Centro de Ciências Humanas e Agrárias – CCHA Tecnologia em Energias Renováveis
SISTEMAS DE ATERRAMENTO I
Disciplina: Instalações Elétricas de Alta Tensão
Professor: Me. Thomas Tadeu de Oliveira Pereira
Sousa – PB, OUTUBRO de 2023
ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO 1. ATERRAMENTO
2. PROTEÇÃO CONTRA CONTATOS INDIRETOS
3. TENSÃO DE PASSO E DE TOQUE
4. ELEMENTOS DA MALHA DE ATERRAMENTO
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ATERRAMENTO
O termo aterramento se refere à terra propriamente dita ou a uma
grande massa que se utiliza em seu lugar. Quando falamos que algo está “aterrado”, queremos dizer então que, pelo menos, um de seus elementos está propositalmente ligado à terra. Em geral, os sistemas elétricos não precisam estar ligados à terra para funcionarem e, de fato, nem todos os sistemas elétricos são aterrados. Mas, nos sistemas elétricos, quando designamos as tensões, geralmente elas são referidas à terra. Dessa forma, a terra representa um ponto de referência (ou um ponto de potencial zero) ao qual todas as outras tensões são referidas.
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ATERRAMENTO
Aterrar o sistema, ou seja, ligar intencionalmente um condutor fase ou, o que
é mais comum, o neutro à terra, tem por objetivo controlar a tensão em relação à terra dentro de limites previsíveis. Esse aterramento também fornece um caminho para a circulação de corrente que irá permitir a detecção de uma ligação indesejada entre os condutores vivos e a terra. Isso provocará a operação de dispositivos automáticos que removerão a tensão nesses condutores. O controle dessas tensões em relação à terra limita o esforço elétrico na isolação dos condutores, diminui as interferências eletromagnéticas e permite a redução dos perigos de choque para as pessoas que poderiam entrar em contato com os condutores vivos.
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ATERRAMENTO • Introdução • Toda instalação elétrica de alta e baixa tensão, para funcionar com desempenho satisfatório e ser suficientemente segura contra risco de acidentes fatais, deve possuir um sistema de aterramento dimensionado adequadamente para as condições de cada projeto. • Um sistema de aterramento visa à: i. Segurança de atuação da proteção; ii. Proteção das instalações contra descargas atmosféricas; iii. Proteção do indivíduo contra contatos com partes metálicas da instalação energizadas acidentalmente; iv. Uniformização do potencial em toda área do projeto, prevenindo contra lesões perigosas que possam surgir durante uma falta fase e terra.
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ATERRAMENTO • Podemos resumir as funções de um sistema de aterramento nos seguintes tópicos: • SEGURANÇA PESSOAL: a conexão dos equipamentos elétricos ao sistema de aterramento deve permitir que, caso ocorra uma falha na isolação dos equipamentos, a corrente de falta passe através do condutor de aterramento ao invés de percorrer o corpo de uma pessoa que eventualmente esteja tocando o equipamento. • DESLIGAMENTO AUTOMÁTICO: O sistema de aterramento deve oferecer um percurso de baixa impedância de retorno para a terra da corrente de falta, permitindo, assim, que haja a operação automática, rápida e segura do sistema de proteção. • CONTROLE DE TENSÕES: o aterramento permite um controle das tensões desenvolvidas no solo (passo, toque e transferida) quando um curto-circuito fase-terra retorna pela terra para a fonte próxima ou quando da ocorrência de uma descarga atmosférica no local. • TRANSITÓRIOS: o sistema de aterramento estabiliza a tensão durante transitórios no sistema elétrico provocados por faltas para a terra, chaveamentos, etc., de tal forma que não apareçam sobretensões perigosas durante esses períodos que possam provocar a ruptura da isolação dos equipamentos elétricos. • CARGAS ESTÁTICAS: o aterramento deve escoar cargas estáticas acumuladas em estruturas, suportes e carcaças dos equipamentos em geral. • EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS: especificamente para os sistemas eletrônicos, o aterramento deve fornecer um plano de referência “quieto”, sem perturbações, de tal modo que eles possam operar satisfatoriamente tanto em altas quanto em baixas frequências.
