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INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
PREDIAIS
AULA 5
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CONVERSA INICIAL
Nesta aula, vamos ver como termina esse processo, concluindo os sistemas de proteção com o
linha e nobreaks. Por fim, faremos um estudo das cargas instaladas e definiremos o padrão de entrada
TEMA 1 – ATERRAMENTO
Já estudamos os dispositivos de proteção e vimos que uma série de critérios de escolha estão
aterramento é obrigatório? O condutor de terra protege contra choques? Pois é, são muitas as
dúvidas a respeito do aterramento de uma instalação, que, muitas vezes, é tido como desnecessário.
sedimentares, que são materiais eletricamente neutros, que, no entanto, carregam um volume
enorme de cargas elétricas. Uma característica das grandes massas é a capacidade de fornecer ou
absorver cargas elétricas quando estas são solicitadas/enviadas à terra. É isso que faz com que
usemos a terra como uma válvula de escape para cargas indevidas ou excessivas, em um circuito
elétrico.
O aterramento, pois, nada mais é do que a conexão de estruturas e da própria instalação com a
terra, para que haja o funcionamento correto e seguro da instalação e também para promover
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proteção contra choques elétricos por contato direto. Apesar disso, não basta a simples conexão
dessas estruturas e instalações com o solo. As características elétricas da terra podem ser
influenciadas pela umidade, pelo tipo de solo e por outras especificidades que fazem com que seja
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), com sua Norma Técnica Brasileira (NBR)
5410:2004, aborda muitas regras sobre aterramento em instalações de baixa tensão, mas pode ser
complementada por outras normas como a ABNT NBR 5419-1:2015 (ABNT, 2004, 2015a), que tratam
Na maioria das vezes, o atendimento em baixa tensão das concessionárias já possui o condutor
de neutro aterrado na saída dos transformadores, mas, como podem existir diferenças de potencial
até o ponto de entrega no consumidor, a ABNT NBR 5410:2004 exige que seja instalado um sistema
O eletrodo de aterramento é o elemento condutor, que é diretamente enterrado. Pode ser uma
simples haste ou um conjunto de hastes interligadas ou, ainda, ferragens de um concreto armado,
cantoneiras, tubos metálicos, cabos de aço ou condutores nus. Um eletrodo de aterramento deve
representar um caminho de baixa resistência elétrica para o solo, porém existem muitos fatores que
podem influenciar na resistividade, como umidade, quantidade de sais, temperatura, entre outros.
Por ser um estudo muito específico da região e difícil de ser realizado, em instalações prediais é
Anel: um eletrodo em anel é composto por hastes interligadas por condutores horizontais
concreto armado da edificação, desde que estejam conectadas entre si, apresentando
continuidade elétrica em todos os seus pontos, como exemplifica a Figura 1.
pontos distintos no solo, o que é conhecido como tensão de passo. Esse fenômeno é muito
comum em subestações ou em uma área aberta atingida por um raio.
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Figura 1 – Representação do eletrodo em anel e uso de ferragens de pilares e vigas baldrames para o
geometrias, que produzem então uma região equipotencial, como mostra a Figura 2.
das massas com a rede de distribuição e com a terra. Chamamos de massa um equipamento ou um
conjunto de equipamentos que são conectados à instalação. Quando esse equipamento possui uma
estrutura ou carcaça metálica, esta deve ser conectada à terra, para evitar um choque elétrico por
contato direto. Por exemplo, considere uma máquina de lavar roupas que teve um dos seus fios de
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alimentação esmagados durante a instalação. Esse fio sofreu uma ruptura na isolação e agora está em
contato com a parte metálica externa da máquina. Assim que o usuário tocar na estrutura, sofrerá um
choque elétrico, que pode ser ainda mais grave se o chão estiver molhado, por isso a importância de
se aterrar as massas.
Os condutores que fazem parte desse esquema recebem seus nomes conforme a sua função. O
condutor de neutro (N) é um referencial elétrico para o circuito, uma vez que a tensão de fase será
dada pela diferença de potencial elétrico entre a fase e o neutro. Apesar de ter potencial elétrico nulo,
o neutro é um condutor vivo (energizado). Em circuitos monofásicos, a corrente que flui pelo
O condutor de proteção (PE), também chamado de condutor terra (T), é aquele que percorre toda
neutro, o condutor de proteção não é energizado. Só haverá corrente fluindo por esse condutor
equipotencialização principal (BEP) ou, ainda, que interliga os eletrodos de instalações vizinhas,
seguir:
Primeira letra: identifica como é feita a ligação da rede elétrica ou alimentação à terra. Essa
b. I = isolação da parte viva em relação à terra ou aterramento por meio de uma impedância.
Segunda letra: identifica como é feita a ligação das massas da instalação à terra. Essa letra pode
ser:
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Outras letras (eventuais): identificam a forma como estão dispostos os condutores de neutro e
condutor PEN.
1.2.1 Esquema TN
O esquema TN é o método mais utilizado e também é considerado o mais seguro dos esquemas,
sendo obrigatório em alguns países. Conforme a nomenclatura que acabamos de ver, o esquema TN
tem um ponto de alimentação diretamente aterrado e as massas dessa instalação são ligadas a esse
mesmo ponto. Ainda assim, existem três diferentes formas de fazer as ligações, em função dos
1.2.2 Esquema TT
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Apesar de o esquema TN ser preferência na maioria das vezes, o esquema TT ainda é bastante
comum em instalações residenciais e é motivo de muita polêmica entre os eletricistas. O fato é que
esse esquema requer dois ou mais eletrodos de aterramento, o que o torna inviável, na maioria das
residências. O seu uso é mais indicado aos casos em que a carga está muito distante da alimentação,
quando um dos eletrodos é instalado diretamente na alimentação e as massas da instalação em outro
eletrodo, que pode servir a toda a instalação em um único condutor ou de forma individual, como
mostra a Figura 4.
de forma individual
1.2.3 Esquema IT
pode seguir totalmente isolado das partes vivas da instalação ou ser aterrado através de uma elevada
impedância, mas as massas dessa instalação são diretamente aterradas por um eletrodo individual.
Não se trata o IT de uma aplicação típica de instalações prediais, mas ele pode ser visto em ambientes
industriais que utilizam a instalação trifásica sem neutro, com cargas como motores.
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propriamente dito, vamos compreender como e por que ocorrem as descargas atmosféricas. Já
reparou que as tempestades com raios costumam ocorrer no final da tarde, entre 16 horas a 18
horas? Isso se deve ao aquecimento da Terra ao longo do dia, que promove a evaporação da água,
que sobe até encontrar as camadas mais frias da baixa atmosfera, onde ocorre a condensação e a
formação de gotículas.
Uma nuvem é formada por uma quantidade imensa de gotículas que se atritam e acabam
produzindo regiões de cargas elétricas acumuladas, que podem ser positivas ou negativas. É
importante lembrar que as cargas negativas correspondem a elétrons livres, mas as cargas positivas,
nesse caso, não são prótons. Na prática, não se tem prótons livres, pois estes estão concentrados no
núcleo dos átomos e não se desprendem. Por isso, a representação de cargas positivas apenas
simboliza os átomos capazes de receber elétrons, ou seja, são íons positivos.
O atrito das moléculas de água no interior das nuvens produz uma grande quantidade de energia
eletrostática, devido à separação das cargas elétricas por uma coluna de ar que serve de isolante. Na
grande maioria das vezes, cerca de 95%, a parte inferior da nuvem tem polaridade negativa. Isso faz
com que a maior parte dos raios que atingem o solo, algo próximo a 90% deles, sejam descendentes
de polaridade negativa, ou seja, as cargas negativas da nuvem descem por um canal ionizado até
atingirem o solo.
