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Resumo
Este artigo traz uma discussão sobre a utilização do desenho nas aulas no formato do ensino híbrido (presencial e
online) na Educação infantil nesse período de pandemia COVID-19 e como aconteceu a inclusão social de
crianças com Transtorno de Espectro Autista (TEA), a partir do relato de experiência de uma mãe de criança
autista, na cidade de Feira de Santana-Bahia. A análise descreve se está e como está sendo utilizado o desenho
nas escolas públicas no período de 2020 até 2021, com a nova realidade escolar. Observa-se como a escola
trabalhou ou trabalha com a inclusão de alunos com TEA, como foi reorganizada, quais medidas educacionais e
ações foram tomadas para o enfrentamento dessa mudança no processo de ensino e aprendizagem, no
aprimoramento de habilidades cognitivas, considerando as limitações das crianças autistas. Partindo do
pressuposto que o desenho é uma linguagem, uma forma de expressão e comunicação para as crianças,
questiona-se como o desenho foi inserido nas atividades escolares, visto que esse conhecimento é uma
ferramenta pedagógica importante para o desenvolvimento do estudante. A pesquisa qualitativa de natureza
investigativa e exploratória teve como objetivo compreender a experiência dessa mãe com esse novo cenário
educacional e considerando as limitações e inclusão das crianças autistas.
Abstract:
This article presents a discussion about the use of drawing in classes in the format hybrid teaching (face-to-
face and online) in Early Childhood Education in this period of the pandemic COVID-19 and how the
social inclusion of children with Autistic Spectrum Disorder (ASD) occurred, based on the experience
report of an autistic child mother, in the city of Feira de Santana-Bahia. The analysis describes and
highlights whether and how the design is being used in public schools from 2020 to 2021, with the new
school reality. It is observed how the school worked or works with the inclusion of students with ASD, how
it was reorganized, what educational measures and actions were taken to cope with this change in the
teaching and learning process, in the improvement of cognitive skills, considering the limitations of autistic
children. Assuming that drawing is a language, a form of expression and communication for children, it is
questioned how the drawing was inserted in school activities, as this knowledge is an important
pedagogical tool for student’s development. The qualitative research of an investigative and exploratory
nature aimed to understand the experience of this mother with this new educational setting and considering
the limitations and inclusion of autistic children.
1 INTRODUÇÃO
O Ministério da Saúde por meio dos Boletins Epidemiológicos, vol. 51, nº 04. de
Janeiro 2020 e de nº 02 de fevereiro de 2020 (COE-nCov), relata que a doença do novo
corona vírus, foi registrada em dezembro de 2019, como uma nova variação do vírus SARS1 ,
responsável pela pandemia mundial COVID-19. O vírus chegou no Brasil em 30 de janeiro
do ano de 2020, com muitos relatos de óbitos. Desde então, se espalhou de forma exponencial
por todo o mundo causando transtornos em todos os setores sociais, principalmente o
educacional.
Com o aumento da pandemia, o Governo do Estado da Bahia 2, no uso das atribuições,
conferidas pelo inciso V do art. 105 da Constituição Estadual, decretou o isolamento social e
fechamento de estabelecimentos não essenciais, para evitar o agravamento e a disseminação
da doença no Estado, expandindo para todas as cidades, inclusive a cidade de Feira de
Santana, a segunda maior do estado com população estimada em 619. 609 habitantes3.
Todas as cidades do interior da Bahia oficializaram seus decretos municipais, e a cidade
de Feira de Santana estabeleceu uma medida de urgência, nº 11.484, no dia de 13 de março de
2020, para evitar o agravamento da doença e a disseminação do vírus. Determinou assim o
isolamento social para evitar o contato físico e contaminação, a circulação de pessoas em
espaços públicos apenas por motivos emergenciais, o uso de mascaras; quarentena para
possíveis infectados pelo vírus; restrições de acessos a atendimentos laboratoriais e
procedimentos não essências; fechamentos do comercio; suspensão das aulas presenciais e
fechamento das escolas públicas e privadas.
