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CESE 2023

Proteção de Equipamentos de
Subestações

Conceitos Introdutórios

Prof. Paulo Márcio da Silveira

pmsilveira@unifei.edu.br

Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI


Proteção de Sistemas Elétricos
Sumário – Introdução - Etapa 1

1. O sistema elétrico brasileiro – dados gerais


2. Objetivos gerais da proteção
3. Faltas x Condições anormais
4. Qualidades requeridas
5. Estatísticas de faltas
6. Zonas de proteção
7. Níveis de proteção
8. Diagramas fasoriais de faltas
9. Questões básicas sobre aterramento de sistema
10. A dinâmica do curto-circuito e pontos notáveis
11. Oscilografias de falta

2
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

UM SISTEMA DE POTÊNCIA...

...PRODUZ ENERGIA 3
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

GERAÇÃO

4
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

5
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

6
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

...REALIZA TRANSFORMAÇÕES

7,2 kV

7
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Subestação elevadora Subestação de interligação

Subestação abaixadora

Subestação industrial

8
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

transmite e distribui

7,2 kV

9
PMS/UNIFEI/GQEE
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

TRANSMISSÃO E DISTIBUIÇÃO

10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

TRANSMISSÃO E DISTIBUIÇÃO

11
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

ONS

12
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1
LT Nova Ponte – São Gotardo -
Bom Despacho 500 kV LT Nova Ponte -
Estreito 500 kV
LT Araçuai 2 –
Irapé
230 kV

LT Emborcação –
Nova Ponte 500 kV

LT Itumbiara –
Nova Ponte 500
kV

13
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Medir Controlar
Supervisionar

Fluxo de carga
Estabilidade
Curto-circuito
Transitórios
Previsão de carga

PMS/UNIFEI/GQEE
Proteger 14 11
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Sistema Elétrico de Energia Elétrica


Potência Qualidade Consumidor
Baixos custos

A proteção deve:
Garantir da melhor maneira possível a continuidade
do serviço
Salvaguardar os equipamentos e a rede

Três tipos de proteção


Contra incêndio Proteção bem projetada, minimiza-se:
Relés + disjuntores, fusíveis A propagação do defeito
Contra descargas atmosféricas O custo de reparação e
Tempo de parada
Considerações para o estudo de uma proteção OBS:
Elétricas Custo: 0,5 a 5% do equipamento protegido
Econômicas
Físicas

15 13
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Duas situações distintas:

1 - Faltas :
Perda do meio básico de isolamento
=> Arco => danos
2 - Condições anormais :
Podem ocorrer sem falha de isolamento
=> Condições perigosas

16 14
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Faltas nos sistemas elétricos :

Entre condutores ou entre condutores e terra


* Deterioração do meio isolante (surtos, sobrecarga, abrasão, etc..);
* Destruição desse, por sobretensões (*surtos);
* Danificação mecânica;
* Colocação acidental de um caminho condutor;
Ex.: LT ==> ventos, gelo, granizo, grandes pássaros, raios, galhos oscilantes
de árvores, guindastes, etc..

17 15
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

18 15
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Consequências das faltas:


• Destruição do isolamento
• Danos mecânicos
• Choques elétricos
• Perda de sincronismo
• Perda de estabilidade

OBS.:
Um fator importante é o tempo de permanência da falta !!
Faltas metálicas próximas ao barramento (trifásicas) ==> grande
distúrbio (não há religamento automático)
Faltas em condutores ao ar livre (descargas atmosféricas) =>
transitórios => religamento automático !
Faltas devido deterioração do meio (líquido, sólido ou gasoso) >
caráter permanente => explosões, incêndio, etc. => não há
religamento. 19 19
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Consequências das faltas:


• Destruição do isolamento
• Danos mecânicos
• Choques elétricos
• Perda de sincronismo
• Perda de estabilidade

OBS.:

Faltas 1 fase para terra = menos efeito sobre a estabilidade (corrente limitada)
* mesmo com corrente limitada se requer a rápida remoção
Faltas fase-fase = maiores perturbações quanto a estabilidade
Faltas trifásicas = é a maior dentre as perturbações, (*barramento)
Faltas entre espiras = geradores e trafos => rápida remoção
Faltas no núcleo do transformador = falhas no isolamento => excessivas correntes de foucault.

