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1. INTRODUÇÃO GERAL
Sabe-se
consequências à
à
esses
QUALIDADE DA ENERGIA
dentre outros aspectos,
Sob esse aspecto, a forma de aterramento do Neutro (ou mesmo sua inexistência) exerce
papel fundamental no comportamento dos sistemas, prioritariamente quando da ocorrência
de faltas fase-terra, uma vez que, para cada configuração possível, produzem-se impactos
significativos nos valores das tensões e das correntes. Portanto, o esquema de aterramento
atua sobre dois aspectos essenciais na operação dos sistemas elétricos, ou seja, na
severidade das sobretensões e na intensidade das faltas à terra.
Definir como um dado sistema elétrico deve ser aterrado é uma arte, na qual o engenheiro
projetista escolhe e avalia as diversas possibilidades, e seleciona aquela que representa a de
melhor aplicabilidade em função das necessidades do sistema ou planta industrial a ser
alimentada, levando em conta a legislação vigente, as particularidades do sistema elétrico
em questão e os requisitos operacionais a serem atendidos. Há também outros fatores não
menos importantes que influenciam na escolha tais como: riscos de incêndio, segurança
pessoal, exigência de continuidade de serviço, existência (ou não) de pessoal de manutenção
devidamente qualificado e outros, o que, muitas vezes, torna tal escolha uma decisão
complexa.
2
Verifica-se,
ao desligamento
3
a se manter
será visto,
Infelizmente, como visto nas aulas,
definir,
4
Se ZN é diferente de zero e atinge um valor mais baixo, diz-se que o sistema é aterrado por
BAIXA IMPEDÂNCIA (tal impedância poderia ser uma resistência ou uma reatância; nos
sistemas industriais é bem mais comum a utilização de resistor).
Quando uma fase é colocada acidentalmente em contato com a terra, uma corrente de
curto If se estabelece e retorna através da impedância ZN e das capacitâncias existentes
entre as fases sãs e a terra (desprezem-se aqui as parcelas de corrente que retornariam
pelas resistências entre as fases sãs e a terra, embora elas possam também existir).
Se ZN é muito elevada (sistema aterrado por ALTA IMPEDÂNCIA), If assumirá valor bem
reduzido e, para retornar ao ponto de defeito, circulará pela impedância ZN existente entre a
terra e o ponto Neutro do sistema, e também pelas capacitâncias existentes entre as fases
sãs e a terra. Haverá elevação (deslocamento) da tensão do ponto Neutro em relação à terra
Se ZN é diferente de zero e atinge um valor mais baixo (sistema aterrado por BAIXA
IMPEDÃNCIA), If assumirá valor mediano e, para retornar ao ponto de defeito, circulará pela
São sistemas cujo secundário do transformador alimentador não possui ponto Neutro
(configuração em triângulo), ou possui ponto Neutro não conectado à terra (estrela não
aterrada).
Note-se que tais sistemas são “não intencionalmente” ligados à terra através das
capacitâncias naturais do sistema (elevadíssima impedância).
Vantagens:
-tal sistema permite continuidade de serviço perante um primeiro defeito para a terra.
Desvantagens:
-perante a ocorrência de um curto fase-terra, surgem potenciais de fase para a terra (nas
fases sãs) equivalentes às tensões fase-fase continuamente (até que a falta seja localizada e
sanada) – SOBRETENSÕES TEMPORÁRIAS; obs.: esse fato torna proibitivo o uso de sistemas
isolados em redes de AT, devido ao custo exorbitante para se prover a isolação aumentada
em níveis de tensão muito elevados;
-perante a ocorrência de um curto fase-terra não franco, ou seja, curto fase-terra através de
arcos elétricos intermitentes (situação que não é incomum...), há a possibilidade do
surgimento de SOBRETENSÕES TRANSITÓRIAS das fases para a terra da ordem de cinco a seis
vezes a tensão fase-terra nominal (ou até mais...);
-a eventual ocorrência das sobretensões transitórias pode incorrer na evolução dos curtos
fase-terra para curtos fase-fase, fase-fase-terra ou trifásico...;
-perante a ocorrência de uma segunda falta fase-terra, ou seja, já tendo ocorrido uma
primeira (ainda não sanada), essa segunda ocorrência caracterizará um curto fase-fase e
haverá a necessidade de desligamento imediato do sistema (daí a necessidade de se localizar
e sanar o primeiro defeito o mais rapidamente possível, mesmo que o sistema possa
continuar operando perante a ocorrência do mesmo);
VCG (ou VBT e VCT) elevem-se a valores correspondentes aos valores fase-fase (note-se que a
terra assumiu, nessa situação, o potencial da fase A).
Representa o curto
intermitente (chave abre e
fecha periodicamente)
14
Instante de
ocorrência
da falta fase-
terra
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São sistemas cujo secundário do transformador possui ponto Neutro diretamente (sem
impedância) conectado à terra (estrela aterrada).