As escolas brasileiras necessitaram adaptar-se a uma nova realidade de ensino em
2020, e por causa do vírus as aulas foram suspensas, então os alunos das escolas públicas
estaduais e municipais sofreram significativas perdas no processo de ensino e aprendizagem,
1
Significado da sigla é Síndrome Respiratória Aguda Grave que assolou a China no início dos anos 2000, mas
foi contida, sendo provocada por um coronavírus, o SARS-CoV-1, um “parente” dele que causou a Covid-19,
batizado de SARS-CoV-2,
2
Classificado pela Organização Mundial de Saúde, portaria nº 356, de 11 de março de 2020.
3
Conforme dados do Órgão Federal o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano de 2020.
considerado o pior ano para educação nacional pelos especialistas, chamado de “apagão
educacional no Brasil”4. A falta de investimentos e de planejamento estratégico de combate à
pandemia por parte do Governo Federal e de políticas públicas para uma resposta imediata
aos impactos da pandemia na educação implicou em um ano letivo perdido para os estudantes
das escolas públicas brasileiras, inclusive em Feira de Santana, sem qualquer programação de
atividades educacionais. A Rede Municipal de Feira de Santana integra 206 escolas públicas
municipais e 80 estaduais, 140 privadas e 1 federal5.
No dia 25 de março do ano de 2021, por meio da resolução CME Nº 02/2021, o
Conselho Municipal de Educação do Município de Feira de Santana, em seu Diário Oficial
Eletrônico na VII - edição nº1668, preocupado em reverte os prejuízos educacionais do ano
anterior, aprovou um novo calendário escolar para continuidade do ano letivo de 2020.
Orientou que o acompanhamento do cumprimento do Calendário seria de responsabilidade da
Secretaria Municipal de Educação, CME, da Gestão Escolar e do Conselho Escolar. Assim,
como descrito no Art. 4º que - A carga horária para o cumprimento do ano letivo de 2020
seria de 800 horas, distribuídas e computadas a partir da realização de atividades não
presenciais através de diversas ferramentas, sejam elas online ou offline, orientadas pela
Secretaria Municipal de Educação. Ficou definido que o ensino seria realizado como dois
anos em um (2020/2021). As atividades escolares e períodos de matriculas cumpririam um
total de 130 dias letivos com termino no ano letivo de 2022.
As aulas na Rede Municipal de Educação foram retomadas no dia 29 de março, de
forma não presencial, funcionando da seguinte maneira: os pais ou responsáveis pelo
estudante deveriam se dirigem até a escola para receberem semanalmente as atividades
impressas, através de um fluxo de entrega e retorno. Essas atividades eram elaboradas pelos
professores, com roteiro e orientações para cada dia da semana, então as crianças
responderiam e depois devolviam. O whatsApp da escola foi o meio de comunicação utilizado
entre pais e direção/coordenação e professores. Foram transmitidas vídeo aulas através do
4
Expressão mencionada em artigo sobre trabalho docente na página do weber, “O APAGÃO NA EDUCAÇÃO”
Brasil escola disponível em < https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2021/08/10/apagao-educacional-
especialistas-avaliam-perdas-no-ensino-medio-do-rs-com-a-pandemia.ghtml> Acesso em 12 de ago. 2021 e o
“MEC assume o total apagão na educação, afirmam parlamentares”
https://www.folhape.com.br/colunistas/blogdafolha/mec-assume-total-apagao-na-educacao-afirmam-
parlamentares/19429/ ,< Acesso em 10 de ago.2021.
5
Referência sobre as quantidades de escolas em Feira de Santana disponível em
<https://www.escolas.inf.br/ba/feira-de-santana> Acesso em 01 de set. de 2021. e
https://www.acordacidade.com.br/noticias/232534/confira-as-10-escolas-municipais-de-feira-de-santana-com-
os-melhores-resultados-do-ideb-2019.html . Acesso em 01 de set. de 2021.
canal da Seduc pelo YouTube e pela TV Bahia frequência 10.2 e 10.3, sendo possível
identificar os estudantes que estão ativos no processo de aprendizagem.
