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ESTUDO COMPARATIVO DE SISTEMAS DE

ATERRAMENTO PARA REDES DE BAIXA TENSÃO

Helivelton Marciano Ribeiro1


Paulo Guilherme de Oliveira 2
Marcelo Costa Vieira3
Isabela Vasconcelos de Carvalho Motta - Orientadora4
Adriana Aparecida dos Santos Izidoro - Coorientadora5

RESUMO SIMPLES

O estudo apresentado a seguir demonstra um comparativo de métodos de instalações dos eletrodos de aterramento para
o uso nos sistemas TT e TN-S, testados em uma fecularia de mandioca. Realizou-se um estudo prático onde foram
instaladas hastes de cobre ao solo a fim de reduzir a resistência ôhmica do solo para que este pudesse ser conectado à
rede elétrica da edificação de forma eficaz. Como resultado, os testes demonstraram as vantagens de se utilizar
eletrodos de aterramento dispostos em linha reta em conjunto com o sistema TN-S.

PALAVRAS-CHAVE: Aterramento; Resistência; Hastes e Eletrodos.

ABSTRACT

The following study presents a comparative of two grounding electrodes installation methodology, in order to be
applied to the grounding systems TT and TN-S, both tested in a cassava flour industry. A practical study has been done
where copper sticks were installed to the ground to reduce its ohmic resistance to be forward connected to the power
grid in the at most efficient way possible. As a result, the test has shown the advantages of being using grounding
electrodes disposed in a straight line, connected to the TN-S grounding system.

KEY WORDS: Grounding; Resistance; Bars in Electrodes.

1 heliveltonribeiro1806@outlook.com
2 pauloguilhermedeoliveira22@gmail.com
3 10marcelovieira@gmail.com
4 isabelavcarvalho@yahoo.com.br

5 adriana.izidoro@prof.una.br

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas


NBR – Norma Brasileira
SPDA – Sistema de Proteção contra Descargas a Atmosféricas
BEP – Barramento de Equipotencialização
PE – Condutor de Proteção
PEN – Condutor de Proteção e Neutro

INTRODUÇÃO

A utilização de um sistema de aterramento adequado em uma rede elétrica é de suma


importância para a preservação da segurança de pessoas que, de alguma forma, fazem uso desta
ferramenta. Entretanto, por não ser um sistema mandatório para o funcionamento de determinadas
cargas ligadas à rede e também por seu custo de instalação e manutenção, é constantemente
subestimado, principalmente quando se tratam de redes de baixa tensão.
Uma ligação à terra pode constituir-se em um fator de segurança, por permitir o escoamento
para a mesma de cargas ou correntes de descargas. Consegue-se por meio de tal prática, evitar ou
pelo menos minimizar os efeitos indesejáveis de; Energização de partes metálicas de sistemas,
expostas ao contato de pessoas e animais. Carregamentos de cargas, estáticas em corpos ou
equipamentos industriais, cuja descarga pode originar faíscas ou irradiação eletromagnética e por
fim descargas atmosféricas (VISACRO, 2002).
A ABNT estabelece através da Norma Brasileira (NBR) 5410, para satisfazer as condições
de instalações elétricas de baixa tensão e menciona que toda edificação deve dispor de uma
infraestrutura de aterramento elétrico, denominada “eletrodo de aterramento”, sendo aterramentos
naturais e não naturais (ABNT – NBR 5410, 2004).
O aterramento natural consiste em fazer uso das estruturas das edificações existentes como
aterramento, ou seja, utilizando a própria armadura de concreto das fundações ou usando fitas,
barras ou cabos metálicos previstos e imersos no concreto das fundações. Já o aterramento não
natural consiste em fazer o uso de eletrodos de aterramento verticais (hastes) e ou horizontais
(cabos), que são fincados ao solo (CREDER, 2007).
Atentando-se à NBR 5410, existem três variações de aterramento para redes de baixa tensão,
cada uma com sua devida aplicação e com seus prós e contras, que devem ser cuidadosamente
analisados de acordo com cada cenário para que o melhor rendimento da rede possa ser atingido,
minimizando o consumo indevido de energia e provendo segurança para os seres humanos. Os

