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1.1. Introdução
Aterramento é a ligação de estruturas ou instalações com a terra, a fim de se estabelecer uma
referência para a rede eléctrica e permitir que fluam para a terra correntes eléctricas de naturezas
diversas, tais como:
▪ correntes de raios;
▪ descargas electrostáticas;
▪ correntes de filtros, supressores de surtos e pára-raios de linha;
▪ correntes de faltas (defeitos) para a terra.
1.2.Tipos de ligação à terra nas instalações eléctricas industriais
Nas instalações eléctricas, são considerados dois tipos básicos de aterramento:
▪ o aterramento funcional ou terra de serviço (Ts) , que consiste na ligação à terra de um dos
condutores do sistema (geralmente o neutro) e está relacionado ao funcionamento correto,
seguro e confiável da instalação;
Tabelas 1.2- Contacto das pessoas com o potencial de terra (Tabela 20 da NBR 5410:2004)
1.4.1- Esquema TN
O esquema TN (Figura 1.1(a), (b) e (c)) possui um ponto de alimentação directamente aterrado, sendo
as massas ligadas a esse ponto por condutores de protecção. A corrente de falta directa fase massa é
uma corrente de curto-circuito. Em função da combinação condutor de protecção/condutor neutro, o
esquema TN apresenta as seguintes variações possíveis:
▪ esquema TN-S (Figura 1.1(a)), em que o condutor neutro (N) e o condutor de protecção (PE)
são separados;
▪ esquema TN-C-S (Figura 1.1(b)), em que as funções de neutro e de protecção são combinadas
em um único condutor (PEN) em uma parte da instalação;
Notas:
1) Alguns exemplos da situação 2:
– áreas externas (jardins, feiras etc.);
– canteiros de obras;
– estabelecimentos agro-pecuários;
– áreas de acampamento (campings) e de estacionamento de veículos especiais e reboques (trailers);
– volume 1 de banheiros e piscinas;
– compartimentos condutivos;
– dependências interiores molhadas em uso normal.
Zincada Fita(2) - 50 2 40
Figura 1.4. Descrição dos componentes de aterramento de acordo com a NBR 5410:2004.
em que:
S = secção mínima do condutor de protecção (mm2);
I = valor (eficaz) da corrente de falta que pode circular pelo dispositivo de protecção, para uma falta
directa (A);
t = tempo de actuação do dispositivo de protecção (s);
K = constante definida na Tabela 1.8 (factor que depende do material do condutor de protecção, de
sua isolação e outras partes, bem como das temperaturas inicial e final).
Tabela 1.8. Valores de K — Dimensionamento de condutores de proteção, temperatura
ambiente de 30 °C
Fonte: Tabelas 53 a 57 da NBR 5410:2004
Cabos isolados Material da cobertura
Tipo de condutor Material do PVC 70 °C EPR/XLPE 90 °C
condutor
Independentes (condutores, cabo Cobre Alumínio Aço 143 176
unipolar ou cabo nu em contacto com 95 116
a cobertura do cabo) 52 64
115 143
Veias de cabos unipolares Cobre Alumínio 76 94
Material
Cabos nus condições de aplicação Cobre Alumínio Aço
Visíveleemárearestrita(500°C) 228 125(300°C) 82
Condições normais (200°C) 159 105 58
Riscodeincêndio(150°C) 138 91 50
Temperaturas máximas entre parênteses.
Tal esquema de aterramento exige continuidade do condutor PEN desde o transformador e recomenda
o multiaterramento do condutor de protecção, sobretudo nas entradas de edificações. Se, a partir de
um ponto qualquer da instalação, o neutro e o condutor de protecção forem separados, não é
permitido religá-los após esse ponto. No ponto de separação, devem ser previstos terminais ou barras
separadas para o condutor de protecção PE e o neutro. O condutor PEN deve ser ligado ao terminal
ou à barra previstos para o condutor de protecção PE e aterrado na BEP da edificação (esquema TN-
C-S).
A secção mínima de qualquer condutor de protecção que não faça parte do mesmo invólucro que os
condutores vivos deverá ser de 2,5 ou 4,0 mm2 , respectivamente, se possuir ou não protecção
mecânica. Podem ser utilizados como condutores de proteção:
▪ veias de cabos multipolares;
▪ condutores isolados ou cabos unipolares em uma conduta comum aos condutores vivos;
▪ condutores isolados, cabos unipolares ou condutores nus independentes, com trajecto idêntico
aos circuitos protegidos;
▪ protecções metálicas ou blindagens de cabos;
▪ electroductos e outras condutas metálicos.
Elementos metálicos – tais como protecções e blindagens de cabos de energia, invólucros de
barramentos blindados e electroductos – poderão ser interligados como condutores de protecção se a
Figura 1.10. Hastes de terra: haste prolongável (parte superior) e haste normal (parte inferior).
Deve-se ressaltar que a distância mínima entre eléctrodos contíguos deve corresponder ao
comprimento efectivo de uma haste. Este procedimento deve se ao fato de que quando dois eléctrodos
demasiadamente próximos são percorridos por uma elevada corrente de falta, dispersa por ambos,
esta provoca um aumento na impedância mútua. A Figura 1.15 expressa a eficiência de um sistema de
eléctrodos verticais em paralelo, em função da quantidade de eléctrodos utilizada e da distância entre
estes.
Na prática, a resistência dos dispersores em paralelo exige que o terreno tenha certas dimensões,
muitas vezes não disponíveis em áreas de instalações industriais. A aplicação de muitas hastes em
terrenos de pequenas dimensões resulta, essencialmente, um notável desperdício de material, com
resultados pouco compensadores.
1.11. Resistividade do solo
Para o projecto de um sistema de aterramento, é de primordial importância o conhecimento prévio das
características do solo, principalmente no que diz respeito à homogeneidade de sua constituição. A
Tabela 1.10 fornece a resistividade de diferentes naturezas de solo compreendidas entre valores
inferior e superior, que podem ser usados na elaboração de projecto de malha de terra, desde que não
se disponha de medições adequadas. Para cálculos precisos de resistividade do solo é necessário,
porém, realizar medições com instrumentos do tipo Megger de terra.
Tabela 1.10. Resistividade dos solos
Resistividade ( Ohm m )
Natureza dos solos Mínima Máxima
Solos alagadiços e pantanosos - 30
Lodo 20 100
Húmus 10 150
Argilas plásticas - 50
Caro(a) estudante
Depois da consideração que foi feita, verifique se percebeu a matéria até aqui abordada, respondendo
as questões seguintes:
10. Em relação à protecção contra contactos indirectos, mencionar o acidente mais comum a que
estão submetidas as pessoas, principalmente aquelas que trabalham em processos industriais ou
desempenham tarefas de manutenção e operação de sistemas industriais
11. O que entende por:
a) Tensão de choque?
b) Tensão de passo?
12. Explicar como podemos construir malha de terra construída sob o terreno no qual está implantado
um Posto de Transformação Particular?
BIBLIOGRAFIA: