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4º Ano
1
Este manual é propriedade do Instituto Superior de Ciências e Educação a
Distância (ISCED), e contêm reservados todos os direitos. É proibida a
duplicação ou reprodução parcial ou total deste manual, sob quaisquer
formas ou por quaisquer meios (electrónicos, mecânico, gravação, fotocópia
ou outros), sem permissão expressa de entidade editora (Instituto Superior de
Ciências e Educação a Distância (ISCED).
A não observância do acima estipulado o infractor é passível a aplicação de
processos judiciais em vigor no País.
2
Agradecimentos
Financiamento e logística
Elaborado por:
Dr. Sadoque Nascimento José Elias – Pós-Graduado em Direito Fiscal, pela
Universidade Católica de Moçambique e Licenciado em Administração Pública
pelo Instituto Superior de Relações Internacionais.
3
Índice
Visão Geral .......................................................................................................... 9
Bem-vindo ao Módulo de Auditoria na Administração Pública ......................... 9
Objectivos do Módulo ........................................................................................ 9
Resultados Esperados ......................................................................................... 9
Quem deveria estudar este módulo ................................................................. 10
Como está estruturado este módulo ............................................................... 10
Ícones de actividade ......................................................................................... 11
Habilidades de estudo ...................................................................................... 11
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) ................................................................ 13
Avaliação ........................................................................................................... 14
CAPÍTULO I ........................................................................................................ 15
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CONTROLE ESTATAL ........................................ 15
1. Conceito de controle ................................................................................. 16
2. Probidade Administrativa .......................................................................... 18
3. Princípios do Controle na Administração Pública Estatal .......................... 19
3.1. Princípios................................................................................................. 19
3.2. Princípios gerais e especiais.................................................................... 20
3.2.1. Responsabilidades delimitadas ........................................................... 21
3.2.2. Segurança Razoável ............................................................................. 23
3.2.3. Integridade e competência .................................................................. 23
3.2.4. Acompanhamento dos Controles ........................................................ 24
3.2.5. Organização ......................................................................................... 24
3.2.6. Registo oportuno ................................................................................. 25
3.2.7. Sistemas de autorização e execução ................................................... 25
3.2.8. Segregação de funções ........................................................................ 25
3.2.9. Acesso restrito ..................................................................................... 25
3.2.10. Determinação das responsabilidades................................................ 25
3.2.11. Normalização ..................................................................................... 26
3.2.12. Comunicação interna......................................................................... 26
4
3.2.13. Cumprimento da legislação ............................................................... 26
3.2.14. Protecção dos activos ........................................................................ 27
3.3. Princípios formais de Controle Interno .................................................. 27
3.4. Princípios e normas de conduta relevantes para a prática de auditoria
interna .............................................................................................................. 28
3.4.1. Integridade .......................................................................................... 28
3.4.2. Objectividade ....................................................................................... 28
3.4.3. Confidencialidade ................................................................................ 29
3.4.4. Competência ........................................................................................ 29
4. Abrangência da Administração Directa e da Administração Indirecta ...... 29
4.1. Administração Directa ............................................................................ 30
4.2. Administração Indirecta ......................................................................... 30
Exercícios .......................................................................................................... 31
CAPÍTULO II ....................................................................................................... 32
CONTROLE SOCIAL E TRANSPARÊNCIA EM MOÇAMBIQUE ............................. 32
1. Introdução ao Estudo do Controle Estatal e Transparência em
Moçambique..................................................................................................... 32
1.1. O controle do Estado .............................................................................. 32
1.2. Controle da administração Pública ......................................................... 33
1.3. Classificação ............................................................................................ 34
1.4. Controle Social ........................................................................................ 36
1.4.1. Conceitos e pressupostos .................................................................... 36
1.4.2. Controle Social: Uma Importante Ferramenta na busca da
Transparência na Gestão Pública ..................................................................... 38
1.4.3. Importância do controle social ............................................................ 39
2. Princípios e Transparência na Administração Pública ............................... 40
2.1. Principio da legalidade............................................................................ 40
2.2. Princípio da Impessoalidade ................................................................... 41
2.3. Princípio da Moralidade ......................................................................... 42
2.4. Princípio da Publicidade ......................................................................... 43
5
2.5. Princípio da Eficiência ............................................................................. 44
2.6. Princípio da Motivação ........................................................................... 45
2.7. Princípio da Finalidade............................................................................ 46
2.8. Publicidade e Transparência ................................................................... 46
3. Transparência: divulgação, compreensão e iniciativas populares. ........... 47
3.1. Participação social .................................................................................. 48
3.2. Interacção entre controle social e transparência ................................... 51
3.3. A Transparência fomenta a participação social...................................... 52
Exercícios .......................................................................................................... 54
CAPÍTULO III ...................................................................................................... 56
ORGANIZAÇÃO DO CONTROLE EXTERNO E DO CONTROLE INTERNO ............. 56
1. Fiscalização Contável, Financeira, Orçamentária e Patrimonial ................ 56
2. Controlo Interno ........................................................................................ 57
a. Objectivos do Controlo interno ................................................................. 58
b. Formas de controle interno ....................................................................... 59
c. Elementos Básicos do Sistema de CI .......................................................... 61
d. Controle Interno na Administra Pública .................................................... 63
3. Organização do Controle Externo da Administração Estatal e dos
Municípios ........................................................................................................ 66
3.1. Controle externo (Poder Legislativo e Tribunal Administrativo) ............ 66
3.2. Controle Externo do Legislativo .............................................................. 68
3.3. A evolução do controle externo – accountability pública ...................... 69
4. Principais Actividades dos Órgãos Controladoras ..................................... 71
4.1. Controladoria .......................................................................................... 72
4.1.1. Enfoques da Controladoria .................................................................. 73
4.1.2. Funções da Controladoria.................................................................... 75
Exercícios .......................................................................................................... 79
CAPÍTULO IV...................................................................................................... 81
AUDITORIA GOVERNAMENTAL ........................................................................ 81
1. Introdução à Auditoria Governamental .................................................... 81
6
2. Conceito e Finalidades da Auditoria .......................................................... 83
2.1. Conceitos de Auditoria Interna............................................................... 83
2.2. Evolução do paradigma Auditoria Interna.............................................. 84
2.3. Objectivo e Função da Auditoria Interna ............................................... 86
2.3.1. Objectivos da Auditoria Interna .......................................................... 86
2.3.2. Função da Auditoria Interna ................................................................ 87
3. Modalidades, Tipos e Formas de Auditoria Governamental ..................... 88
3.1. Tipos e formas de Auditoria ................................................................... 88
3.2. Auditoria Governamental ....................................................................... 93
3.2.1. Finalidade da Auditoria Governamental ............................................. 94
3.2.2. Objectivos da Auditoria Governamental ............................................. 95
3.2.3. Abrangência da Auditoria Governamental .......................................... 95
3.2.3.1. PESSOAS............................................................................................ 96
3.2.3.2. ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO INDIRECTA: ................................. 96
3.2.3.3. RECURSOS ......................................................................................... 96
3.3. Formas de Execução da Auditoria Governamental ................................ 97
4. Como Executar a Auditoria? ...................................................................... 99
4.1. Fases do Processo de Auditoria Interna ................................................. 99
4.1.1. Planeamento...................................................................................... 100
4.1.2. Execução ............................................................................................ 101
4.1.3. Comunicação ..................................................................................... 102
4.1.4. Follow-up ........................................................................................... 102
4.2. Parecer de Auditoria ............................................................................. 103
4.2.1. Tipos de parecer de Auditoria ........................................................... 106
4.3. Relatório de Auditoria .......................................................................... 113
4.3.1. Técnicas de Elaboração de Relatórios ............................................... 114
4.3.2. Requisitos para a elaboração de Relatórios ...................................... 115
4.3.3. Regras Gerais para a Elaboração de Relatórios ................................. 118
4.3.4. Constatação ou Achado de Auditoria ................................................ 119
7
4.3.5. Desenvolvimento de um Achado ...................................................... 119
4.3.6. Acompanhamento de Auditoria ........................................................ 121
5. O que deve ser feito para se Tornar um Auditor? ................................... 122
Exercícios ........................................................................................................ 124
GUIA DE CORRECÇÃO DOS EXERCÍCIOS.......................................................... 126
BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 127
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Visão Geral
Bem-vindo ao Módulo de Auditoria na Administração Pública
Objectivos do Módulo
Resultados Esperados
Espera-se que o estudante:
Conhecer as finalidades e as principais formas de funcionamento do controle
estatal;
Compreender o ambiente no qual a Auditoria e a Controladora devem actuar;
Identificar qual a abrangência da Auditoria e da Controladora;
Conhecer aspectos relacionados com o controle social e suas finalidades;
Identificar algumas formas de exercício desse controle, praticadas em
Moçambique, visando provocar seu envolvimento e participação activa na
defesa da extensão e efeito multiplicador de uma cidadania responsável e
vigilante sobre o desempenho público estatal;
Identificar a estrutura típica do controle externo adoptado em Moçambique;
Conhecer as diferentes formas de actuação como prerrogativa constitucional
atribuída ao Poder Legislativo;
Reconhecer a estrutura do controle interno e julgar a predilecção que actua
sobre os aspectos formais ou os substanciais da administração pública estatal;
Entender as finalidades e aplicabilidade da auditoria governamental como
uma dentre as diversas formas de fiscalização das finanças públicas;
Conhecer as exigências usuais para o exercício da profissão de auditor;
Tomar contacto com algumas técnicas, documentos e relatórios produzidos
pela auditoria.
9
Quem deveria estudar este módulo
Este Módulo foi concebido para estudantes do 4º ano do curso de licenciatura
em Administração Pública do ISCED e outros, etc. Poderá ocorrer, contudo,
que haja leitores que queiram se actualizar e consolidar seus conhecimentos
nessa disciplina, esses serão bem-vindos, não sendo necessário para tal se
inscrever. Mas poderá adquirir o manual.
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Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes ícones servem para identificar diferentes partes do processo de
aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma nova
actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Habilidades de estudo
O principal objectivo deste capítulo é o de ensinar aprender a aprender.
