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Saneamento Básico

Aterros Sanitários
Profa. Miriam Cleide Amorim

www.saneamentobasico.com

Colegiado de Engenharia Agrícola e Ambiental


Campus Juazeiro – BA
Dezembro/2022
Classificação PNRS Art. 13

Quanto à Origem: Quanto a periculosidade segundo a


forma de manejo:
a) resíduos domiciliares: os originários de
atividades domésticas em residências urbanas; a) resíduos perigosos: aqueles que, em
b) resíduos de limpeza urbana: os originários da razão de suas características de
varrição, limpeza de logradouros e vias públicas
inflamabilidade, corrosividade,
e outros serviços de limpeza urbana;
c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas reatividade, toxicidade, patogenicidade,
alíneas “a” e “b” carcinogenicidade, teratogenicidade e
g) resíduos de serviços de saúde mutagenicidade, apresentam
h) resíduos da construção civil significativo risco à saúde pública ou à
i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas qualidade ambiental, de acordo com
atividades agropecuárias e silviculturais, lei, regulamento ou norma técnica;
incluídos os relacionados a insumos utilizados
nessas atividades; b) resíduos não perigosos: aqueles não
k) resíduos de mineração: os gerados na
enquadrados na alínea “a”.
atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios;

Classificação da ABNT 10004


Por Grau de Degradabilidade Por Periculosidade

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Classificação da ABNT 10004
Por Grau de Degradabilidade Por Periculosidade
 FD : FACILMENTE DEGRADÁVEIS: Matéria orgânica.

 MD : MODERADAMENTE DEGRADÁVEIS: Papel,


papelão e outros produtos celulósicos.
 DD : DIFILCIMENTE DEGRADÁVEIS: Trapos, couro,
plástico, borracha e madeira.
 ND : NÃO-DEGRADÁVEIS: Vidro, metal, plástico,
pedras, terras e outros.
 RESÍDUO CLASSE I - PERIGOSO
 Inflamável, Corrosivo, Reativo, Tóxico, Patogênico
 Risco à saúde pública

 RESÍDUO CLASSE II - NÃO INERTE


• São aqueles que não se enquadram nas classificações de inerte e perigoso,
podendo ter propriedades, tais como: combustibilidade,
biodegradabilidade ou solubilidade em água.

 RESÍDUO CLASSE III - INERTES


 Não contém nenhum de seus constituintes solubilizados no Teste de
Solubilização;
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Classificação pela Composição

 ORGÂNICOS: Materiais que se putrificam, como restos de


alimentos( de origem animal ou vegetal), papéis, madeiras,
fibras naturais, etc.;

 INORGÂNICOS: Materiais sintéticos de difícil decomposição,


como plásticos, vidros, metais, etc.

Resíduos Radioativos

A Lei PNRS não se aplica aos rejeitos radioativos,


que são regulados por legislação específica.

LEI No 10.308, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2001

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Serviços públicos especializados de limpeza urbana e de
manejo de resíduos sólidos

Coleta, transbordo, transporte

Triagem para fins de reutilização ou reciclagem, tratamento,


inclusive por compostagem, e destinação final.

central_de_triagem-ministerio_das_cidades.pdf
Compostagem Aterros
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Principais Processamento dos RSU
- Reciclagem
- Tratamento Térmico: Incineração; Pirólise
- CTR
- Aterros Sanitários

Aterros Sanitários

➢ Local onde se faz a deposição de resíduos sólidos de uma forma


controlada, havendo igualmente um controle sistemático das águas
lixiviantes e dos gases produzidos, e um monitoramento do impacto
ambiental em que o aterro está ativo e após o seu encerramento.
É uma forma de tratamento e disposição final
Para os Resíduos Classe II A (Não perigosos e não inertes) e Classe II B (Não perigosos e
Inertes)

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Aterros Sanitários
Convencionais ou Controlados
Comuns ou Lixões • Este método de disposição produz poluição, porém
de forma controlada;
• Proibido pela PNRS. • Geralmente não dispõe de impermeabilização de
Com Meta passou por base;
Consulta Pública pelo • Sem sistemas de tratamento do percolado (chorume
+ água pluvial) e do biogás;
PLANARES. • Proibido pela PNRS e com prazo para extinção.

Lixão do Raso da Catarina Aterro Controlado Raso da Catarina


Antes 2012 Depois - (Petrolina, Brasil) 2016
Fonte: CTR - Petrolina
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Aterros Sanitários
Logo, um aterro sanitário deve atender aos requisitos de
projeto, licenciamento e operações:
Tais requisitos compreendem atendimento aos critérios de:
- Localização (condições topográficas, hidrogeológicas e geotécnicas);
- Impermeabilização;
- Sistema de drenagem de gases (com aproveitamento energético);
- Sistema de drenagem e tratamento de percolado;
- Recobrimento interno com argila compactada e/ou geomembranas;
- Plano de fechamento (pois sua vida útil é limitada) e etc.

