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04/10/2022

Apostila Apoio - Estágio em Nutrição Clínica


HMBR-SMS

Preceptora Jacqueline Carvalho-Peixoto, PhD.


Serviço de Nutrição e Dietética- Hospital Municipal Barata Ribeiro - SMS,RJ.
Membro do Núcleo de Segurança do Paciente-HMBR
Nutricionista EMTN -HMBR
Especialista em Nutrição clínica e esportiva, Mestre em Ciência da
Motricidade Humana Doutora em Ciências Farmacêuticas- UFRJ/DPNA

APOIO: Preceptora Nutricionista Elaine Alvarenga, Especialista

DESNUTRIÇÃO

* O estado nutricional afetado compromete a função de


sistemas orgânicos

↓ Função imune e muscular

 complicações infecciosas

A negligência no diagnóstico de desnutrição pode chegar a 90 %

Prevenção = Rastreamento nutricional

 Triagem nas primeiras 24-72 h

 Detecta a probabilidade da melhora ou piora


da condição nutricional do paciente.
Waitzberg D., 2010.

TRIAGEM- NRS 2002

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Instrumentos de avaliação de risco nutricional - MAN- Idoso


Hospital Municipal Barata Ribeiro
Serviço Nutrição

Arq Bras Endocrinol Metab


vol 48, nº 3 Junho 2004

Peso estimado para pacientes


hospitalizados

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Peso estimado 2

Peso Ajustado  É o Peso Ideal CORRIGIDO para


determinação da necessidade energética e de nutrientes
quando a adequação do peso for inferior a 95% ou
superior a 115%.

Peso Ajustado= (PA – PI) x 0.25 + PI

Mudança de peso recente A perda de peso involuntária


constitui uma importante informação para avaliar a
GRAVIDADE DO PROBLEMA DE SAÚDE.
Alta correlação com a morbidade e mortalidade.

Perda de peso (%)= (PU – PA) x 100


PU

Peso Ajustado 1= (PA – PI) x 0.25 + PI


= (76-62,8) X 0,25 +62,8= 13,2 X0,25 + 62,8= 3,3+62,8=
66,1 Kg X 30 = 1983 kcal X100 ÷ 2181= 91%
Peso Ajustado 2 = (PI-PA) X 0.25 + PA
= (62,8-76) X 0,25 +76 = -13,2X0,25 ( -3,3) + 76

=72,7 Kg X 30= 2181 Kcal

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Adequação do Peso: % de adequação do Peso atual em


relação ao Peso ideal
ADEQ. DO PESO (%) = PA X 100 Exemplo mulher 25 anos
PA=76 X 100÷ 62,8 (p50)= 121 %
PI (p50)
ADEQ. DO PESO (%) EN
 70 Desnutrição Grave
70.1-80 Desnutrição Moderada
80.1-90 Desnutrição Leve
90.1-110 Eutrofia
110.1-120 Sobrepeso
 120 Obesidade

Blackburn & Thornton, 1979

Significância da Redução de peso em relação ao


tempo (Chemin, 2007; Cuppari, 2005)

TEMPO Perda significativa Perda grave de


de peso (%) peso (%)
1 semana 1-2 2

1 mês 5 5

3 meses 7.5 7.5

6 meses 10 10

Blackburn, 1977; ASPEN, 1993

g) Estimativa de Peso Real de pacientes com Edema (Duarte,


2007). Permite o cálculo do Peso Seco.

Edema Local Excesso de Peso Hídrico

+ Tornozelo 1Kg

++ Joelho 3 a 4 Kg

+++ Base da coxa 5 a 6 Kg

++++ Anasarca 10 a 12 Kg

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1.2-ESTATURA: Pode ser obtida por via direta ou indireta

DIRETA – método utiliza estadiômetro ou antropômetro e o


indivíduo deve ser capaz de ficar em pé
INDIRETA – Extensão dos braços (envergadura); Método da
hemi-chanfradura; Altura deitado: recumbente (uso de
trena); Altura do joelho (cm):

Chumlea, 1985)

Obs.: Idosos: Achatamento das vértebras, redução dos discos


intervertebrais, cifose dorsal, arqueamento dos MMII e do
arco plantar  Método Indireto é mais fidedigno!!!