Durante a formação e desenvolvimento de competências, para facilitar a
aprendizagem e alcançar melhores resultados, implicará empenho, dedicação
e disciplina no estudo. Isto é, os bons resultados apenas se conseguem com
estratégias eficientes e eficazes. Por isso é importante saber como, onde e
quando estudar. Apresentamos algumas sugestões com as quais esperamos
que caro estudante possa rentabilizar o tempo dedicado aos estudos,
procedendo como se segue:
É impossível estudar numa noite tudo o que devia ter sido estudado durante
um determinado período de tempo; Deve estudar cada ponto da matéria em
profundidade e passar só ao seguinte quando achar que já domina bem o
anterior.
11
Privilegia-se saber bem (com profundidade) o pouco que puder ler e estudar,
que saber tudo superficialmente! Mas a melhor opção é juntar o útil ao
agradável: Saber com profundidade todos conteúdos de cada tema, no
módulo.
Organize na sua agenda um horário onde define a que horas e que matérias
deve estudar durante a semana; Face ao tempo livre que resta, deve decidir
como o utilizar produtivamente, decidindo quanto tempo será dedicado ao
estudo e a outras actividades.
É importante identificar as ideias principais de um texto, pois será uma
necessidade para o estudo das diversas matérias que compõem o curso: A
colocação de notas nas margens pode ajudar a estruturar a matéria de modo
que seja mais fácil identificar as partes que está a estudar e Pode escrever
conclusões, exemplos, vantagens, definições, datas, nomes, pode também
utilizar a margem para colocar comentários seus relacionados com o que está
a ler; a melhor altura para sublinhar é imediatamente a seguir à compreensão
do texto e não depois de uma primeira leitura; Utilizar o dicionário sempre
que surja um conceito cujo significado não conhece ou não lhe é familiar;
Precisa de apoio?
Caro estudante, temos a certeza que por uma ou por outra razão, o material
de estudos impresso, lhe pode suscitar algumas dúvidas como falta de clareza,
alguns erros de concordância, prováveis erros ortográficos, falta de clareza,
fraca visibilidade, páginas trocadas ou invertidas, etc). Nestes casos, contacte
os serviços de atendimento e apoio ao estudante do seu Centro de Recursos
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(CR), via telefone, sms, E-mail, se tiver tempo, escreva mesmo uma carta
participando a preocupação.
O estudo em grupo, que está estimado para ocupar cerca de 30% do tempo
de estudos a distância, é muita importância, na medida em que permite lhe
situar, em termos do grau de aprendizagem com relação aos outros colegas.
Desta maneira ficar a saber se precisa de apoio ou precisa de apoiar aos
colegas. Desenvolver hábito de debater assuntos relacionados com os
conteúdos programáticos, constantes nos diferentes temas e unidade
temática, no módulo.
13
O plágio1 é uma violação do direito intelectual do(s) autor(es). Uma
transcrição à letra de mais de 8 (oito) palavras do testo de um autor, sem o
citar é considerada plágio. A honestidade, humildade científica e o respeito
pelos direitos autorais devem caracterizar a realização dos trabalhos e seu
autor (estudante do ISCED).
Avaliação
Muitos perguntam: Com é possível avaliar estudantes à distância, estando
eles fisicamente separados e muito distantes do docente/tutor!? Nós
dissemos: Sim é muito possível, talvez seja uma avaliação mais fiável e
consistente.
1
Plágio - copiar ou assinar parcial ou totalmente uma obra literária, propriedade intelectual de outras pessoas,
sem prévia autorização.
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CAPÍTULO I
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO CONTROLE ESTATAL
Henry Fayol, junto com Frederick Winslow Taylor, foi um dos principais
responsáveis pelo desenvolvimento da Teoria Clássica da Administração.
Actuando na corrente dos Anatomistas e Fisiologistas de Organização, seus
trabalhos pioneiros fundamentaram esta importante teoria da ciência da
Administração.
15
1. Conceito de controle
“O controle consiste em verificar se tudo ocorre de acordo com o programa
adoptado, as ordens dadas e os princípios admitidos. Tem por fim assinalar os
erros, a fim de que se possa repara-los e evitar a sua repetição.” (FERRAS,
1999, p.9)
16
Controle – conjunto de técnicas, procedimentos e comportamentos através
dos quais os processos, empreendimentos, programas e organizações são
mantidos direccionados para seus fins e objectivos. (CAVALHEIRO; FLORES,
2007, p. 29).
17
Será apresentada, na sequência, de forma detalhada, a classificação quanto
ao posicionamento do ente que executa o controle, caracterizando cada uma
das modalidades previstas no âmbito da administração pública.
No texto intitulado Controle interno municipal: uma nova visão, Araújo (2006)
revela a Pirâmide do Controle Público, adaptada de Sterk, Schers e Bouckart
(2005, p. 15).
Em síntese, essa pirâmide é dividida em três níveis: na base, encontra-se o
sistema de controle interno; no nível intermediário, apresenta-se o sistema de
auditoria interna e, no terceiro nível, há a auditoria externa.
2. Probidade Administrativa
A palavra “probidade” significa decência, decoro, dignidade, honestidade,
honradez, integridade, rectidão, respeitabilidade e seriedade. Ou seja, a lei de
probidade pública visa, no seu espírito, combater todos os actos contrários às
palavras acima referidas. Trata-se de uma lei que, para além do seu sentido
material e formal, encerra questões de ordem moral e ética muito profundas.
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Pretende, em última análise, moralizar a gestão da coisa pública. A lei de
probidade visa, antes de mais, proteger o interesse público que está acima de
todos os interesses pessoais ou de grupo.
Seguindo a lição proposta por Miguel Reale, o termo princípio remete a ideia
de começo e alicerce do ordenamento. As normas jurídicas devem observá-los
e guiar-se neles.
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É preciso assinalar que a não observância dos princípios administrativos e a
falta de transparência abre margem à corrupção, permitindo os desvios dos
recursos públicos. É observando os princípios aplicáveis à administração
pública que haverá uma transparência que seja capaz de avançar ainda mais
no processo de consolidação da democracia. Cabe ressaltar que esta
transparência se efectiva por meio do acesso do cidadão à informação, o que
torna mais democrática as relações entre o Estado e a sociedade civil,
lembrando que o Estado tem carácter público pertencendo não ao
administrador, mas, ao povo.
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de conformidade com as leis. O contrário de um poder legítimo é um poder de
fato; o contrário de um poder legal é um poder arbitrário.
Não deve ser realizada nenhuma transacção sem a aprovação de uma pessoa
especificamente autorizada. A autoridade deve ser determinada de acordo
com a orientação da administração. O controle é ineficiente quando não
existe uma clara delegação de autoridade.
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Além disso, devem-se buscar fórmulas para que o trabalho de um seja aprova
do trabalho de outro, pois a segregação aumenta a eficiência das operações e
indica rapidamente erros causais ou intencionais.
b) Selecção de servidores
A selecção e a capacitação de servidores conduzem a um trabalho mais
eficiente e económico. Todos os servidores, em especial os envolvidos com as
actividades de controle, devem ser cuidadosamente seleccionados e
treinados.
d) Rodízio de funções
O rodízio de funcionários nos cargos que ocupam deve ser estimulado ao
máximo possível, pois permite descobrir erros e fraudes, caso tenham sido
cometidas. Além de reduzir as oportunidades de ocorrência de fraudes, essa
atitude resulta em estímulo para inovações, aumenta a qualificação técnica e
profissional dos empregados, elimina a dependência dos “especialistas” e
resulta em novas ideias sobre sistemas, métodos e processos.
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f) Formulários numerados
A utilização de formulários numerados permite a manutenção de controles
físicos sobre a sua utilização e existência, sendo aconselhável à guarda de
cópias legíveis em ordem numérica.
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3.2.4. Acompanhamento dos Controles
Os sistemas de controle modificam-se com o passar dos tempos.
Procedimentos antes eficazes tornam-se obsoletos devido ao ingresso de
novas tecnologias, alterações e inclusões de pessoas, assim como
modificações nos processos. É importante que haja rotinas de verificação e
acompanhamento constante do sistema de controle interno, contudo,
verificações em separado são fundamentais. As rotinas constantes fazem
parte do próprio sistema de controle e devem estar inseridas no seu
planeamento. Consistem em testar permanentemente os controles por meio
de amarrações do sistema, mediante relatórios e suas correlações ou
evoluções relativas a índices de desempenho. Por exemplo, o relatório de
gastos com veículos é verificado por pessoa diferente da que elabora o
relatório e esta tem a responsabilidade de identificar desvios de
comportamento no consumo de combustíveis. Ocorrendo alterações, devem
ser investigadas e podem revelar deficiências no controle interno. Indicadores
de desempenho nos processos são excelentes instrumentos de avaliação dos
controles internos. É conveniente que para todos os processos sejam criados
indicadores para medir sua eficácia e eficiência. Desvios devem ser sempre
investigados e podem indicar deficiências ou melhorias necessárias nos
controles. Exemplo pode ser dado com o processo de compra, desde o pedido
até a chegada do material, em relação ao tempo que o processo leva na
organização, assim como o prazo médio de compras (tempo para pagamento),
no qual os desvios em comparações com os tempos e prazos médios
históricos podem indicar problemas ou novas necessidades de controles
internos.
3.2.5. Organização
A estrutura do controle interno, todas as transacções e os fatos significativos
devem estar claramente documentados, e a documentação deve estar
sempre disponível para exame. Mais difícil do que guardar os documentos é
encontrá-los quando se necessita deles. Por isso, é importante que a
instituição tenha consciência que um sistema de digitalização de documentos
e informatização sobre a localização electrónica e física dos documentos é
essencial para a economia e segurança da organização. Muitas instituições
chegam a alugar prédios em localizações nobres para guardar documentos, o
que é um desperdício.
24
3.2.6. Registo oportuno
As transacções e os fatos significativos devem ser prontamente registados e
adequadamente classificados. Contabilidade e outros registos administrativos
em atraso apontam para falta de controles internos ou sua ineficiência.
25
não estiverem claras as atribuições. Ressalta-se que, modernamente, não
basta que as pessoas conheçam as suas responsabilidades do ponto de vista
“vertical” da organização, mas, sim, que também conheçam os seus papéis
nos processos de gestão.