NBR 13896;1997a: Aterros de resíduos não perigosos - Critérios para projeto,


implantação e operação – recomenda vida útil de 10 anos.

NBR 15849:2010 : Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes para


localização, projeto, implantação, operação e encerramento. Recomenda vida
útil de 15 anos.

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Aterros Sanitários
NBR 15849:2010 : Aterros sanitários de pequeno porte – Diretrizes para
localização, projeto, implantação, operação e encerramento. Recomenda vida
útil de 15 anos.

Disponível em:
https://meioambiente.mppr.mp.
br/arquivos/File/cd_catadores/p
ublicacoes/manual_rsu2.pdf

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Aterros Sanitários

CTR Petrolina

✓ Resíduos Classe I (Perigosos): Aqueles


que apresentam periculosidade, traduzida
em riscos potenciais à saúde pública e/ou ao
meio ambiente ou uma das caraterísticas:
inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade ou patogenicidade.
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Aterros Sanitários
Aterro Sanitário de Pequeno Porte:
- Resolução CONAMA nº 404/2008: Estabelece critérios e diretrizes para o
licenciamento ambiental de aterro sanitário de pequeno porte de resíduos
sólidos urbanos. Disposição diária de até 20 ton de RSU.
- ABNT NBR 15849/2010: quatro formas de construção de aterro de pequeno
porte.

• Aterro sanitário de pequeno porte de superfície ou em área plana


• Aterro sanitário de pequeno porte em trincheiras
• Aterro sanitário de pequeno porte em valas
• Aterro sanitário de pequeno porte em depressões e ondulações
ou em Encostas
Consultar na Res Conama 404/2008:
- Os resíduos admissíveis nesses tipos de aterros e
- os aspectos associados aos resíduos agrossilvopastoris

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Aterros Sanitários
1. Classificação dos Aterros de Pequeno Porte
- Aterros de superfície: executados em regiões planas acima da cota
natural do terreno, com alturas de camada de no máx. cinco metros.

-Aterros em valas: a profundidade


é limitada e largura variável e
confinada em todos os lados, de
modo que se possa realizar a
operação não mecanizada.
Fonte: FEAM, 2006

-Aterros em trincheiras: não há


limitação quanto a profundidade
e largura, e o confinamento
ocorre em 3 lados e a operação Fonte: CETESB (2010)

é mecanizada.
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Aterros Sanitários
- Aterros de depressões e ondulações ou Aterros em Encosta: utilizam-se os
taludes preexistentes, em geral aterros implantados em áreas de depressões
naturais ou ondulações e encostas de morros, com alturas das camadas de no
máx. 5 metros.

Fonte: Gandeline (2002)

• Utilizado quando o local possui uma profundidade adequada de material


disponível para cobertura.
• Em regiões onde o nível de lençol freático está muito próximo da
superfície as escavações podem ser inviáveis

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Aterros Sanitários
2. Elementos técnicos estruturais e construtivos dos Aterros Sanitários

A seguir são listadas algumas das principais características do aterro:


- Impermeabilização da base do aterro
- Sistema de drenos de gás e tratamento
- Sistema de drenagem e coleta de chorume
- Sistema de tratamento de
chorume

- Sistema de drenagem de
águas pluviais
- Sistema de recobrimento
diário e final do aterro

De Marco et al. (2019)


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Aterros Sanitários
2. Elementos técnicos estruturais e construtivos dos Aterros Sanitários

- Sistema de Impermeabilização Sistema de coleta e tratamento dos gases:


da base e laterais do aterro: canal de saída do gás do interior do aterro.
evita o contato do chorume com Os drenos podem ser construídos de
as águas subterrâneas. A concreto ou de PEAD;
impermeabilização pode ser feita
com argila ou geomembranas
sintéticas.

Fonte: FEAM, 2006

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Aterros Sanitários
2. Elementos técnicos estruturais e construtivos dos Aterros Sanitários

- Sistema de coleta e tratamento dos gases:

Recomenda-se a instalação de drenos a cada


50 a 100 metros Fonte: Obladen et, 2009

➢ O gás pode ser recolhido para


o aproveitamento energético
através da ligação de todos os
drenos verticais com um ramal
central.