Duarte, 2007; Cuppari, 2010

Estimativa de estatura

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CÁLCULO DA CMB E AMB- MASSA MUSCULAR

CMB= 28- (10X0,314)= 24,86= 24,9 cm


AMB= 24,9 2 ÷ (4 X3,14)= 620,01 ÷12,56= 49,3-10= 39,3 cm (
baixa massa magra – p5-p10)
Adequação da AMB= 39,3÷56 X100 = 70 %

Semiologia nutricional
• Devem ser analisadas perdas musculares das regiões supra e infraclaviculares
e da fúrcula esternal
• Pode refletir perda de massa muscular crônica; perda da musculatura
estrutural significa:  síntese de anticorpos.
• MMss- atrofia bi e triciptal e da musculatura pinçamento do polegar  força
de apreensão e competência de ingestão alimentar

 Tórax- retração intercostal-  força respiratória em dispnéia


* Atrofia das musculatura paravertebrais-  sustentação corporal.
Induz decúbito dorsal (cifose), complicações infecciosas.
 capacidade de expansão ventilatória (Hipoventilação e Pneumnonia
de base). Oco-axilar esta profundo= aferições de hipotermia

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Semiologia nutricional
• Atrofia da musculatura temporal (inicial) e Bola
gordurosa de Bichart (tardia)
• Parâmetros importantes para analisar redução
da mastigação e redução prolongada da
reserva calórica.
• 3 a 4 semanas sem mastigar provoca atrofia da
musculatura temporal . Avaliar paciente de
perfil.
 Atrofia temporal = imunoincompetência
*Pode ser unilateral e bilateral
-Atrofia temporal - comum em anorexia/ hiporexia e disfagia
Bitemporal Sist .imune
Perda da bola gordurosa de Bichart- *bilateral  ingestão
*Asa quebrada- associação das atrofias
Atenção* sequela neurológica e ausência dentária

Valores normais de proteínas viscerais

Proteína Vida média Valores normais

albumina 18-20 dias 3,5-5 g/dL

Pré albumina 2 dias 15,7-29,6 mg/%

transferrina 8 dias 200-400 mg/%

Transtiretina (Ptn ligadora 12 h 2,6-7,6 mg/%


de retinol)

Interpretação dos resultados de depleção de


proteínas viscerais

Grau Albumina Pré albumina Transf Ptn Total

leve 3,0-3,5 10-15 180-200 6,0-6,5

moderado 2,1-3,0 5-10 100-150 5,3-6,0

grave < 2,1 < 5,0 < 100 < 5,3

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Efeitos da desnutrição no sistema


imune

•  albumina  síntese de Ptns de fase aguda.


• Hipoalbuminemia altera o mecanismo de ação
dos medicamentos
•  de radicais livres com redução da defesa
antioxidante
• Anemia pode favorecer risco de hipóxia tecidual
•  tampões biológicos que propicia menor
atividade de células imune

Exame Físico
Nível de Consciência Apático - LOTE
Cabelos Opacos – sem queda
Olhos e conjuntivas Hipocorados 3+ / 4+
Bola Gordurosa de Bichart Depleção
Musculatura Temporal Depleção
Lábios Hipocorados – ressecados
Língua Hipocorada – ressecada
Gengivas Sem alterações
Dentição Ausente – uso de prótese dentária
Fossas supra e intraclaviculares Consumo moderado
Perfusão de Extremidades Alterada – lenta
Consumo Muscular Interósseo Presente
Unhas Sem alterações
Abdome Ascítico, timpânico, indolor à palpação
superficial
Edema Presente- membros inferiores
2+/4+ e ascite leve

Sintomas Gastrointestinais

Náuseas (x) sim ( ) não freqüência / dia:


constante

Vômitos (x) sim ( ) não freqüência / dia 4-6

Diarréia ( ) sim (x) não freqüência / dia

Constipação (x) sim ( ) não freqüência / dia 3- 4x


/semana –
fezes ressecadas

Disfagia ( ) sim (x) não freqüência / dia

Odinofagia ( ) sim (x) não freqüência / dia

Pirose ( ) sim (x) não freqüência / dia

Flatulência ( ) sim (x) não freqüência / dia

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Sinais Vitais
Pressão Arterial: 150 x 90 mmHg – Hipertensão estágio I
(leve)

Temperatura: Afebril

Frequência Cardíaca: 85 bpm (70 – 100 bpm)

Frequência Respiratória: 40 irpm (6 – 20 irpm)

Diarreia
Diarreia causas em doentes críticos
3 episódios de evacuações líquidas em 24 h