3.2.11. Normalização
Todos os procedimentos, processos e documentos devem ser alvo de
normalização ou mediante instruções de controle ou manual de organização
do sistema de controle interno. A organização do organograma, por exemplo,
com definição das atribuições específicas e comuns das unidades
administrativas, o desenho do fluxo dos processos internos, os manuais de
procedimentos sectoriais, as rotinas das unidades, bem como as
determinações sobre formulários, procedimentos, prestações de contas,
devem ser objectos de normalização. Deve-se ter o cuidado para que as
normalizações sobre controles internos não sejam extensas, que sejam
simples e sofram periódica reavaliação.
26
3.2.14. Protecção dos activos
Proteger os activos significa proteger não apenas o caixa, mas os bens e os
direitos de qualquer natureza. Determinar as responsabilidades sobre a
guarda e protecção dos activos é item de controle interno, como, por
exemplo, estabelecer qual a unidade deve preocupar-se com a busca de
direitos tributários, com a guarda e conservação dos bens móveis e imóveis,
seguros, sistemas de vigilância e protecção contra furtos e roubos.
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Diminuição de erros e Indica a detecção de erros e desperdícios na
desperdícios fonte devido a controles mal definidos.
Contagens físicas Correspondem as contagens periódicas de bens
independentes e valores, visando aumentar o controle físico e
proteger os interesses da empresa.
Alçadas progressivas Compreende estabelecer de forma escalonada,
dando aos altos escalões as principais decisões
e responsabilidades.
3.4.1. Integridade
A integridade do auditor interno gera confiança e, por conseguinte,
proporciona o fundamento para confiar no seu julgamento.
Norma de conduta:
O auditor interno deve:
Executar o seu trabalho com honestidade, diligência e responsabilidade;
Respeitar as leis e divulgar o que se espera que seja feito ao abrigo das leis e
da profissão;
Não participar coincidentemente ou não em actividades ilegais, ou em actos
que desacreditam a profissão de auditoria interna ou a organização;
Respeitar e contribuir para os objectivos legítimos e éticos da instituição.
3.4.2. Objectividade
O auditor interno manifesta o mais elevado grau de objectividade profissional
ao coligir, avaliar e comunicar a informação sobre a actividade ou processo
em análise. O auditor interno faz uma avaliação equilibrada de todas as
circunstâncias relevantes e os seus julgamentos não são influenciados por
interesses particulares e opiniões alheias.
Norma de conduta
O auditor interno:
Não deve participar, em qualquer actividade, ou manter uma relação que
prejudique, ou que se presuma possa prejudicar o seu julgamento imparcial. A
participação inclui actividades ou relações tais que possam estar em conflito
com interesses da instituição;
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Não deve aceitar nada que possa prejudicar ou que se presuma possa
prejudicar o seu julgamento profissional;
Deve divulgar todos os factos materiais de que tenha conhecimento, os quais,
a não serem divulgados, possam distorcer a informação das actividades em
análise.
3.4.3. Confidencialidade
O auditor interno respeita o valor e a propriedade da informação que recebe
e não divulga a informação sem a devida autorização, excepto em caso de
obrigação legal ou profissional de o fazer.
Norma de conduta
O auditor interno:
Deve ser prudente na utilização e protecção da informação obtida no
desempenho das suas actividades;
Não deve utilizar a informação para qualquer benefício próprio ou que de
outra maneira estaria em desacordo com as leis ou em detrimento dos
objectivos legítimos e éticos da instituição.
3.4.4. Competência
O auditor interno aplica os conhecimentos, capacidades e experiência
necessárias no desempenho de serviços de auditoria interna.
Norma de conduta
O auditor interno deve:
Aceitar apenas serviços para os quais disponha do necessário conhecimento,
proficiência e experiência;
Desempenhar os serviços de auditoria interna de acordo com as normas
internacionais para prática profissional de auditoria interna;
Continuamente aperfeiçoar a sua proficiência e a eficiência e qualidade do
seus serviços.
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4.1. Administração Directa
A Administração Directa é composta pelas pessoas políticas ou entes estatais
(Administração Central do Estado, Províncias, Distrito e Postos
Administrativos). Correspondem às entidades do nosso Estado.
As autarquias não visam ao lucro e são criadas directamente por lei específica,
não sendo necessário o registo de seus actos constitutivos em órgão de
registo de pessoas jurídicas. Possuem autonomia administrativa e património
próprio. Sendo autónomas, não há subordinação entre as autarquias e o ente
estatal, ao qual se vinculam apenas para efeito do controle finalístico, por
meio do qual a Administração Directa verifica o cumprimento das funções que
lhes foram atribuídas (poder de tutela administrativa). Tal característica é
inerente também às demais entidades da Administração Indirecta.
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às suas actividades essenciais, e os mesmos privilégios processuais atribuídos
aos entes políticos, como o recurso de ofício, o prazo em dobro para recorrer
e o prazo em quádruplo para contestar. Além disso, seus bens são
considerados públicos, sendo impenhoráveis e imprescritíveis.
Exercícios
Dos exercícios abaixo, selecciona a alternativa correcta.
1. O controle interno pode ser entendido como:
a) Pessoas jurídicas de direito público criadas para desempenhar
Descentralizadamente actividades típicas de Estado, outorgadas (e não
delegadas) pelo ente estatal para seu melhor desempenham.
b) Conjunto de actividades, planos, métodos e procedimentos interligados,
utilizado com vistas a assegurar que os objectivos dos órgãos e entidades da
administração pública sejam alcançados, de forma confiável e concreta.
c) Um avanço na construção de uma sociedade democrática, e determina
alterações profundas nas formas de relação do aparelho de Estado com o
cidadão.
d) O acesso à informação, os canais de interlocução e partilha de poder com o
Estado - incluindo todas as fases das políticas públicas – e os instrumentos de
sanção e punição a irregularidades na gestão pública.
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responsabilidades; Normalização; Comunicação interna; Cumprimento da
legislação; e Protecção dos activos.
b) Responsabilidades delimitadas; Segurança Razoável; Integridade e
competência; Acompanhamento dos Controles; Organização; Registo
oportuno; Sistemas de autorização e execução; Segregação de funções;
Acesso restrito; Determinação das responsabilidades; Normalização;
Comunicação interna; Cumprimento da legislação; e Protecção dos activos.
c) Divisão de processamento de cada transacção; Selecção de servidores;
Aplicação de provas continuadas de exactidão; Rodízio de funções;
Contabilidade por partidas dobradas; Formulários numerados; e Número
mínimo de contas bancárias.
d) Responsabilidades delimitadas; Segurança Razoável; Integridade e
competência; Acompanhamento dos Controles; Organização; Registo
oportuno; Sistemas de autorização e execução; Contabilidade por partidas
dobradas; Formulários numerados; e Número mínimo de contas bancárias.
CAPÍTULO II
CONTROLE SOCIAL E TRANSPARÊNCIA EM MOÇAMBIQUE
32
contrário, o Estado age em nome da colectividade e seus actos são resultado
das acções e vontades de inúmeros indivíduos.
33
meados do século XV, passando a ser entendida como domínio, fiscalização,
verificação, etc.
1.3. Classificação
Considerado o Controle como género, vemos que pode ser classificado quanto
ao órgão aplicador, quanto à localização do controle, quanto ao momento de
aplicação e quanto à sua extensão.
a. Órgão aplicador
No que toca ao órgão aplicador, são elencados o controle administrativo,
realizado pela própria Administração Pública sobre seus actos, em decorrência
dos princípios da hierarquia e autotutela. Trata-se de acção realizada sponte
própria, ou seja, deve ser adoptada nos actos praticados pelo agente ou por
seu subordinado, no sentido de correcção, ou pode ser provocada por
petição, recurso administrativo ou denúncia.
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b. Localização do controle
Quanto à localização do controle, este se situa internamente, quando suas
funções ocorrem em órgão integrante da própria estrutura na qual se
compreende o órgão fiscalizado. Conhecido também por controle
administrativo, é instituto inerente a cada um dos órgãos e entidades dos
Poderes do Estado, através de um sistema integrado de controle interno,
derivado do princípio da autotutela, como dito. Por contraposição, temos o
controle externo quando exercido por um poder ou órgão separado da
estrutura do órgão controlado. Entendido em sentido amplo, é o exercido
pelo judiciário sobre os demais poderes, bem como o exercido pela
Administração Directa sobre os actos da Administração Indirecta. Entendido
em sentido estrito, é o conjunto do controle político e do controle financeiro,
exercidos, respectivamente, pelo Poder Legislativo e pelo Tribunal de Contas.
Não pode ser deixada de lado a classificação do controle social, exercido pelos
legítimos detentores do erário, qual seja, a população. Assim é que, desde a
Constituição, que prescreve um conjunto de instrumentos para esta forma de
controle, passando pelos decretos e diplomas, há à disposição da população
um grande número de possibilidades legais para o exercício de um efectivo
controle do sistema financeiro nacional.
c. Momento da aplicação
No que diz respeito ao momento de aplicação do controle, este será prévio
quando praticado anteriormente ao acto, seja objectivando a prevenção de
acto ilegal, seja prevenindo a lesão. Exemplos seriam, por parte da população
ou de um só de seus componentes, da interferência de acção civil pública ou
de mandado de segurança, e da parte do poder público, o exame prévio
realizado pelos Tribunais de Contas sobre editais de procedimentos
licitatórios.
35
1.4. Controle Social
A expressão controle social, considerada de uso recente nos meios sociais e
académicos, foi introduzida e ganhou força após a democratização do País e
da estabilidade económica. Vislumbra-se por intermédio de um controle social
actuante ser possível garantir melhores serviços prestados pelo sector público
e melhor qualidade de vida à população, pois a partir do momento em que o
Estado cumpre o dever de permitir que os gastos governamentais sejam
fiscalizados estará fomentando o controle social directo e a participação da
sociedade que lhe financia, ou seja, estará promovendo a cidadania e a
optimização de recursos.