20 20
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Alguns Exemplos de Condições anormais


Correntes acima do valor máximo permissível => diversas causas
Problema -> caráter térmico (escala de tempo longo)
-> Período de carga pesada => abertura de uma interligação pode gerar sérios
problemas...
Oscilações de potência (redes). Se oscilar acima de um limite permissível => ir além do limite de
estabilidade => perda geral de sincronismo = circulação de corrente trifásicas de baixa
freqüência, moduladas em amplitude que podem caracterizar faltas com atuações de
diferentes proteções.
Rejeições de carga => sobrevelocidade das unidades geradoras => sobretensões transitórias na
freq. industrial (*transformadores)
Sobretensões <= impulso atmosférico, surto de manobra => pára-raios
Harmônicos => problemas em máquinas, aquecimento, etc... (qualid.mat)

Sistema de potência é uma cadeia de elos. Em caso de defeito => perda da continuidade. Então é necessário elos alternativos (análise
de investimentos).

21 24
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Parâmetros envolvidos na medição/detecção de anormalidades:


• Magnitude de tensão e de corrente
• Ângulos de fase
• Combinação dos parâmetros acima (potência, impedância)
• Freqüência
• Duração
• Razão de variação
• Harmônicos
• Outros

A maior parte das informações é derivada do próprio sistema elétrico, através dos TC’s,
TP’s e TPC’s, que passam a fazer parte integrante de um sistema de proteção

22 30
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Qualidades desejadas

Velocidade
Sensibilidade
Confiabilidade (dependability x security)
Seletividade (e coordenação)

23 31
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Filosofia – Conceitos básicos

Terminologias para os relés de proteção (ONS)

Atuação Correta:
Ocorre quando a função atua dentro da finalidade para a qual foi aplicada conforme as
grandezas elétricas supervisionadas, dentro das faixas adequadamente ajustadas para o
defeito, falha ou outra anormalidade e dentro de sua área de supervisão, em tempo
condizente com as condições da situação.
Atuação Incorreta:
Ocorre quando a função, em resposta a uma ocorrência de falta ou anormalidade no
sistema elétrico, atua sem que tenha desempenhado a performance prevista na sua
aplicação.

24 38
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Terminologias para os relés de proteção (ONS)

Atuação Acidental:
Ocorre quando a função atua sem a ocorrência de falta ou anormalidade no sistema
elétrico. Isso significa que a mesma em conseqüência de fatores externos que interferem
no seu desempenho normal, tais como: erros humanos, problemas na fiação de entrada
dos TC’s e TP’s, vibrações, objetos estranhos no painel, etc.
Recusa de Atuação:
Ocorre quando a função, com ou sem abertura de disjuntor do componente, deixa de
atuar quando existem todas as condições e a necessidade para fazê-lo.
Atuação Sem Dados:
Ocorre quando não for possível, com as informações disponíveis, classificar o
desempenho da função de proteção.

25 39
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Critérios de desempenho (ONS)

26 40
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Critérios de desempenho (ONS)

(2) Relés de proteção: Atuações corretas: => superior a 97,0% das solicitações

27 40
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Estatística de faltas

28 22
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Estatística de faltas

Tapas Halder, Fault Statistics and Diagnosis Techniques in the Power System,
2022 IEEE 2nd International Conference on Sustainable Energy and Future Electric
Transportation, 04-06 August 2022, Hyderabad
29 22
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Estatística de faltas

30 23
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Conjunto protetor

52-a

52 BO 125 Vdc TP's

TC's RELÉ

CARGA

31 52
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Em geral a filosofia de aplicações de relés de proteção divide o sistema de potência em zonas de


proteção, de maneira a se obter uma atuação seletiva e coordenada dos relés. Alguns autores chamam a
atenção para o fato de que essas zonas de proteção podem ser estabelecidas por dois métodos: Sistemas
graduados no tempo e Sistemas unitários. Ambos, de qualquer modo, estabelecendo critérios de
seletividade. A figura 3 exemplifica as zonas de atuação da proteção. Nota-se nesta figura que as partes
constantes das zonas de proteção são:

• Geradores ou bloco gerador - transformador


• Barramentos
• Transformadores
• Linhas de Transmissão (subtransmissão e distribuição)
• Equipamentos (banco de capacitores, reatores, motores, outros)

32 53
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Zonas de proteção

33 54
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

DPC

34 55
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

As definições de início e término de cada zona pode ser estabelecida de duas maneiras diferentes que
dependem do particular arranjo da subestação, bem como da localização física dos TC’s.