• Alta osmolaridade dos medicamentos utilizados( cimetidina,


sulfato ferroso, lactulose, multivitaminas, KCL liquido, digoxina,
metoclopramida, furosemida, fenitoína ~1500 a 8000 Mosm/Kg)

Diarreia e antibióticos

• Erradicação da flora intestinal, aumento de moos patógenos,


acumulo de água e partículas osmóticas, motilidade intestinal e
secreção biliar 15 a 30% das calorias

Maes, 2005

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Valores de referência para adultos


Pode haver variações de laboratório para laboratório
Índices homens mulheres
• Eritrócitos, 4,5 -6 milhões/ml 4 -5,5milhões/mL
• Hemoglobina 13,5 a 18,0 g/dL 11,5 a 16,4 g/dL
• Hematócrito 38 a 50% 36 a 47 %
• leucócitos 5-9 mil idem
• linfócitos 1,3-3,4 mil/mm3 idem
• CTL >1500/mm3 idem
• Albumina 3,5-5,0 g/mL idem
• Globulina 2,3-3,5 g/mL idem
• glicose <100 mg/dL
• uréia 20-40 mg/mL
• Creatinina 1-2 mg/mL
• Ácido úrico 2-5 mg/mL
• Fosfatase alc 21-85 UI
• Colesterol < 200 mg/mL
• Triglicerídeos < 150 mg/mL

Índices prognósticos

 Avaliação nutricional-AN (Cristallo e cols)

 Empregado no prognóstico cirúrgico de pacientes


neoplásicos a partir de dois parâmetros.

 Albumina sérica < 3,5 g%


 Capacidade de ligação total com o ferro < 200 mg% ou perda
de peso ≥ 10% nos últimos seis meses

Fonte: Duarte, 2007.

Gasto Energético
Caloria de Bolso:

Situação Clínica Kcal/Kg/dia

Perda de peso 20-25


Manutenção de peso 25-30
Ganho de peso 30-35
TCE 35-40
Trauma 25-30
Cirurgia eletiva 30-35
Sepse 20-30

Fonte: Duarte, 2003

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Idosos PESO

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Idosos IMC, CB, DCT, CMB

04/10/2022 Homens e mulheres, respectivamente

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Idosos IMC, CB, DCT

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Idosos MAN

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Cálculo da meta nutricional

EMTN, USP, 2014.

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Exemplo de diagnóstico básico, conduta e parecer para prontuário

► Diagnóstico 1: Paciente eutrófico segundo IMC calculado com o peso teórico. Ao exame físico apresenta
depleção de massa muscular/adiposa, da musculatura temporal, da bola gordurosa de Bichat e com
proeminências das fossas supra e infraclaviculares. Em jejum prolongado, devido anorexia e com perda de
peso grave no ultimo mês.
Conduta nutricional 1 : Prescrita dieta enteral por acesso nasoentérico (1 L) para prevenção de aspiração
pulmonar, hipercalórica (1,5 Kcal/mL), hiperproteica (70 g/L), com fibras (para prevenir constipação),
administração contínua, com volume inicial de 500 ml / dia, aumentando gradativamente de acordo com a
aceitação do paciente e na ausência de complicações gastrintestinais, até atingir 1500 ml/dia.
► Diagnóstico 2: Paciente apresenta magreza grau I, segundo IMC, depleção moderada do compartimento
proteico e do tecido adiposo. Apresentou perda de peso grave na ultima semana.
Conduta nutricional 2 : Prescrevo dieta oral pastosa hipercalórica com 2000 Kcal , hiperproteica (35 Kcal/peso;
1.3 g/Kg), com exclusão de alimentos crus e frituras. Hiperproteica, hipercalórica rica em micronutrientes e
adequada em fibras.
► Diagnóstico 3: Paciente obeso grau III, com aumento do compartimento adiposo, hiperobesidade abdominal e
risco muito elevado para complicações metabólicas.
Conduta Nutricional 3 : Prescrevo dieta oral hipocalórica e normoproteica (25 Kcal/Kg PA; 1.2 Kg.PA), para
redução de peso no pré-operatório, porém mantendo o estado nutricional adequado para boa recuperação
pós-cirúrgica, normolipídica e rica em fibras para aumentar a saciedade.

