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Riscos típicos no SEP

Thales Bruno C. de Azevedo


Técnico em Eletrotécnica
Engenheiro Eletricista
Mestre em Energia Elétrica
Indução
O nível e energia de impusos de tensão são dependentes da
localização. Quanto mais próximo a fonte de energia, maior o risco
de ocorrências perigosas e maior deve ser a categoria.

• IEC 61010 define 4 localizações ou Categorias:

CAT IV “Origem da instalação” Cabines de entrada e outros


cabeamentos externos

CAT III Distribuição da instalação, incluindo barramentos


principais, alimentadores e demais circuitos; cargas
permanentemente instaladas.

CAT II Tomadas ou plugues; cargas removíveis.

CAT I Circuitos eletrônicos protegidos.


Indução
Descargas atmosféricas
• Ar úmido e quente se eleva para regiões mais frias
• O ar frio é deslocado para abaixo da nuvem
• Se establecem correntes verticais , ascendentes e
descendentes ( transferencia de calor por
convecção), que originando uma separação de
cargas entre as regiões superior e inferior.
• O acúmulo de elétrons na parte inferior da nuvem
promove um aumento da diferença de potencial
para terra.
Diferentes tipos de Descarga

• Descarga elétrica dentro de uma mesma


nuvem.
• Descarga elétrica entre nuvens.
• Descarga elétrica entre nuvem e terra
(estas são as que a nos preocupam)
Definições
• Surtos: é uma onda transitória de tensão, corrente ou
potência caracterizada por elevada taxa de variação e
que se propaga ao longo de um sistema elétrico.

• Sobretensões: É uma tensão cujo o valor de crista é


maior que o valor de crista correspondente à tensão
máxima de um sistema ou equipamento elétrico.
Impulso de Corrente

Tempo de
meia onda

IEEE C6241, IEEE


Tempo de C6234, IEEE C6245, IEC
frente 61643-1, IEC 61000-4-5
e UL 1449.
Acoplamento indutivo
• Ocorre quando cai um raio próximo à rede elétrica ou próximo à
linhas de telecomunicações. Devido à corrente do raio, haverá uma
variação instantânea do campo magnético enlaçando todos os
condutores próximos. Quando uma edificação é atingida
diretamente por um raio, os condutores internos também poderão
sofrer os efeitos da indução.
Acoplamento resistivo ou galvânico

• É a causa mais comum de sobretensões transitórias. Ocorre quando


a corrente de um raio ou curto circuito eleva o potencial elétrico de
um ou mais grupos de equipamentos interligados entre si, no mesmo
prédio ou não.
Acoplamento capacitivo ou eletrostático
• Devido à alta capacitância instantânea entre os cabos
isolados e a descarga propriamente dita, haverá uma
sobretensão transitória entre esses cabos e o sistema de
aterramento.
Sobretensões transitórias em linhas
de energia
• Deve ser provida proteção contra sobretensões
transitórias, nos seguintes casos:

– quando a instalação for alimentada por linha total ou


parcialmente aérea, ou incluir ela própria linha aérea, e
se situar em região sob condições de influências
externas AQ2 (mais de 25 dias de trovoadas por ano);

– quando a instalação se situar em região sob condições


de influências externas AQ3 (ver tabela 15 na NBR
5419).
Índice Cerâunico (Td)
•Número de dias com
trovoadas que ocorrem por
ano em uma dada localidade
anotados por uma rede de
colaboradores.
•Apresentamos o Mapa
Isocerâunico do Brasil
constante da Norma
Brasileira ABNT NBR 5419
2015 – Proteção de Estruturas
Contra Descargas
Atmosféricas.
Densidade de Raios (Ng)
•Mapa de isodensidades do estado de Minas Gerais