Mas essa não é a única forma de ocorrer uma descarga entre nuvem e solo. De acordo com as
características elétricas do solo e do ar, pode haver outras possibilidades e caminhos alternativos para
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Figura 6 – Representação das quatro alternativas possíveis para descargas entre nuvem e solo
Além das formas de contato com o solo, a formação dos raios segue uma sequência de etapas,
como mostra a Figura 7. Quando há um volume muito grande de cargas acumuladas, inicia-se o
processo de descarga com a emissão de um raio preliminar, chamado raio líder ou piloto (1). Essa
descarga inicial provoca a ionização do ar, que reduz a sua resistividade e deixa o caminho mais
propício para uma segunda descarga, chamada de descarga-guia (2). Em alguns casos, quando há
uma formação pontiaguda ligada à terra (como um para-raios), a indução faz com que ocorra um
raio-piloto em ascensão (3). Ao se unirem, o volume de cargas induzidas do solo é tão grande que
elas sobem em alta velocidade até a nuvem, o que chamamos de descarga de retorno (5). Por fim, uma
grande troca de cargas ocorre por esse canal e é chamada de descarga principal (6), até que a
diferença de potencial entre a nuvem e o solo não seja mais suficiente para manter a ruptura do
dielétrico, e assim a descarga se encerra.
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Figura 7 – Representação das quatro alternativas possíveis para descargas entre nuvem e solo
pessoas e equipamentos, porém, estatisticamente, menos de 50% dos raios atingem o solo – a
O Brasil possui uma grande incidência de raios ao longo do ano. Por isso, é importante que
fiquemos atentos aos riscos que esses raios representam. A regulamentação do SPDA é feita pela
série de normas ABNT NBR 5419-1:2015, ABNT NBR 5419-2:2015, ABNT NBR 5419-3:2015 e ABNT
O SPDA é mais uma forma de prevenir as instalações de danos causados por surtos. Mas você
pode perguntar: essa não é a função do dispositivo de proteção contra surtos (DPS)? A resposta é
sim, mas cada um tem sua área de atuação. A principal diferença entre um DPS e um SPDA é o local
visado para proteção. Um DPS prevê uma descarga atmosférica que atingiu a rede elétrica. Essa
descarga produz uma onda de surto que pode se propagar até as instalações internas de uma
edificação, causando danos aos bens lá instalados. Um SPDA é projetado se pensando em descargas
atmosféricas que possam atingir diretamente uma edificação, causando-lhe dados ainda maiores.
A ABNT (2015a, 2015b, 2015c, 2015d) define os níveis de proteção de acordo com o tipo da
estrutura que pode ser atingida por uma descarga e os tipos de efeitos que essa descarga pode
ocasionar, como mostra o Quadro 1.
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Classificação Nível de
Tipo da Estrutura Efeitos das Descargas Atmosféricas
da Estrutura Proteção
materiais.
Residências III
Danos normalmente limitados a objetos no ponto de impacto
ou no caminho do raio.
comuns
Bancos, companhias de
Como acima, além de efeitos indiretos com a perda de
seguro, companhias II
comunicações, falhas dos computadores e perda de dados.
comerciais ou outros
Museus ou locais
Perda de patrimônio cultural insubstituível. II
arqueológicos
Estações de
Interrupção inaceitável de serviços públicos por breve ou longo
telecomunicações e usinas I
Estruturas com período de tempo.
hidrelétricas
risco confinado
Refinarias, postos de
Estruturas com
combustíveis, fábricas de
risco para os Risco de incêndio e explosão para a instalação e arredores. I
fogos ou fábrica de
arredores
munições
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A instalação de um SPDA pode recorrer a uma série de materiais, mas o seu conjunto principal
deve conter:
captores ou rede captora: são hastes metálicas pontiagudas que são instaladas na parte
superior da edificação;
hastes de aterramento: são hastes metálicas mais longas, com comprimentos que variam de
1,5 m a 4 m, sendo a de 2,5 m a mais usada, para evitar perfurações de dutos subterrâneos;
internos da edificação deverão estar conectados a um ou mais pontos comuns, que chamamos
de BEP. Esse barramento não necessariamente é uma barra, apenas indica o ponto comum de
interligação, mas usualmente é utilizada uma barra condutora próxima ao ponto de entrada da
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Existem três métodos consagrados para a proteção contra raios, que veremos a seguir.
(1880), que considera uma área de proteção definida por um segmento de círculo cujo raio é dado
pela distância até a descarga-piloto e demarcado pela extremidade do captor e pelo solo (tangente),
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De acordo com a ABNT (2015a, 2015b, 2015c, 2015d), esse raio pode ser estimado por:
Observe que o segmento de círculo traçado com linha cheia passa pelo captor no topo do
campanário e tangencia o solo, como o modelo propõe, mas note que uma área da igreja fica
desprotegida, sendo necessário instalar um segundo captor para aumentar a área de proteção.