36
pode interferir no processo de programação governamental, inclusive de
forma preventiva:
37
encontra-se na burocracia da prestação de contas, e assim, dos fatos
contáveis do serviço público, totalmente diferente da fiscalização da Gestão
Privada em que o interesse encontra-se voltado ao lucro patrimonial, objecto
da actividade empresarial (SILVA e ALFRADIQUE, 2004, p. 11).
38
controle social é a participação activa da sociedade na gestão pública. E, para
que esse controle possa ocorrer é necessário que o Estado observe os
princípios já mencionados. Se os actos administrativos forem ilegais, pessoais,
imorais, ineficientes, não motivados, sem finalidade pública e não publicados,
não haverá como ocorrer um controle social mais abrangente, e promover um
Estado mais transparente.
Por fim, é direito/dever que cada pessoa assuma essa tarefa de participação
da gestão pública e de exercer o controle social, para que se tenha uma
gestão pública mais transparente.
39
2. Princípios e Transparência na Administração Pública
Imperioso definir o que é corrupção, pois ela mancha a transparência na
gestão pública. Segundo o conceito de Silva (2011): Uma relação social (de
carácter pessoal, extra-mercado e ilegal) que se estabelece entre dois agentes
ou dois grupos de agentes (corruptos e corruptores), cujo objectivo é a
transferência ilegal de renda, dentro da sociedade ou do fundo público, para a
realização de fins estritamente privados. Tal relação envolve a troca de
favores entre os grupos de agentes e geralmente a remuneração dos
corruptos com o uso da propina e de quaisquer tipos de incentivos,
condicionados estes pelas regras do jogo e, portanto, pelo sistema de
incentivos que delas emergem.
40
administração particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na
Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza”. Dessa forma,
o gestor público não deve agir segundo seu talante, mas deve agir na estrita
legalidade da lei para o bem colectivo.
Versa também sobre o tema, Mello (2005, p.56) ao analisar que para avaliar
correctamente o princípio da legalidade e captar-lhe o sentido profundo
cumpre atentar para o fato de que ele é a tradução jurídica de um propósito
político: o de submeter os executores do poder em concreto – administrativo
– a um quadro normativo que embargue favoritismos, perseguições ou
desmandos. A acção da Administração Pública deverá ser sempre regulada
por uma lei ou por um dispositivo legal existente. Outro princípio importante
para que se tenha uma gestão pública transparente é o princípio da
impessoalidade.
41
Perfilhando este entendimento, sustenta Mello (2005) que se pode analisar o
princípio da impessoalidade, como desdobramento do princípio da igualdade,
no qual se estabelece que o administrador público deve objectivar o interesse
público, sendo, em consequência, inadmitido tratamento privilegiado aos
inimigos, não devendo imperar na Administração Pública a vigência do dito
popular de que aos inimigos ofertaremos a lei e aos amigos as benesses da lei.
Ainda sobre esse tema, Silva (2010, p.58) comenta que a probidade
administrativa consiste no dever de o funcionário servir a Administração com
honestidade, procedendo no exercício das suas funções, sem aproveitar os
poderes ou facilidades delas decorrentes em proveito pessoal ou de outrem a
quem queira favorecer. Nesse entendimento o princípio da Moralidade tem
42
que estar intrinsecamente ligado à probidade na Administração Pública.
Portanto, todos os actos administrativos deverão ser pautados na moralidade
administrativa.
Assim, para que se tenha uma gestão pública transparente é necessário seguir
o princípio constitucional da moralidade, sendo que ele antes de se tornar
princípio jurídico, é um princípio ético a ser adoptado pela sociedade na
prática dos actos diários e, especialmente, pelo agente público a quem foi
confiada a gestão dos recursos pertencentes à sociedade, que deverão
retornar na forma de serviços, de melhoria da qualidade de vida, de
crescimento económico e de garantia do desenvolvimento sustentável.
43
como se ele os tivesse realizados. E tendo a Administração publicado os actos
praticados, cabe aos administrados tomar ciência e, se verificar ilegalidade,
deve-se accionar os órgãos de controle do Estado.
Meireles (2007, p.90) explica que esse princípio impõe a todo agente público
realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o
mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em
ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para
o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade
e de seus membros.
Seguindo esse raciocínio, pode-se se afirmar que a boa gestão pública dispõe
de meios para que o administrado saiba se a administração está realizando os
serviços. A eficiência administrativa requer que a Administração Pública
44
preste serviços com racionalidade, proporcionando a maior satisfação possível
das necessidades dos administrados. Ademais, tal princípio orienta a
actividade administrativa no sentido de conseguir menores custos com
melhor qualidade.
45
A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em
declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres,
informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante
do acto.
46
consiste em traduzir ou demonstrar ao cidadão os benefícios e resultados
produzidos por determinada acção ou actividade governamental. Pode-se até
dizer que publicidade e transparência se complementam, como os já
referenciados lados opostos de uma mesma moeda, mas, no entanto,
possuem naturezas distintas.
47
compreensíveis para todos os cidadãos. Assim, pode-se conceituá-la como
sendo uma gestão pública onde os gestores conferem lucidez aos actos
administrativos de forma compreensível, de maneira que todos possam
acompanhar, participar e controlar o bem público.
Para que a transparência na gestão pública se efective deve haver não apenas
a publicação de relatórios técnicos, nos quais nem sempre as demonstrações
das contas são esclarecedoras aos administrados, mas informações claras que
possam ser entendidas. Fraudes e actos de corrupção encontram
oportunidades propícias para propagação em ambientes nos quais a gestão
pública pode escamotear informações por julgá-las impróprias para o acesso
generalizado. O acompanhamento dos recursos financeiros da gestão pública
permite à sociedade civil exercer um papel fundamental na identificação de
fraudes; suas ocorrências impedem o crescimento do país, solapando a
legitimidade da gestão pública, fato que pode ocasionar uma redução do bem
estar colectivo, em prol de interesses individuais, ocasionando a queda de sua
imagem.
48
estão atendendo as necessidades sociais. As questões que decorrem da
relação de conflito de interesses entre aqueles que delegam a administração
de suas organizações (sociedade civil) e aqueles que recebem esta delegação
e administram (gestores públicos), são chamados de conflitos na relação entre
principal e agente. Bobbio (1987) afirma que o Estado é caracterizado por
relações de subordinação entre governantes e governados, entre detentores
do poder de comando e destinatários do dever de obediência, que são
relações entre desiguais.
49
Através da divulgação das acções governamentais, a sociedade tem acesso à
gestão das verbas públicas, contudo as informações necessitam ser confiáveis.
Como afirma Welch e Hinnant (2003), confiabilidade das informações é uma
medida adequada de construção de transparência. O acesso atribuído à
informação indicará se realmente há transparência. A dificuldade para a
obtenção do material, o excesso de etapas para se adquirir determinado
relatório representa pontos negativos a serem superados.
50
como forma de proporcionar uma maior transparência das informações a Lei
de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Acesso a Informação, como já citadas.
51
Para o exercício do controle social é importante não só a quantidade de
informações, mas também sua disponibilidade em linguagem de simples
entendimento para o cidadão que dela fará uso, defende a necessidade de:
...criar um grupo de trabalho, com representantes de organizações sociais,
professores e jornalistas, para definir o tipo de informação e a forma como ela
será disseminada, a fim de facilitar sua compreensão, permitindo a cada
cidadão se transformar efectivamente em um fiscal do Estado.
Borborema e Ribeiro (2006, pág. 68) também abordam o tema, mas não
sugerem avanços além do tratamento de informações. Vê-se também que
Galhano, referenciado por Borborema e Ribeiro, propõe estudos científicos
para transformar a linguagem contável em linguagem acessível.
O sector público, por sua vez, além de dar publicidade de suas acções deve
verificar se as informações e os dados disponibilizados são suficientes ao
exercício do controle social, deve avaliar se tais informações apresentam-se
em nível suficiente de entendimento para que o cidadão e a sociedade
organizada possam avaliar a actuação dos gestores públicos proporcionando
segurança para que sejam realizadas denúncias ou representações a quem de
direito, caso verifique desmandos ou desvios na condução da coisa pública.
52
A transparência proporciona um ambiente de análise e reflexão, mas para isso
é necessário que os gestores públicos descortinem suas tomadas de decisões
e divulguem-nas livremente nos meios de comunicação acessíveis à
população, não permitindo que suas informações fiquem restritas a alguns
servidores e assessores.
53
social na gestão das políticas públicas. A informação precisa, suficiente e de
fácil entendimento para o cidadão comum é fundamental para o controle
social. A transparência e participação social são conceitos indissociáveis,
interdependentes e intercambiáveis. A transparência revestida do conceito de
accountability se torna um poderoso instrumento de participação social
(SANTOS, 2012).
Exercícios
Dos exercícios abaixo, selecciona a alternativa correcta.
1. Controle, na Administração Pública, é a fiscalização de actos praticados,
emitindo-se juízo de valor a respeito. Em que consiste a Fiscalização?
a) Diz respeito ao envolvimento do cidadão na gestão pública, por meio da
fiscalização, da monitoria das acções administrativas e da participação e do
acompanhamento das políticas públicas.
b) Consiste no aumento da transparência auxilia o envolvimento de diferentes
classes sociais no acompanhamento da gestão.
c) Diz respeito ao envolvimento do cidadão na gestão pública, por meio da
fiscalização, da monitoria das acções administrativas e da participação e do
acompanhamento das políticas públicas. Consiste no aumento da
transparência auxilia o envolvimento de diferentes classes sociais no
acompanhamento da gestão.
d) A fiscalização pode compreender a inspecção, o exame, a verificação, o
acompanhamento pela própria Administração, dos actos praticados por ela
mesma, de forma a determinar a correcção de conduta da gerência, a
actuação conforme as determinações legais e aos modelos anteriormente
estipulados, de forma sistemática.
54
c) A actuação conjunta entre governo e sociedade, ganhos económicos,
sociais e culturais e evitar que sejam escoados pela corrupção.
d) Diz respeito ao envolvimento do cidadão na gestão pública, por meio da
fiscalização, da monitoria das acções administrativas e da participação e do
acompanhamento das políticas públicas.
55
c) As entidades públicas têm o dever de promover a transparência de sua
administração e a sociedade tem o direito ao acesso e o acompanhamento da
administração pública, como forma de consolidação da cidadania.
d) O sector público, por sua vez, além de dar publicidade de suas acções deve
verificar se as informações e os dados disponibilizados são suficientes ao
exercício do controle social.