A densidade de descargas atmosféricas para a terra (Ng) é o


número de raios para a terra por quilômetros quadrados por ano.
Densidade de Raios (Ng)
•Mapa de isodensidades do Brasil
Sobretensões transitórias em linhas
de energia
• NOTA – Admite-se que a proteção contra
sobretensões exigida em 5.4.2.1.1 (NBR 5410-2004)
possa não ser provida se as consequências dessa
omissão, do ponto de vista estritamente material,
constituírem um risco calculado e assumido. Em
nenhuma hipótese a proteção pode ser dispensada
se essas consequências puderem resultar em risco
direto ou indireto à segurança e à saúde das
pessoas.
Tabela comparativa de elementos
Tempo
I Máximo @
Elemento de Características relevantes
8/20s
atuação
De 0,1 a De 5kA até
Spark Gap Grande capacidade de condução de corrente;
10 s 560kA
ou Alta tensão residual;
(depende (depende
Centelhador Capacitância paralela baixa (<2pF); e
do do
a gás Lento (mesmo se comparado ao MOV).
dV/dt) modelo)
De 100A a
Vida longa (média superior a 5 anos);
Varistor de 480kA
Grande variedade de opções de corrente e tensão; e
Óxido de 25 ns (depende
Bom tempo de resposta (se comparado ao Spark
Zinco do
Gap ou Centelhador a gás).
diâmetro)
De 20A a
20kA Vida infinita (desde que a corrente de impulso não
Diodo de seja ultrapassada);
(depende
Avalanche 1ps
do modelo Extremamente rápido; e
de Silício
e da Níveis preciosos de limitação de tensão.
tensão)
Eletricidade Estática
• Eletricidade estática é um fenômeno físico que não
se vê, mas sente, porque causa queda de tempo, de
matéria prima, de produção, e pode ainda, gerar
incêndios, choques em operadores, contaminações
com fuligem ou pó e, até mesmo, explosões.
Cálculos e teorias são apresentados pela Lei de
Coulomb

• Define-se também, a eletricidade estática como


uma fonte de ignição para misturas inflamáveis e
uma fonte de problemas para muitas indústrias, para
isto, deve ser sempre examinado e revisto pelos
profissionais, responsáveis da empresa, as
condições de manutenções e instalações em áreas
de produção, estocagem, manuseio, vestimentas e
terminais de engates.
Campos elétricos e magnéticos
• Não há comprovação científica, porém há
indícios de que a radiação eletromagnética
criada nas proximidades de meios com
elevados níveis de tensão e corrente elétrica,
possa provocar a ocorrência de câncer,
leucemia e tumor de cérebro. Contudo é
certo que essa situação promove nocividade
térmica (interior do corpo) e efeitos
endócrinos no organismo humano.
Campos elétricos e magnéticos
• Especial atenção aos trabalhadores, expostos a
essas condições, que possuam em seu corpo
próteses metálicas (pinos, encaixes,
articulações),pois a radiação promove
aquecimento intenso nos elementos metálicos
podendo provocar as necroses ósseas, assim como
aos trabalhadores portadores de aparelhos e
equipamentos eletrônicos (marca-passo, auditivos,
dosadores de insulina, etc..), pois a radiação
interfere nos circuitos elétricos e poderão criar
disfunções e mau funcionamento desses.
COMO APLICAR O BLOQUEIO E IDENTIFICAÇÃO DE
ENERGIA?
“Regra dos 10 Passos”

1. PREPARAÇÃO
Identifique a energia envolvida
( tipos, fontes e perigos ) e os
dispositivos de controle existentes
( botoeiras, chaves, válvulas, etc )

2. COMUNICAÇÃO INICIAL
Comunique todo pessoal envolvido
(incluindo seu supervisor e o supervisor
da área) que você irá desligar e bloquear
o equipamento.
3- DESLIGAMENTO
desligue o equipamento através de
todos os dispositivos normais de
controle existentes (botão de
parada, chave liga / desliga,
válvula, etc )
4 - ISOLAMENTO
isole todas as fontes de energia do
equipamento. Na maioria dos casos
existem várias fontes. Para tanto,
poderá ser necessário desconectar
cabos de força, desligar chaves
gerais, retirar fusíveis, fechar
válvulas mestras, flangear
tubulações, etc )
5 - BLOQUEIO E IDENTIFICAÇÃO
Bloqueie as fontes de energia com dispositivos de bloqueio
adequados e afixe conjuntamente uma etiqueta devidamente
preenchida.

