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RESUMO SIMPLES
O estudo apresentado a seguir demonstra um comparativo de métodos de instalações dos eletrodos de aterramento para
o uso nos sistemas TT e TN-S, testados em uma fecularia de mandioca. Realizou-se um estudo prático onde foram
instaladas hastes de cobre ao solo a fim de reduzir a resistência ôhmica do solo para que este pudesse ser conectado à
rede elétrica da edificação de forma eficaz. Como resultado, os testes demonstraram as vantagens de se utilizar
eletrodos de aterramento dispostos em linha reta em conjunto com o sistema TN-S.
ABSTRACT
The following study presents a comparative of two grounding electrodes installation methodology, in order to be
applied to the grounding systems TT and TN-S, both tested in a cassava flour industry. A practical study has been done
where copper sticks were installed to the ground to reduce its ohmic resistance to be forward connected to the power
grid in the at most efficient way possible. As a result, the test has shown the advantages of being using grounding
electrodes disposed in a straight line, connected to the TN-S grounding system.
1 heliveltonribeiro1806@outlook.com
2 pauloguilhermedeoliveira22@gmail.com
3 10marcelovieira@gmail.com
4 isabelavcarvalho@yahoo.com.br
5 adriana.izidoro@prof.una.br
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LISTA DE ABREVIATURAS
INTRODUÇÃO
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esquemas de aterramento considerados pela NBR 5410 são TT, IT e TN. O grupo TN se ramifica
nas derivações TN-S, TN-C-S e TN-C (ABNT – NBR 5410, 2004).
Neste estudo serão realizados e comparados, métodos de instalação dos eletrodos de
aterramento para o uso nos sistemas TT e TN-S. O estudo apresentado a seguir foi realizado em
uma fecularia de mandioca, cujo espaço fabril compreende uma gama de maquinários elétricos
bifásicos, que trabalham por cerca de 10 (dez) horas diárias. Para realização desse estudo, foram
adotados métodos e técnicas de como se fazer um sistema de aterramento, levando em consideração
as características do local da instalação como; tipo de solo, resistividade do solo e necessidade de
proteção de pessoas e equipamentos.
Todos os procedimentos técnicos apresentados estão sustentados na Norma Brasileira de
instalações elétricas de baixa tensão (ABNT NBR-5410), para que os resultados obtidos não sejam
somente satisfatórios, como também possam atender padrões de segurança e qualidade exigidos por
norma.
REFERENCIAL TEÓRICO
SISTEMAS DE ATERRAMENTO
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A primeira letra – Especifica a situação da alimentação em relação à terra.
T – A alimentação (lado fonte) tem um ponto diretamente aterrado;
I – Isolação de todas as partes vivas da fonte de alimentação em relação a terra ou
aterramento de um ponto através de uma impedância elevada.
A segunda letra – Especifica a situação das massas das cargas ou equipamentos em relação
à terra.
T – Massas aterradas com terra próprio, isto é independente da fonte;
N – Massas ligadas ao ponto aterrado da fonte;
I – Massa Isolada, isto é, não aterrado.
As outras letras – Forma de ligação do aterramento da massa do equipamento. Usando o
sistema de aterrramento da fonte.
S – Separado, isto é, o aterramento da massa é feito com um condutor de proteção (PE)
separado do neutro;
C – Comum, isto é, o aterramento da massa do equipamento e o neutro é combinado em
um unido condutor (PEN).
SISTEMA DE ATERRAMENTO TT
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SISTEMA DE ATERRAMENTO TN-S
MATERIAIS E MÉTODOS
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Tabela 1: Lista de Materiais para Aplicação dos Sistemas de Aterramento TT e TN-S.
Lista de Materiais
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Tabela 2: Precisão Terrômetro Digital MTR-1522
400Ω 0,1Ω
± (2,0% + 3)
4000Ω 1Ω
Fonte: Manual de Instruções Terrômetro Digital MTR-1522, rev.02-2019.