Parecer 3: Paciente LOTE, normocorada e com edema nos MMIIs. Segundo o IMC apresenta obesidade grau III
com risco para complicações metabólicas associada à obesidade. Paciente com constipação.
Hipercolesterolemia e redução do HDL. Prescrita dieta de 1800 kcal, de consistência normal, normoproteica,
normoglicídica, normolipídica, reduzida em carboidratos simples, lipídios saturados, sódio, com aumento de
fibras e antioxidantes. Orientada a aumentar ingestão hídrica. Acompanho a evolução do caso.

Diagnóstico PEI
• Paciente: XXXXXX leito: 301.3
• 1- Paciente idosa diabética desnutrida com quadro de lesão por pressão e anemia, encaminhada para
endoscopia hoje ( 10/11). Atualmente com ingestão estimada subótima via sonda, conforme evidenciado
pelo quadro de baixa tolerância ao volume da dieta e disbiose. Prescrita dieta enteral polimérica,
hipercalórica e normoproteica ( infusão 40 ml/h) e adequada em micronutrientes. Prescrita dieta enteral
polimérica, hipercalórica e normoproteica, adequada em micronutrientes. Acompanho a evolução do
quadro para observar a baixa tolerância ao volume prescrito.
• 2- Paciente: YYYYYY leito: 301-4
• Paciente idosa hipertensa, anêmica, com desnutrição e restrita ao leito. Atualmente com ingestão
subótima de nutrição via sonda (infusão 40 ml/h), conforme evidenciado pela baixa tolerância à dieta
enteral, quadro de ITU de repetição (em tratamento clínico), lesão por pressão e disbiose. Prescrita dieta
via sonda, polimérica, normocalórica, normoproteica, adequada em vitaminas, minerais, sem fibras para
melhora da tolerância à dieta enteral e para se atingir as necessidades nutricionais. Acompanho a
evolução do quadro para alcance do VET pleno e adequação protéica/hídrica.
• 3-Paciente: ZZZZZZZZ 2º andar leito:
• Paciente com desnutrição e lesão por pressão grau IV, com ingestão anterior subótima de energia
associada à baixa aceitação da dieta via oral (aceitação < 75%), conforme evidenciado pela limitação de
alimentos que ocasionou desnutrição ( IMC por idade18.5kg/m² , < p5). Prescrito dieta enteral atingindo
às necessidades nutricionais (dieta com 2.0 kcal/KgP -2000kcal, 100g/ptn/dia, 1,6g/ptn/KgP, infusão
50ml/h) + dieta oral mínima para satisfação do paciente. Acompanho a evolução do quadro para observar
a tolerância do paciente à alimentação prescrita e melhora do seu estado nutricional e clínico.

Diagnóstico PEI
• Exemplo 1:
• Paciente idoso, com ingestão oral subótima de energia associada à baixa aceitação da dieta via oral
(aceitação inferior a 60%), conforme evidenciado pelo quadro de desnutrição crônica de baixa
resolutividade e lesão por pressão.
• Prescrita dieta enteral para adequação das necessidades nutricionais (iniciando com dieta polimérica,
normoproteica, normocalórica, adequada em vitaminas e minerais, infundida em 30 ml/h).
• Acompanho evolução do caso para atingir o VET pleno e adequação proteica.

• Exemplo 2:
• Paciente idosa desnutrida e anêmica, com infusão subótima de nutrição via sonda (volume de infusão 40
ml/h), devido ao quadro de diarréia crônica. Em antibioticoterapia (com possível disbiose) e com risco
imunológico e inflamatório conforme resultado da CTL (1200) e da PCR (21,9 mg/L).
• Prescrita nova dieta enteral com volume de infusão mantido, polimérica, hiperproteica, normocalórica (1,2
kcal/ml), com fibras solúveis, adequada em vitaminas e minerais e com módulo de probiotico, para
adequação das necessidades nutricionais.
• Acompanho evolução do caso para ser atingido o VET pleno e a adequação protéica do paciente.