6 - DESCARGA DA ENERGIA ARMAZENADA


Mesmo após desligado e bloqueado, um equipamento ou instalação
pode ainda apresentar alguma energia armazenada (eletricidade
estática, partes aquecidas, pressão residual em tubulações, etc.)
7 - VERIFICAÇÃO DO ISOLAMENTO
Teste o equipamento par assegurar-se de
que ele não pode ser energizado. Se
necessário, utiliza instrumentos de medição.
Durante o teste certifique-se que ninguém
está em contato com o equipamento.

8 - EXECUÇÃO DA ATIVIDADE
EM SEGURANÇA
Finalmente pode-se garantir que temos
um estado de "energia zero”, e há total
segurança para realização dos serviços
necessários junto ao equipamento
9 - RESTABELECIMENTO DA ENERGIA
Uma vez encerrado o serviço, certifique-se que
todas as proteções foram reinstaladas, e o
equipamento está seguro para voltar a
operar.Assegure-se de que ninguém está em
contato, retire os dispositivos de bloqueio e
etiquetas, acione-o, e teste seu funcionamento.

10 - COMUNICAÇÃO FINAL
Comunique todo o pessoal envolvido
(incluindo seu supervisor e o supervisor
da área) que o equipamento ou instalação
está operacional novamente.
SITUAÇÕES ESPECIAIS
Quando há diversas pessoas trabalhando num mesmo equipamento
ou instalação, cada uma deve colocar seu próprio dispositivo de
bloqueio e etiqueta. Para tanto, existem travas especiais que
permitem a aplicação de vários cadeados simultaneamente.

MUDANÇA DE TURNO OU EQUIPE DE TRABALHO


Durante mudança de turno, os equipamentos que precisam ser
mantidos sem energia não devem ficar desbloqueados. O
empregado que está encerrando o turno, deve aguardar o
companheiro aplicar seu dispositivo de bloqueio e identificação,
para então retirar os seus.
IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO BLOQUEIO
Eventualmente pode-se encontrar uma situação onde é necessário
manter um equipamento sem energia mas, devido restrições
técnicas, não é possível aplicar o dispositivo de bloqueio.
Trabalhos em altura
• Constitui-se numa das principais causas de
acidentes nos setores elétrico e no setor de
telefonia, sendo característico de diversos
ramos de atividade, mas muito
representativo nas atividades de construção
e manutenção do setor de transmissão e
distribuição de energia elétrica e de
construção e manutenção de redes
telefônicas.
Trabalhos em altura
As quedas ocorrem em conseqüência de:
• choques elétricos;
• inadequação de equipamentos de elevação
(escadas, cestos, plataformas);
• inadequação de EPI;
• falta de treinamento dos trabalhadores;
• falta de delimitação e sinalização do canteiro do
serviço nas vias públicas ;
• ataque de insetos.
Principais áreas com grande risco de queda

- coberturas - rampas – silos / reservatórios - plataformas móveis - coletivo / individual

- torres / chaminés - galerias / tanques - pontes-rolantes / sacadas


Principais áreas com grande risco de queda

– horizontal + vertical – caminhões / vagões - indústria petroquímica


RISCOS ERGONÔMICOS
O QUE É ERGONOMIA?

• “A Ergonomia objetiva modificar os sistemas de


trabalho para adequar as atividades neles existentes
às características, habilidades e limitações das
pessoas, com vistas ao seu desempenho eficiente,
confortável e seguro”.
(ABERGO, 2000).
ERGONOMIA

ERGONOMIA
É o estudo do relacionamento entre o:

