800 – 900
Cresc. 1 22 - 29 1100 1500 – 1600
Cresc. 2 30 - 37 1400 2300 – 2400
Final/abate 38 – 42/45 1000 2700 – 2900
 Nutrição de Frangos de Corte
Influência
Rápido melhoramento genético  programas de alimentação

 Pintinho = 42g  7 dias 4x + = 168g


 Formação do TGI

 Rações adaptadas a fisiologia!


 TGI não está totalmente desenvolvido; ex:
falta do nível adequado de lipases
 Nutrição de Frangos de Corte

Adaptar programas de alimentação:


Necessidades da criação
Número de rações
Nível energético da ração

Fonte: Bertechini (2013)


 Nutrição de Frangos de Corte

Exemplo de programa nutricional para frangos de corte


Item 1 – 7 dias 8 – 21 dias 22 – 35 dias 36 – 45 dias
EM, kcal/kg 2850 3000 3100 3200
PB, % 21,2 20,8 19,5 18,3
Met, % 0,486 0,477 0,446 0,418
Lis, % 1,276 1,252 1,168 1,094

Fonte: Bertechini (2013)


(Aviagen, 2019)
 Nutrição de Frangos de Corte

Programas nutricionais com separação de sexo:

Machos  crescimento mais rápido


 Deposição de proteína = maior eficiência alimentar

Fêmeas  > deposição de gordura na carcaça a partir dos 35 dias

 Otimização do uso dos nutrientes


 Desempenho economicamente viável
 Melhor qualidade de carcaça
 Redução da emissão de poluentes
(Rostagno et al., 2017)
Exigências Nutricionais de Frangos de Corte Machos de Desempenho Médio-Superior

Fonte: Rostagno et al. (2011)


Exigências Nutricionais de Frangos de Corte Fêmeas de Desempenho Médio-Superior

Fonte: Rostagno et al. (2011)


 Nutrição de Frangos de Corte
 Restrição alimentar
Seleção genética: Rendimento de peito
Problemas: cardio-pulmonares e ósseos
Aves muito precoces Problemas:
Viabilidade, excesso de gordura na carcaça e ósseos

Alimentados a vontade x restrição alimentar


< eficiência alimentar e > deposição de gordura
Peso final =

 Objetivo da restrição:
Reduzir crescimento inicial  reduzir a síndrome
ascítica e problemas ósseos
 Nutrição de Frangos de Corte

• Suplementação para ração


Vitaminas ou minerais  inclusão baixa, média ou alta
Adição de 1kg/tonelada
Suplementos minerais = microelementos
Macrominerais  incluídos na formulação normal das rações
 Nutrição de Frangos de Corte

Fonte: Bertechini (2013)

Fonte: Bertechini (2013)


Nutrição de poedeiras comerciais
Alta capacidade de produção de ovos de alta qualidade nutricional para
consumo humano
Precoces
Baixa capacidade de ingestão
Picos de produção elevados e persistentes
Diferenças genéticas entre as linhagens
Aves de menor peso corporal (< CR)  maior densidade nutricional
 Nutrição de poedeiras comerciais
Frangas de reposição:
• Uniformidade e peso adequado ao início da postura
• Crescimento segue o modelo fisiológico multifásico
 Nutrição de poedeiras comerciais
 Na fase de 1 a 5 semanas ocorre prioridade fisiológica de
crescimento visceral;
De 6 a 12 semanas crescimento ósseo;
12 a 16 semanas desenvolvimento dos órgãos reprodutivos com
aumento da densidade óssea e acúmulo de reservas para o início da
produção.
 Nutrição de poedeiras
comerciais

 Fase de > velocidade de GP : 4 –


6 semanas  > % proteica

 Fase final da recria (12 – 18


semanas)  níveis de energia
 adequado peso =
uniformidade
 Nutrição de poedeiras comerciais

10 dias antes da postura:


• Redução do CR
• Início do estresse metabólico
Elevar os níveis dietéticos de EM  acúmulo de reservas para produção

Manual Hy-line
 Nutrição de poedeiras comerciais

Recomendações de pesos de frangas e aves em postura leves


Peso 18 semanas (g) 1 – 2% postura 50% postura Pico
1250 - 1350 1450 - 1550 1500 - 1550 1550 – 1650
1300 1500 1525 1600
Fonte: Bertechini (2013)

 Níveis energéticos dependem: linhagem, clima e ingredientes disponíveis


 Relação NUTRIENTE/CALORIA sempre constante  o incremento de energia
deve ser acompanhado da correção de todos os nutrientes (Exigências
nutricionais alinhadas com o conteúdo de energia)
 Nutrição de poedeiras comerciais Recomendações nutricionais médias para frangas de
reposição de acordo com a fase de criação