Estendendo a ideia para um modelo tridimensional, o resultado é o conceito da esfera rolante, que
simula o rolamento de uma esfera de raio R para demarcar a área de proteção, como mostra a Figura
10.
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proteção do MEG por uma reta tangente. A proteção prevista por um captor Franklin é dada por um
cone circular de raio Rp e altura h, sendo o ângulo dependente da altura do captor e do raio da
Observe que a reta que forma a face lateral do cone é dada por uma tangente do ponto de
intersecção com o segmento de círculo do MEG. Assim, quanto maior a altura do captor, menor será a
área protegida. Por isso, esse modelo não é aplicável, em alguns casos. Note também que a altura h é
medida desde o solo até a extremidade do captor. Os ângulos de proteção do método de Franklin
são dados em função da altura h, do raio da esfera rolante e dos níveis de proteção, conforme
estipulados pela ABNT (2015a, 2015b, 2015c, 2015d).
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I 20 25º * * * **
II 30 35º 25º * * **
Faraday. Os elementos metálicos estruturais e externos podem ser interligados a condutores que
contornam a cobertura e as laterais da edificação para compor uma malha ligada à terra. A principal
vantagem desse modelo é a capacidade de proteção que ele oferece a grandes áreas, como parque
industriais, pois não requer o uso de captores a uma altura elevada. Quanto maior a quantidade de
captores interligados a uma malha ou anel de aterramento, mais seguro será o método de Faraday.
Os galpões metálicos funcionam naturalmente como uma gaiola de Faraday, devendo apenas
interligar as partes da estrutura à malha de aterramento.
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Você sabe qual é a diferença entre um estabilizador de tensão, um filtro de linha e um nobreak? É
provável que você tenha um deles ou já tenha sido orientado a comprar um desses equipamentos,
principalmente para instalá-los no seu computador. Esses equipamentos são utilizados para minimizar
possíveis distúrbios que possam haver na rede elétrica. Mas será que depois de termos estudado
tantas técnicas, dispositivos e estruturas de proteção, ainda é necessário instalar mais um item? Talvez
sim, pois, apesar de todas as proteções que vimos, alguns tipos de distúrbios que podem ocorrer na
rede elétrica não farão atuar nenhum dos dispositivos tradicionais, como disjuntor, dispositivo
diferencial residual (DR) ou DPS.
são e que riscos apresentam alguns possíveis distúrbios na rede elétrica, representados na Figura 13.
a. Surto de tensão: esse é um fenômeno que provoca um aumento abrupto da tensão a valores
muito maiores que o nominal e tem uma duração muito curta, na faixa de micro a milissegundos. A
sua origem já vimos que é devido a descargas atmosféricas que atingem a rede elétrica e podem
causar danos irreparáveis em alguns equipamentos eletrônicos, geralmente a sua queima total ou
parcial.
b. Ruídos de linha: esses ruídos são sinais de alta frequência, adicionados geralmente pelo uso
inversores de baixa qualidade. Esse é um grave problema industrial, pois promove vibração em
motores, aquecimento de componentes e redução na vida útil dos equipamentos.
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menor que o dobro do valor nominal, e pode durar até alguns segundos. Esse acréscimo pode ocorrer
durante o religamento da rede elétrica após uma queda de energia, quando há uma considerável
subestações, para evitar apagões. O acréscimo de tensão pode provocar danos às cargas resistivas e
e. Subtensão: é semelhante à sobretensão, mas nesse caso se trata de uma redução do nível de
tensão, também de longa duração. Pode ocorrer durante um religamento da rede elétrica, mas
quando o circuito alimentador recebe uma carga maior e, consequentemente, uma maior demanda
de energia. Nesse caso, pode ocorrer o desligamento de alguns equipamentos ou a redução no
efeito é típico da inserção de cargas inerciais na rede elétrica, como acontece durante a partida de
motores elétricos de grande porte. Em equipamentos sensíveis, pode ocorrer desligamento, mas sem
danos graves.