TC p/ B TC p/ A
52
Zona A Zona B

TC p/ B TC p/ A
52
Zona A Zona B

No primeiro caso, a confiabilidade do sistema de proteção é maior, no entanto, a seletividade estará


comprometida em caso de uma falta no disjuntor sobreposto.

35 56
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

DEAD – TANK

Disjuntores possuem TC’s tipo bucha de


cada lado.

Tanque no potencial terra.

36 57
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

LIVE - TANK
Todo o equipamento está no
potencial de linha.

É necessário TC com seu


próprio sistema de
isolamento-pedestal

37 58
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

LIVE - TANK
TC somente de um dos lados
do disjuntor.

É uma questão econômica e


técnica!

38 59
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

F1
TC p/ B TC p/ A
52
Zona A Zona B

• Falta F1: ambos relés A e B operam:


- 87 barra: trip 52 e todos demais disjuntores da barra;
- 21 também envia trip para B1 e o correspondente relé na barra remota envia trip p/ o
disjuntor local. Isto é desnecessário, porém inevitável. Se houver tape na LT ➔
desligamento de carga!!

39
10
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

F2
TC p/ B TC p/ A
52
Zona A Zona B

• Falta F2: ambos relés A e B operam:


- ambos disjuntores da LT (local e remoto) operam corretamente. Porém,
- 87 barra irá enviar trip para todos demais disjuntores da barra => sem necessidade porém
inevitável!

40
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

F1 F2
TC p/ B TC p/ A
52
Zona A Zona B

• F1: Somente disjuntor da barra – 87B 52 e outros


• F2: Relé da linha de ambos os lados
• F3: Relé da linha em ambos os lados (suficiente) porém 87B trip em todos os disjuntores
(desnecessário mas inevitável)

41
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

F4 TC p/ B TC p/ A
52
Zona A Zona B

• F4: Opera todos os disjuntores da barra.


Porém não limpa a falta do lado da LT que continuará alimentando o curto-circuito.
Blind Spot

42
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Níveis de Proteção
Em geral, principalmente nos circuitos de AT e EAT, os equipamentos e dispositivos são
protegidos por uma proteção principal e outra de retaguarda (back-up), cuja finalidade é fazer
a supervisão da operação da proteção principal.

As proteções principais, além de seletivas, são naturalmente mais rápidas que as de


retaguarda, pois estas são ajustadas de modo a garantir que a principal atue em primeiro
lugar, sendo literalmente equacionada obedecendo critérios pré-estabelecidos de
coordenação. Uma segunda finalidade associada à proteção de retaguarda diz respeito a se
prover supervisões de regiões especiais, onde a proteção principal, eventualmente, pode não
oferecer total cobertura, devido principalmente a limitação de equipamentos e/ou de seus
posicionamentos, bem como, limitações em níveis de ajuste de relés, como por exemplo,
limites de alcance, intensidades, temporizações, etc.

43
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

A proteção de retaguarda poderá estar


próxima do equipamento ou circuito
protegido (back-up local) ou em um ponto 50/51 50/51

remoto (back-up remoto). 50/51


87

50/51

50/51 50/51

Na figura, para um defeito interno no transformador o relé 87 (diferencial) é considerado a


proteção principal, pois possui uma atuação instantânea e é seletivo. Os relés de sobrecorrente
50/51, do lado AT do transformador são considerados como proteção de retaguarda tanto para
defeitos no transformador como nos alimentadores 1 e 2 de saída da subestação. Estes relés são
considerados como proteção de retaguarda local para defeitos no transformador ou
alimentadores.

44
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Para sistemas de EAT, é usual a utilização de duas proteções de distância (21)


com desempenhos similares e muitas vezes com relés iguais, isto é, uma
proteção duplicada. Essas proteções, comumente denominadas de principal e
alternativa ou primária e secundária, têm por objetivo uma maior
confiabilidade e segurança no desempenho da proteção instalada.
Recomenda-se usualmente, sempre que possível, conectar essas proteções a
TP’s e TC’s com a mínima interdependência entre si. Embora sejam funções
distintas, muitas vezes a proteção de retaguarda se confunde com a
alternativa e vice-versa, chegando até causar polêmicas a respeito.