Para evitar uma evasão maior ainda, a Prefeitura de Feira de Santana, através da
parceria entre a secretaria de Educação, iniciou com projeto com o tema “Fora da escola não
pode – mesmo funcionando em outros formatos!” 6.O objetivo era reintegrar o estudante que,
por qualquer motivo, abandonou a escola ou não manteve nenhum tipo de contato com a
instituição. De acordo com a secretária de Educação, Anaci Paim, em entrevista a reportagem
do Acorda Cidade disse que:
a equipe está sendo treinada e capacitada para utilizar a plataforma da Busca Ativa,
uma ferramenta tecnológica que funciona como um grande banco de dados. Este
instrumento facilita a comunicação entre as áreas, armazena dados importantes sobre
cada caso acompanhado e apoia na gestão das informações sobre a situação da
criança e do adolescente no município.
Desde a década de 40, que a luta pelos direitos do sujeito autista vem sendo discutido
pela Declaração Universal dos Direitos Humano, mas no Brasil só foi a partir da Convenção
das Nações Unidas sobre os direitos das pessoas com deficiência que entrou em pauta. Tendo
como marco a Declaração de Salamanca, em 1994, os documentos anteriores falam apenas da
igualdade de direito de acesso, mas foi a declaração que abordou com detalhe as necessidades
educativas especiais. No Brasil nos últimos anos o número de alunos com deficiência que
dividem a sala de aula com alunos sem deficiência vem crescendo. O papel da educação
inclusiva é que essa acessibilidade seja igualitária, por se trata de uma educação em que a
escola se adapta ao indivíduo que se busca incluir e não o contrário.
O debate em torno da Educação Especial iniciou durante uma tramitação do Plano
Nacional de Educação (PNE), sendo esse constituído de metas e ganhou fôlego durante a
tramitação, que traça 20 metas para o país cumprir em dez anos. A principal polêmica ocorreu
6
É uma campanha na Busca Ativa Escolar, iniciativa adotada pela gestão municipal, com o Fundo das
Nações Unidas para a Infância, UNICEF, em parceria com a União Nacional dos Dirigentes Municipais de
Educação (Undime). Encontra-se no site da rádio Acorda cidade Dilton Coutinho, Educação, publicado em
26/06/2021 11h29. <Disponível e https://www.acordacidade.com.br/noticias/245055/feira-de-santana-inicia-
campanha-busca-ativa-contra-evasao-escolar.html?mobile=true>Acesso: 03 de Jul. de 2021).
por conta da possibilidade das crianças e jovens com deficiência a serem matriculadas em
escolas especiais e não obrigatoriamente na rede regular de ensino. No PNE são considerados
alunos com NEE, aqueles com deficiências visual e auditiva, deficiência intelectual,
deficiência física, transtorno global de desenvolvimento (TGD) e altas habilidades. Sendo
assegurado na Constituição Federal de 1988 e reafirmado na ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente). A inclusão desses alunos na escola de ensino regular traz benefício a todos,
pois desenvolve a solidariedade, respeito às diferenças e cooperação uns com os outros. Agora
abordando especificamente a criança autista, a inclusão nesse espaço escolar despertará nesse
educando atitudes diante da sociedade e é na escola que se inicia essa inserção.
Incluir não é só integrar [...] Não é estar dentro de uma sala onde a inexistência de
consciencialização de valores e a aceitação não existem. É aceitar integralmente e
incondicionalmente as diferenças de todos, em uma valorização do ser enquanto
semelhante a nós com igualdade de direitos e oportunidades. É mais do que
desenvolver comportamentos, é uma questão de consciencialização e de atitudes
(CAVACO, 2014, p. 31).
Para que haja a inclusão eficiente e não o simples inserir, deve-se estar preparado para
receber e trabalhar com os autistas, para que não haja desrespeito no ambiente em que vive,
pois é através dessa interação que os mesmos evoluem, com apoio de todos. De acordo com
Cunha (2014, p. 100), “não podemos pensar em inclusão escolar, sem pensarmos em ambiente
inclusivo. Inclusivo não somente em razão dos recursos pedagógicos, mas também pelas
qualidades humanas”. Para que haja inclusão de crianças autistas, é necessário critério de
modo que seja bem orientado, variando de acordo com as individualidades de cada um.