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NUTRIÇÃO ENETRAL - SONDAS

Classificação das fórmulas


Polimérica
Oligomérica (semi-elementar)
Monomérica (elementar)
Especializadas
Módulos

QUANTO À COMPLEXIDADE DE NUTRIENTES QUANTO À DENSIDADE CALÓRICA

- Poliméricas: proteínas intactas - Dens. calórica muito baixa - < 0,6 Kcal/ml
- Densidade calórica baixa - 0,6 a 0,8 Kcal/ml
- Dens. calórica padrão ou normal – 0,9 a 1,2Kcal/ml
- Oligoméricas: proteína hidrolisada - Densidade calórica alta – 1,3 a 1,5Kcal/ml
- Dens. calórica muito alta - > 1,5 Kcal/ml
- Elementares: aminoácidos livres
Densidade calórica = caloria/ml

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ENTERAIS MERCADO

Laboratório Dieta DC. Kcal Ptn Carb. Lip. Fibras


Nestle Isosource Stand. 1,2 1200 44 170 41 0
Danone Nutrison 1 1000 40 120 39 0
Fresenius Fres. Orig. 1 1000 38 138 34 0
Nestle Isosource Mix 1,2 1200 43 160 46 15
Danone Nutri Diabetic 1 1000 48 165 39 20
Danone Nut. MF 1 1000 40 120 39 15
Fresenius Fres.Orig.Fibre 1 1000 38 138 34 15
Nestle Novasource GC 1 1000 49 95 60 15
Abbott Glucerna 0,99 992 42 81 54 14
Danone Diason 1 1000 43 110 42 15
Nestle Novasource Senior 1,24 1240 65 140 47 0
Abbott Osmolite Plus HN 1,2 1200 56 158 39 0
Danone Nutri Enteral 1,2 1200 50 175 33 0
Abbott Jevity Plus 1,2 1200 56 150 39 12
Danone Nut. Protein P MF 1,25 1250 63 140 49 15
Danone Nut. Energy 1,5 1500 60 180 58 0
Fresenius Fres. Energy 1,5 1500 56 188 58 0
Nestle Novasource GI Control 1,5 1500 60 180 60 20
Danone Nut. Energy MF 1,5 1500 60 180 58 15
Fresenius Fres. Energy Fib. 1,5 1500 56 180 58 15
Nestle Novasource Renal 2 2000 74 200 100 0
Nestle Isosouce 1,5 1,5 1500 63 150 67 8
Abbott Osmolite Hical 1,5 1500 64 220 50 0
Fresenius Fres. HP Energy 1,5 1500 75 170 58 0
Abbott Jevity Hical 1,5 1500 64 220 50 22
Nestle Impact 1 1000 65 140 28 -
Abbott Profort 1 1000 63 130 26 -

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QUANTIDADE DE ÁGUA NA DIETA

- 0,9 – 1,2 Kcal/ml = 800 a 860 ml de água/L

- 1,5 Kcal/ml = 760 a 780 ml de água/L

- 2,0 Kcal/ml = 670 a 690 ml de água/L

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Administração em Bólus

Administração Gravitacional

QUANDO INDICAR DIETA ENTERAL?

• Via oral não suprir pelo menos 60% das necessidades


mesmo com adaptações dietéticas;
• Quando a via oral + suplemento não atingirem pelo
menos 75% das necessidades;
• Perda ponderal importante (≥ 10% do peso habitual
em um período de 6 meses e IMC < 18,5 Kg/m² e
para idosos ≤ 22 Kg/m²);
• TGI funcionante.

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CONTRAINDICAÇÕES TEMPORÁRIAS
 Doenças terminais
 Síndrome do intestino curto
 Hemorragia digestiva
 Vômitos e diarréia graves
 Enterite grave
 Pancreatite aguda grave
 Fístulas jejunais complicadas

Principais complicações
Sonda de alimentação Gastrointestinais

Infecciosas
Metabólicas

Confirmar com raio X

Complicações gastrointestinais
Náuseas e vômitos

Dieta administrada em bolus

Ao invés de intermitente ou
Bolus contínua

Bastow, 1986 (Gut)

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Complicações gastrointestinais
Diarreia associada à dieta enteral

Incidência varia de 2 a 95%


Grupos de paciente e definição diarréia
+ 33 definições diferentes

Whelan, 2007 (Proc Nutr Soc)

Diarreia
Uso de antibióticos
Colonização por bactérias enteropatogênicas
Alterações na flora colônica
Hiperosmoloridade e velocidade infusão dieta

Whelan, 2007 (Proc Nutr Soc)

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Constipação

Uso de dietas sem fibras


Desidratação
Repouso prolongado no leito
Uso de sedativos opióides

Manual de Procedimentos em Nutrologia, 2009

CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO DA FÓRMULA


ENTERAL

• Integridade do TGI
• Presença de doença específica e situação
metabólica
• Fonte de macronutrientes
• Densidade calórica (Kcal/ml)
• Quantidade de proteína
• Conteúdo de minerais e eletrólitos (disfunção
renal, hepática e cardíaca)

VELOCIDADE DE INFUSÃO

VELOCIDADE DE INFUSÃO = VOLUME TOTAL


N° DE HORAS

Exemplo: paciente com 500 ml de dieta/dia.