eixo rotor do gerador não é mantida constante. Em usinas geradoras, esse parâmetro é controlado
constantemente e há técnicas para sua correção; mas, em geradores de pequeno porte, como
geradores a diesel, pode ocorrer esse tipo de problema. Alguns inversores permitem o ajuste da
frequência, o que também pode ser um problema, de acordo com a carga. A maioria dos eletrônicos
são projetados para operar em frequências de 50 Hz a 60 Hz, mas alguns equipamentos operam
apenas em uma frequência. A consequência dessas variações pode ser aquecimento e até queima de
equipamentos.
comandada por um sistema de controle e daí ocorre uma interrupção no fornecimento de energia por
um curto período de tempo (milissegundos). Algumas cargas inerciais como motores podem não
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perceber a troca da fonte, desde que seja mantido o sincronismo de fases com a rede elétrica. Porém,
equipamentos não costumam sofrer danos além do desligamento inesperado (e perda de dados),
mas podem ocorrer surtos, subtensão ou sobretensão durante o restabelecimento da rede.
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Logo no início do uso mais comum de computadores pessoais, as pessoas tiveram problemas em
função da qualidade de energia presente em alguns lugares, especialmente nos mais distantes dos
grandes centros. Isso se deve à queda de tensão nas longas linhas da rede elétrica, assim como
estudamos anteriormente. Os primeiros computadores tinham fontes projetadas para receber uma
tensão específica, que não eram adaptadas às sub ou sobretensões. Esse foi o motivo pelo qual surgiu
derivações (taps) que permitem o aumento ou redução da tensão fornecida à carga, como uma forma
de compensar as condições da rede elétrica. Os seus ajustes ocorrerão em passos, que serão menores
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A seleção do tap é feita por relés (em alguns modelos, tiristores ou transistores), que são
comandados por meio de um circuito que monitora a tensão de entrada com o objetivo de manter a
Atualmente, esse equipamento foi inutilizado na maior parte do mundo, pois a maioria dos
equipamentos eletrônicos são alimentados por uma fonte bivolt, ou seja, capaz de manter o
manter o mercado de vendas ativo, foi adicionado ao projeto original o filtro de linha, que veremos a
seguir.
O filtro de linha é popularmente conhecido como régua de tomadas. Isso porque, assim como os
equipamentos.
Apesar disso, o filtro de linha é mais do que uma simples extensão de tomadas. Assim como o
nome sugere, sua função é promover uma filtragem no sinal vindo da rede elétrica. Esse filtro tem por
objetivo eliminar os ruídos de alta frequência que possa haver na rede. O seu circuito interno básico é
composto por um arranjo de indutores e capacitores que formam um filtro passa-baixo. A
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Observe que a Figura 17 indica uma corrente de ruído (i) adicionada à de fase (I). Quando as
retorno para a terra através do capacitor de desacoplamento Cy2. O mesmo ocorre com o capacitor
Cy1, caso ainda haja algum ruído na corrente que retorna pelo neutro. Desse modo, a corrente que
A Figura 18 mostra um circuito que representa um filtro de linha e uma imagem de simulação
Além da rejeição de ruídos, alguns modelos de filtros de linha podem vir equipados com fusíveis
e varistores. Esses dispositivos são importantes no caso de instalações que não possuem disjuntores e
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DPS, pois oferecem proteção contra correntes de sobrecargas e curtos-circuitos e também contra
surtos de tensão.
Alguns tipos de equipamentos e sistemas podem ser definidos como cargas críticas, por
controle de tráfego aéreo, equipamentos hospitalares de suporte à vida, entre outros. Esse tipo de
carga é mais vulnerável aos distúrbios da rede elétrica e podem ter seu funcionamento
comprometido. De modo geral, essas cargas não admitem, em nenhuma hipótese, a queda no
fornecimento de energia. Por esse motivo, se faz necessário o uso de uma fonte de alimentação
Um nobreak ou UPS é constituído por dois blocos básicos: um circuito retificador que converte a
entrada de corrente alternada (CA) em corrente contínua (CC) e funciona como um carregador para o
banco de baterias, necessário para o fornecimento de energia durante qualquer ausência de rede
elétrica; e o inversor, que é o responsável por converter o sinal CC em CA novamente. As UPS podem
ser divididas em três tipos: off-line, line interactive e on-line. A primeira também é chamada de stand-
by, pois a carga é alimentada diretamente pela rede elétrica enquanto não há queda no fornecimento.