Note-se que tais sistemas são “não intencionalmente” ligados à terra através das
capacitâncias naturais do sistema (elevadíssima impedância).
Vantagens:
-fácil localização das faltas fase-terra e possibilidade de rápida atuação dos dispositivos de
proteção contra sobrecorrentes (devido às correntes elevadas); boas condições para
obtenção de seletividade nos sistemas de proteção;
-as sobretensões transitórias são eliminadas (ou de baixa magnitude) e praticamente não há
sobretensões temporárias das fases sãs para a terra quando os curtos fase-terra ocorrem.
Desvantagens:
-torna-se necessário eliminar as faltas assim que as mesmas ocorrem (devido aos elevados
níveis de corrente e seu potencial destrutivo), o que impõe desligamentos;
-os elevados níveis das correntes de falta possibilitam o surgimento de arcos elétricos e sua
sustentação;
Esse sistema é o mais usual no Brasil em redes de BT. Porém, também pode ser aplicado a
redes de MT e até em AT ou EAT, quando possível e tecnicamente conveniente.
Note-se que, nesse caso, a corrente de curto fase-terra penetra pelo ponto de defeito e, ao
retornar para a fonte, circula pela conexão intencional do ponto Neutro do sistema à Terra e
também pelas capacitâncias presentes no sistema, associadas às fases sãs (a soma das
mesmas, ao atingirem a fase defeituosa para retorno ao ponto de defeito é, obviamente,
fasorial). Todavia, pelo fato da impedância da ligação sólida entre Neutro-Terra ser
absurdamente inferior à impedância (reatância) capacitiva do sistema, a parcela capacitiva
da corrente de falta pode ser desprezada. Percebe-se, pelo exemplo apresentado na figura,
que a corrente de curto fase-terra pode atingir valores elevadíssimos nos sistemas
industriais solidamente aterrados, o que pode exigir dos dispositivos de proteção uma
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Curtos fase-terra não francos (curtos que se processam com a presença de arco elétrico
intermitente)
Representa o
curto
intermitente
(chave abre e
fecha
periodicamente)
Nessa situação, a corrente de curto fase-terra penetra pelo ponto de defeito (através de um
arco elétrico que eventualmente possa se estabelecer (já que trata-se de um curto não
franco, ou seja, ocorrido pelo “resvalo” intermitente - e não pelo contato pleno - de uma
parte viva em uma parte aterrada) e, ao retornar para a fonte, circula pela conexão
intencional do ponto Neutro do sistema à Terra e também pelas capacitâncias presentes,
associadas às fases sãs (a soma das mesmas, ao atingirem a fase defeituosa para retorno ao
ponto de defeito é, obviamente, fasorial). Todavia, pelo fato da impedância da ligação sólida
entre Neutro-Terra ser muitissimo inferior à impedância (reatância) capacitiva do sistema, a
parcela capacitiva da corrente de falta pode ser desprezada. De qualquer modo, nesse tipo
de defeito, a corrente de curto fase-terra assume, geralmente, valores inferiores ao da
corrente de defeito plena (curto franco) já que, no ponto da falta, o arco elétrico também
apresenta impedância própria (essa impedância é de difícil mensuração; porém, com base
em testes e estudos específicos, considera-se que um curto através de arco elétrico possa
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ser reduzido a cerca de 20 a 40% (talvez 50%..) de um curto franco no mesmo ponto). No
exemplo apresentado na figura, considerou-se uma redução a 38%. Ainda assim, percebe-se
que o nível da corrente de falta é bastante elevado e altamente destrutivo.
Quanto aos sistemas solidamente aterrados e aos curtos fase-terra através de arco elétrico,
as documentações técnicas produzidas pelo IEEE ponderam:
-IEEE STd 242-2001 – “Recommended Practice for Protection and Coordination of Industrial
and Commercial Power Systems”
-IEEE STd 141-1993 – “Recommended Practice for Electric Power Distribution for Industrial
Plants”
UL3
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UL2
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UL1 uem
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ICC-FT uem os
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1
do.
20
-NEUTRO ATERRADO POR RESISTÊNCIA DE ALTO VALOR ÔHMICO: aplicável em BT (até 1000 V) e MT
(até 34,5 kV);
-NEUTRO ATERRADO POR MEIO DE REATÂNCIA (INDUTOR FIXO): aplicável em BT (até 1000 V) e MT
(até 34,5 kV);
Na prática:
inferiores.
R BAIXO VALOR: as correntes de curto fase-terra atingem valores acima de 10 A (na
realidade algumas dezenas de A) a até alguns pouquíssimos milhares de A em alguns casos
(2.000… 3.000 A, no máximo).
Perante a utilização de resistor de BAIXO valor ôhmico, uma falta fase-terra deve ser sanada
imediatamente, de maneira seletiva (a proteção a atuar deverá ser a localizada no ponto
mais próximo, eletricamente a montante do ponto faltoso). Por essa razão, o resistor deve
ser dimensionado de forma que o nível da corrente de falta fase-terra seja tal que possa
sensibilizar com facilidade o sistema de proteção contra faltas à terra, garantindo sua
atuação e a seletividade requerida.