Qual a velocidade de infusão em 20h?
Velocidade de infusão = 500 = ????
20

20
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CÁLCULO DO GOTEJAMENTO GRAVITACIONAL

gotejamento = volume do frasco 1ml = 20 gotas


tempo de infusão 1h = 60 min

Exemplo: 60 ml/h
1 ml -------- 20gotas 1200 gts -------- 60min
60 ml ------ x x --------- 1min
x = 1200 gotas x = 20 gotas / min

Gotas/
ml / h
min

Classificação das Dietas Conforme a


Consistência

Dieta Normal (N) / Geral


Indicação:
Quando o paciente não apresenta a necessidade de alteração do nutriente e/ou
consistência do alimento.

Classificação:
São permitidos todos os tipos de alimentos e preparos culinários;
Dieta nutricionalmente equilibrada.

Cardápio da Dieta Normal (N)

Desjejum Merenda
Café com Leite Café com Leite
Pão Frances com Manteiga Broa de Milho com Manteiga
Melancia Tangerina

Almoço Jantar
Sopa Regina Sopa Camponesa

Arroz / Arroz Integral Salada Mix


Arroz / Arroz Integral
Feijão Preto
Feijão Preto
Frango Gratinado
Lombo Suíno ao Molho Escuro
Couve Flor, Cenoura e
Abóbora Couve Mineira

Suco: Uva Suco: Limão


Sobremesa: Abacaxi
Sobremesa: Surpresa de
Abacaxi

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Classificação das Dietas Conforme a


Consistência

Dieta Branda (B)


Indicação:
Dieta de transição para Normal;
Indicado para indivíduos que necessitam dos alimentos abrandados (cozidos), com o
objetivo de facilitar a mastigação, deglutição e digestão.

Classificação:
Dieta que abranda a celulose, hemicelulose, e o tecido conjuntivo pela cocção.
Inclui alimentos pertencentes a uma dieta normal, mas com restrição de frituras e
alimentos crus. (com exceção de alimentos macios. Por exemplo: banana, mamão)

Cardápio da Dieta Branda (B)

Desjejum Merenda Ceia


Café c/leite semidesnatado Café c/leite semidesnatado Café c/leite semidesnatado
(200mL) (200mL) (200mL)
Pão suíço (50g) com manteiga Broa de coco (50g) Biscoito Cream Cracker (50g)
com sal (10g) Manteiga (10g) Geleia de Frutas (15g)
Polenguinho (30g)
Jantar
Almoço
Sopa de ervilha com agrião e
Chicória ou Bertalha ao sugo cenoura (200mL)
(100g) Iscas de frango ao molho
Picadinho carioca (120g) vermelho c manjericão (120g)
Polenta mole (100g) Abobrinha sauté (120g)
Arroz com cenoura (150g) Arroz branco (150g)
Feijão preto (150g) Feijão Mulatinho (150g)

Suco: Uva (200mL) Suco: Maracujá (200mL)


Sobremesa: Melancia a
Sobremesa: Goiabada cremosa
Francesa (120g)
(110g)

Classificação das Dietas Conforme a


Consistência

• Dieta Pastosa (P)


Indicação:
É uma dieta de transição da Semilíquida para Branda;
Pacientes com impossibilidade e/ou dificuldade de mastigação e/ou deglutição;
Facilita a digestão dos alimentos.

Característica:
Alimentos abrandados cocção e por processos mecânicos (frutas e hortaliças);
Ofertados em consistência de purês, cremes ou papas, carnes moídas ou desfiadas.