45
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Notar que na figura abaixo, as proteções 21A1 e 21B1 são consideradas proteções primárias e
ainda 21A2 e 21B2 são as alternativas. Nestas circunstâncias, para defeitos no trecho BC (além
dos TC’s) as proteções principais são 21B1 e 21B2, pois possuem ação rápida (20 a 80 ms) e são
seletivos. Os relés 21A1 e 21A2 são considerados de retaguarda pois possuem atuação
temporizada (400 ms) e não são seletivos, pois desligam o trecho AB sem defeito. Os relés
21A1 e 21A2 são considerados proteções de retaguarda remotas para defeitos no trecho BC.

A B
C

21A1 21B1

21A2 21B2

46
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Proteção unitária ou restrita: destina-se a detectar e eliminar, seletivamente e sem


retardo de tempo intencional, falhas que ocorram apenas no componente protegido. São
exemplos os esquemas com comunicação direta relé a relé, os esquemas de teleproteção,
as proteções diferenciais, os esquemas de comparação de fase etc.

Proteção gradativa ou irrestrita: destina-se a detectar e eliminar falhas que ocorram


no COMPONENTE protegido e a fornecer proteção adicional para os componentes
adjacentes. Em sua aplicação como proteção de retaguarda, sua atuação é coordenada
com a atuação das proteções dos equipamentos adjacentes por meio de retardo de tempo
intencional. São exemplos as proteções de sobrecorrente e as proteções de distância.

47
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Va1=Va1
Vc1=aVa1

Vb1=a2Va1

Va
Vc

Vb

Omicron 48
Alex
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Cálculo da Icc ➔ DIAGRAMAS SEQUENCIAIS

49
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Vc
Ic

Vc
Ic

Ib
Va Va
Ib
Ia
Vb

Vb

Ia

50
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Ic
Vc

Ic Vc

Va Va
Ib
Ia

Vb

Vb

Ib

51
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Vc Vc

Ic

Va
Ib Va
Ia

Vb Vb
Ia

52
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Vc Ic

Vc
Ic

Va Va
Ib
Ia
Ib
Vb

Vb

53
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Aterramento dos sistemas e equipamentos

a) Sistema aterrado

São aqueles que se apresentam com impedâncias de sequência nula (X0) com
valores muito próximos da impedância de sequência positiva (X1), desde que a
diferença angular entre tais vetores seja menor ou igual a 90 .

x0 r0
3 e 1
x1 x1

54
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

a) Sistema aterrado

Sistemas aterrados diretamente, ou através de resistências de baixo valor ohmico,


e cuja relação entre X0 e X1 esteja dentre os limites estabelecidos, são
considerados rigidamente ou solidamente aterrados. Nestes casos, qualquer
contato a terra representa uma falta, de natureza de curto-circuito, com forte
assimetria, e deve ser desligada imediatamente. As tensões entre fases e fase-
terra se alteram e as tensões fase-terra das fases sãs atingem, no máximo, 80% da
tensão nominal (fase-fase).

x0 r0
3 e 1
x1 x1

55
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

b) Sistema Isolado

Praticamente são os sistemas que se apresentam com impedâncias de seqüência nula (Xo) com
valores muito mais altos que a impedância de seqüência positiva (X1) ou até infinitamente
grandes

56
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

x0
 10
x1

57
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Falta fase-terra

58
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

59
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Tensão residual e corrente residual como múltiplo da tensão Vf e Icc3f


3
Corrente residual para
falta fase-fase-terra
2.5
Tensão residual para
falta fase-terra
2

1.5

Tensão residual para


falta fase-fase-terra
1
Corrente residual para
falta fase-terra
0.5

0
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Z0/Z1
60
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Todos os equipamentos dos sistemas elétricos de potência são influenciados diretamente pelo
aterramento. Uma formula prática de cálculo do fator de aterramento (ou fator de falta à terra) é
apresentada a seguir. Esta determina a porcentagem da tensão nominal surgida entre fase e terra,
no caso de qualquer contato a terra.

2
 x 
 0
x1 
1
e =  3.   +1 V  T = e .V  
2  x0 + 2 
 x 
 1 

61
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

0.95

0.9

0.85

0.8
factor e

0.75

0.7

0.65

0.6

0.55

0.5
-2 -1 0 1 2 3
10 10 10 10 10 10
x0/x1

62
Exemplo:
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Neutro ressonante

63
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

REVIEW OF GROUND FAULT PROTECTION


METHODS FOR GROUNDED, UNGROUNDED,
AND COMPENSATED DISTRIBUTION SYSTEMS

Schweitzer Engineering Laboratories, Inc.