De maneira geral, as razões para a limitação da corrente de curto fase-terra por um resistor
de Neutro (seja ele de alto ou baixo valor) são as seguintes:
falta;
minimizar ou eliminar a possibilidade de choques / eletrocuções em pessoas que possam ser
submetidas aos efeitos das tensões de toque e de passo que surgem no caminho de retorno
da corrente de curto-circuito à fonte pela terra.
Essas questões são claramente abordadas pela documentação do IEEE, mais especificamente
no IEEE STd 142-1991 (Green Book) – “Recommended Practice for Grounding of Industrial
and Commercial Power Systems”, subitem 1.4.3.
Dando sequência às razões acima citadas, pode-se destacar adicionalmente (e sem dúvida,
com a mesma importância), o controle das sobretensões transitórias obtido com o
dimensionamento e especificação apropriados do resistor em cada sistema sob análise (não
há a desvinculação total entre o Neutro e a terra, como ocorre nos sistemas isolados....),
reduzindo-se a possibilidade de ocorrência de danos aos equipamentos e,
conseqüententemente, preservando-se suas vidas úteis.
Vantagens:
-favorece a Continuidade de Serviço; o sistema em que uma das faltas tenha sido colocada
em contato com a terra pode ser mantido em operação perante esta primeira falta; ou seja,
a primeira falta à terra não exige eliminação imediata (porém, requer alarme e detecção),
uma vez que a corrente é limitada a um valor muito baixo.
-não há a ameaça de ocorrência de arcos elétricos nos pontos sob falta, tal como pode
ocorrer nos sistemas solidamente aterrados, uma vez que a corrente de falta á terra é
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geralmente limitada a algo da ordem de 5 A (no máximo 10...), valor não suficiente para
sustentar a permanência de um arco elétrico;
Obs: essas duas últimas vantagens aqui apresentadas são expressamente ressaltadas no IEEE STd
141-1993 (Red Book) – “Recommended Practice for Electric Power Distribution for Industrial Plants”,
subitem 7.2.2.
-as sobretensões transitórias são eliminadas se o projeto for adequadamente realizado (se
ocorrerem, são de pequena magnitude e, geralmente, são completamente suportáveis),
persistindo no sistema apenas as sobretensões temporárias (das fases sãs para a terra) a
partir do instante em que ocorre um curto fase-terra, e até que o mesmo seja localizado e
sanado.
Desvantagens:
A figura a seguir mostra a elevação das tensões das fases sãs para a terra perante a
ocorrência de um curto-ciruito fase-terra em um sistema de baixa tensão (VFF = 480 V)
aterrado por resistor de alto valor ôhmico.
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Obs.: Na figura, a sigla HRG mostrada ao lado do resistor de Neutro vem da lingua inglesa e significa “High
Resistance Grounding”. No caso do resistor de baixo valor ôhmico utilize-sea sigla LRG (“Low Resistance
Grounding”).
Portanto, com base na figura acima, verifica-se ser extremamente importante que a planta
seja dotada de instrumental específico para alarme contra faltas à terra e que a equipe de
manutenção elétrica seja devidamente qualificada / treinada em procedimentos para
localização do defeito. A figura a seguir, autoexplicativa, mostra uma metodologia muito
comum adotada em instalações elétricas de BT com resistor de aterramento de alto valor
ôhmico, para rastreamento e localização de um circuito submetido a uma falta fase-terra.
Imediatamente a montante
do ponto do curto, a
corrente pulsará (com picos
um pouco acima do valor de
ICC-FT) para que se confirme
e se garanta a localização do
defeito.
Outro aspecto que merece ser citado no caso de instalações de BT dotadas de resistor de
alto valor ôhmico diz respeito às cargas a serem alimentadas e à forma de alimentação. As
cargas a alimentar devem ser trifásicas pois, caso haja carga(s) monofásica(s) no sistema
(alimentadas em tensão fase-neutro), e supondo-se que haja um curto fase-neutro em seu
circuito alimentador, a corrente de curto não circulará pelo resistor e, portanto, não será
limitada ao valor desejado quando se aplica tal sistema de aterramento do Neutro. A figura
seguinte ilustra tal situação.
Portanto, pode-se inferir que tal sistema (BT, com resistor de alto valor ôhmico) seja
aplicável a instalações industriais, para alimentação de cargas trifásicas (motores elétricos,
por exemplo).