O método utilizado para a realização dessas medições de queda de potencial. Nesse método,
são utilizados os eletrodos e duas estacas fincadas na terra, dispostos a uma distância mínima entre
o eletrodo (E), a sonda (P) e a estaca auxiliar (C) que deve ser de 5 a 10 metros, como mostra a
figura 3.
Eletrodo
(E)
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Para realizar a medição de resistência ôhmica de aterramento se estabelece uma tensão entre
o eletrodo de aterramento (E) e à estaca auxiliar (C), resultando em um fluxo de corrente elétrica
entre o eletrodo e à estaca, causando uma queda de tensão que é detectada pela sonda (P). Através
da razão entre a queda de tensão e a corrente que flui entre o eletrodo e à estaca é possível
determinar a resistência ôhmica de aterramento, conforme figura 4.
Rt = Resistência de
Aterramento
(C) (P)
V = Tensão
Vt
(E) I = Corrente
A
~
I
t
Fonte: Autores (2021).
DESCRIÇÃO DO ESTUDO
Para a instalação do eletrodo de aterramento, primeiro foi definida uma distância entre o
primeiro eletrodo vertical e o quadro de distribuição de energia. Inicialmente foi cogitada a ideia de
posicionar os eletrodos de aterramento próximo à base de um poste que interliga a rede de
distribuição da concessionária com a edificação fecularia.
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Depois de realizada uma análise mais criteriosa do local, verificou-se que o cabo de
aterramento seguiria aéreo, onde nesta condição o aterramento funcionaria como SPDA e por estar
exposto. Logo o sistema estaria sujeito à captação de descargas atmosféricas na localidade da
instalação, não atendendo as necessidades do estudo aplicado.
Assim sendo, uma outra localidade foi selecionada por conta de melhores condições de
instalação e manutenção do sistema de aterramento. Nesse local conta com melhor umidade de solo,
menor distância do quadro de distribuição e pela possibilidade de passar o cabo por debaixo da terra
até o quadro de distribuição.
Independente da disposição dos eletrodos de aterramento, o primeiro eletrodo foi fincado
partir de um buraco de 30 centímetros de profundidade por 20 de diâmetro, onde foi posicionada as
caixas de inspeção. Na ponta superior de cada eletrodo de aterramento é utilizado um conector
grampo para conexão do cabo, fazendo a interligação com os demais eletrodos, conforme
apresentado na figura 5.
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Figura 6: Eletrodos Fincados em Linha Reta.
Quantidade de Eletrodos 1 2 3
Para esta disposição, três eletrodos são fincados ao solo formando um triângulo equilátero,
estando o primeiro eletrodo posicionado à 7 metros de distância do quadro de distribuição de
energia. Assim como no método anterior os eletrodos foram fincados a 2,4 metros e interligados por
um cabo de cobre nu (eletrodo horizontal), sendo esta formação, um método de equipotencializar o
sistema de aterramento, tornando-o equilibrado como apresentado na figura 7.
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Figura 7: Eletrodos Fincados em Forma de Triângulo.
Quantidade de Eletrodos 1 2 3
RESULTADOS
Na condição, onde foi testada a disposição dos eletrodos de aterramento em linha reta, foi
possível observar que a resistência de aterramento apresentada inicialmente foi de 62,6 Ω e ao ficar
o segundo eletrodo o valor caiu 41,85%, apresentando 36,4 Ω. Porém, com a adição de mais um
eletrodo esta condição não se repete, vindo a reduzir pouco a resistência de aterramento, como é
possível observar na figura 8.
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Figura 8: Resistência de Aterramento x Eletrodos em Linha Reta.
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Figura 9: Resistência de Aterramento x Eletrodos em Triângulo.
RESULTADOS COMPARATIVOS
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Com isso optou-se pela disposição dos eletrodos de aterramento em linha reta. A qual
apresentou valores de resistência mais próximos de zero e nesta disposição os últimos eletrodos de
aterramento ficam em local como maior índice de umidade, devido a inclinação do solo.
A fim de reduzir ainda mais resistência de aterramento optouse pela instalação de um quarto
eletrodo vertical e novamente foi realizado a medição da resistência de aterramento, onde o sistema
apresentou a resistência de aterramento de 23,72Ω, ainda mais proxima de zero como é possivel
observar na figura 11.