As baterias ficam como fonte reserva e a saída do inversor é isolada da carga por uma chave de
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Quando há uma falha no fornecimento da rede elétrica, um sistema de controle comanda a chave
de transferência e a carga passa a ser alimentada pelo banco de baterias, por meio do inversor. Mas,
note, como já dito, que a UPS não impede que a carga receba distúrbios de curta duração vindos da
No modelo line interactive ou linha interativa, a carga também é alimentada diretamente pela
rede. Nesse modelo, o conversor usado é bidirecional e está conectado à rede através de um
transformador. Durante o fornecimento normal, o conversor mantém a carga nas baterias e, ao surgir
Apesar de mais eficaz do que a UPS off-line, esse modelo, ainda assim, não é capaz de suprimir
distúrbios de curta duração, pois o inversor só opera após o sistema de controle identificar a ausência
Por fim, na topologia on-line, a carga não tem interação direta com a rede elétrica, a não ser em
casos de manutenção da UPS, quando é ativada uma chave de bypass. Nesse modelo, a UPS opera
banco de baterias passa a alimentar o link CC imediatamente, substituindo o retificador, e a carga não
percebe a troca da fonte de energia. Desse modo, a UPS garante à carga uma forma de onda sem
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Agora que já conhecemos o que são e como funcionam os estabilizadores, os filtros de linha e os
nobreaks ou UPS, vamos organizar no Quadro 3 quais são os distúrbios para os quais cada um pode
oferecer proteção.
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Se observarmos o conteúdo de nossas aulas, vamos perceber que ele segue uma ordem lógica,
desde os conhecimentos básicos sobre a origem e distribuição da energia elétrica até a conclusão de
um projeto completo de instalações elétricas. A etapa que estamos iniciando agora é uma das últimas
implementação e execução de uma obra. Isso porque o estudo da demanda de energia resulta nas
tomadas que irão compor as instalações. Para realizar o dimensionamento dos condutores dos
circuitos, adotamos por padrão a corrente total que irá circular por esses condutores, considerando a
máxima potência dos circuitos. Na prática, nem todos os pontos utilizarão a potência máxima e, mais
do que isso, apenas uma parte das cargas de iluminação ou tomadas serão acionadas
simultaneamente. Esse é o princípio da demanda de energia de uma instalação elétrica, que define a
potência elétrica que é realmente consumida por um circuito ou sistema, com base na simultaneidade
Essa observação sobre a demanda de energia de uma instalação elétrica é feita na ABNT NBR
5410:2004, no seu item 4.2.1, que trata da utilização e da demanda da potência de alimentação
Então, precisamos estabelecer alguns conceitos básicos, para que possamos dimensionar a
entrada de serviço e também os condutores alimentadores da demanda necessária de energia:
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Observe que, para se conhecer a demanda, é necessário fazer medições em uma instalação já
existente; porém, como esse é um dado importante para um projeto, utilizamos métodos que se
tratando de uma residência, comércios, condomínios ou edifícios. Além disso, existem diferentes
métodos para estimar a demanda máxima de um consumidor. O mais comum é o sugerido pelo
Comitê Brasileiro de Eletricidade, Eletrônica, Iluminação e Telecomunicação (Cobei), mas também há o
cálculo proposto pelas concessionárias de energia de cada região. De modo geral, aquele método
consiste em multiplicar a potência instalada por um fator de demanda, que é um número entre 0 a 1
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Esse fator de demanda é dado em tabelas, de acordo com o tipo de consumidor e a potência
instalada. Não existe um padrão para esses valores, por se tratarem de uma estimativa estatística;
porém, existe um consenso na literatura quanto a esses valores.
