São diversos os fatores que podem comprometer o processo de
aprendizagem, tais como os biológicos e os psicoemocionais, mas também fatores ambientais concorrem para dificultar a aprendizagem. A exemplo deste último, tivemos recentemente em escala mundial a pandemia causada pela transmissão da COVID-19. Neste contexto pandêmico os espaços educacionais viram-se obrigados a adaptar suas metodologias de ensino a fim de lidar com o isolamento social imposto como medida sanitária de enfrentamento à disseminação do vírus. As dificuldades de aprendizagem apresentadas por alguns estudantes em circunstâncias tidas como normais são agravadas neste novo cenário no qual tanto professores como alunos precisam familiarizar-se com as tecnologias da comunicação. Nesse sentido, segundo pondera Gárcia Sánchez, em conformidade com a conceitualização internacional: [...] as dificuldades de aprendizagem se caracterizam por um funcionamento substancialmente abaixo do esperado, considerando a idade cronológica do sujeito e seu quociente intelectual, além de interferirem significativamente no rendimento acadêmico ou na vida cotidiana, exigindo um diagnóstico alternativo nos casos de déficits sensoriais. (GÁRCIA SÁNCHEZ, 2004, pp. 15-16). O autor também que afirma que a conceitualização do Comitê Conjunto sobre Dificuldades de Aprendizagem, sugere que as dificuldades de aprendizagem são algo heterogêneo, pois “supõem problemas significativos na conquistas das habilidades da leitura, de escrita e/ou de matemática, que se acredita ser intrínsecas ao indivíduo, sendo possível encontrar superposição com outros problemas que não se devem a influencias extrínsecas” (GARCIA SÁNCHEZ, 2004, p.16). Do exposto é possível apreender a relevância das teorias da Psicologia da Educação enquanto instrumento imprescindível para que seja realizado o diagnóstico adequado das dificuldades de aprendizagem que surgem no contexto pandêmico, bem como fornecem os elementos necessários para uma assertiva intervenção psicopedagógica quando esta se faz necessária. O isolamento social afeta tanto os estudantes como também seus familiares. Diante desta realidade, o ensino remoto emergencial foi autorizado em caráter temporário pelo MEC para cumprir o cronograma presencial com as aulas online. Já o ensino remoto intencional, também conhecido como EAD (Educação à Distância), é um modelo realizado de forma planejada com parte ou totalidade do curso ministrado a distância, com apoio de tutores, recursos audiovisuais e tecnologias. No ensino remoto intencional ocorre a transferência do ambiente de ensino presencial para ser realizado de forma remota, com os professores ministrando suas disciplinas a partir de suas residências.
REFERÊNCIAS
GARCÍA SANCHÉZ, Jesús-Nicasio. Dificuldades de aprendizagem e intervenção
psicopedagógica. Trad. Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2004.
SMITH, Corinne. Dificuldades de aprendizagem de a-z: guia completo para pais e
educadores. Trad. Magna França Lopez. Porto Alegre: Penso, 2012.