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Introdução

A revista Time nomeou Keynes como uma das cem pessoas mais


influentes do século XX, dizendo que "sua ideia radical de que os
governos devem gastar o dinheiro que não tem, pode ter salvado a
economia da localidade temporariamente". Keynes defendeu uma
política económica de estado intervencionista, através da qual os
governos usariam medidas fiscais e monetárias. Keynes dedicou-
se a questões concernentes às finanças de guerra e ao
restabelecimento final do comércio internacional e de moedas
estáveis. Suas ideias sobre estes assuntos foram oferecidas em um
panfleto Como Pagar a Guerra, publicado em 1940.

Reacção do Liberalismo Económico: John Maynard Keynes e


o Intervencionismo Publico

Entre as teorias que explicam ou recomendam certas posições do


Estado em relação a seus direitos e obrigações, principalmente no
que se refere às questões económicas, estão o liberalismo e o
keynesianismo. Tais teorias tentam explicar quais as funções do
Estado, sua melhor forma de organização e até onde deve
interferir ou se omitir nas diversas situações.

O liberalismo baseou-se na ideia defendida por Adam Smith.


Segundo Smith, o próprio capitalismo continha mecanismos
racionais e eficientes de auto-regulação das condições
socioeconómicas de uma sociedade. Dessa forma, o papel do
Estado deveria se limitar a duas coisas: cumprir os contratos e
garantir a propriedade privada.

O liberalismo, no entanto, encontrou seu limite, em certo ponto,


justamente pela superprodução. Outro ponto trágico foi o
aceiramento das disputas de mercados, intensificadas pelo
ingresso na disputa de países tardiamente unificados como Itália e
Alemanha. A tensão culminou na Primeira Guerra Mundial,
iniciada em 1914, encerrando um ciclo conhecido como Belle
Époque. Anos mais tarde, a superprodução capitalista de espírito
liberal causou uma imensa crise económica, em 1929. A crise se
espalhou pelos países capitalistas, que buscavam uma maneira de
superá-la.

Oferecendo uma saída para a crise vivenciada, John Maynard


Keynes, em 1926, postulou uma teoria que rompia totalmente
com a ideia liberalista do “deixai fazer”, afirmando que o Estado
deveria sim, interferir na sociedade, na economia e em quais áreas
achasse necessário. O modelo do Estado intervencionista
(Welfare State) foi adoptado por muitos países após o fim da
Segunda Guerra Mundial, já que a interferência estatal parecia
essencial para a recuperação do mundo no pós-guerra.

Essa teoria foi muito importante para renovar a teoria económica


clássica. Pautada na chamada “macroeconomia”, propõe um
regime de pleno emprego e o controle da inflação.
De tal maneira, o desemprego desapareceria mediante a força do
mercado, posto que no sistema capitalista todos poderiam ser
empregados.

Defende também a ideia do Estado de oferecer benefícios sociais


aos trabalhadores, por exemplo, seguro saúde, seguro
desemprego, salário mínimo, dentre outros.

Nesse sentido, o Estado tem deveres a cumprir para com seus


cidadãos, lhes proporcionando uma vida digna. Essa teoria levou
ao surgimento do conceito de bem-estar social.

As principais características do Keynesianismo

 Oposição aos ideais liberais e neoliberais;


 Proteccionismo e equilíbrio económico;
 Investimento de capital do governo;
 Redução da taxa de juros;
 Equilíbrio entre a demanda e a produção;
 Intervenção estatal na economia;
 Garantia de pleno emprego;
 Benefícios sociais;
 Macroeconomia.

A partir dos anos 60, com a crise dos países centrais, ocasionada
pela acumulação intensiva e por uma regulação monopolista, o
keynesianismo também foi questionado, pois problemas como
inflação e instabilidade económica tornaram-se reais. Foi assim
que nasceu um novo modelo de liberalismo: o neoliberalismo,  o
qual estabelecia certo limite ao Estado e afirmava que as garantias
da liberdade económica e política estavam ameaçadas pelo
intervencionismo.  Conforme o neoliberalismo, Estado e Mercado
são formas de organizações antagónicas e irreconciliáveis.

Conclusão

Para o governo, o mais importante não é pegar nas coisas que os


particulares já estão fazendo, e fazê-las um pouco melhor ou pior,
mas pegar naquelas coisas que realmente deixam de ser feitas. A
escolha não deve ser se o estado deve ou não estar envolvido (na
economia), mas como ele se envolve. Assim, a questão central
não deve ser o tamanho do estado mas as actividades e métodos
do governo. Países com economias bem-sucedidas têm governos
que estão envolvidos em um amplo espeto de actividades.  

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