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ATERRAMENTO • Proteção contra contatos indiretos • O acidente mais comum a que estão submetidas as pessoas, principalmente aquelas que trabalham em processos industriais ou desempenham tarefas de manutenção e operação de sistemas industriais, é o toque acidental em partes metálicas energizadas, ficando o corpo ligado eletricamente sob tensão entre fase e terra. • Assim, entende-se por contato indireto aquele que um indivíduo mantém com determinada massa do sistema elétrico que, por falha, perdeu sua isolação e permitiu que esse indivíduo ficasse submetido a determinado potencial elétrico.
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ATERRAMENTO • Proteção contra contatos indiretos • O limite de corrente alternada suportada pelo corpo humano é de 25 mA, sendo que, na faixa entre 15 e 25 mA, o indivíduo sente dificuldades em soltar o objeto energizado. • Entre 15 e 80 mA, o indivíduo é acometido de grandes contrações e asfixia. • Acima de 80 mA, até a ordem de grandeza de poucos ampères, o indivíduo sofre graves lesões musculares e queimaduras, além de asfixia imediata. • Acima disso, as queimaduras são intensas, o sangue sofre o processo de eletrólise, a asfixia é imediata e há necrose dos tecidos. A gravidade dessas lesões depende do tempo de exposição do corpo humano à corrente elétrica.
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ATERRAMENTO • Tensão de contato ou de toque • É aquela a que está sujeito o corpo humano quando em contato com partes metálicas (massa) acidentalmente energizadas. • A tensão de contato VB depende do valor de tensão VR que assume o solo (elemento condutor) sob os pés durante a passagem da corrente. VB = VF - VR ▪ R: a resistência entre o elemento condutor e a terra; ▪ VR é a tensão entre o elemento condutor e a terra; ▪ Se houver uma ligação equipotencial entre massa e elemento condutor VB = 0.
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ATERRAMENTO • Tensão de contato ou de toque
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ATERRAMENTO • Tensão de passo • Quando um indivíduo se encontra no interior de uma malha de terra e por meio desta está fluindo, naquele instante, determinada corrente de defeito, fica submetido a uma tensão entre os dois pés.
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ATERRAMENTO • Tensão de passo • Cabe salientar que a corrente elétrica quando injetada no solo, por eletrodos ou diretamente por descarga atmosférica, se dispersa em forma de arcos com o centro no local de penetração, podendo provocar uma tensão de passo ∆Vp.
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ATERRAMENTO • Aterramento dos equipamentos • Era prática anterior a instalação de três malhas de terra nos projetos industriais, respectivamente, para ligação dos para-raios, equipamentos de alta-tensão e equipamentos de baixa tensão. Verificou-se, entretanto, que, interligando-se as diferentes malhas de terra, obtinha-se um aterramento de maior eficiência e segurança. À malha de terra construída sob o terreno no qual está implantada a subestação devem ser ligadas as seguintes partes do sistema elétrico: • Neutro do transformador de potência. • Para-raios instalados na(s) extremidade(s) do ramal de ligação. • Carcaça metálica dos equipamentos elétricos: transformadores de potência, de medição, de proteção, disjuntores, capacitores, motores e etc. • Suportes metálicos das chaves fusíveis e seccionadoras, isoladores de apoio, transformadores de medição, chapas de passagem, telas de proteção, portões de ferro etc. • Estruturas dos quadros de distribuição de luz e força. • Estruturas metálicas, em geral. • A malha de terra produz maior segurança quando construída sob o local em que foram instalados os equipamentos a ela conectados, pois esse procedimento uniformiza o potencial na área em questão.