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Cardápio da Dieta Pastosa (P)

Desjejum Merenda Ceia


Café c/ leite semidesnatado Achocolatado (200mL) Mingau milharina (200mL)
(200mL) Brioche (50g)
Broa de milho (50g) c/ manteiga Manteiga (10g)
(10g)
Queijo minas (30g)

Almoço Jantar
Creme de espinafre (100g) Sop. de lentilha com agrião
Carne moída ao molho (120g) (200mL)
Fidelinho ao molho (120g) Frango desfiado ao molho
Feijão Liquidificado (150g) (120g)
Arroz Papa (150g) Creme de abobrinha (150g)
Suco: Acerola (200mL) Feijão Liquidificado (150g)
Sobremesa: Creme de abacaxi Arroz Papa (150g)
(100g)
Suco: Caju (200mL)
Sobremesa: Creme de manga
(100g)

Classificação das Dietas Conforme a


Consistência

Dieta Semilíquida (SL) / Dieta Leve

Indicação:
É uma dieta de transição entre a pastosa e a líquida Completa;
Pacientes com dificuldade de deglutição e mastigação e intolerância a alimentos sólidos.

Característica:
Promove o mínimo de trabalho digestório.

Cardápio da Semi Líquida (SL)

Desjejum
Mingau de cremogema (200mL)
creme de pera (150mL)
Iogurte (150g) Merenda Ceia
Vitamina de banana com aveia Mingau de aveia (200mL)
Almoço (200mL)
creme de banana (150mL)
Creme de Espinafre (100g)

Carne moída liquidificada (120g) Jantar


Sop.de lentilha com agrião
Creme de legumes (inhame, liquidificado (200mL)
batata, beterraba, chuchu)
Frango liquidificado (120g)
(120g)
Creme de abobrinha (120g)
Feijão Liquidificado (150g) Feijão Liquidificado (150g)
Polenta mole (150g)
Arroz branco liquidificado (150g) Suco: Acerola (200mL)
Sobremesa: Creme de mamão
Suco: Caju (200mL) (100g)
Sobremesa: Creme de banana
(100g)

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Classificação das Dietas Conforme a


Consistência

Dieta Líquida (L) / Líquida Completa


Indicação:
É indicada para pacientes com dificuldade de deglutição e mastigação, em alguns pré e pós-
operatórios e preparo de alguns exames.

Característica:
São fornecidas preparações líquidas ou fluidas e cujo o espessamento não exceda a 3%.
Observação: Esta dieta deve ser prescrita por um breve período em função de sua inadequação em
relação aos nutrientes. Quando houver necessidade de manter a dieta por período superior a dois dias
são fornecidos suplementos alimentares líquidos industrializados.

Cardápio da Líquida (L)

Desjejum Merenda Ceia


Mingau de cremogema (250mL) Vitam de mamão c/ farinha láctea Mingau milharina (250mL)
(250mL)
creme de pera (150g)
creme de goiaba (150g)

Almoço Jantar
Sopa de legumes (inhame, Canja Liquidificada (300mL)
couve, cenoura, chuchu, abobora Suco: Caju (200mL)
e carne) liquidificado (300mL)
Sobremesa: Creme de goiaba
Suco: Manga (200mL) (150g)
Sobremesa: Creme de maçã
cozida (150g)

Classificação das Dietas Conforme a


Consistência
Dieta Líquida de Prova (LP) / Líquida Restrita

Indicação:
É indicada para cirurgia de cabeça e pescoço, pós operatório, transtornos intestinais e preparo de
exame.

Características:
É isenta de leite e derivados, e hipopurínica.
É ofertado caldo de legumes tamisados, sucos coado, chás, água de coco.
Observação: Não deve ser ofertado por um período maior do que 24h, pois é rigorosamente hipocalórica e
deficiente em todos os princípios nutritivos.

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Cardápio da Líquida de Prova (LP)

Desjejum Merenda Ceia\

Chá de Hortelã + Maltodextrina Água de coco (200mL) Suco coado + Maltodextrina (5%)
(5%) (200mL) (200mL)

Almoço Jantar
Caldo de Legumes Tamisado Caldo de Legumes Tamisado
(200mL) (200mL)
Suco: Caju (200mL) Suco: Caju (200mL)

Nutrientes e Constituintes Específicos dos


Alimentos

Sem Gordura – S/G Renal em Hemodiálise – HD


Sem Resíduo – S/Res Hiper calórica / Hiper proteica – HPP
Diabetes – DB Líquida Fria – LF
Laxativa - + Res Hipo sódica - s/s
Renal Crônico –RE

A modificação de uma dieta normal para o atendimento ao


enfermo pode incluir a restrição de nutrientes/constituintes
específicos dos alimentos. Nessas situações, o alimento fonte do
nutriente ou constituinte deverá ser retirado da mesma ou
consumido em pequenas quantidades.

