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QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA I

Engenharia Elétrica – 8º período – 1º semestre / 2014

CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA – Campus Buritis

Curso: ENGENHARIA ELÉTRICA

Disciplina: QUALIDADE DA ENERGIA ELÉTRICA I


(Módulo IV – Formação Específica)

Período: 8º / Noite

AULA 3

Aula 3: 21/02/2014

FLUTUAÇÕES DE TENSÃO / CINTILAÇÃO LUMINOSA / FLICKER


(Caracterização geral do Fenômeno / Fornos a Arco / Estimação empírica de Flicker)

Prof. Marcos Isoni


Eng. Eletricista, Esp. & MScEE.
mcis@uol.com.br
isoni@engeparc.com.br

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AULA 3 – FLUTUAÇÕES DE TENSÃO / CINTILAÇÃO LUMINOSA / FLICKER


• Flutuações de tensão - Variações aleatórias, repetitivas ou esporádicas do valor eficaz da
tensão.
-Causas
Cargas de alta potência e “instáveis” (regime muito intermitente) tais como:
.fornos a arco (na indústria, geralmente são as mais críticas);
.laminadores de grande porte (indústria siderúrgica);
.máquinas de solda;
.grandes elevadores (industriais) de carga;
.partidas simultâneas e frequentes de vários motores elétricos.
-Consequências
.FLICKER (cintilação luminosa): impressão visual resultante das variações de fluxo luminoso nas
lâmpadas elétricas (e também em monitores de TV) causadas por flutuações de tensão.
.Tensão atingindo valores fora da faixa de tolerância aceitável, afetando principalmente os
equipamentos mais sensíveis.

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FLICKER
Características do fenômeno:
-Espectro típico< 25Hz;
-Ocorrência intermitente;
-0,1< amplitude < 7%;
-0,2 < Pst < 2.

Estímulo físico e percepção do fenômeno


-Variações de tensão da ordem de 1% (∆V/V) podem ser perceptíveis ao olho humano.
-O olho humano é mais sensível à frequência de 8,8Hz.
Flutuação Flicker Efeitos

. Acidentes (indústria)

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FLICKER – Curva de tolerância (G.E., 1925 e IEEE Std 1453 – 2004 (adaptação))

Curvas de tolerância – IEEE Std 1453 - 2004

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Visão geral de um sistema industrial com Forno a Arco (esquemáticos simplificados)

-Tipos de fornos a arco:


.arco submerso (poucas perturbações no sistema)
.arco indireto (poucas perturbações no sistema)
.arco direto:
.os mais perturbadores;
.fusão através de formação de arco entre os
eletrodos e a carga / material a ser fundido;
.potências elevadas;
.ciclo: fusão (alta criticidade, aprox. 1/3 do tempo)
e refino (operação mais estável, aprox. 2/3 do
tempo).

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Visão geral (maquete) de um sistema industrial com Forno a Arco

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Visão geral de um sistema industrial com Forno a Arco

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Visão geral de um sistema industrial com Forno a Arco

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Visão geral de um sistema industrial com Forno a Arco (eletrodos em operação)

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Visão geral de um sistema industrial com Forno a Arco (tela de controle / supervisório)

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Visão geral de um sistema industrial com Forno a Arco (esquemáticos simplificados)
Unifilar Trifilar

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Flutuações de tensão geradas no barramento de alimentação geral
(primário do transformador do forno a arco)

.As flutuações mais prejudiciais ocorrem em determinados períodos de operação do forno (início da fusão);
.∆V% máx.: máxima amplitude de oscilação da tensão (%) em relação à tensão nominal a partir da qual
ocorrem efeitos indesejáveis em decorrência do FLICKER;
(testes indicam que ∆V% da ordem de 0,5% de Vn com oscilações contínuas de baixa frequência já podem
provocar problemas); note-se que, para lâmpadas com filamento:

.Vef : valor eficaz (rms) da oscilação da tensão.