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ATERRAMENTO
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ATERRAMENTO • Elementos de uma malha de terra • Os principais elementos de uma malha de terra são: • Eletrodos de terra • Também chamados de eletrodos verticais, podem ser constituídos dos seguintes elementos: • Aço galvanizado: Em geral, após determinado período de tempo, o eletrodo (haste cantoneira ou cano de ferro) sofre corrosão, aumentando, em consequência, a resistência de contato com o solo. Seu uso, portanto, deve ser restrito. • Aço cobreado: dada a cobertura da camada de cobre sobre o vergalhão de aço, o eletrodo adquire elevada resistência à corrosão, mantendo suas características originais ao longo do tempo. O processo de eletrodeposição tem-se mostrado, na prática, mais eficiente do que o processo de encamisamento da haste, que, quando submetida a choques mecânicos para cravamento no solo, muitas vezes tem-se o vergalhão de aço separado da capa de revestimento.
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ATERRAMENTO • Elementos de uma malha de terra • Os principais elementos de uma malha de terra são: • Eletrodos de terra • Também chamados de eletrodos verticais, podem ser constituídos dos seguintes elementos: • Aço galvanizado: Em geral, após determinado período de tempo, o eletrodo (haste cantoneira ou cano de ferro) sofre corrosão, aumentando, em consequência, a resistência de contato com o solo. Seu uso, portanto, deve ser restrito. • Aço cobreado: dada a cobertura da camada de cobre sobre o vergalhão de aço, o eletrodo adquire elevada resistência à corrosão, mantendo suas características originais ao longo do tempo. O processo de eletrodeposição tem-se mostrado, na prática, mais eficiente do que o processo de encamisamento da haste, que, quando submetida a choques mecânicos para cravamento no solo, muitas vezes tem-se o vergalhão de aço separado da capa de revestimento.
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ATERRAMENTO • Elementos de uma malha de terra • Os principais elementos de uma malha de terra são: • Condutor de aterramento • No caso de solos de características ácidas, pode-se utilizar o condutor de cobre nu de seção não inferior a 16 mm². Para solos de natureza alcalina, a seção do condutor de cobre não deve ser inferior a 25 mm². • Em subestações industriais, aconselha-se, até por motivos mecânicos, a utilização do condutor de aterramento com seção não inferior a 25 mm². • A grandeza da corrente de defeito fase-terra poderá determinar seções superiores.
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ATERRAMENTO • Elementos de uma malha de terra • Os principais elementos de uma malha de terra são: • Conexões • São elementos metálicos utilizados para conectar os condutores nas emendas ou derivações. Existe uma grande variedade de conectores, porém destacam-se os seguintes. • Conectores aparafusados • São peças metálicas utilizadas na emenda de condutores. Sempre que possível deve-se evitar sua utilização em condutores de aterramento. • Conexão exotérmica • É um processo de conexão a quente em que se verifica uma fusão entre o elemento metálico de conexão e o condutor. Existem vários tipos de conexão utilizando este processo. • A conexão exotérmica é executada no interior de um cadinho, sendo que, para cada tipo de conexão, há um modelo específico de cadinho.
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ATERRAMENTO Conexões: Cabo - Cabo
Conexões
Conexões: Cabo - Haste
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ATERRAMENTO Conexões Processo solda exotérmica
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ATERRAMENTO • Elementos de uma malha de terra • Os principais elementos de uma malha de terra são: • Condutor de proteção • É aquele utilizado para a ligação das massas (por exemplo, carcaça dos equipamentos) aos terminais de aterramento parcial e principal. • Este último será ligado à malha de terra por meio do condutor de aterramento. • A NBR 5410 estabelece a seção mínima dos condutores de proteção e as condições gerais de instalação e operação.
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ATERRAMENTO • Elementos de uma malha de terra • Condutor de proteção • A NBR 5410 estabelece a seção mínima dos condutores de proteção e as condições gerais de instalação e operação.