O Quadro 4 apresenta os fatores de demanda para a potência instalada de tomadas de uso geral
(TUG) e iluminação, de acordo com o tipo de consumidor. De posse do fator de demanda, podemos
calcular a potência demandada, que será utilizada para dimensionar os condutores alimentadores
que serão instalados no ramal de entrada e nos circuitos de distribuição da edificação:
iluminação; , o somatório da potência instalada para tomadas de uso específico (TUE); , o fator
Potência Instalada de
Tipo de Consumidor Fator de Demanda
TUG + iluminação (VA)
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As cargas que serão ligadas em TUE têm maiores chances de serem usadas permanentemente ou
por um longo período do dia, por isso nelas se aplica o fator de demanda igual a 1, ou seja,
considera-se 100% de probabilidade de uso simultâneo dessas cargas. Alguns autores ou normas
técnicas de concessionárias usarão um fator de demanda diferente de 1 para TUE com cargas iguais
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ou semelhantes, na instalação. Por exemplo, em uma residência com 3 chuveiros elétricos, poderia ser
aplicado o fator de 0,6, considerando que a probabilidade de todos os chuveiros estarem em uso ao
mesmo tempo seja de 60%. Como são casos específicos, deve-se utilizar a norma da concessionária
(caso haja) ou considerar o maior valor, para evitar o subdimensionamento. Se houver os valores
sendo a potência total para o conjunto de cargas, em VA; , o fator de demanda para
Exemplo de projeto
Solução: como não há cargas de TUE em duplicata, aplicamos a equação (3); mas, primeiro,
é necessário encontrar o fator de demanda para o somatório das potências de TUG e
a. ;
essa potência será ; por fim, só precisamos somar as potências das TUE e aplicar na (3);
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c. Assim, temos ;
d. ;
e. .
consumidor, que fará o seu cadastro (pessoa física ou jurídica) e informará os detalhes da sua
instalação. Por esse motivo, é necessário que o projeto esteja totalmente concluído antes de se
solicitar a ligação de energia, a não ser quando algumas particularidades como o tipo de ramal (aéreo
ou subterrâneo), o nível de tensão ou o padrão de ligação ainda dependem de uma visita de consulta
prévia, como ocorre com alguns novos loteamentos ainda sem rede elétrica.
Além da instalação definitiva para uma edificação, o consumidor pode solicitar uma ligação de
casos, a concessionária irá definir o padrão a ser empregado de acordo com as condições do
consumidor.
Temporária: solicitada por um curto período de tempo, geralmente para realização de feiras,
Tanto a tensão de fornecimento quanto o limite de carga instalada são fatores determinantes
suas prerrogativas. Para a elaboração deste tema, todas as informações relacionadas à concessionária
foram baseadas na Norma Técnica Copel (NTC) n. 901.100/1997 da Companhia Paranaense de Energia
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(Copel, 1997). Apesar disso, as demais concessionárias seguem procedimentos muito parecidos, com
O fornecimento de energia poderá ser feito de três diferentes formas, conforme o número de
fases:
1. monofásico: com tensão de 127 V a 2 fios (área urbana) ou 254/127 V a 3 fios (área rural);
Sempre devemos ter em mente as principais leis que regem os circuitos elétricos, que são as leis
de Ohm. Sabemos que, quanto maior a potência de uma carga, maior será a corrente drenada por ela
e, consequentemente, maiores deverão ser as dimensões dos condutores.
Para que não se torne inviável uma instalação, devido a altas correntes, existe uma classificação
para a tensão de alimentação em função dos limites de carga instalada. No caso da Copel (1997), para
que o consumidor seja alimentado diretamente pela rede secundária de distribuição (tensões vistas
anteriormente), a potência instalada não poderá ser superior a 75 kVA. Acima dessa carga, o
consumidor deverá ser alimentado em média tensão, que segue outra normativa.