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esquemas de aterramento considerados pela NBR 5410 são TT, IT e TN. O grupo TN se ramifica
nas derivações TN-S, TN-C-S e TN-C (ABNT – NBR 5410, 2004).
Neste estudo serão realizados e comparados, métodos de instalação dos eletrodos de
aterramento para o uso nos sistemas TT e TN-S. O estudo apresentado a seguir foi realizado em
uma fecularia de mandioca, cujo espaço fabril compreende uma gama de maquinários elétricos
bifásicos, que trabalham por cerca de 10 (dez) horas diárias. Para realização desse estudo, foram
adotados métodos e técnicas de como se fazer um sistema de aterramento, levando em consideração
as características do local da instalação como; tipo de solo, resistividade do solo e necessidade de
proteção de pessoas e equipamentos.
Todos os procedimentos técnicos apresentados estão sustentados na Norma Brasileira de
instalações elétricas de baixa tensão (ABNT NBR-5410), para que os resultados obtidos não sejam
somente satisfatórios, como também possam atender padrões de segurança e qualidade exigidos por
norma.

REFERENCIAL TEÓRICO

Nessa secção tópicos específicos que contribuíram para o desenvolvimento do estudo


comparativo de sistemas de aterramento de baixa tensão.

TÉCNICAS COMUNS PARA MELHORAR RESISTÊNCIA DE ATERRAMENTO

Muitas vezes, após a instalação de um aterramento, observa-se através de medições que o


valor de resistência deste é superior ao valor desejado. Nesses casos empregam-se normalmente
algumas técnicas capazes de melhorar o valor de resistência de aterramento. Essas técnicas atuam
basicamente, modificando a resistividade do solo nas proximidades do eletrodo, ou alterando as
condições dos eletrodos de aterramento, ou, ainda, fazendo a aplicação dessas duas possibilidades
(VISACRO, 2002).
No desenvolvimento do estudo comparativo, foram aplicadas as técnicas de aumento do
número de eletrodos, disposição dos eletrodos em linha reta e triângulo.

SISTEMAS DE ATERRAMENTO

Os sistemas de aterramento de baixa tensão são classificados segundo um código de letras


que se diferem entre si em função da alimentação e das massas com relação à terra (Geraldo
Kindermann e Jorge Mário Campagnolo, 1992).

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A primeira letra – Especifica a situação da alimentação em relação à terra.
T – A alimentação (lado fonte) tem um ponto diretamente aterrado;
I – Isolação de todas as partes vivas da fonte de alimentação em relação a terra ou
aterramento de um ponto através de uma impedância elevada.
A segunda letra – Especifica a situação das massas das cargas ou equipamentos em relação
à terra.
T – Massas aterradas com terra próprio, isto é independente da fonte;
N – Massas ligadas ao ponto aterrado da fonte;
I – Massa Isolada, isto é, não aterrado.
As outras letras – Forma de ligação do aterramento da massa do equipamento. Usando o
sistema de aterrramento da fonte.
S – Separado, isto é, o aterramento da massa é feito com um condutor de proteção (PE)
separado do neutro;
C – Comum, isto é, o aterramento da massa do equipamento e o neutro é combinado em
um unido condutor (PEN).

SISTEMA DE ATERRAMENTO TT

No sistema de aterramento TT, um ponto da alimentação é aterrado (neutro) e as massas


metálicas são aterradas por eletrodos distintos sem nenhum tipo de conexão entre si, conforme
ilustrado através da figura 1.

Figura 1: Esquema Sistema de Aterramento TT.

Fonte: Autores (2021).