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Vantagens:
-fácil localização das faltas fase-terra e possibilidade de rápida atuação dos dispositivos de
proteção contra sobrecorrentes; boas condições para obtenção de seletividade nos sistemas
de proteção; essas premissas (detecção dos curtos, rápida atuação e obtenção de
seletividade) requerem, obviamente, dimensionamento apropriado do resistor de Neutro, de
forma que os defeitos fase-terra possam ser “detectáveis” pelo sistema de proteção contra
faltas à terra... as correntes de curto fase-terra não podem ser excessivamente baixas....);
Desvantagens:
-não oferece a possibilidade de Continuidade de Serviço, como ocorre nos sistemas isolados e
sistemas aterrados por meio de resistor de alto valor ôhmico; torna-se necessário eliminar as
faltas assim que as mesmas ocorrem, o que impõe desligamentos rápidos (embora os níveis
de curto fase-terra sejam, em geral, medianos nesse tipo de sistema, há ainda um enorme
potencial destrutivo).
-ainda existe a possibilidade do surgimento de arcos elétricos nos pontos de curto e sua
sustentação até que a proteção contra faltas à terra atue.
Em qualquer caso (neutro aterrado por R de alto ou de baixo valor ôhmico), o subsistema do
resistor utilizado deve ser obrigatoriamente e continuamente monitorado já que, perante a
eventual perda de tal subsistema, a configuração do aterramento será imediatamente
afetada. As figuras a seguir ilustram duas situações indesejáveis.
R R
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Em sistemas com o Neutro aterrado por meio de resistência, a corrente de falta à terra no
ponto do defeito é formada por uma componente capacitiva e uma componente resisitiva. O
valor da componente resisitiva depende, naturalmente, do valor da resistência de
aterramento (RE no primeiro esquemático ou RN no terceiro esquemático).
Quando uma fase é colocada acidentalmente em contato com a terra, uma corrente de
curto If se estabelece e retorna através do resistor RN e das capacitâncias existentes entre
terra (tensões “enxergadas” pela carga alimentada por tal sistema), e até que haja a
eliminação da falta.
No caso do sistema aterrado por resistor de ALTO VALOR ÔHMICO, conforme já abordado
anteriormente, já que o mesmo pode ser mantido em operação perante a primeira falta
(uma vez que o resistor é dimensionado para que a corrente de curto fase-terra assuma um
valor baixíssimo), há a obrigatoriedade absoluta de que o sistema possua isolações de fase
para a terra projetadas para suportar a tensão fase-fase do sistema, já que as sobretensões
temporárias nas fases sãs (para a terra) persistirão até que o curto seja localizado e sanado.
No caso do sistema aterrado por resistor de BAIXO VALOR ÔHMICO, conforme também já
abordado, como o sistema não pode ser mantido em operação perante a ocorrência de uma
falta fase-terra (uma vez que o resistor é dimensionado para que a corrente de curto fase-
terra assuma valor baixo a mediano, mas ainda potencialmente destrutivo e perigoso), não
há a obrigatoriedade absoluta de que o sistema possua isolações de fase para a terra
projetadas para suportar continuamente a tensão fase-fase. Ressalta-se que, nessa
configuração, a corrente de curto é rapidamente eliminada pela atuação da proteção (em,
no máximo, alguns poucos segundos).
Obs.: É importante atentar para o fato de que os equipamentos de um sistema elétrico são geralmente
projetados para suportarem tensões aplicadas bem superiores às suas tensões nominais de operação, desde
que por um período não longo e definido na normalização (geralmente 1 minuto). Os equipamentos de média
tensão, por exemplo, são projetados e construídos para que a isolação de fase para a terra não falhe perante a
aplicação de cerca de 2,5 vezes a tensão nominal por um período de 60 segundos, à freqüência industrial (60
Hz no Brasil). Portanto, para uma tensão nominal de 13,8 kV (classe 15 kV), aplica-se uma tensão de teste da
ordem de 34 kV durante esse tempo. Como os sistemas aterrados por resistor de baixo valor ôhmico são
particularmente aplicáveis aos sistemas de MT (como será visto mais adiante), as sobretensões temporárias a
que as fases sãs possam estar submetidas perante a ocorrência de um curto fase-terra não serão, em tese,
problemáticas (da ordem de, no máximo, 1,5 P.U. em situações extremas), já que o sistema será desligado em
curto tempo (da ordem de frações de segundo ou, no máximo, em alguns segundos).
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Ambas as categorias (resistor de ALTO VALOR ÔHMICO e resistor de BAIXO VALOR ÔHMICO)
são especificadas / dimensionadas para exercem suas funções quando inseridas entre os
pontos Neutro e Terra da fonte e cada qual tem a sua aplicação mais específica.
1ª Pergunta importante:
• Qual é o valor (otimizado) do resistor que pode ser instalado entre o Neutro e a terra?
Resposta:
• É aquele que elimina o risco de ocorrência de sobretensões transitórias (das fases sãs
para a terra) quando da ocorrência de um curto fase-terra (analisar as considerações
teóricas sobre esse assunto, apresentadas na próxima página).
2ª pergunta importante:
• Mas como definir o valor desse resistor com base na eliminação das sobretensões
transitórias?
Resposta:
Ou seja: A corrente capacitiva do sistema em análise é a variável que, a rigor, deve ser
tomada como base para se definir o valor do resistor a ser instalado no Neutro do sistema.