PASSO A PASSO ATENDIMENTO NUTRIÇÃO CLÍNICA


• CHEGAR NO PLANTÃO E SE PARAMENTAR,
• REVER O CARDÁPIO DO DIA (PEQUENAS E GRANDES REFEIÇÕES)
• LER O LIVRO DE OCORRÊNCIAS DA NUTRIÇÃO
• PEGAR OS MAPAS DO ANDAR E DE PRESCRIÇÕES DE ENTERAIS E SUPLEMENTOS
• CHEGAR NA ENFERMARIA E LER O LIVRO DE OCORRÊNCIAS DA ENFERMAGEM
• CHECAR AS PRESCRIÇÕES MÉDICAS
• VISITAR OS PACIENTES E FAZER BREVE ANAMNESE: SE IDENTIFICAR, PERGUNTAR COMO O
PACIENTE ESTÁ, SE A ALIMENTAÇÃO ESTA OK, SE A FUNÇÃO INTESTINAL ESTA OK, SE ESTA
ACEITANDO TODA A DIETA, SE ESTA BEBENDO A AGUA PRESCRITA , VERIFICAR TUDO, SONDA,
HIDRATAÇÃO VENOSA E OUTROS ...
• REVER A ACEITAÇÃO DO SUPLEMENTO E MISTURA NUTRITIVA., SE POSSUI ALGUMA
INTOLERÂNCIA, SE AINDA ESTÁ COM DISFUNÇÃO INTESTINAL(DIARREIA OU CONSTIPAÇÃO)
• AO ADMITIR NOVO PACIENTE, LER O LIVRO DA ENFERMAGEM, REVER A PRESCRIÇÃO,
APLICAR PROTOCOLO DE TRIAGEM E SOLICITAR REFEIÇÃO/ÁGUA.
• AO FECHAR VISITA, ADEQUAR O MAPA NO SISTEMA, FAZER AS COBRANÇAS E AJUSTAR OS
MAPAS DA NUTRICIONISTA COM O DA COPEIRA. FINALIZAR AS COBRANÇAS REFEIÇÕES,
SUPLEMENTOS, ÁGUA E ENTERAIS
• REALIZAR AS CONTAGENS DE DIETAS, SUPLEMENTOS E OUTROS, LIBERAR O MAPA PARA AS
REFEIÇÕES (PRODUÇÃO)
• VOLTAR AO ANDAR, REVER OS EXAMES BIOQUIMICOS, COLOCAR NO PROTOCOLO DE
EXAMES, REVER A EVOLUÇÃO DA ENTERAL E EVOLUIR EM PRONTUÁRIO
• AJUSTAR AS COBRANÇAS. ACOMPANHAR A ENTREGA DAS REFEIÇÕES SE NECESSÁRIO,
REVENDO NÃO CONFORMIDADES, INCLUSIVE ETIQUETAS (ENTERAL E OUTROS).

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Bibliografia básica

CUPPARI, L.(coord.). Guia de nutrição : nutrição clínica no adulto. 3.ed. -. Barueri, SP:
Manole, 2014. xviii, 478 p. -. [612.3 G94 3.ed.].

DUARTE, A. C. Avaliação nutricional : aspectos clínicos e laboratoriais. São Paulo:


Atheneu, 2007.
ROSSI, L. (org.). Avaliação nutricional: novas perspectivas. 2.ed. São Paulo: Roca, 2015.
SILVA, S.M.C.S. da; MURA, J.D.P. Tratado de Alimentação, Nutrição e Dietoterapia. 3.ed.
São Paulo: Roca, 2016.

Bibliografia complementar
ESCOTT-STUMP, S. Nutrição relacionada ao diagnóstico e tratamento. 6.ed. São Paulo:
Manole, 2011.

MUSSOI, T. D. Avaliação nutricional na prática clínica: da Gestação ao envelhecimento. 1


ed. Rio de , Guanabara Koogan, 2014.

ROSA, G. Avaliação Nutricional do paciente hospitalizado. Uma abordagem Teórico-


Prática. 1 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.

VALE, F.C.R.; LOGRADO, M.H.G. Estudos de validação de ferramentas de triagem e


avaliação nutricional: uma revisão acerca da sensibilidade e especificidade. Brasília. Com.
Ciências Saúde, v.22, n4, p.31-46, 2012.

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