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SISTEMA DE ATERRAMENTO TN-S

No sistema de aterramento TN-S, um ponto da alimentação neutro é aterrado e há outro


ponto aterrado (PE), esses dois pontos são interligados por um BEP (Barramento de
Equipotencialização) e as massas metálicas são ligadas a esse ponto. Nesse esquema de aterramento
os condutores neutro e terra ao longo da instalação são distintos, conforme ilustrado na figura 2.

Figura 2: Sistema de Aterramento TN-S.

Fonte: Autores (2021).

MATERIAIS E MÉTODOS

Para a instalação correta de um sistema de aterramento, os aspectos físicos do solo devem


ser levados em consideração, bem como umidade, tipo de solo, concentração de sais minerais e
compactação. Dessa forma, a disposição dos eletrodos de aterramento pode ser adequada para o
cenário disponível.
Levando em consideração as características físicas do local da instalação, optou-se pelo uso
de eletrodos verticais e horizontais enterrados, no nível das fundações e em área descoberta, visando
a impossibilidade do uso da armadura do concreto das fundações ou uso de fitas e cabos, já
previstos imersos no concreto das fundações, conforme previsto na norma NBR 5410.
De acordo com o seguimento e máquinas disponíveis no local da instalação, serão abordados
e comparados tecnicamente dois tipos de sistemas de aterramento, sendo eles, o sistema TT e TN-S.
Para execução comparativa dos sistemas de aterramentos, os materiais dos eletrodos e as
dimensões devem ser selecionados de modo a resistir à corrosão e apresentar resistência mecânica
adequada. Dados os aspectos mencionados, foi levantada uma lista de materiais contendo todo o
material necessário para a realização dos testes, conforme mostra a tabela 1.

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Tabela 1: Lista de Materiais para Aplicação dos Sistemas de Aterramento TT e TN-S.

Lista de Materiais

Material Especificação Técnica Imagem Quantidade

Haste de aço, capa de Haste de secção circular/ 4 unidades


cobre. diâmetro de 15mm /Espessura
média do revestimento μm 254.

Cabo de Cobre nu 50mm² 7,5 metros

Caixa de Inspeção Caixa múltipla de inspeção para 4 unidades


tubo de aterramento n1 preto taf
(7132)

Conector Grampo GTDU duplo para aterramento 4 unidades


1/2 - 5/8

Fonte: Autores (2021).

No desenvolvimento dos sistemas de aterramento TT e TN-S, dois métodos diferentes de


disposição dos eletrodos, foram utilizados a fim de descobrir, com valores ôhmicos, qual é o mais
eficiente (mais próximo de 0 Ω) para a aplicação, sendo eles: Instalação de eletrodos fincados no
solo dispostos em linha reta e também, eletrodos de aterramento interligados em formato de
triângulo equilátero.
Para os testes com eletrodos em linha reta, foram realizados testes ôhmicos a partir de um
eletrodo vertical instalado até que, um a um, fossem tomados valores resistivos até a marca de três
eletrodos instalados, com distância de 2,4 metros entre eles. Já para os eletrodos em forma de
triângulo, três eletrodos verticais foram instalados neste formato, diretamente interligadas entre si e
com uma distância de 2,4 metros entre cada eletrodo.
Utilizando um terrômetro digital modelo MTR-1522 marca Minipa, com precisão
apresentado na tabela 2, foram realizados testes para medição de tensão e resistência de
aterramento.

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Tabela 2: Precisão Terrômetro Digital MTR-1522

Faixa Resolução Precisão

40Ω 0,01Ω ± (2,0% + 20)

400Ω 0,1Ω
± (2,0% + 3)
4000Ω 1Ω
Fonte: Manual de Instruções Terrômetro Digital MTR-1522, rev.02-2019.

O método utilizado para a realização dessas medições de queda de potencial. Nesse método,
são utilizados os eletrodos e duas estacas fincadas na terra, dispostos a uma distância mínima entre
o eletrodo (E), a sonda (P) e a estaca auxiliar (C) que deve ser de 5 a 10 metros, como mostra a
figura 3.