CAPÍTULO III
ORGANIZAÇÃO DO CONTROLE EXTERNO E DO CONTROLE INTERNO
56
Finalmente, a fiscalização patrimonial diz respeito não só ao controle de bens
móveis ou imóveis, mas também de créditos, títulos de renda, participações e
almoxarifados, além das dívidas e de fatos que, directa ou indirectamente
possam afectar o património.
2. Controlo Interno
Nenhuma empresa ou entidade, por mais pequena que seja, pode exercer a
sua actividade operacional sem ter implementado um sistema de controlo
interno, ainda que rudimentar (Costa, 2010). O COSO define controlo interno
como um processo levado a cabo pelo conselho de Administração, Direcção e
outros membros da entidade com o objectivo de proporcionar um grau de
confiança razoável na concretização dos seus objectivos. Morais e Martins
(2013), refere que o primeiro organismo a definir o controlo interno foi o
AICPA, indicando que “o controlo interno compreende um plano de
organização e coordenação de todos os métodos e medidas adoptadas num
negócio a fim de garantir a salvaguarda de activos, verificar a adequação e
confiabilidade dos dados contabilísticos, promover a eficiência operacional e
encorajar a decisão às políticas estabelecidas”.
57
a. Objectivos do Controlo interno
Para o COSO (citado por Costa, 2010), são três os objectivos chaves do
controlo interno: a eficácia e a eficiência das operações; a credibilidade do
relato financeiro; e o cumprimento das leis e dos regulamentos.
De acordo com Attie (1998), o controlo interno tem quatro objectivos básicos:
A salvaguarda dos interesses da empresa;
A apreciação e a confiabilidade dos informes e relatórios contáveis,
financeiros e operacionais;
O estímulo à eficiência operacional;
A aderência às políticas existentes;
58
A ISA (citado por Costa, 2010), o ambiente de controlo compreende os
seguintes elementos:
Comunicar e fazer cumprir valores éticos e de integridade;
Compromisso com a competência;
Participação dos responsáveis pela governação;
Estrutura organizacional;
Definição de autoridade e de responsabilidade;
Política de recursos humanos e respectivas pratica;
59
dirigentes de uma entidade certificam-se, com base em fontes internas, de
que as actividades estão sendo executadas de forma a minimizar a
probabilidade de ocorrência de fraudes, erros ou práticas ineficientes e
antieconómicas.
A auditoria interna possui várias características da auditoria externa,
entretanto pode perfeitamente seguir as orientações emanadas do órgão ao
qual deve apresentar seus relatórios.
60
Auditoria de Desempenho ou Operacional examina este factor na actuação
dos órgãos, sistemas, programas e actividades quanto à eficiência, eficácia,
efectividade e economicidade. O objectivo de garantir que os recursos
públicos estejam produzindo benefícios para a sociedade.
1) Plano da Organização
Um plano adequado está baseado fundamentalmente na independência entre
as unidades da organização, bem como no estabelecimento de linhas de
responsabilidade e definição de autoridade.
61
2) Sistema de Autorização e Procedimentos de Registo
Para assegurar a documentação adequada das operações e transacções,
devem ser implantados registos em formulários adequados aos dados a serem
registados, devendo estes:
1. Cumprirem uma função proveitosa dentro dos procedimentos definidos,
para alcançar os objectivos fixados pela Administração.
2. Serem suficientemente simples e claro para quem os utilize, além de
permitir (em) o registo dos dados, pronta e correctamente.
3. Serem projectado, considerando todos os usos possíveis, de forma que o
número de formulários distintos seja o mínimo possível.
4. Permitirem a adequada utilização, cumprindo com os procedimentos de
controle estabelecidos.
3) Procedimentos Saneadores
Consistem na adopção de um conjunto de medidas que visam garantir a
eficiência do Sistema, ou seja, prevenir, através da implementação de Pontos
de Controle o aparecimento de deficiências que possam comprometer o
Sistema.
62
implantação, pois é da experiência e capacidade para executar as tarefas
definidas pela Administração, de forma eficiente e económica, buscando a
satisfação do usuário final, que se pode verificar a efectividade dos
procedimentos adoptados.
5) Auditoria Interna
Uma unidade de Auditoria Interna eficaz e profissional é o quinto elemento
básico do controle interno.
Não se quer dizer com isto que a busca pelo controle é algo valioso de per se,
ou seja, não se busca o aprimoramento do controle pelo simples fato de
buscarem-se erros ou irregularidades, com vistas à punição do responsável.
Isto seria admitir a vitória do modelo burocrático sobre o gerencial.
63
Na verdade, mais do que a busca pela punição, é pretendida a possibilidade
de verificação, inspecção ou exame, pela própria Administração, da existência
de garantias de actuação em conformidade ao planejado. Somente com
controles voltados para a concretização da ética e da justiça social é que se
poderá assegurar o modelo de Estado almejado pela sociedade.
64
de prestar contas de como desempenharam as responsabilidades a eles
confiadas”.
65
o interno, uma vez que em muitas situações os Tribunais de Contas condenam
responsáveis e aplicam sanções.
66
dos recursos financeiros obtidos no estrangeiro, nomeadamente através de
empréstimos, subsídios, avales e donativos.
67
3.2. Controle Externo do Legislativo
O controle externo é, “por excelência, um controle político de legalidade
contável e financeira” (Meirelles, 1989, p. 602), destinado a comprovar:
A probidade dos actos da administração;
A regularidade dos gastos públicos e do emprego de bens, valores e dinheiros
públicos;
A fiel execução do orçamento.
68
3.3. A evolução do controle externo – accountability pública
Ao longo dos anos, ao se deparar com o carácter essencialmente burocrático
da administração pública, o controle externo, exercido pelos Tribunais de
Contas, encontrou um forte apelo formalista, voltado à verificação da
regularidade da execução dos gastos públicos, da legalidade dos actos
administrativos e da fidedignidade dos demonstrativos financeiros. Todavia,
a partir da implantação de um novo modelo de administração pública e da
consolidação de estruturas democráticas, surge a necessidade de uma
actuação mais efectiva do controle.
69
Entende-se, então, que, nesse contexto de reforma do Estado, o controle
externo pode contribuir de forma mais efectiva para o aperfeiçoamento das
acções de governo quando se propõe a avaliar o desempenho das
organizações estatais e/ou mensurar a fidedignidade das informações
produzidas pelo gestor acerca do desempenho alcançado. Encontra-se um
ambiente favorável para a implantação de um sistema de controle externo
que actue de forma proactiva, não mais se limitando a aspectos formais, mas
ampliando seu escopo de análise, entrando em aspectos de economicidade,
eficiência, eficácia e efectividade da gestão da coisa pública.
70
4. Principais Actividades dos Órgãos Controladoras
No tocante aos órgãos de controle da administração pública, definidos pela
International Organization of Supreme Audit Institutions (Intosai) como
Entidades Fiscalizadoras Superiores (EFS), são dois os tipos de sistema
utilizados: o sistema de Tribunais de Contas, que é o adoptado por nosso país,
e o sistema de controladorias, adoptado principalmente nos países anglo-
saxões (INTOSAI, 2005).
71
carácter unipessoal, subscritas pelo auditor geral ou controlador (MILESKI,
2003).
Por serem monocráticas, possuem maior rapidez e flexibilidade que os órgãos
colegiais, todavia apresentam maior risco de adoptar uma visão equivocada.
Em geral, não possuem poder coercitivo, mas carácter consultivo, sendo que
as suas técnicas de auditoria assemelham-se àquelas de empresas privadas. O
controle gerencial é a principal marca das controladorias, e essa modalidade
de controle prioriza a análise dos actos administrativos em relação tanto aos
seus custos quanto aos resultados almejados e alcançados. Citam-se os
seguintes países que adoptam esse sistema: Austrália, Áustria, Canadá, China,
Colômbia, Estados Unidos da América, Israel, Nova Zelândia, Peru, Reino
Unido e Venezuela.
4.1. Controladoria
Segundo Pereira (1999, p. 38), “sob o enfoque da Teoria dos Sistemas, a
empresa caracteriza-se como um sistema aberto e essencialmente dinâmico,
isto é, como um conjunto de elementos interdependentes que interagem
entre si para a consecução de um fim comum, em constante inter-relação com
seu ambiente”. Substituindo o termo empresa, reconhece-se que cada
organização é um sistema aberto, em contacto com o ambiente em que está
inserida, sendo que seus elementos organizam-se em subsistemas que devem
estar em constante interacção para cumprir com seus objectivos. Subsistemas
desconectados, avançando para lados opostos, podem levar a inutilidade e
desmonte da organização. Entende-se que deve haver uma figura, seja um
órgão, um dirigente ou uma unidade, que seja responsável pela interacção de
toda a estrutura da organização. É onde a Controladoria se encaixa,
planejando, coordenando e controlando os diversos subsistemas da
organização para continuidade e excelência dela como um todo.
72
Corroborando com este entendimento, Mosimann e Fisch (1999, p. 116),
enfatizam que “à Controladoria cabe a responsabilidade de fazer com que as
áreas mantenham a interligação na busca de objectivos comuns, que são
resultados”.
73
vários outros autores, como Almeida, Parisi e Pereira (1999), Villas Boas
(2000), Peleias (2002) e Slomski (2003).
Slomski (2003, p.373) corrobora com esta conceituação quando explica que a
Controladoria como ramo do conhecimento é “responsável pelo
estabelecimento de toda a base conceitual para o apuramento do resultado
económico de uma entidade”. Portanto, neste enfoque do conhecimento, “a
Controladoria consiste em um corpo de doutrinas e conhecimentos relativos à
gestão contável, financeira, económica e administrativa” (VILLAS BOAS, 2000,
p. 63).
Por sua vez, Peleias (2002), cita, ainda, a área de sistemas e explica que ao se
reportar a outras áreas de conhecimento para desempenhar suas funções, a
Controladoria pode estabelecer as bases teóricas necessárias para actuação
na organização. Neste contexto, o enfoque do conhecimento dá suporte à
actuação da Controladoria como órgão administrativo, principal enfoque
deste trabalho.