Pullman, WA USA
64
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

O Curto-Circuito

65
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

d Icc
R 1 .i cc + L 1 . i cc = E . se n (  t +  )
dt L1 R1
− tT
icc = I . s e n (  t +  ) − I . s e n  .e 1

~ E

 =  −  (, ➔ o instante inicial de c.c.)

x1 E
 = arctg I=
R1 Z1

Z1 = x 12 + R 12

T1 = L1 R (constante de tempo do sistema primário)


1
66
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

• S.E. – altamente indutivos (x1>>R1) => Icc (regime) => atrasada de aproximadamente 90o em
relação a tensão.
• 3 casos: 1→ e = E ➔ c.c. simétrico icc = I . s e n (  t )

67
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

• S.E. – altamente indutivos (x1>>R1) => Icc (regime) => atrasada de aproximadamente 90o em relação a tensão.

• 3 casos: 1→ e = E ➔ c.c. simétrico icc = I . s e n (  t )

− t
2→ e = 0 ➔ c.c. totalmente assimétrico i c c = − I .[ c o s (  t ) − e T1
]

68
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

S.E. – altamente indutivos (x1>>R1) => Icc (regime) => atrasada de aproximadamente 90o em relação a
tensão.
3 casos: 1→ e = E ➔ c.c. simétrico icc = I . s e n (  t )
− t
2→ e = 0 ➔ c.c. totalmente assimétrico i c c = − I .[ c o s (  t ) − e T1
]

3→ e = qq ➔ icc

OBS:
1) Assimetria dependerá:
1o) instante do c.c.  2−
tp =
2o) constante de tempo primária 
2) T1 → pode variar: 20ms (linhas longas)
150ms (defeito perto do gerador)
3) Para T1 grande: o valor de crista ocorre cerca de 8.33 ms da ocorrência do curto e pode valer até
4) Para T1=50ms → Ipico=2,54.Iccef (1,8)
(valor adotado por normas européias Idin=2,5.ITH)
2 , 8 2 I c c e f = ( 2 . 2 ). I c c e f
69
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

S.E. – altamente indutivos (x1>>R1) => Icc (regime) => atrasada de aproximadamente 90o em relação
a tensão.
3 casos: 1→ e = E ➔ c.c. simétrico icc I . s e n (  t )

− t
2→ e = 0 ➔ c.c. totalmente assimétrico i c c = − I .[ c o s (  t ) − e T1
]

3→ e = qq ➔ icc

Rele 51 - matlab 70
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Distribuição
Transmissão

 = 45o

71
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Sistema trifásico

Rk
= 0 , 03; T g = 0 .1 1 s
Xk

72
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Reatâncias do Gerador
A tensão em vazio do gerador dividida pelo valor eficaz
da corrente de curto permanente é a chamada reatância síncrona
de eixo direto (ao).
Esta reatância (Xd) engloba a reatância total do enrolamento do
rotor (dispersão + reação do induzido)

73
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Reatâncias do Gerador
Retrocedendo a envoltória até o instante zero e desprezando os
primeiros ciclos a intersecção determina ob. O valor eficaz da
corrente representado por esta intersecção é chamada de corrente
transitória (I’).
A reatância transitória de eixo direto Xd’ é igual a Eg/I’.
Engloba a reatância de dispersão do enrolamento do
estator e de campo.

74
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Reatâncias do Gerador

Considerando a intersecção da envoltória de toda a corrente com


A ordenada em t = 0 s, tem-se a corrente subtransitória (I’’).
I’’ = 0,707.Ioc.

Nestes poucos ciclos quem está agindo é a reatância subtransitória


de eixo direto.
75
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Reatâncias do Gerador

76
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

  1 1
 1

ik ( t ) = 2.   ( I k − I k ) .e + ( I k − I k ) .e + I k  .sin(ω t − δ) + I k .e .sin δ 
'' ' Td'' ' Td' '' T g

   

Comportamento das três fases

77
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

  1 1
 1

= 2.   ( I k − I k ) .e + ( I k − I k ) .e + I k  .sin(ω t − δ) + I k .e .sin δ 
'' '
'' ' Td ' Td '' T g
ik ( t )
   

Influência da carga e do
regulador de tensão

78
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Em resumo:

Curto 3 =>
Metodologia fácil => reduzir a um circuito equivalente 1.