HOMEM

Condições
de
Trabalho

AMBIENTE MÁQUINA

ERGO = Trabalho _____________ NOMIA = Normas, regras


RISCOS ERGONÔMICOS
São significativos, nas atividades do setor elétrico os
riscos ergonômicos, relacionados aos fatores :
• Biomecânicos - posturas não fisiológicas de trabalho
provocadas pela exigência de ângulos e posições
inadequadas dos membros superiores e inferiores para
realização das tarefas.
• Organizacionais - pressão no tempo de atendimento a
emergências ou a situações com períodos de tempo
rigidamente estabelecidos.
• Psicossociais – elevada exigência cognitiva necessária ao
exercício das atividades associada à constante convivência
com o risco de vida devido à presença do risco elétrico.
• Ambientais – representado pela exposição ao calor,
radiação, intempéries da natureza, agentes biológicos, etc.
ERGONOMIA

1 - O objetivo principal da Ergonomia é adaptar o trabalho


ao homem . Em condições ergonômicas adequadas se
consegue melhorar as capacidades individuais,
considerando a interface homem-máquina.
Cognitiva Visual

Auditiva

Tátil
Postural
ERGONOMIA

2 - O trabalho deve ser adaptado ergonomicamente a


todas as pessoas.
ERGONOMIA

3 - Melhore o lay-out dos ambientes.

O trabalhador terá um desempenho mais eficiente, confortável e seguro.


Melhorias nas Instalações e Equipamentos de Sala de Controle Centralizada
ERGONOMIA

4 - Muitos alarmes podem tirar o foco de atenção do trabalhador.

A Ergonomia Cognitiva pode contribuir na definição do número e


posicionamento de alarmes de emergência e na interação com outros
instrumentos de trabalho.
ERGONOMIA

5 - Evite desconforto à sua visão.

Reflexo em tela de monitores pode ser prejudicial à visão e a eficiência do


trabalho.
ERGONOMIA

6 - Sua opinião para transformar o trabalho é muito


importante.

antes depois

Quem mais conhece os riscos do trabalho é aquele que o executa. O


exemplo mostra o trabalho com virolas de forno e a postura do operador.
ERGONOMIA

7- A Ergonomia de Concepção é aplicada no desenvolvimento de


projetos.

Projeto de Cabine de Descoqueamento

É importante que o trabalhador participe com


sugestões na fase de planejamento.
ERGONOMIA

8 - Verifique equipamentos instalados de forma inadequada que


possam causar desconforto e risco de acidente.

Acesso seguro aos locais de trabalho e posicionamento adequado dos


equipamentos são exemplos de ação ergonômica.
ERGONOMIA

9 - Identifique riscos ergonômicos no seu local de trabalho. Eles podem estar


associados à segurança.

A ergonomia pode ser usada para a prevenção de incidentes e


acidentes.
ERGONOMIA

10 - Evite posturas desconfortáveis.

Utilize mobiliário em posição adequada e adote postura correta.

Evite torcer o pescoço

Observe monitor
Observe monitor muito alto
muito baixo
ERGONOMIA

11- Se necessário levantar peso, observe como fazê-lo.

A ergonomia orienta o trabalhador a prevenir problemas na coluna


ERGONOMIA

12 – Esforço físico e falta de espaço para mobilidade são demandas


ergonômicas.
ERGONOMIA

13 - Envolva-se na elaboração de procedimentos do seu


trabalho.

A Ergonomia estuda as características, ritmos de trabalho e o modo de


execução de cada trabalhador .
OUTROS RISCOS
Merece destaque também a exposição à :

• Calor - Nas atividades desempenhadas em espaços fechados ou em


subestações (devido à proximidade de conjunto de transformadores e
capacitores).

• Radiação solar - As conseqüências são: queimaduras, lesões nos olhos e até


câncer de pele, provocadas por radiação infravermelho ou ultravioleta.

• Ruído - Presente nas usinas de geração de energia elétrica, devido ao


movimento de turbinas e geradores. Ocorre também em estações e subestações
de energia, decorrente do funcionamento de conjunto de transformadores.

• Ascarel ou bifenis policlorados (PCB) - Exposição dos trabalhadores


pode ocorrer em atividades de manutenção executadas em subestações de
distribuição elétrica e em usinas de geração, por ocasião da troca ou
recuperação desses equipamentos, em especial, quando do descarte desse
produto.

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