74
com a finalidade de “garantir informações adequadas ao processo decisório,
colaborar com os gestores em seus esforços de obtenção da eficácia de suas
áreas quanto aos aspectos económicos e assegurar a eficácia empresarial”.
75
Outras funções: administração e supervisão das actividades que impactam no
desempenho da organização, inclusive no envolvimento com auditores
internos e externos e autoridades fiscais, desenvolvimento e manutenção de
instruções, procedimentos e sistemas, coordenação e conservação de
registos.
Com base nos diversos autores que tratam sobre as funções da Controladoria,
Moura e Beuren (2003), resumidamente, explicam que a função da
Controladoria é fazer com que os recursos sejam aplicados na optimização dos
resultados da organização.
Por sua vez, Borinelli (2006), ao tratar em sua Tese de Doutorado sobre a
Estrutura Conceitual Básica da Controladoria, apresentou as seguintes funções
básicas da Controladoria: a) função contável; b) função gerencial - estratégica;
c) função de custos; d) função tributária; e) função de protecção e controle de
activos; f) função de controle interno; g) função de controle de riscos; h)
função de gestão da informação; i) outras funções envolvendo a auditoria e a
tesouraria.
76
se em planeamento, execução e controle, visando atingir os objectivos da
instituição”.
77
Visão generalista: conhecimento do impacto, em termos económicos, que o
resultado de cada área traz para o resultado global da empresa. (MOSIMANN
e FISCH, 1999, 118-119).
78
aquelas dadas ao Controle Interno e até mesmo a interacção entre
Controladoria, Controle Interno e Auditoria Interna.
Exercícios
Dos exercícios abaixo, selecciona a alternativa correcta.
1. De acordo com Attie (1998), o controlo interno tem quatro objectivos
básicos:
a) O estímulo à eficiência operacional; A aderência às políticas existentes.
b) A salvaguarda dos interesses da empresa; A apreciação e a confiabilidade
dos informes e relatórios contáveis, financeiros e operacionais.
c) Compromisso com a competência; Participação dos responsáveis pela
governação; Estrutura organizacional; Definição de autoridade e de
responsabilidade; Política de recursos humanos e respectivas pratica.
d) A salvaguarda dos interesses da empresa; A apreciação e a confiabilidade
dos informes e relatórios contáveis, financeiros e operacionais; O estímulo à
eficiência operacional; A aderência às políticas existentes.
79
3. Que tipo de auditorias são utilizadas como formas de controle interno?
a) Controle directo e Controle indirecto.
b)Controle Interno ou Controle Externo.
c) Auditorias Internas ou Auditorias Externas.
d) Fiscalização contável e administrativa.
80
organizacional; Definição de autoridade e de responsabilidade; Política de
recursos humanos e respectivas pratica.
d) Órgão estranho à administração responsável pelo acto controlado, e que
visa a comprovar a probidade e a regularidade da administração. É o controle
de um poder sobre o outro ou da administração directa sobre a indirecta.
CAPÍTULO IV
AUDITORIA GOVERNAMENTAL
Alguns afirmam que a auditoria é uma técnica contável e, como tal, surgiu a
partir do momento em que terceiros começaram a analisar e emitir opinião
independente sobre os demonstrativos elaborados pela Contabilidade.
Conforme Costa (op. cit. p. 24), em 1547, foi publicado um livro em inglês de
autor anónimo, que tratava da escrituração comercial e que se dirigia, entre
outros, aos auditores.
82
responsável da guarda do património. Esse agente independente, então, seria
o auditor.
83
Auditoria Interna “é o controlo dos controlos, instituído numa empresa ou
organização e visa contribuir para a promoção da economia, eficácia e
eficiência das operações desenvolvidas”.
84
(IIA, 1978).” Em 1999, o IIA reformulou a definição de Auditoria interna dando
maior relevância á relação existente entre o Auditor Interno e a empresa,
surgindo assim uma nova definição:
“Auditoria Interna é uma actividade independente, de avaliação objectiva e
de consultoria, destinada a acrescentar valor e a melhorar as operações de
uma organização. Assiste a organização na consecução dos seus objectivos,
através de uma abordagem sistemática e disciplinada, na avaliação da eficácia
dos processos de gestão de riscos, controlo e governação.”
85
Recomendações da Controlo Interno: Gestão de risco:
auditoria interna Reforço Evitar/ Diversificar os riscos
Custo beneficio Partilhar/ transferir o risco
Eficiência/Eficácia Controlar/ aceitar o risco
86
Direcção, detectando as áreas organizacionais onde se produzem, ou podem
vir a produzir, distorções, assim como, avaliar para melhorar a eficácia dos
processos de gestão de risco, controlo e governança.
87
procedimentos, politicas, orientações e objectivos, com vista a contribuir para
a melhoria das operações e da estrutura de controlo interno;
Analisar e recomendar sobre os aspectos de economia, eficiência e eficácia
com que são geridos os recursos disponibilizados às empresas;
Verificar a existência, cumprimento e eficácia das normas de segurança da
informação e controlos estabelecidos para salvaguarda de utilização
adequada dos equipamentos;
I. Auditoria Governamental
A auditoria governamental actua directamente sobre a administração da coisa
pública. Ela está directamente relacionada com o acompanhamento das
acções empreendidas pelos órgãos e entidades que compõem a
88
administração directa e indirecta das três esferas de governo. Normalmente é
realizada por entidades superiores de fiscalização, sob a forma de Tribunais de
Contas ou Controladorias, e organismos de controle interno da administração
pública. Vale mencionar que alguns consideraram a actividade de fiscalização
– auditoria fiscal – realizada pelos órgãos responsáveis pela arrecadação dos
tributos como uma espécie de auditoria governamental.
89
administração sobre a eficiência, eficácia e economia das práticas internas de
gestão e dos controles”.
Ela também pode ser conceituada como sendo a auditoria realizada por
profissionais qualificados e externos à empresa auditada, ou seja, que não são
empregados da administração, normalmente sob a forma de firmas de
auditoria, com o objectivo precípuo de emitir uma opinião independente, com
base em normas técnicas, sobre adequação ou não das demonstrações
contáveis, assim como, em certos casos, um relatório sobre a regularidade das
operações e/ou sobre o resultado da gestão financeira e administrativa.
90
Também conceituada como auditoria independente, é a auditoria realizada
por especialistas contratados pela organização fiscalizada, ou por imposição
normativa. Normalmente, os auditores externos realizam contável que
representa o conjunto de procedimentos técnicos que têm por objectivo a
emissão de parecer sobre a adequação das demonstrações contáveis,
conforme os Princípios Fundamentais de Contabilidade, as Normas de
Contabilidade e a legislação específica, no que for pertinente.
91
Assim como existem varias denominações para auditoria operacional, muitas
são também as definições atribuídas a ela. Pode-se, entretanto, sintetizá-las
sem prejuízo maior a uma ou a outra definição. De modo geral, a auditoria
operacional é aquela que, dentre as diversas facetas que o processo de
auditoria pode assumir, se propõe a avaliar, de forma sistemática, programas,
projectos, actividades ou acções administradas por órgãos e entidades
públicas, sob o aspecto do desempenho alcançado (ARAÚJO, 2001).
Nesse aspecto, cabe salientar que se deve evitar realizar auditorias focando-se
na análise de apenas uma dimensão, haja vista que, dessa maneira aumenta-
se a possibilidade de erro de avaliação (conclusões muito limitadas ou
equivocadas).
92
b) Se estão sendo feitas as actividades certas.
93
Pessoas: ordenadores de despesas, arrecadadores de recursos, dirigentes de
entidades, responsáveis pela guarda de bens e valores;
Recursos: financeiros, humanos, materiais, tecnológicos;
Sistemas: financeiro, orçamentário, contável, patrimonial, material, legislação,
pessoal;
Organizações: Unidades da Administração Directa e Entidades da
Administração Indirecta;
Órgãos de controle: Controladoria, Tribunal de Contas (Tribunal
Administrativo), Tribunais de Contas dos Estados e Municípios, Controladoria
Geral, Unidades de Auditoria das Entidades da Administração Indirecta,
Auditores Independentes;
Clientes: Governo e Sociedade
95
3.2.3.1. PESSOAS
3.2.3.1.1. Mediante Tomada de Contas
I - os ordenadores de despesas das unidades da administração directa;
II - aqueles que arrecadarem, gerirem ou guardarem dinheiros, valores e bens
do Estado, ou que por eles respondam; e
III - aqueles que, estipendiados ou não pelos cofres públicos, por acção ou
omissão derem causa a perda, subtracção, extravio ou estrago de valores,
bens e materiais do Estado pelos quais sejam responsáveis.
3.2.3.3. RECURSOS
Todos os recursos originários da lei orçamentária anual, de créditos adicionais,
de operações de crédito, assim como as receitas próprias e as aplicações da
Administração Directa ou Indirecta, inclusive fundos especiais.
96
3.3. Formas de Execução da Auditoria Governamental
A Auditoria Governamental pode ser realizada de forma Directa, Indirecta,
Compartilhada, Subsidiária ou Integrada:
Directa: quando realizada com a utilização de pessoal dos órgãos de controle,
com atribuição de auditoria;
b) Auditoria de Programas
A Auditoria de Programas objectiva acompanhar, examinar e avaliar a
execução de programas e projectos governamentais específicos, bem como a
aplicação de recursos descentralizados, compreendendo, entre outros, os
seguintes aspectos:
Análise da realização físico-financeira em face dos objectivos e metas
estabelecidos;
97
Análise dos demonstrativos e dos relatórios de acompanhamento produzidos
com vistas à avaliação dos resultados alcançados e à eficiência na gerência;
Verificação da documentação instrutiva e comprobatória, quanto à
propriedade dos gastos realizados; e
Análise da adequação dos instrumentos de gestão - contratos, convénios,
acordos, ajustes e outros congéneres - para consecução dos planos,
programas, projectos e actividades desenvolvidas pelo gestor, inclusive
quanto à legalidade e directrizes estabelecidas.
c) Auditoria Operacional
Auditoria Operacional consiste em avaliar as acções de gerência e os
procedimentos relacionados ao processo operacional, ou parte dele, dos
Órgãos ou Entidades da Administração Pública, programas de governo,
actividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir opinião sobre a
gestão. Actua nas áreas inter-relacionadas do órgão/entidade, avaliando a
eficácia de seus resultados em relação aos recursos materiais, humanos e
tecnológicos disponíveis, bem como a economicidade, eficiência, efectividade
e qualidade dos controles internos existentes para gestão dos recursos
públicos. Sua filosofia de abordagem dos factos é de apoio, procurando
auxiliar a administração na gerência e nos resultados, por meio de
recomendações que visem aprimorar procedimentos, melhorar os controles e
aumentar a responsabilidade da gerência.