NOTA: Para mais informações quanto às formas de determinação (ou estimativa) do valor da corrente
capacitiva de um sistema elétrico, consultar o APÊNDICE A, ao final dessa apostila.
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a outro
às
outr
o
“degrau de tensão” *
em que a
* Relembre-se de que uma variação brusca de corrente gera uma variação brusca de tensão em circuitos de
natureza indutiva → V = L . di / dt
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resistor reduzido,
(
Sobretensões
transitórias das
fases sãs para a terra
devido ao curto fase-
terra
A próxima figura apresenta um gráfico genérico mostrando o que ocorre nas tensões entre
as fases sãs e a terra em um sistema aterrado por impedância (resistor de BAIXO VALOR
ÔHMICO, no caso do exemplo da figura) quando ocorre um curto fase-terra e quando a
impedância de Neutro (resistor, no caso) é avaliada e dimensionada para que sejam evitadas
as sobretensões transitórias (comparem esse gráfico com o gráfico da figura da página
anterior). Percebe-se que, ocorrido o curto, as tensões fase-terra das fases não faltosas se
elevam; porém, se elevam sem que surjam, transitoriamente, as sobretensões ditas
“transitórias” anteriormente abordadas. Nessa situação, portanto, ocorrem apenas as
sobretensões temporárias, que permanecerão presentes entre as fases sãs e a terra até que
o curto seja interrompido.
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Sistemas em que o resistor limita a corrente de curto fase-terra em valores menores que
10 A, não sendo necessário desligar o sistema quando ocorre a primeira falta à terra.
Mas porque a linha divisória básica entre as duas aplicações é definida em 10 A ???
-De maneira geral considera-se que correntes de falta à terra na faixa de 5 a 10 A podem
permanecer circulando nos sistemas, pois não danificam as chapas magnéticas de geradores,
motores, etc (note-se que um curto fase-terra, se originado no interior desses equipamentos,
penetraria através das isolações rompidas / danificadas e circularia por sua chaparia
magnética e pelas carcaças aterradas);
-Além disso, esse nível de corrente não é suficiente para sustentar arcos elétricos e evita a
sua propagação (evolução...) para curto entre fases, como ocorre quando o curto à terra
apresenta valores elevados de corrente.
Por que nesses sistemas, a corrente capacitiva é seguramente menor que 5 A....
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Então, se a corrente de curto fase-terra precisa ser limitada a 5 A (ou no máximo um pouco
mais), os sistemas que apresentam corrente capacitiva da ordem dos 5 A são os mais
indicados para a aplicação de resistores de alto valor ôhmico... Esses sistemas são os de BT.
Nota: no Brasil, esse é um método pouquíssimo utilizado e, de maneira geral, as instalações em BT são
concebidas com Neutro solidamente aterrado.... (sendo assim, o problema do surgimento do arco elétrico
quando da ocorrência de curtos fase-terra, frequente em tais sistemas, precisa ser muito bem abordado... há
proteções específicas para isso).
Mais uma vez, note-se que, para se evitar os problemas de ocorrência de sobretensões
transitórias das fases sãs para a terra perante a ocorrência de um curto fase-terra
(eliminando, concomitantemente, altas corrente de curto e a possibilidade do surgimento de
arcos elétricos):
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Então, se a corrente de curto fase-terra precisa ser limitada, porém, a valores superiores a
10 A (ou a algumas dezenas de Ampéres, a priori), os sistemas que apresentam corrente
capacitiva de ordem equivalente a isso são os mais indicados para a aplicação de resistores
de baixo valor ôhmico... Tais sistemas são os de MT.
Importante:
• Nos casos em que a corrente capacitiva supera os 10A (exemplo: um sistema de 13,8 kV
com corrente capacitiva de 15, 20 A, o que é muito comum....), utilizam-se resistores que
limitem a corrente resistiva do curto fase-terra a um valor maior – geralmente a um mínimo
de 50A em sistema industriais (25 A, excepcionalmente) – pois, sendo necessário realizar
desligamentos (seletivos), é preciso que se obtenha a sensibilidade necessária (as proteções
“enxergarem” as faltas mais facilmente..) e seletividade entre os relés de falta à terra, o que
facilita a especificação dos TC´s toroidais do tipo “Ground Sensor” (GS).
• evitar a ocorrência de outras faltas adicionais, como, por exemplo, a evolução da falta
fase-terra para curto entre fases;
Obs.: se o ponto Neutro não está acessível (como ocorre no caso dos sistemas em Triângulo), a detecção de
faltas à terra também pode ser implementada criando-se um “neutro artificial” no sistema, através, por
exemplo, da utilização de enrolamentos em ZIG-ZAG, conectados em paralelo com a rede; nesse caso, o
resistor é conectado entre o ponto Neutro da conexão ZIG-ZAG e a terra (consultar o APÊNDICE B).