Figura 11: Resistência de Aterramento X Quatro Eletros de Aterramento em Linha Reta.
Essa condição encontrada, onde a resistência demonstra uma pequena variação com a
colocação de novos eletrodos, demonstra que o método do aumento do número de eletrodos passa a
não ser tão eficaz. Logo, essas variações da resistência de aterramento passam a não justificar o
custo para a instalação de novos eletrodos.
De acordo com os equipamentos disponíveis no local da instalação e levando em
consideração os sistemas de aterramento, optou-se pela aplicação do sistema de aterramento TN-S,
onde o neutro e o terra se juntam através de um BEP, como mostra a figura 12.
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Figura 12: Barramento de Equipotencialização.
Esse sistema foi possível pois o local da instalação possui um transformador exclusivo, e
para surgir o neutro no transformador deve-se fechar o secundário em estrela e aterra-lo, logo o
neutro da rede já está aterrado. Com isso os eletrodos de aterramento fincados ao solo se juntam ao
aterramento do transformador, diminuindo a resistência de aterramento, ao contrario do sistema de
aterramento TT, onde a resistência ôhmica de aterramento resulta apenas nos valores encontrados
nos testes acima apresentados (23,72 Ω para eletrodos em linha reta e 31,12 Ω para eletrodos em
forma de triângulo).
CONCLUSÃO
Ainda que o sistema de aterramento seja, por vezes, deixado de lado em instalações de baixa
tensão, é notória a importância de se ter uma instalação elétrica bem aterrada. O bom aterramento
garante, não somente um bom desempenho dos equipamentos a ela conectados, como também a
segurança dos operadores de tais equipamentos, que, na ausência de um aterramento adequado,
estão sujeitos a sofrer descargas elétricas provenientes de corrente de fuga.
Para o estudo em questão, foram projetados e comparados dois sistemas de aterramento,
sendo um deles com a disposição de eletrodos de aterramento em linha reta e outro em forma de
triângulo, sempre respeitando as normas estabelecidas pela NBR-5410. Para cada um desses
sistemas, obteve valores de resistência de aterramento satisfatórios, uma vez que ambos seguiram
métodos para diminuição da resistência de aterramento.
A corrente elétrica sempre percorre o caminho, com menor resistência ôhmica. Com essa
característica optou-se pela instalação dos eletrodos de aterramento em linha reta, pois o mesmo
apresentou resistência de aterramento mais próxima de zero o que garante o escoamento de
correntes de fuga dos equipamentos a ele conectados.
Respeitando as características do local e os maquinários instalados, optou-se pelo sistema de
aterramento TN-S onde o neutro do transformador é equipotencializado com os eletrodos de
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aterramento através de um BEP. Essa equipotencialização faz com que os eletrodos de aterramento
fincados ao solo fiquem em paralelo como aterramento do transformador, resultando em uma
resistência de aterramento ainda menor do que os valores encontrados nos testes.
Logo ao final dos testes, pôde-se observar que realizar testes comparativos para um sistema
de aterramento adequado se mostra muito eficaz, haja vista que o cenário proposto deve sempre ser
levado em consideração antes de determinar como dar andamento em um projeto deste seguimento.
Os resultados comparativos mostraram de forma quantitativa, qual o melhor método para o melhor
desempenho dos equipamentos e segurança dos operadores da fecularia de mandioca.
Para estudos comparativos futuros, pode-se utilizar outros métodos para a redução da
resistência de aterramento como; o tratamento químico do solo, aprofundamento dos eletrodos,
disposição dos eletrodos verticais em forma de círculo e o uso de malha constituída por reticulado
formado por eletrodos horizontais.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão.
Rio de Janeiro, 2015.
CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. 470 p.
KINDERMANN, Geraldo; CAMPAGNOLO, Jorge Mário. Aterramento elétrico. 3. ed. Porto Alegre: Sagra-
DC Luzzatto, 1992
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