Algumas escolas possuem sala de recursos multifuncionais, onde é dever da mesma
trabalhar o desenvolvimento das potencialidades dos alunos num atendimento educacional
especializado com profissionais capacitados como um psicopedagogo. Para que a inclusão
seja de fato uma realidade na escola, como não abordar o papel do educador, além de ressaltar
a importância do preparo à formação e dedicação dos docentes. Cunha afirma que,
Através do relato de experiência de uma mãe de criança autista, sobre como está sendo
o ensino durante esse período de pandemia o Covid-19 e especificamente como o desenho
tem sido inserido nesse planejamento. Foi realizado um questionário num formato de
formulário do google, e utilizações de algumas atividades que envolvem o desenho como uma
linguagem visual importante para o desenvolvimento criativo e imaginário. A importância de
considerar um olhar vivenciado do “conhecimento adquirido na prática da vida ou na vivência
de determinados acontecimentos” (AMATUZZI, 2007. p. 10), faz toda diferença para
compreender como essas crianças aprendem e são inseridas socialmente de acordo com suas
necessidades.
O questionário é composto por 14 perguntas (onde 5 são dados pessoais e 9 perguntas
sobre o tema) compostas por questões abertas, por questões éticas, a mãe, criança e a escola
foram identificadas pela abreviação dos seus nomes. A mãe L. assim identificada possui
formação superior incompleta, a criança A. é um menino, com idade de 6 anos, diagnosticado
com Transtorno de Espectro Autista (TEA), desde 3 anos de idade, matriculado no grupo 5 da
educação infantil, devido não ter frequentado aula no ano de 2020 a mãe achou coerente
repeti-lo no grupo 05 e não ir para o 1º no ensino fundamental I, pois o aluno A. apresenta
dificuldades cognitivas, não reconhece as letras do alfabeto e nem os números, está em
acompanhamento com o fonoaudiólogo para desenvolver a sua comunicação, faz terapia para
melhorar seu comportamento e inserção social, apresenta estereotipa como gritos repentinos,
obedece alguns comandos principalmente com quem tem afetividade e convívio. A escola
pública municipal que a criança A. esta matriculada é a CMEI, funciona nos turnos matutino e
vespertino. É constituída de Creche (crianças de 0 aos 3 anos) com 78 crianças matriculadas,
pré-escola (4 e 5 anos) com 105 crianças, e da educação especial 6 crianças, dados de acordo
com o Censo Escolar/INEP 20207. A escola apresenta sala de Atendimento Educacional
Especializado (AEE) tendo uma psicopedagoga, mas uma equipe de coordenação pedagógica
a qual lida com situações de conflito e encaminha para um especialista caso seja necessário.
Em analise a resposta da mãe L, que no ano de 2020 as escola públicas de Feira de
Santana juntamente como todas as escolas no estado da Bahia e Brasil, não tiveram aulas
presenciais em nenhum formato, devido a pandemia a necessidade de isolamento social para
conter o avanço do vírus na sociedade. Sendo que só a partir do ano 2021 no mês de março
que se estabeleceu o calendário e medidas para iniciação do ano letivo do ano anterior.
Em relação à pergunta que se referia sobre satisfação com escola à mãe L, por mais que
estivesse muito satisfeita, diz que “Tem ajudado bastante, mais são poucas as atividades
7
Os dados de matrículas apresentados nessa página representam a realidade informada pela rede de ensino e
suas escolas no Censo Escolar até a última quarta-feira do mês de maio. Os dados são públicos e oficializados
pelo Ministério da Educação. Fonte: Censo Escolar/INEP 2020.Notas
técnicas: http://academia.qedu.org.br/censo-escolar/notas-tecnicas/
específicas pra crianças especiais” sentindo assim a falta de atividades voltadas para a
necessidade da criança A. como uma criança autista, mesmo que a escola apresente um
atendimento AEE, nota-se que as atividades disponibilizadas não são adaptadas a sua
realidade cognitiva, pois não foi considerado e nem questionando em nenhum momento do
encontro que teve com a professora e a psicopedagoga, a mãe L relata que “A criança apenas
recebe atividade específica, mas nada além disso, conversei um pouco com a professora
responsável desse grupo e a professora de crianças especiais mas foi apenas uma conversa.