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Para a interpretação adequada de tal gráfico, podem-se fazer vários comentários. O primeiro
deles é que os níveis de sobretensão temporária e de correntes de curto fase-terra em um
dado sistema são dependentes da relação Z0/Z1 do sistema sob análise, no ponto de
ocorrência do curto fase-terra. Outro comentário importante: os tipos de aterramento de
um sistema impõem ao mesmo faixas de valores correspondentes à relação Z0/Z1 (ou seja,
tal relação é um dos parâmetros que pode caracterizar um ou outro tipo de aterramento de
sistema). Quanto aos níveis de sobretensão temporária, percebe-se que os valores mais
expressivos ocorrem para os sistemas ISOLADOS ou ATERRADOS POR IMPEDÃNCIA DE ALTO
VALOR. No que refere às correntes de curto fase-terra, verifica-se os valores mais
expressivos ocorrem para os sistemas SOLIDAMENTE ATERRADOS. À medida em que a
relação Z0/Z1 se eleva, ou seja, à medida em que a impedância associada ao sistema de
aterramento aumenta e o regime de aterramento do Neutro vai passando de SOLIDAMENTE
ATERRADO para ATERRADO POR IMPEDÂNCIA DE ALTO VALOR até atingir um SISTEMA
ISOLADO, as correntes de curto fase-terra vão diminuindo e as sobretensões temporárias
vão, concomitantemente, se elevando.
Isso mostra que ao se migrar de um sistema com aterramento sólido para um sistema
isolado (neste último caso, com a presença do ponto Neutro → sistema em estrela, ou sem a
presença do ponto Neutro → sistema em triângulo) as sobrecorrentes são “trocadas” por
sobretensões.... No caminho inverso, acontece o oposto. Além disso, pode-se inferir com
base no gráfico que, para cada tipo de sistema de aterramento, há magnitudes esperadas de
correntes de curto fase-terra (em relação aos curtos trifásicos no mesmo ponto) e
magnitudes esperadas para as sobretensões temporárias... e tudo dependerá da relação
Z0/Z1 no ponto considerado.
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Exemplo 1
-Na faixa correspondente aos sistemas considerados SOLIDAMENTE ATERRADOS, verifica-se, com
base no gráfico, que a relação Z0/Z1 pode vir a atingir valores compreendidos entre 0 e 5;
-Para esses sistemas, o gráfico indica que a relação entre a corrente de curto fase-terra e
corrente de curto trifásica geralmente situa-se na faixa entre 1,5 e 0,5, e o
comportamento de tal relação é inversamente proporcional ao da relação entre as
impedâncias consideradas (essa é uma correlação lógica, uma vez que, quanto menor for
a impedância de sequência zero, ou seja, a impedância que envolve o sistema de
aterramento, maior será o nível da corrente de curto fase-terra);
Exemplo 2
-Na faixa correspondente aos sistemas que tendam aos ISOLADOS, verifica-se, com base no
gráfico, que a relação Z0/Z1 atinge valores da ordem de 11 e superiores;
-Para esses sistemas, o gráfico indica que a relação entre a corrente de curto fase-terra e
corrente de curto trifásica é fracionária e muito baixa (0,2 ou bem inferior a isso na
prática), e o comportamento de tal relação é inversamente proporcional ao da relação
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entre as impedâncias consideradas (essa é uma correlação lógica, uma vez que, quanto
maior for a impedância de sequência zero, ou seja, a impedância que envolve o sistema
de aterramento, menor será o nível da corrente de curto fase-terra);
uma sobretensão temporária conforme o gráfico de, no mínimo, 1,5 PU (380 V),
considerando-se Z0/Z1 equivalente a 11. Nesse caso, e presumindo-se que as isolações
fase-terra do sistema fôssem adequadamente preparadas para suportar a tensão fase-
fase (condição necessária conforme já abordado anteriormente), tais sobretensões
temporárias poderiam perdurar e ser suportadas até que a falta fase-terra fosse
localizada e sanada, mantendo-se a continuidade de serviço durante esse período.