O ponto de entrega é feito no limite da propriedade com a via pública e é o ponto de conexão
da rede elétrica com as instalações da unidade consumidora, definindo-se assim o limite de
responsabilidade da concessionária. O conjunto de condutores que fazem a conexão desde o ponto
de derivação da rede elétrica até o ponto de entrega é chamado de ramal de ligação ou distribuição,
enquanto o conjunto de condutores que partem do ponto de entrega até o quadro de medição é
Figura 23 – Representação dos ramais de ligação e de entrada, assim como do ponto de entrega
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O ramal de ligação pode ser aéreo ou subterrâneo, sendo que, na ligação aérea, o ponto de
ancoragem deve ser feito em um poste auxiliar ou até mesmo numa parede da propriedade, desde
414/2010 da Aneel (Brasil, 2012), que define uma unidade consumidora como sendo aquela que
recebe a energia elétrica em apenas um ponto de entrega. Portanto, somente poderá ser permitido o
uso coletivo da energia quando existir a perfeita separação entre as instalações físicas e elétricas das
partes alimentadas. Nesse caso, haverá um quadro com um barramento geral alimentado pelo ramal
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5.5 DIMENSIONAMENTO
De acordo com critérios vistos com relação à demanda de energia e também com as normas
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2. Os condutores para o ramal de entrada foram dimensionados para uma temperatura ambiente
de 30 ºC.
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4. Para o ramal de entrada, a seção do condutor de neutro deve ser igual à do(s) condutor(es) de
fase.
6. As categorias 19, 22, 25, 46, 47 e 48 são destinadas a unidades na área rural.
7. Medidores:
8. Para entradas subterrâneas em 200 A, somente serão permitidos condutores com isolação dos
Exemplo de projeto
Usando como referência o nosso último exemplo, no qual calculamos a demanda para uma
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Com base na demanda máxima, é possível verificar, no Quadro 6, que a categoria do consumidor
será a 29, lembrando que esse é um número de referência da Copel (1997) – para outras
valores que deverão ser utilizados para a construção do padrão de entrada são os destacados em
FINALIZANDO
Estamos encerrando aqui uma grande etapa do nosso processo de aprendizagem sobre projetos
de instalações elétricas prediais. Com todas as informações que vimos até aqui, é plenamente possível
que você comece a sua jornada no ramo de projetos elétricos. É claro que, para cada obra, aparecerão
as suas particularidades, mas agora você já conhece as principais normas a serem seguidas e um
passo a passo das etapas que devem ser analisadas.
Esta aula foi uma série de esclarecimentos de dúvidas comuns das pessoas que não têm
formação na área e até mesmo dos eletricistas. Vimos que aterramento não é somente um condutor
fincado no solo e que a formação de um raio tem muito mais etapas do que se imagina. Vimos
também que o estabilizador de tensão, apesar de muito popular, não é mais um equipamento útil
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para a maioria das aplicações nos dias de hoje e que a compra de um nobreak pode ser bem
interessante. E, por sinal, agora você já sabe que um filtro de linha não é somente uma extensão de
tomadas.
Por fim, depois de ter seguido todos os procedimentos de projeto e dimensionamento das
cargas da instalação, encontramos a demanda máxima que é utilizada na definição do padrão de
entrada. Agora sim estamos prontos para colocar a mão na massa! Em momento posterior, veremos
as principais técnicas de instalação de interruptores, tomadas e dispositivos de proteção, assim como
São muitas coisas para mostrar, quer saber como faz? Esperamos você lá. Até a próxima aula e
bons estudos!
REFERÊNCIAS
_____. ABNT 5419-1:2015: proteção contra descargas atmosféricas – parte 1 – princípios gerais.
_____. ABNT 5419-3:2015: proteção contra descargas atmosféricas – parte 3 – danos físicos a
_____. ABNT 5419-4:2015: proteção contra descargas atmosféricas – parte 4 – sistemas elétricos
e eletrônicos internos na estrutura. Rio de Janeiro, 22 maio 2015d.
BRASIL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Resolução Normativa 414/2010: atualizada até a
REN 499/2012. Brasília, 2012. Disponível em:
<https://www.aneel.gov.br/documents/656835/14876406/REN_414_2010_atual_REN_499_2012.pdf/d2
99b3a0-ad4a-4c68-a280-6891e10b4465>. Acesso em: 15 fev. 2021.
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ILE/NTC%20901100%20Fornecimento%20em%20Tens%C3%A3o%20Secund%C3%A1ria.pdf>. Acesso
CREDER, H. Instalações elétricas. Atual. e rev.: Luiz Sebastião Costa. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC,
2016.
PAIXÃO, R. R. Manutenção de computadores: guia prático. 1. ed. São Paulo: Érica, 2010.
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