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ASSISTÊNCIA NUTRICIONAL PARA

GRAVEMENTE ENFERMOS
AÇÕES DO NUTRICIONISTA
EM UTI

Profª. MSc. Andrea Schulz


Nutricionista Clinica e Esportiva
OBJETIVOS DA AULA

• Apresentar as principais atividades do nutricionista no


atendimento do paciente em UTI;
• Especificar as responsabilidades do nutricionista durante a
atuação na UTI;
• Elucidar as principais características no estado nutricional
do paciente gravemente enfermo;
• Apresentar as condutas nutricionais, no que se refere à via
de administração da dieta, calorias, macronutrientes
necessárias durante e após o período na UTI e na fase de
convalescença
UTI

Esses pacientes apresentam doenças com respostas


metabólicas inesperadas e necessitam de cuidados
imediatos, intensivos, contínuos e de maneira
individualizada.

Em geral, apresentam perda importante de massa muscular,


atrofia das fibras musculares cardíacas e fraqueza, o que
acarreta um maior tempo de internação, ventilação
mecânica, desnutrição e aumento da mortalidade hospitalar.

Diante desses fatores a atuação do nutricionista na UTI


torna-se essencial.
UTI

Para o paciente crítico, a monitorização contínua é primordial


para identificar as possíveis alterações hemodinâmicas, a fim
de iniciar o mais rápido possível uma terapia adequada.

Esse setor é um ambiente altamente técnico e específico


para acolher pacientes graves e com riscos de complicações.
UTI

É fundamental que o nutricionista esteja ciente das suas


responsabilidades durante a atuação na UTI.

De acordo com a Resolução nº 663, de 28 de agosto de


2020 que dispõe sobre a definição das atribuições de
Nutricionista em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e dá
outras providências, o nutricionista deverá desenvolver as
seguintes atividades obrigatórias:
ATIVIDADES OBRIGATÓRIAS
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
UTI
O QUE UM NUTRICIONISTA FAZ NA UTI?

• AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
• IDENTIFICAR RISCO NUTRICIONAL E DESNUTRIÇÃO
• LEITURA DE SINAIS VITAIS
• INTERPRETAÇÃO DE EXAMES
• VISITA MULTIPROFISSIONAL
• PRESCRIÇÃO DA TERAPIA NUTRICIONAL
• ADEQUAÇÃO DA TERAPIA NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA UTI

O primeiro passo a ser tomado pelo nutricionista deverá ser a


avaliação detalhada e completa do estado nutricional o mais
precocemente possível, a fim de nortear a conduta
nutricional.

A avaliação nutricional permite que sejam identificadas


quaisquer alterações que possam impactar no estado
nutricional do paciente, além de ser fundamental para a
determinação das necessidades nutricionais e prioridades da
Terapia Nutricional (TN).
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA UTI

❑Estado nutricional prévio;


❑Peso inicial;
❑Peso estimado;
❑Melhor parâmetro é o BN – verificar se há catabolismo;
❑ASG também pode ser utilizada;
❑Antropometria sofre grande interferência no paciente grave,
dificultando a sua utilização.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA UTI

• Diminuição da massa
muscular,
• da força e;
• da resistência, assim
como da mobilidade,
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA UTI

Nutritional Risk Screening Nutrition Risk in Critically III


(NRS-2002) (NUTRIC)

Global Leadership Initiative


on Malnutrition Avaliação Subjetiva Global (ASG)
(GLIM)
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA UTI
• Peso
– É a soma de todos componentes corpóreos (massa magra,
ossos, massa de gordura, água)

 Peso Real
 Peso Habitual
 Peso Estimado
❑ Relatado
❑ Fórmula de Chumlea (1985)

Homens: (0,98 x CP) + (1,16 x AJ) + (1,73 x CB) + (0,37 x PCSE) – 81,69
Mulheres: (1,27 x CP) + (0,87 x AJ) + (0,98 x CB) + (0,4 x PCSE) – 62,35

Sendo – CP (Circunferencia de Panturrilha / AJ (Altura do Joelho)


CB (Circunferência de Braço) / PCSE (Prega Cutânea Subescapular)
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA UTI

Correção do Peso: Edema e Ascite


Estimativa de Peso em Pacientes com Edema
EDEMA LOCALIZAÇÃO ESCESSO DE PESO HÍDRICO
+ Tornozelo 1 kg
++ Joelho 3 a 4 kg
+++ Base de Coxa 5 a 6 kg
++++ Anasarca 10 a 12 kg
Fonte: Martins C, 2000 datado por Duarte e Castellani, 2002

Estimativa de Peso de Acordo com a Intensidade da Ascite


Grau da Ascite Peso Ascítico Edema Periférico
Leve 2,2 kg 1 kg
Moderada 6,0 kg 5 kg
Grave 14 kg 10 kg

Fonte: James, 1989


AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA UTI

Altura

 Altura Real
 Altura Estimada
❑ Relatada
❑ Fórmula de Altura do Joelho

Homens: 72,830 + (1,83 x Altura do Joelho em cm)


Mulheres: 51,878 + (2,184 x Altura do Joelho em cm)
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA UTI

• Circunferências Musculares

 Predizem a quantidade e a taxa de variação de


proteínas musculares esqueléticas

 Circunferência da  Circunferência do
Panturrilha Braço
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA UTI

 Dobras ou Pregas Cutâneas

 Predizem a quantidade de gordura corporal distribuídas em


vários seguimentos do corpo
 As mais utilizadas no âmbito hospitalar são:

 Prega Cutânea Triciptal Prega Cutânea


Subescapular
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA UTI

Contudo, em UTI, muitas vezes a avaliação nutricional pode ser


prejudicada em decorrência:
• das alterações na composição corporal,
• das dificuldades para manipular e aferir os pacientes devido ao
posicionamento, às compressas, aos acessos venosos, ao
edema
• dificuldade na obtenção de dados prévios à internação devido
ao rebaixamento do nível de consciência.

Dessa forma, as medidas antropométricas são mais favoráveis na


monitoração da evolução, sem considerar os valores de referência.
RISCO NUTRICIONAL E
DESNUTRIÇÃO
RISCO NUTRICIONAL E DESNUTRIÇÃO

Estudos mostram que a prevalência de desnutrição na UTI


pode chegar a 88%, quase o dobro do encontrado em
unidades de internação.

A desnutrição relaciona-se com a presença de uma resposta


inflamatória sistêmica associada com complicações e
aumento da morbidade infecciosa, disfunção de múltiplos
órgãos, maior tempo de internação e maior taxa de
mortalidade.

(PAZ; COUTO, 2016)


RISCO NUTRICIONAL E DESNUTRIÇÃO

O catabolismo intenso ocorre devido a uma série de


condições como doenças específicas, traumas e infecções.

A TN proporciona uma série de benefícios aos pacientes, pois


reduz o risco de complicações infecciosas, consequentemente
reduzindo o risco de morbimortalidade.

Além disso, reduz o tempo de ventilação mecânica e de


internação hospitalar, sendo um importante indicador de
qualidade em atendimento em UTI.
RISCO NUTRICIONAL E DESNUTRIÇÃO
Sinais de desnutrição
exame físico

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