Figura 3: Instalação do Terrômetro

Eletrodo
(E)

Estaca Auxiliar Sonda Fonte: Autores (2021).


(C) (P)

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Para realizar a medição de resistência ôhmica de aterramento se estabelece uma tensão entre
o eletrodo de aterramento (E) e à estaca auxiliar (C), resultando em um fluxo de corrente elétrica
entre o eletrodo e à estaca, causando uma queda de tensão que é detectada pela sonda (P). Através
da razão entre a queda de tensão e a corrente que flui entre o eletrodo e à estaca é possível
determinar a resistência ôhmica de aterramento, conforme figura 4.

Figura 4: Método Queda de Potencial

Rt = Resistência de
Aterramento
(C) (P)
V = Tensão
Vt
(E) I = Corrente

A
~
I
t
Fonte: Autores (2021).

Obs.: Para facilitar a medição de resistência de aterramento acrescentou-se água onde as


estacas foram fincadas.

DESCRIÇÃO DO ESTUDO

DISPOSIÇÃO DOS ELETRODOS DE ATERRAMENTO

Para a instalação do eletrodo de aterramento, primeiro foi definida uma distância entre o
primeiro eletrodo vertical e o quadro de distribuição de energia. Inicialmente foi cogitada a ideia de
posicionar os eletrodos de aterramento próximo à base de um poste que interliga a rede de
distribuição da concessionária com a edificação fecularia.

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Depois de realizada uma análise mais criteriosa do local, verificou-se que o cabo de
aterramento seguiria aéreo, onde nesta condição o aterramento funcionaria como SPDA e por estar
exposto. Logo o sistema estaria sujeito à captação de descargas atmosféricas na localidade da
instalação, não atendendo as necessidades do estudo aplicado.
Assim sendo, uma outra localidade foi selecionada por conta de melhores condições de
instalação e manutenção do sistema de aterramento. Nesse local conta com melhor umidade de solo,
menor distância do quadro de distribuição e pela possibilidade de passar o cabo por debaixo da terra
até o quadro de distribuição.
Independente da disposição dos eletrodos de aterramento, o primeiro eletrodo foi fincado
partir de um buraco de 30 centímetros de profundidade por 20 de diâmetro, onde foi posicionada as
caixas de inspeção. Na ponta superior de cada eletrodo de aterramento é utilizado um conector
grampo para conexão do cabo, fazendo a interligação com os demais eletrodos, conforme
apresentado na figura 5.

Figura 5: Eletrodo Fincando ao Solo

Fonte: Autores (2021).

DISPOSIÇÃO DOS ELETRODOS DE ATERRAMENTO EM LINHA RETA

Inicialmente, um eletrodo foi fincado a 7 metros de distância do quadro de distribuição e o


instrumento terrômetro foi conectado a esse eletrodo para medir a resistência ôhmica e tensão de
aterramento naquele ponto. Em seguida, um segundo eletrodo foi fincado à uma distância de 2,4
metros e conectado ao primeiro eletrodo por um cabo de cobre nu (eletrodo horizontal), sendo assim
realizado novamente as medições, desta forma foi executado até o terceiro eletrodo em linha reta,
conforme figura 6.

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Figura 6: Eletrodos Fincados em Linha Reta.

Fonte: Autores (2021).

Através da tabela 3 é apresentado os valores medidos de tensão e resistências de


aterramento de forma sequencial como mencionado anteriormente.
Tabela 3: Resistências de Aterramento dos Eletrodos em Linha Reta.

Quantidade de Eletrodos 1 2 3

Tensão de Aterramento 0 [V] 0 [V] 0 [V]

Resistência de Aterramento 62,6 Ω 36,4 Ω 29,33 Ω


Fonte: Autores (2021).