98
Identificar áreas que concorrem para aumento e/ou diminuição de custos
e/ou receitas;
Recomendar e assessorar a implantação de mudanças.
d) Auditoria Contável
Auditoria Contável é a técnica que, utilizada no exame dos registos e
documentos e na colecta de informações e confirmações, mediante
procedimentos específicos, pertinentes ao controle do património de um
órgão ou entidade, objectiva obter elementos comprobatórios suficientes que
permitam opinar se os registos contáveis foram efectuados de acordo com os
princípios fundamentais de contabilidade e se as demonstrações deles
originárias reflectem, adequadamente, a situação económico-financeira do
património, os resultados do período administrativo examinado e as demais
situações nelas demonstradas.
e) Auditoria de Sistemas
A Auditoria de Sistemas objectiva assegurar a adequação, privacidade dos
dados e informações oriundas dos sistemas electrónicos de processamento de
dados, observando as directrizes estabelecidas e a legislação específica.
f) Auditoria Especial
A Auditoria Especial objectiva o exame de factos ou situações consideradas
relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizadas para
atender a determinação do Presidente da República, Ministros ou por
solicitação de outras autoridades.
g) Auditoria da Qualidade
A Auditoria da Qualidade tem como objectivo permitir a formação de uma
opinião mais concreta sobre o desempenho gerencial dos administradores
públicos, servindo como estímulo a adopção de uma cultura gerencial voltada
para atingir resultados dentro dos princípios da qualidade, identificando os
pontos fortes e fracos da organização.
4.1.1. Planeamento
Corresponde a fase de preparação precedente á execução do trabalho de
campo de cada Auditoria. De acordo com Morais e Martins (2013), deve-se
planear uma Auditoria interna porque é necessário planear as diferentes
avaliações do controlo interno, gestão de risco e Governance a realizar ao
longo do ano, determinar a amplitude, alcance e frequência, para não deixar
que a realização de Auditorias fique à mercê da ocorrências de algum
acontecimento que seja necessário investigar. Segundo as autoras o facto de
planear antecipadamente o trabalho a realizar é um factor determinante para
o êxito do trabalho da equipa de Auditoria Interna, porque o principal
objectivo do planeamento é de estabelecer prioridades face às áreas ou
operações a auditar, também rendibilizar os processos, determinar a
profundidade dos testes e identificar os recursos necessários e adequados. As
Normas para a prática de auditoria Interna do IPAI (2009), diz que, o
responsável pela auditoria tem que estabelecer planos baseados no risco,
para determinar as prioridades da actividade da auditoria interna consistentes
com os objectivos da organização.
100
Organograma detalhado com informações das unidades de estrutura,
incluindo a descrição das respectivas funções/tarefas;
Ordens de Serviços, politicas, procedimentos formalmente definidos,
relacionados com o âmbito da auditoria;
Manuais de utilização dos sistemas que suportam actividades no âmbito da
auditoria;
Leis e regulamentos aplicáveis às actividades no âmbito da auditoria;
4.1.2. Execução
De acordo com Castanheira, esta fase tem como objectivo a execução dos
procedimentos de auditoria programados, de forma a poder concluir acerca
da qualidade dos controlos existentes ao nível das actividades no âmbito da
auditoria, e deverá ser realizada de forma eficiente e eficaz garantindo a
adequada identificação de todas as conclusões significativas.
101
4.1.3. Comunicação
De acordo com Castanheira, esta fase tem como objectivo a apresentação,
divulgação e aprovação das conclusões e recomendações resultantes da
auditoria realizada, em que deverá ser realizada após a finalização do trabalho
e fecho de todas as conclusões e recomendações pela equipa de Auditoria. De
acordo com o autor, as actividades desenvolvidas nesta fase são:
Apresentação e discussão das conclusões, em que são realizadas reuniões de
apresentação e discussão das conclusões e recomendações resultante do
trabalho realizado;
Preparação do relatório final;
Divulgação e apresentação das conclusões e recomendações do relatório final
da auditoria aos órgãos de Administração;
4.1.4. Follow-up
De acordo com Morais e Martins (2013), a Auditoria considera-se bem
sucedida quando as suas recomendações são efectivamente implementadas e
avaliada a sua eficácia, neste contexto, de acordo com as autoras, o Follow-up
é um processo através do qual os auditores internos avaliam a adequação, a
eficácia e oportunidade das medidas tomadas pelo Órgão de Gestão em
relação às observações e recomendações relatadas, incluindo as efectuadas
pelos auditores externos e outros.
Segundo Castanheira, esta fase tem como objectivo o acompanhamento da
implementação das recomendações efectuadas pela equipa de auditoria e
deverá ser realizada após a finalização da auditoria, apoiando-se num
repositório de recomendações que permite identificar a antiguidade e
prioridade das recomendações.
102
mesmas, e a sua prioridade e a identificação dos responsáveis pela sua
implementação, actualizando o repositório de recomendações no sentido
identificar todas as recomendações que já se encontram em curso, por
implementar ou implementadas.
Sempre que o auditor emitir parecer que não seja sem ressalvas, ele deve
incluir uma descrição clara de todas as razões fundamentadas dos efeitos
possíveis sobre as demonstrações contáveis. Essas informações, devem,
preferencialmente, ser apresentadas em parágrafo separado precedendo a
opinião ou mesmo negativa, e também incluir referência uma discussão mais
ampla em nota explicativa às demonstrações contáveis.
103
consideram todas as informações julgadas necessárias em todos os assuntos
relevantes, que possibilitem a apresentação adequada.
Destinatário
3º Parágrafo: Opinião
Data
Assinaturas
104
Os componentes do parecer de auditoria são:
a) Título: um título adequado, como, por exemplo, "Parecer de Auditoria", deve
ser usado, de modo a ajudar o leitor a identificar o documento e facilmente
distingui-lo dos demais relatórios que normalmente são publicados em
conjunto, tais como parecer do Conselho de Administração, Relatório da
Directoria, etc.
105
h) Data do relatório: o parecer de auditoria deve ser datado. Essa data informa
ao leitor que o auditor considerou o efeito, sobre as demonstrações contáveis
e sobre a sua opinião, de eventos, dos quais ele teve conhecimento, que
tenham ocorrido até aquela data. A data do parecer deve corresponder ao dia
do encerramento dos trabalhos de auditoria na entidade.
106
parágrafo de ênfase, se a incerteza for correctamente divulgada em notas
explicativas.
(Parágrafo da opinião)
Em nossa opinião, as demonstrações contáveis acima referidas representam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e
financeira da Companhia Vou Passar em 31 de Dezembro de 20X1 e de 20X0,
o resultado de suas operações, as mutações de seu património líquido e as
origens e aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos
naquelas datas, de acordo com práticas contáveis adoptadas Moçambique.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor – responsável técnico
N. de registo
Nome da empresa de auditoria
N. de registo
107
O parecer com ressalva é apresentado, quando o auditor conclui que as
discordâncias ou restrições no escopo de um trabalho não é relevante ao
ponto de determinar a emissão de um parecer adverso ou de uma negativa de
opinião. Em outras palavras, é expresso quando o auditor avalia que não pode
emitir parecer sem ressalvas, mas que o efeito da discordância ou da restrição
de amplitude não é tão significativa, que requeira um parecer adverso, ou
mesmo negativa de opinião.
O parecer com ressalva deve obedecer basicamente ao modelo do parecer
limpo com a inclusão dos parágrafos das ressalvas e com a utilização das
expressões "excepto por", "excepto quanto" ou "com excepção de" no
parágrafo da opinião, referindo-se aos efeitos do assunto objecto da ressalva.
A utilização da expressão "sujeito a" é considerada adequada apenas nos
casos em que exista incerteza quanto ao resultado final de assunto pendente
de definição.
(Parágrafo da ressalva)
(3) De acordo com suas instruções, não solicitamos a nenhum cliente que
confirmasse seus saldos relativos ao contas a receber. Como consequência,
ficamos impossibilitados de avaliar a adequação do saldo de Duplicatas a
Receber no montante de $200.000,00, que representa 5% do total do
Património Líquido da Companhia e 10% do seu resultado.
(Parágrafo da opinião)
108
Em nossa opinião, excepto quanto ao fato mencionado no parágrafo anterior,
as demonstrações contáveis acima referidas representam adequadamente,
em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da
Companhia Vou Passar em 31 de Dezembro de 20X1 e de 20X0, o resultado de
suas operações, as mutações de seu património líquido e as origens e
aplicações de seus recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas,
de acordo com práticas contáveis adoptadas em Moçambique.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor – responsável técnico
N. de registo
Nome da empresa de auditoria
N. de registo
109
internos da entidade; (b) a constatação, com base em testes, das evidências e
dos registos que suportam os valores e as informações contáveis divulgadas; e
(c) a avaliação das práticas e das estimativas contáveis mais representativas
adoptadas pela administração de entidade, bem como da apresentação das
demonstrações contáveis tomadas em conjunto.
(Parágrafo da opinião)
Em nossa opinião, em face dos fatos mencionados nos parágrafos 3 a 6, as
demonstrações
contáveis acima referidas não representam adequadamente, em todos os
aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia Vou
Passar em 31 de Dezembro de 20X1 e de 20X0, o resultado de suas operações,
as mutações de seu património líquido e as origens e aplicações de seus
recursos referentes aos exercícios findos naquelas datas, de acordo com
práticas contáveis adoptadas em Moçambique.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor – responsável técnico
N. de registo
Nome da empresa de auditoria
N. de registo
110
evidência adequada para fundamentá-la ou em face de uma restrição
significativa. Todavia, essa negativa não elimina a responsabilidade do auditor
de informar qualquer fato significativo que possa influenciar a tomada de
decisão dos usuários das demonstrações contáveis.