Mas recebi materiais para poder trabalhar com ele em casa de modo lúdico junto com as
atividades específicas”, não relatando em nenhum momento quais seriam essas atividades
lúdicas como da mesma forma que não menciona a posição da professora e da psicopedagoga
sobre como conduziria as atividades para o desenvolvimento da criança A, a mesma teria
relatado importante “experiência de algo desconhecido que deve ser cuidadosamente
explorado, mesmo antes que se lhe possa apontar uma designação” (AMATTUZZ, 2007. p.
146 ), não se teve por parte dos educadores compreender melhor a realidade da criança nesse
contexto de ensino modificado para auxiliar a mãe, pois afinal ela é quem tem tentado suprir
essa lacuna ensinando a criança como está a seu alcance, e isso com certeza pode ser
considerado com uma barreira para o estimulo e aprendizagem significativa para essa criança.
O desenho é uma prática comum nas escolas, sendo esse uma linguagem de
comunicação construída ao longo dos anos, presente na nossa história desde o homem
primitivo quando deixou sua marca nas cavernas. E uma definição que engloba sua amplitude
, Trinchão e Oliveira acreditam que “o Desenho é ciência, é técnica, é forma, é composição,
é arte, é método, é registro, é documento e, acima de tudo, é linguagem e conhecimento”
(2010. p. 125) sendo pensado como uma linguagem universal pertencente a uma cultura e
história da sociedade, presente em toda e qualquer realização humana, o desenho apresenta-
se num sistema de representação como uma produção de sentido. As atividades que
envolvem o desenho segundo a mãe L “Sempre é solicitado o uso do caderno de desenho e na
atividade de conhecimento”. Com o intuito de desenvolver habilidades como afirma Moreira
(1984) o desenho da criança é a primeira forma de expressão gráfica, iniciada antes mesmo de
ela dominar a leitura e a escrita, assim é necessário que o professor compreenda e crie
constantes situações em que a criança possa desenhar.
O ato de desenhar mesmo que condicionado explora a imaginação, algo que a criança
autista não apresenta devido sua falta de socialização, mas o “[...] o ato de desenhar
impulsiona outras manifestações que acontecem juntas, numa unidade indissolúvel,
possibilitando uma grande caminhada pelo quintal da imaginação”. (DERDKY, 1989. p. 18).
Fonte: Desenho da Criança A. solicitada pela Fonte: Desenho da Criança A. solicitada pela
escola (2021) escola (2021)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse estudo, procurou-se observar como o desenho foi utilização pela escola nas
aulas no formato do ensino híbrido nesse período da pandemia, e se proporcionou a criança
autista inserção no novo cenário educacional e como aconteceu à inclusão social de crianças
com Transtorno de Espectro Autista (TEA). Partindo do pressuposto que o desenho é uma
linguagem, uma forma de expressão e comunicação para as crianças. A inserção do aluno
aconteceu apenas de forma híbrida não presencial, com o recebimento das atividades
escolares semanais e a devolução das mesmas respondidas. Nota-se que a relação do desenho
no contexto escolar apresentou-se a desejar, em todas as atividades que tive acesso ele só
aparece com intuito direcionado, a um propósito assim como mencionado pela mãe de
“conhecimento”. A relação do aluno com o desenho demonstra que conseguiu corresponder
ao solicitado, mas precisa de mais estímulos.
Por isso, diante das observações, concluo frisando o quanto é importante um olhar
diferenciado na busca de atividades com o desenho e adaptadas para a realidade da criança
autista, que proporcione interatividade, estímulos a pontos específicos para a aquisição, e
desperta da criatividade e imaginação. Embora os docentes sejam especializados em área
afins, é de fundamental importância um diálogo interdisciplinar, deixando uma opinião, pois
juntos poderão sugerir estratégias de ensino, que abranjam necessidades que envolvem
crianças independente de suas especificidades, pois o papel do professor é primordial para o
processo de inclusão escolar.
REFERÊNCIAS
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GOMES, Luiz Vidal Negreiros. Desenhismo. 2º edição Santa Maria; Ed. Da Universidade
Federal de Santa Maria.1996.
TRINCHÃO, Glaúcia Maria; OLIVEIRA, Lysie Reis. Desenho Registro e Memória Visual:
Ideias Preliminares Sobre Saberes. Produção visual: criatividade, expressão gráfica e
cultura.UEFS/DLA/PPgDCI, 2010.