Exemplo 3
-Na faixa correspondente aos sistemas ATERRADOS POR RESISTOR DE BAIXO VALOR ÔHMICO,
verifica-se, com base no gráfico, que a relação Z0/Z1 situa-se na faixa entre 5 e 10;
-Para esses sistemas, o gráfico indica a relação entre a corrente de curto fase-terra e
corrente de curto trifásica situa-se na faixa entre 0,5 e 0,25, e o comportamento de tal
relação é inversamente proporcional ao da relação entre as impedâncias consideradas
(essa é uma correlação lógica, uma vez que, quanto menor for a impedância de sequência
zero, ou seja, a impedância que envolve o sistema de aterramento, maior será o nível da
corrente de curto fase-terra);
.Para Z0/Z1=0 desde a fonte (todo o sistema elétrico a montante) até o ponto do curto
fase-terra: VB = VNOMINAL-FASE B + ( VNOMINAL-FASE A / 2 );
.Para Z0/Z1=0,5 desde a fonte (todo o sistema elétrico a montante) até o ponto do curto
fase-terra: VB = VNOMINAL-FASE B + ( VNOMINAL-FASE A / 5 );
.Para Z0/Z1=1 desde a fonte (todo o sistema elétrico a montante) até o ponto do curto
fase-terra: VB = VNOMINAL-FASE B;
.Para Z0/Z1=4 desde a fonte (todo o sistema elétrico a montante) até o ponto do curto
fase-terra: VNOMINAL-FASE B - ( VNOMINAL-FASE A / 2 );
.Para Z0/Z1 desde a fonte (todo o sistema elétrico a montante) até o ponto do curto
NOTAS:
-Para tais estimativas adota-se a premissa de que a relação Z2/Z1, ou seja, a relação entre
a impedância de sequência negativa e a impedância de sequência positiva até o ponto do
defeito (índice que não depende do tipo de aterramento), seja equivalente a 1
(aproximação razoável em se tratando de estimativas e análises preliminares).
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Da mesma forma como é feito nos aterramentos de sistema por meio de resistor, nesse caso
um REATOR (indutor) é intencionalmente conectado entre o ponto Neutro e a terra. Em
sistemas com tensões superiores a 34,5 kV torna-se mais conveniente o uso de reatância (de
baixo valor ôhmico) dadas as dificuldades de se dissipar calor (em resistência de baixo valor
ôhmico) no caso de ocorrência de uma falta fase-terra.
Nota: Reatâncias com alto valor ôhmico são geralmente utilizadas em sistemas de baixa tensão (até 1000 V),
como ocorre no aterramento de sistema via resistor de alto valor ôhmico, já anteriormente abordado. Porém,
no Brasil, tal método não costuma ser adotado.
.a continuidade de serviço é prejudicada (da mesma forma como ocorre perante a utilização
de resistor de baixo valor ôhmico, anteriormente abordado), já que a primeira falta fase-
terra deve ser prontamente eliminada;
.para tensões de aplicação mais elevadas, o custo da solução com reator é inferior ao custo
da solução com resistor.
Obs.: se o ponto Neutro não está acessível (como ocorre no caso dos sistemas em Triângulo), a detecção de
faltas à terra também pode ser implementada criando-se um “neutro artificial” no sistema, através, por
exemplo, da utilização de enrolamentos em ZIG-ZAG, conectados em paralelo com a rede; nesse caso (e da
mesma forma que pode ser feito com um resistor), o reator é conectado entre o ponto Neutro da conexão ZIG-
ZAG e a terra (consultar o APÊNDICE B).
Os esquemáticos apresentados a seguir ilustram um sistema aterrado por reatância fixa, não
sintonizada, e o comportamento das variáveis elétricas imediatamente após a ocorrência de
um curto fase-terra. Note-se que, similarmente aos demais sistemas abordados
anteriormente, as capacitâncias próprias / naturais dos elementos do sistema em relação à
terra estão representadas. A reatância é representada por LN (significando indutância de
Neutro).
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figura abaixo
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Note-se, com base nos esquemáticos e representações fasoriais mostrados nas páginas
anteriores que a corrente de curto fase-terra equivale à soma das parcelas de corrente
fluindo através dos seguintes circuitos:
-danificação de pára-raios;
Tudo isso pode ser evitado / minimizado pelo aterramento de sistema por Bobina de
Petersen uma vez que um curto fase-terra que geralmente sucede uma descarga
atmosférica (devido ao surgimento da corrente de 60 Hz, subseqüente à da descarga, fluindo de uma fase
para a terra através do “caminho aberto” pela sobretensão destrutiva de origem atmosférica) é neutralizado
pela sintonia da bobina com a capacitância do sistema, de forma que as parcelas indutiva e
capacitiva da corrente de curto possam se anular.
A Bobina de Petersen pode ser planejada para operar de duas formas, a saber:
-para neutralizar faltas à terra decorrentes de fenômenos de curta duração (como descargas
atmosféricas); nesse caso, a bobina é combinada com um dispositivo de chaveamento
mecânico (disjuntor, chave à vácuo ou dispositivo tiristorizado) que aterra o sistema em sua
forma original (colocando em paralelo com a bobina um resistor de baixo valor ôhmico, por
exemplo) em alguns segundos após a ocorrência da falta, permitindo a operação da
proteção convencional; OU
-para permitir a operação de um sistema sem desligamento durante uma falta à terra
sustentada; nesse caso o sistema não é desligado, e aguarda-se que a falta seja localizada e
sanada pelo pessoal da manutenção elétrica, podendo-se elevar significativamente os
padrões de continuidade de serviço.