DISPOSIÇÃO DO ELETRODO DE ATERRAMENTO EM TRIÂNGULO

Para esta disposição, três eletrodos são fincados ao solo formando um triângulo equilátero,
estando o primeiro eletrodo posicionado à 7 metros de distância do quadro de distribuição de
energia. Assim como no método anterior os eletrodos foram fincados a 2,4 metros e interligados por
um cabo de cobre nu (eletrodo horizontal), sendo esta formação, um método de equipotencializar o
sistema de aterramento, tornando-o equilibrado como apresentado na figura 7.

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Figura 7: Eletrodos Fincados em Forma de Triângulo.

Fonte: Autores (2021).

Através da tabela 4 é apresento os valores medidos de tensão e resistências de aterramento


na formação triângular.
Tabela 4: Resistências de Aterramento dos Eletrodos em Triângulo.

Quantidade de Eletrodos 1 2 3

Tensão de Aterramento 0 [V] 0 [V] 0 [V]

Resistência de Aterramento 62,6 Ω 36,4 Ω 31,12 Ω


Fonte: Autores (2021).

RESULTADOS

DADOS DA INSTALAÇÃO DOS ELETRODOS DE ATERRAMENTO EM LINHA RETA

Na condição, onde foi testada a disposição dos eletrodos de aterramento em linha reta, foi
possível observar que a resistência de aterramento apresentada inicialmente foi de 62,6 Ω e ao ficar
o segundo eletrodo o valor caiu 41,85%, apresentando 36,4 Ω. Porém, com a adição de mais um
eletrodo esta condição não se repete, vindo a reduzir pouco a resistência de aterramento, como é
possível observar na figura 8.

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Figura 8: Resistência de Aterramento x Eletrodos em Linha Reta.

Fonte: Autores (2021).

DADOS DE INSTALAÇÃO DOS ELETRODOS DE ATERRAMENTO EM FORMA DE TRIÂNGULO

Na condição, onde foi testado a disposição dos eletrodos de aterramento em forma de


triangulo, observou-se que a resistência de aterramento apresentada inicialmente foi de 62,6 Ω e ao
adicionar um segundo eletrodo, o valor medido foi de 36,4 Ω. Ao fincar o terceiro eletrodo
formando o triângulo o valor de resistência de aterramento apresentou valor de 31,12 Ω, valor maior
em relação a disposição em linha reta com o mesmo número de eletrodos, como é possível observar
na figura 9.

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Figura 9: Resistência de Aterramento x Eletrodos em Triângulo.

Fonte: Autores (2021).

RESULTADOS COMPARATIVOS

Ao comparar os valores de resistência de aterramento e as características do solo. Foi


possível observar que a disposição dos eletrodos em linha reta apresentou uma queda de 53,15% na
resistência de aterramento, já a disposição dos eletrodos em triangulo apresentou queda de 50,28%,
como apresentado da figura 10.
Figura 10: Comparativo entre Resistência Inicial e Final.

Fonte: Autores (2021).

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Com isso optou-se pela disposição dos eletrodos de aterramento em linha reta. A qual
apresentou valores de resistência mais próximos de zero e nesta disposição os últimos eletrodos de
aterramento ficam em local como maior índice de umidade, devido a inclinação do solo.
A fim de reduzir ainda mais resistência de aterramento optouse pela instalação de um quarto
eletrodo vertical e novamente foi realizado a medição da resistência de aterramento, onde o sistema
apresentou a resistência de aterramento de 23,72Ω, ainda mais proxima de zero como é possivel
observar na figura 11.
Figura 11: Resistência de Aterramento X Quatro Eletros de Aterramento em Linha Reta.

Fonte: Autores (2021).

Essa condição encontrada, onde a resistência demonstra uma pequena variação com a
colocação de novos eletrodos, demonstra que o método do aumento do número de eletrodos passa a
não ser tão eficaz. Logo, essas variações da resistência de aterramento passam a não justificar o
custo para a instalação de novos eletrodos.
De acordo com os equipamentos disponíveis no local da instalação e levando em
consideração os sistemas de aterramento, optou-se pela aplicação do sistema de aterramento TN-S,
onde o neutro e o terra se juntam através de um BEP, como mostra a figura 12.

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Figura 12: Barramento de Equipotencialização.

Fonte: Autores (2021)

Esse sistema foi possível pois o local da instalação possui um transformador exclusivo, e
para surgir o neutro no transformador deve-se fechar o secundário em estrela e aterra-lo, logo o
neutro da rede já está aterrado. Com isso os eletrodos de aterramento fincados ao solo se juntam ao
aterramento do transformador, diminuindo a resistência de aterramento, ao contrario do sistema de
aterramento TT, onde a resistência ôhmica de aterramento resulta apenas nos valores encontrados
nos testes acima apresentados (23,72 Ω para eletrodos em linha reta e 31,12 Ω para eletrodos em
forma de triângulo).

CONCLUSÃO

Ainda que o sistema de aterramento seja, por vezes, deixado de lado em instalações de baixa
tensão, é notória a importância de se ter uma instalação elétrica bem aterrada. O bom aterramento
garante, não somente um bom desempenho dos equipamentos a ela conectados, como também a
segurança dos operadores de tais equipamentos, que, na ausência de um aterramento adequado,
estão sujeitos a sofrer descargas elétricas provenientes de corrente de fuga.
Para o estudo em questão, foram projetados e comparados dois sistemas de aterramento,
sendo um deles com a disposição de eletrodos de aterramento em linha reta e outro em forma de
triângulo, sempre respeitando as normas estabelecidas pela NBR-5410. Para cada um desses
sistemas, obteve valores de resistência de aterramento satisfatórios, uma vez que ambos seguiram
métodos para diminuição da resistência de aterramento.
A corrente elétrica sempre percorre o caminho, com menor resistência ôhmica. Com essa
característica optou-se pela instalação dos eletrodos de aterramento em linha reta, pois o mesmo
apresentou resistência de aterramento mais próxima de zero o que garante o escoamento de
correntes de fuga dos equipamentos a ele conectados.
Respeitando as características do local e os maquinários instalados, optou-se pelo sistema de
aterramento TN-S onde o neutro do transformador é equipotencializado com os eletrodos de

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aterramento através de um BEP. Essa equipotencialização faz com que os eletrodos de aterramento
fincados ao solo fiquem em paralelo como aterramento do transformador, resultando em uma
resistência de aterramento ainda menor do que os valores encontrados nos testes.
Logo ao final dos testes, pôde-se observar que realizar testes comparativos para um sistema
de aterramento adequado se mostra muito eficaz, haja vista que o cenário proposto deve sempre ser
levado em consideração antes de determinar como dar andamento em um projeto deste seguimento.
Os resultados comparativos mostraram de forma quantitativa, qual o melhor método para o melhor
desempenho dos equipamentos e segurança dos operadores da fecularia de mandioca.
Para estudos comparativos futuros, pode-se utilizar outros métodos para a redução da
resistência de aterramento como; o tratamento químico do solo, aprofundamento dos eletrodos,
disposição dos eletrodos verticais em forma de círculo e o uso de malha constituída por reticulado
formado por eletrodos horizontais.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: Instalações elétricas de baixa tensão.
Rio de Janeiro, 2015.

CREDER, Hélio. Instalações elétricas. 16. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. 470 p.

VISACRO FILHO, Silvério. Aterramentos elétricos: conceitos básicos, técnicas de medição e


instrumentação, filosofias de aterramento. São Paulo: Artliber, 2002

KINDERMANN, Geraldo; CAMPAGNOLO, Jorge Mário. Aterramento elétrico. 3. ed. Porto Alegre: Sagra-
DC Luzzatto, 1992

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