(Parágrafo da ressalva)
De acordo com instruções recebidas da administração da Companhia Vou
Passar, não estivemos presentes à contagem física dos stocks realizada em 31
de Dezembro de 20X1. Bem como não foi possível a adopção de
procedimentos alternativos de modo a possibilitar a verificação da existência
desse activo naquela data. Como consequência, não podemos expressar
qualquer opinião com respeito a esse inventário, que monta a $1.500.000,00,
representando 90% do total do Activo da Companhia.
(Parágrafo da opinião)
Em virtude de o saldo dos stocks de 31 de Dezembro de 20X1 ter importância
substancial na determinação da posição patrimonial e financeira e do
resultado das operações da Companhia Vou Passar, não podemos expressar
opinião sobre suas demonstrações financeiras tomadas em conjunto.
Local e data
111
Assinatura
Nome do auditor - responsável técnico
N. de registo
Nome da empresa de auditoria
N. de registo
(Parágrafo da opinião)
Em nossa opinião, as demonstrações contáveis acima referidas representam
adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e
financeira da Companhia Vou Passar em 31 de Dezembro de 20X1 e de 20X0,
o resultado de suas operações, as mutações de seu património líquido e as
origens e aplicações de seus recursos referentes os exercícios findos naquelas
datas, de acordo com práticas contáveis adoptadas em Moçambique.
(Parágrafo de ênfase)
112
A Companhia está em fase de reorganização, procedendo a uma ampla visão
dos seus procedimentos de controle interno. Os efeitos decorrentes, embora
esperados, não puderam, até o momento, ser quantificados. Nossa opinião
está, portanto, sujeita aos efeitos desses ajustes.
Local e data
Assinatura
Nome do auditor – responsável técnico
N. de registo
Nome da empresa de auditoria
N. de registo
113
actividades das áreas envolvidas são nele abordadas e discutidas, visto que
podem utilizá-lo como base para tomada de decisões.
114
exame; e) nome e endereço do gestor; f) objectivo da entidade e g) outros
dados julgados necessários pelo auditor nas circunstâncias.
d) Introdução e Objectivo do Trabalho: deverá abordar os aspectos
introdutórios como: número do expediente que autoriza a auditoria, normas
aplicadas e, principalmente, o objectivo do exame.
e) Alcance, Fontes de Critério e Procedimentos: o alcance corresponde à
amplitude ou escopo do exame, ou seja, o seu grau de abrangência,
apresentando inclusive os empecilhos, ou seja, factores que limitaram o
trabalho da auditoria, a exemplo da não apresentação de informações; atraso
nos registos; ausência ou deficiências significativas de controle; entre outros.
As fontes de critério correspondem a leis, actos, decretos, regulamentos,
princípios e normas da administração pública, princípios fundamentais de
contabilidade, boas práticas administrativas, entre outros, que forneceram os
parâmetros que serviram de base para os exames. Os principais
procedimentos que normalmente são utilizados podem ser assim resumidos:
confirmação com terceiros (circulação), inspecções físicas, exame documental,
conferência de cálculos, observação, entrevistas, entre outros. Nesse item,
devem ser descritas todas as áreas que foram objecto de exame por parte do
auditor.
115
a) Importância do Conteúdo: o relatório de auditoria só deve conter os fatos
julgados importantes pelo auditor, de modo que possam merecer atenção dos
seus destinatários. Nessa análise de importância, o auditor deve considerar a
relevância da informação para o interessado; o volume de gasto envolvido; a
repercussão externa; a contribuição para melhoria da economia, eficiência e
eficácia; a frequência das ocorrências e a prática recorrente já identificada em
outras auditorias.
116
Os achados de auditoria devem ser apresentados de maneira convincente e o
auditor precisa estar seguro do que é informado, pois a responsabilidade da
prova está no auditor e não na entidade auditada.
h) Inteireza e Concisão: cada ponto redigido deve ser completo por si só,
porém conciso, ou seja, excessos de detalhes desnecessários que possam
desviar a atenção do leitor do assunto principal devem ser evitados.
i) Tom Construtivo: o auditor deve ter em mente que seu objectivo é obter
reacções favoráveis aos achados e recomendações. Logo, o auditor tem de
enfatizar os aspectos positivos.
117
4.3.3. Regras Gerais para a Elaboração de Relatórios
Quando da elaboração de um relatório de auditoria, o auditor deve ter em
mente que ele deve ser bem redigido, completo por si só, claro e de fácil
entendimento. Assim, necessária se faz a observância de algumas regras
fundamentais, a saber:
Redacção na linguagem corrente, sem erros gramaticais;
Evitar uso de terminologia especializada. Se necessário uso, ela deve ser
adequadamente explicada;
Não redigir em Caixa Alta;
Não misturar minúsculas com MAIÚSCULAS;
Respeitar o emprego de maiúsculas;
Padronizar letra. Nem muito grande, nem muito pequena;
Redigir o ponto em três partes básicas: introdução, desenvolvimento e
conclusão;
Utilizar língua culta;
Utilizar a boa expressão: clareza, concisão, correcção e elegância;
Utilizar frases curtas;
Utilizar linguagem directa;
Evitar gírias, chavões e lugares-comuns;
Evitar a linguagem coloquial;
Evitar termos rebuscados ou difíceis;
Evitar linguagem metafórica;
Evitar períodos longos;
Não fugir da constatação;
Evitar ideias primárias ou infantis;
Não dizer o óbvio;
Seleccionar os achados por hierarquia;
Explorar o recurso dos exemplos;
Valorar os achados;
Sempre que possível, o ponto de auditoria deve conter três ou quatro
parágrafos;
Utilizar uma ideia básica por parágrafo;
Evitar o parágrafo da contradição;
Manter conexão entre os parágrafos;
Distribuir harmoniosamente o número de linhas por parágrafos (4 a 6);
Evitar o uso da maledicência;
Não filosofar inutilmente;
Não repetir seguidamente as palavras;
Evitar os circunlóquios desnecessários;
Conferir todas as informações;
Conferir soma;
Referenciar os achados com os papéis de trabalho;
Evitar parágrafos longos;
Utilizar linguagem directa;
118
Somente incluir informação pertinente;
Considerar o conteúdo dos atributos de um achado;
Somente emitir relatório após a sua discussão com o auditado e a sua
completa revisão.
119
ii) Critério: descrição da situação ideal com base em normas de controle
interno, legislação aplicável, princípios fundamentais, boas práticas
administrativas, metas e objectivos especificados, padrões de economia, de
eficiência, de eficácia, entre outros.
Representa o parâmetro com o qual o auditor mede a condição. Corresponde
às metas, aos objectivos da actividade ou entidade auditada, bem como às
normas relacionadas com o alcance dessas metas e objectivos. Tem-se as
seguintes fontes de critério:
Disposições escritas: leis, normas e procedimentos, regulamentos, manuais,
instruções, etc.;
Senso comum;
Experiência do auditor;
Opiniões independentes de especialistas;
Práticas usuais.
Em suma, o critério representa o que deveria ser.
120
iv) Consequências: identificações detalhadas dos efeitos provocados pelo fato
ocorrido. São os fatos que demonstram a necessidade de acções correctivas
em aposta aos problemas identificados. Sempre que possível, o relatório de
auditoria deve expressar a consequência quantificada em valores monetários
ou em outra unidade de medida. As consequências mais típicas, são:
Uso antieconómico ou ineficiente dos recursos humanos, materiais ou
financeiros;
Perdas potenciais de receitas;
Violação de disposições legais;
Ineficácia dos trabalhos;
Gastos indevidos;
Relatórios sem utilidade, pouco significativos ou imprecisos;
Controle inadequado dos recursos ou actividades;
Insegurança na adequação dos trabalhos;
Desmoralização do pessoal.
Em suma, a consequência representa a diferença entre o que é e o que
deveria ser.
121
5. O que deve ser feito para se Tornar um Auditor?
A função da auditoria requer do profissional competência técnica exigida do
trabalho a ser executado com qualidade, credibilidade, autonomia, sigilo e
relacionamento com outras pessoas, mantendo o equilíbrio e os padrões
morais na conduta do auditor, observadas as normas
122
– Capacidade profissional actualizando-se quanto ao avanço das normas,
procedimentos e técnicas aplicáveis.
123
Manter os documentos/registos referentes à auditoria em arquivos seguros e
confidenciais.
Exercícios
Dos exercícios abaixo, selecciona a alternativa correcta.
1. O auditor, ao expressar sua opinião (emitindo um parecer) assume
responsabilidades inclusive de ordem pública. Com base nesta afirmação,
indique o item abaixo que não é essencial para o parecer:
a) indicação das demonstrações contáveis examinadas e períodos pertinentes.
b) data do parecer, correspondente ao dia da conclusão dos trabalhos da
empresa.
c) data do parecer, correspondente ao dia efectivo de sua emissão e
assinatura.
d) assinatura do auditor número de registo no Conselho Regional de
Contabilidade.
124
demonstra a convicção do auditor sobre todos os aspectos relevantes das
mencionadas demonstrações.
b) quando for emitida uma opinião com ressalva, adversa, ou mesmo uma
negativa de opinião, o relatório de auditoria deve declarar, de forma clara e
informativa, todas os motivos que levaram a isso.
c) não se pode apresentar um padrão para o relatório do auditor, no que
tange à forma e conteúdo, contudo os elementos básicos que devem ser
considerados, segundo as formas de auditoria, são: a) título; b) destinatário; c)
identificação das demonstrações contáveis auditivas; d) uma referência às
normas de auditoria ou praxes seguidas; e) uma expressão ou negativa de
parecer sobre as demonstrações contáveis; f).assinatura e g) a data do
relatório.
d) A, B e C estão correctas.
125
a) com ressalva ou adverso.
b) com abstenção de opinião ou ressalva.
c) com parágrafo de ênfase ou de impedimento.
d) adverso ou com ressalva de escopo.
126
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128