O emprego da bobina exige que, para qualquer curto-fase terra, seja mantida a sintonia, ou
seja, a corrente capacitiva do sistema eletricamente a jusante deve igualar-se em módulo à
corrente que deve circular pela bobina. Em sistemas mais fixos / invariáveis, tais como
alguns segmentos do setor industrial, com plantas e linhas de MT internas que não sofrem
alterações físicas com o passar dos anos, não há dificuldades em manter-se tal sintonia,
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bastando que a bobina seja projetada com tapes a serem ajustados manualmente ao início
de operação (após a definição da corrente capacitiva do sistema). Todavia, em linhas
públicas de distribuição, com vários ramais alimentando distritos industriais que se
expandem de tempos em tempos, e com a presença de outros consumidores diversos (o que
altera periodicamente a corrente capacitiva resultante), torna-se necessário que a bobina
possua um subsistema de ajustagem dinâmica e contínua de sintonia (ajuste fino), associado
a uma medição também contínua e dinâmica da corrente capacitiva. Nos dias de hoje, graças
aos avanços da eletrônica de potência, da eletrônica digital e dos sistemas de controle
dinâmico, essas funcionalidades têm sido desenvolvidas e as barreiras tecnológicas para a
viabilização técnica da Bobina de Petersen em sistemas reais têm sido transpostas.
Em tese, esse tipo de aterramento pode ser utilizado em redes com tensão nominal de até
220 kV. Esse tipo de sistema já vem sendo usado na Europa (Alemanha, França, países
nórdicos) e há uma boa perspectiva para sua disseminação no mundo ao longo de mais
algumas décadas.
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APÊNDICE A
É importante salientar que há algumas técnicas específicas para a obtenção de tais corrente
por medição direta, conforme abaixo.
ICO
Fusível
ICO
Chave
ICO
O reostato deve ser dimensionado previamente de modo que, quando ajustado para
“R=máxima”, a corrente deve estar limitada a cerca de metade da corrente capacitiva
estimada. Portanto, verifica-se que, previamente, deve se feita uma estimativa da corrente
capacitiva a ser medida.
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Como requisito fundamental, a conexão entre a fase e a terra (saída do amperímetro) deve
ser a mais sólida possível.
-como a medição pode ser feita em qualquer parte do sistema, deve-se primeiramente
desenergizar o circuito escolhido para a derivação;
-reduzir a resistência do reostato gradualmente, o que fará com que a corrente indicada no
amperímetro aumente;
-quando o reostato estiver ajustado para “R=0”, o amperímetro estará indicando a corrente
capacitiva do sistema.
Para finalizar o teste, deve ser feito o procedimento inverso (aumentar R no reostato, abrir a
chave do circuito de medição, desenergizar o circuito onde foi feita a derivação, remover
todo o aparato de medição... e restabelecer as condições de operação normal do sistema
sob análise.
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Nota: apesar das 3 fases usualmente apresentarem correntes capacitivas iguais, recomenda-
se realizar o mesmo teste em todas elas e adotar, como corrente capacitiva global do
sistema, a média das correntes obtidas nos três testes.
Salienta-se que as medições podem ser feitas também em sistemas de média tensão
adotando-se, obviamente, um instrumental de testes compatível e adequado para tal
(fundamentalmente quanto aos níveis de tensão envolvidos, isolações necessárias e etc...
além do cuidado redobrado...).
Nunca é demais relembrar e atentar para o que está exposto no alerta a seguir:
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APÊNDICE B
E se for preciso, por algum motivo, nos sistemas com Neutro Isolado, detectar e/ou
controlar faltas à terra e seus efeitos??
-Sob condições de curto fase-terra, as correntes de curto podem fluir, as tensões transitórias
(decorrentes de curtos com arco elétrico) podem ser controladas, minimizando-se danos ao
sistema, e as faltas podem ser detectadas / eliminadas.
-Cada bobina (enrolamento) tem o mesmo número de espiras (relação 1:1) mas, em uma
mesma “perna” de núcleo, as bobinas são enroladas em sentidos opostos;
-Se tensões defasadas de 120º elétricos são aplicadas nos terminais de entrada, então 3
correntes (1 em cada fase de entrada) circularão pelo equipamento, também defasadas de
120º entre si, e se anularão no Neutro (circuito trifásico equilibrado);
Note-se que o fato das bobinas em cada “perna” de núcleo estarem enroladas em oposição
não faz com que haja cancelamento das reatâncias (e dos fluxos e tensões internos), já que
há o defasamento dos 120º elétricos entre as correntes; portanto, nessa situação, o trafo /
reator apresenta impedãncia (alta) e restringe a corrente a níveis mínimos (corrente de
magnetização)….. É como se fôsse um transformador com primário em estrela aterrada e
secundário aberto, sem carga conectada….
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Para limitar os curtos fase-terra, pode-se utilizar resistor (ou reator) entre o ponto Neutro
da conexão ZIG-ZAG e a terra, conforme as figuras a seguir.
O equipamento é dimensionado para suportar uma ICC F-T (IG) por um tempo específico e
relativamente curto (geralmente da ordem de 10 a 30 segundos, tempos suficientes para
a atuação segura do sistema de proteção contra faltas à terra).