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Aterros Sanitários
2. Elementos técnicos estruturais e construtivos dos Aterros Sanitários

- Sistema tratamento dos gases:

• A primeira etapa de tratamento do biogás extraído


ocorre pela passagem do mesmo através de um
filtro, para a remoção de material particulado
eventualmente arrastado juntamente com o gás.
Após passagem pelo filtro, o biogás é encaminhado a
um tanque separador de líquidos, denominado
desumidificador.

➢ O gás é recolhido para o aproveitamento


energético.

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Aterros Sanitários
2. Elementos técnicos estruturais e construtivos dos Aterros Sanitários

Fonte: http://portuguese.alibaba.com/
Sistema de queima em flares
• O flare é um dispositivo utilizado na ignição e
queima do biogás, a temperatura de queima do
biogás está em torno de 1100° C para ocorrer a
queima total do gás Metano.

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Aterros Sanitários
2. Elementos técnicos estruturais e construtivos dos Aterros Sanitários

- Sistema de coleta e drenagem de lixiviado: a coleta do lixiviado deve ser


feita pela base do aterro. O lixiviado coletado é enviado ao sistema de
tratamento que em geral são lagoas de estabilização.

Fonte: FEAM, 2006

Clóvis Benvenuto

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Aterros Sanitários
2. Elementos técnicos estruturais e construtivos dos Aterros Sanitários

- Sistema de drenagem de águas pluviais: o sistema de captação e


drenagem de águas de chuva visa escorrer a água por locais
apropriados para evitar a infiltração que gera o chorume.

Sistema de drenagem:
descida da água

Clóvis Benvenuto

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Aterros Sanitários
2. Elementos técnicos estruturais e construtivos dos Aterros Sanitários

- Sistema de recobrimento diário e cobertura final: um mínimo de


0,3m de solo argiloso de espessura, a qual deverá ser superposta de
outra camada qualquer, para plantio.

Fonte: SOLURB (www.eco.br


Fonte: https://www.pmvc.ba.gov.br (Silva Filho, 2017)

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Aterros Sanitários
Outros elementos de Infraestrutura dos Aterros Sanitários

Consultar CONAMA e FUNASA

- Vias de acesso
- Controle de acesso
- Balança rodoviária
- Cinturão verde
- Iluminação
- Abastecimento de água
- Usina de triagem
- Galpão para guarda e reparo de máquinas Fonte: Bretas Neto e Santos
- Instrumentos de Monitoramento do lençol
freático
- Proteção de taludes
- Jazida de material de recobrimento
- Pátio de compostagem
Fonte: FEAM, 2006

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Aterros Sanitários
3. Escolha de áreas para implantação de um Aterro Sanitário

- Devem ser considerados tanto a segurança sanitária e ambiental


quanto a eficiência econômica, observando-se os custos de distribuição
e de transporte, custos com o controle de poluição.
Critérios da CETESB (1997)

- Topografia: preferencialmente áreas com declividade entre 1 e 30%


- Dimensões: considerar aproximadamente 1,0 m² de terreno por ton de resíduo a
ser aterrada;
- Solo: não apresentar grande quantidade de pedras, plantas ou rochas afloradas
e ser o mais impermeável possível
- Distância de corpos d’água: mínimo de 200 metros
- Profundidade do lençol freático: situar-se o mais distante possível da superfície
- Distância de residências: recomenda-se 500 metros e de 2000 m de áreas
urbanizadas
- Distâncias de aeroportos
- Acesso às estradas
- Existência de energia elétrica
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Aterros Sanitários
Líquidos percolados, Lixiviados e chorume
NBR 8849/1985 (ABNT, 1985) define lixiviado utilizando o termo ‘chorume’:
líquido produzido pela decomposição de substâncias contidas nos resíduos
sólidos, de cor escura, mau cheiro e elevada Demanda Bioquímica de Oxigênio
(DBO).

https://agenciabrasil.ebc.com.br/

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Aterros Sanitários
Características dos Lixiviados ou chorume
Possuem características físicas, químicas e microbiológicas

As quais são função de:


-Idade do aterro, onde se pode verificar a evolução da composição em função
da idade do lixiviado, o que é o mesmo que dizer que cada célula de um aterro
sanitário, com idades diferentes, gerará lixiviados diferentes.
- das características dos resíduos;

Vazão dos Lixiviados ou chorume


É função da umidade natural e de águas pluviais infiltradas

➢ Consultar aula assíncrona para mais detalhes de caraterização; ensaios


de biodegradabilidade e técnicas de tratamento

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Aterros Sanitários
Disponíveis no Moodle:

1. Exercícios com identificação de Indicadores kg/hab.dia;


kg/ano; % de coleta; Aterros/lixões e etc
2. Indicação de Material Complementar desta aula.

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