P/ relembrar: Valor eficaz (rms de uma onda periódica) =

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Flutuações de tensão geradas no barramento de alimentação geral
(primário do transformador do forno a arco)

Possibilidades de análise preliminar (indicadores iniciais)

a) Pela análise das expressões a seguir (quando se conhece a potência nominal do forno)
.Pcs / PNF ≥ 100 ⇒ FLUTUAÇÕES TOLERÁVEIS;
.60 ≤ Pcs / PNF < 100 ⇒ FLUTUAÇÕES PODEM SER TOLERÁVEIS OU NÃO (o aprofundamento dos
estudos pode / deve ser feito para certificação);
.Pcs / PNF < 60 ⇒ FLUTUAÇÕES INTOLERÁVEIS (o aprofundamento dos estudos é obrigatório e
medidas corretivas devem ser avaliadas / implementadas).
.PNF (kVA) = Potência nominal do forno;
.Pcs (kVA) = Potência de curto-circuito no ponto de conexão do alimentador do forno = √3 . Vn . Iccs.

b) Pela estimativa (teórica / aproximada) da máxima potência de curto-circuito em que o


forno (com dados desconhecidos) deverá operar
.PCF = 0,0167 x PCS
(se a potência de curto-circuito do forno puder ser limitada a esse valor, ou seja, se as necessidades de produção
puderem ser atendidas com esse valor, é possível que nenhuma providência seja necessária)

.PCF (kVA) = Potência de curto-circuito do forno = √3 . Vn . IccF;


.Pcs (kVA) = Potência de curto-circuito no ponto de conexão do alimentador do forno = √3 . Vn . Iccs.

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Flutuações de tensão geradas no barramento de alimentação geral
(primário do transformador do forno a arco)

Como determinar na prática as flutuações de tensão impostas por um forno a arco??

Em análises preliminares, através de um índice de performance do forno denominado FATOR


DE SEVERIDADE.

FATOR DE SEVERIDADE (Ks):


.fator empírico que depende das características de projeto do forno e de seu regime de operação;
.varia entre 0,09 e 0,15 (é definido / calculado pelo fabricante do forno juntamente com o usuário);
.quando não há dados suficientes para definí-lo, adotam-se na prática valores tais como 0,12 ou 0,15 –
manuais das concessionárias de energia elétrica);
.fisicamente, Ks está associado ao maior ou menor grau de flutuação que a operação do forno impõe na
rede de alimentação.

∆VPF (%) = Ks . ( PCF / Pcs ) x 100, onde:


.∆VPF (%): padrão de flutuação de tensão;
.PCF (kVA) = Potência de curto-circuito do forno (dado obtido junto ao fabricante, geralmente vaiável entre
1,8 e 2,5 vezes sua potência nominal);
.Pcs (kVA) = Potência de curto-circuito no ponto de conexão do alimentador do forno = √3 . Vn . Iccs.

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Flutuações de tensão geradas no barramento de alimentação geral
(primário do transformador do forno a arco)

EXEMPLO (simplificado) DE APLICAÇÃO


Determinar as condições de flutuação de tensão na barra de conexão de um forno a arco direto de pequeno
porte considerados os seguintes dados:
.o ponto de conexão do forno corresponde praticamente ao ponto de entrega de energia pela
concessionária;
.potência nominal do forno: 2.000 kVA (alimentado por transformador de 2.500 kVA -13,8kV / 400 Volts);
.corrente de curto-circuito trifásico no ponto de conexão do alimentador do sistema do forno: 2.800 A;
.corrente de curto-circuito do forno: 6.928 A (dado obtido junto ao fabricante);
.fator de severidade do forno (Ks): 0,14 (avaliado / definido junto ao fabricante).

Solução:
.Pcs = √3 . Vn . Iccs = √3 . 13,8 . 2.800 = 66.926,4 kVA ( ≅ 66,9 MVA )
.ICC do forno refletida no primário do transformador = 6.928 x (400 / 13.800) ≅ 200,8 A
.PCF = √3 . Vn . IccF = √3 .13,8 . 200,8 ≅ 4.800 kVA
.∆VPF = Ks . ( PCF / PCS ) .100 = 0,14 . ( 4.800 / 66.926,4 ) .100 ≅ 1%

Comentários:
Calculado esse valor, deve-se confrontá-lo com o percentual máximo de padrão de flutuação admitido pela
concessionária de energia em sua normalização; se necessário, medidas atenuadoras do efeito devem ser
tomadas.

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PRÓXIMA AULA (AULA 4) – 22/02/2014 (SÁBADO)

FLUTUAÇÕES DE TENSÃO / CINTILAÇÃO LUMINOSA / FLICKER


(continuação)

Medição de Flutuações de Tensão / Flicker


( + aspectos conceituais preparatórios para a aula de 28/02/2014)

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