Curto desequilibrado:  3 
 I cc   I cc 3 , quando X 1 = X 2
Componentes Simétricas  2 
Diagramas de Seqüência 
I 3  E pu
 cc1 
Períodos:   Z1, 2,0,eq
Subtransitório ( X d ),  d 0,5 a 2 ciclos (tipo de cc pouca influência)

Transitório ( X d ),  d 2 a 6 s depende do tipo de cc - 3 2 T

Em Regime ( X d ),  d
79
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

• Valor de Pico: define capacidade nominal de estabelecimento de


disjuntores.

• Fator de assimetria = fator de impulso (IEC/VDE)


( = kapa)

  1, 0 2 + 0 , 9 8  e
−3 R
X I p ic o = 2    I k

• Leva-se em consideração por hipótese, o início da curva com


valor inicial zero, atingindo o pico meio período depois, que
equivale a 8,33 ms (f = 60 [Hz]).

80
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

−3 R
  1, 0 2 + 0 , 9 8  e X

1) para curto afastado do gerador

2) para curto próximo do gerador (correção)

81
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

• Obs: Norma ANSI IEEE Std 551-2006


−t
f assim = 2  (1 + e
Tg
)

• Ex.: Achar o fassim para X = 6 ,6 e X


R
= 15
R

t = 8 ,3 3 I pico = 
2  182  I k
, f = 2 ,5 6
2 , 56

• Normas IEC costuma adotar 2,5 como um caso extremo


82
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

−t
f assim = 2  (1 + e
Tg
)

x/r = 75.4
Tg=0.2s

x/r = 17 x/r = 37.7 x/r = 56.55


Tg=0.045 s x/r = 22.6 Tg=0.1 s Tg=0.15 s
Tg=0.06 s

x/r = 3.77
Tg=0.01 s

83
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Oscilografias de eventos

CEMAT01>CO23_A-CONB_A(Type 8)
CEMAT01>CO23_A-CONB_A(Type 8) CEMAT01>CO23_B-CONB_B(Type 8)

CEMAT01>CO23_C-CONB_C(Type 8)
4000

2000
Magnitude (Mag)

-2000

-4000
0 50 100 150 200 250 300
Time (ms)
Electrotek Concepts® TOP, The Output Processor®
Demo simulink 84
Rele51_v2
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Quanto aos sinais de tensão


CEMAT01>SI13SA(Type 4)
CEMAT01>SI13SA(Type 4) CEMAT01>SI13SB(Type 4) CEMAT01>SI13SC(Type 4)
15000
Sags
10000 Swells
Desequilíbrios
5000
Assimetrias
Voltage (V)

-5000

-10000

-15000
0 50 100 150 200 250 300
Time (ms)
Electrotek Concepts® TOP, The Output Processor®

85
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Quanto aos sinais de tensão CEMAT01>SI13SA(Type 4)


CEMAT01>SI13SA(Type 4) CEMAT01>SI13SB(Type 4) CEMAT01>SI13SC(Type 4)
15000

Sags 10000
CEMAT01>SI13SA(Type 4)
CEMAT01>SI13SA(Type 4)
Swells 5000
CEMAT01>SI13SB(Type 4) CEMAT01>SI13SC(Type 4)

Desequilíbrios
15000

Voltage (V)
0
10000
Assimetrias
-5000
5000

-10000
Voltage (V)

-15000
-5000 0 20 40 60 80 100 120
Time (ms)
Electrotek Concepts® TOP, The Output Processor®
-10000

-15000
0 50 100 150 200 250 300
Time (ms)
Electrotek Concepts® TOP, The Output Processor®

86
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Transitórios de alta frequência


Quanto aos sinais de tensão

x l-x
A B
Pf
l/2

tA1
tB1

tA2

tB2

87
Proteção de Sistemas Elétricos
Introdução – Etapa 1

Transitórios de alta frequência


Quanto aos sinais de tensão

1.5
Fase A
1 Fase B
Fase C
0.5
Tensão - pu

-0.5

-1

-1.5
0 0.005 0.01 0.015 0.02 0.025
Tempo [s]

88
Fim da etapa de Introdução

Muito Obrigado!

pmsilveira@unifei.edu.br

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