Relação nutriente/caloria
2800 a 3000 kcal de EM/kg de ração

Frangas com > reserva de nutrientes e


densidade óssea adequada  ovos > e
casca de qualidade superior
 Nutrição de poedeiras comerciais
• Frangas na fase pré-postura:

Variações hormonais e necessidades nutricionais (principalmente: cálcio)


 Nutrição de poedeiras comerciais

Urolitiase  excesso de ácido úrico circulante nas aves


• Ácido úrico + cálcio
Níveis excessivos de cálcio para frangas
Altas doses de bicarbonato de sódio  urina alcalina = formação de
cálculos
Restrição de água  associada a deficiência de sódio
Excesso de proteína
 Nutrição de poedeiras comerciais

Fase de produção (ovos brancos)


• + de 300 ovos no 1° ciclo de produção (1 ano)
• Exigências dietéticas = quantidade de nutrientes diários
• Temperatura ambiente, taxa de postura, tamanho dos ovos e peso da
ave

- 1,72% do CR para cada 1°C de aumento na faixa de 18 – 32°C;


- 5% na faixa de 32-38°C
(Plavinick, 2003)
 Nutrição de poedeiras comerciais

Exemplo de níveis nutricionais nas rações de poedeiras leves de acordo


com o nível de consumo alimentar
 Nutrição de poedeiras comerciais
• Ração fásica
• Redução de proteína e aminoácidos  < custo de ração, mas, pode
afetar o tamanho dos ovos
 Nutrição de poedeiras comerciais
 Nutrição de poedeiras comerciais
Lanche da meia noite/Programa de luz
• Aumentar o consumo de ração
na recria ou postura
• Aumenta a absorção de cálcio a
noite quando a maior parte da
casca do ovo é formada
• A iluminação fornecida durante
o lanche da meia-noite é
adicional à duração regular do
dia (ou seja, 16 horas + lanche
da meia-noite).
 Nutrição de poedeiras comerciais

Poedeiras comerciais mudadas:


• Muda forçada  para melhorar a qualidade da casca do ovo ao final
do primeiro ciclo de produção
• 2º ciclo (mais curto que o primeiro); Porém:
Aumento do ciclo produtivo da ave  + de 80 semanas (descarte, sem muda)
Bem estar animal
• Ainda praticada
• Compensatória do ponto de vista técnico e econômico
 Nutrição de poedeiras comerciais
 Muda forçada

A ave deve perder pelo menos 27% do peso  remover a gordura do


útero (dificulta a deposição de cálcio)
Restrição do acesso a ração (7 a 10 dias)
Restrição qualitativa da ração
 Nutrição de poedeiras comerciais
 Muda forçada

• Projeção dos custos de ração


• Preços dos ovos
• Diferenças nos preços por tamanho dos ovos
• Custo de substituição das frangas
• Valor das aves ao final da postura
• Desempenho do lote

65 – 75 semanas  A muda forçada ou induzida pode estender a vida


produtiva de um lote, melhorando a taxa de postura, a qualidade da casca e
a altura do albúmen.
 Nutrição de poedeiras comerciais

• Avanço da idade  aumenta o peso do ovo sem aumentar a


deposição de cálcio (ovos com casca + finas)
• Redução de metionina  reduz o peso do ovo

10% do ovo casca – sendo 37% Ca


As aves usam + eficientemente o Ca absorvido no ID que na
reabsorção óssea
 Nutrição de poedeiras comerciais

Tamanho das partículas de cálcio

Retardar a sua
absorção para melhor
formação da casca.
 Nutrição de poedeiras comerciais
Coloração de gema e pele de frangos de corte
Gemas com pigmentação mais alaranjada – deposição de xantofilas
(carotenoides)
Pele mais amarelada

Ração a base de milho e farelo de soja  adequada


Pigmentantes naturais ou artificiais
Diferentes capacidades pigmentante: 14% astaxantina; 25%
zeaxantina; 30 – 40% cantaxantina; 25-30% luteína e zeaxantina
presentes no glúten de milho
Farinhas de páprica, urucum, feno de gramínea
Elaboração da dieta
• Disponibilidade e custo da matéria prima.
• Criação de aves separadas por sexo.
• Pesos finais definidos pelo mercado.
• Rendimento de carcaça.
• Níveis de gordura exigidos, de acordo com as necessidades específicas de
cada Mercado  produtos prontos para assar, cozidos ou de outra forma
processados.
• Coloração da pele.
• Textura e sabor da carne.
• Capacidade da fábrica de ração.
Manejo nutricional
• Dieta  fornecer a energia e os nutrientes essenciais à saúde e à
produção eficiente.
• Componentes nutricionais básicos  água, aminoácidos, energia,
vitaminas e sais minerais.
• Qualidade dos ingredientes, a forma física da ração e a higiene 
influência direta no desempenho das aves.
Profa. Dra. Ana Patrícia Alves Leão
ana.leao@prof.unifenas.br

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