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Passivo Ambiental

de
Obras Rodoviárias

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• CONCEITOS
• LEGISLAÇÃO E NORMAS
• PRINCIPAIS PASSIVOS AMBIENTAIS DE RODOVIAS
• PORQUE RECUPERAR O PASSIVO AMBIENTAL DAS RODOVIAS?
• METODOLOGIA DE IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE
INTERVENÇÕES DO PASSIVO AMBIENTAL
• CONSIDERAÇÕES

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1.CONCEITOS

• Toda ocorrência decorrente de falhas na construção, restauração ou manutenção de rodovia,


capaz de atuar como fator de dano ou degradação ambiental à área de influência direta e
indireta, ao corpo estradal ou usuário, ou situações criadas por condições climáticas adversas
ou causada por terceiros, na mesma área de influência.
• consequências para o corpo estradal, usuários, comunidades lindeiras, a faixa de domínio, os
ecossistemas da região, bem como os cursos d’água transpostos ou à jusante da rodovia.
(DNIT, 2006)
• PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 1, DE 4 DE NOVEMBRO DE 2020 - PROFAS
• Art. 3º
• XII - passivo ambiental: são considerados passivos ambientais, para fins desta Portaria, as
áreas degradadas em que não houve recuperação ou regeneração e que estejam situadas na
faixa de domínio ou nas áreas acessórias às obras e serviços realizados;
Estabelece no Art. 15 o Programa de recuperação/mitigação de passivos ambientais.

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2.LEGISLAÇÃO E NORMAS

➢Constituição Federal (1998)

• Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,


bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.(...)
• § 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o
meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo
órgão público competente, na forma da lei.
• § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente
sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e
administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos
causados.
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2.LEGISLAÇÃO E NORMAS

➢Lei nº 6.938/81 – Política Nacional de Meio Ambiente

• Artigo 3º, item IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação
ambiental;
• Artigo 4º: A Política Nacional do Meio Ambiente visará:
• VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou
indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos.

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2.LEGISLAÇÃO E NORMAS

➢Lei n. 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais

• Art. 2º Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta
Lei, incide nas penas a estes cominadas, na medida da sua culpabilidade, bem como o
diretor, o administrador, o membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o
gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, sabendo da conduta
criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la.

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2.LEGISLAÇÃO E NORMAS

➢Responsabilidade Ambiental das Contratadas (RAC), DNIT IS DG 03/2011.

• Trata da responsabilidade ambiental das empresas contratadas pelo DNIT e


instituições conveniadas para execução dos empreendimentos do DNIT e determina as
especificações, critérios e procedimentos ambientais.
• A contratada deverá obedecer estritamente as normas do DNIT, obter as autorizações
e licenças ambientais para as áreas de uso de obras, obter outorgas para captação de
água.
• DNIT 070/2006 – PRO – Condicionantes Ambientais das áreas de uso de obras.

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3.PRINCIPAIS PASSIVOS AMBIENTAIS DE RODOVIAS

❖Faixa de Domínio e Áreas Adjacentes


- Erosões e escorregamentos em taludes de cortes e aterros, causando assoreamentos
e risco ao tráfego
- Empréstimo lateral sem cobertura vegetal e drenagem, com erosões
- Ravinas e voçorocas
- Instabilidade das encostas
- Ausência ou insuficiência de sistema de drenagem
- Taludes não revegetados
- Ausência de travessias adequadas para a fauna (inferiores ou superiores).

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3.PRINCIPAIS PASSIVOS AMBIENTAIS DE RODOVIAS

❖Travessias urbanas
- Travessias urbanas com geometria inadequada, sinalização insuficiente e sem dispositivos de
segurança (passarelas, defensas, redutores de velocidade)
- Falta de sinalização próxima de escolas na faixa lindeira
- Assoreamento de cursos d’água
- Aterros implantados nas faixas ciliares
- Retificação dos cursos d’água
- Depósito de lixo.
❖Áreas de uso e ocorrência de materiais de construção
- Jazidas, pedreiras, areais, empréstimos e bota-foras
- Acampamentos e usinas asfálticas não reabilitadas
- Áreas decapeadas não reabilitadas
- Erosões com ravinamentos e voçoroca
- Carreamento de sólidos causando assoreamento
- Ausência ou insuficiência de obras de drenagem.
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Passivos ambientais de obras rodoviárias

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Passivos ambientais de obras rodoviárias

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Passivos ambientais de obras rodoviárias

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Passivos ambientais de obras rodoviárias

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Passivos ambientais de obras rodoviárias

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Passivos Ambientais de Rodovias

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Passivos Ambientais de Rodovias

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Passivos Ambientais de Rodovias

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5.PORQUE RECUPERAR O PASSIVO AMBIENTAL DAS RODOVIAS ?

➢ Desenvolvimento Sustentável
“O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da
geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa
possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível
satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de
realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso
razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os
habitats naturais.”
Gro Harlem Brundtland, Primeira Ministra da Noruega.
1987.

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5.PORQUE RECUPERAR O PASSIVO AMBIENTAL DAS RODOVIAS ?
➢ Reintegrar as áreas de passivo ambiental na paisagem circundante;
➢ Cessar quaisquer processos erosivos que venham se
desenvolvendo sem controle;
➢ Evitar o assoreamento de corpos hídricos, preservando a qualidade e a quantidade do volume da rede
hidrográfica atingida pelo empreendimento;
➢ Reconformar o terreno dando-lhe um aspecto mais natural e ao mesmo tempo mais estável
geotecnicamente do que a situação atual;
➢ Disciplinar e permitir o escoamento das águas superficiais sem causar danos ou erosão ao solo;
➢ Paralisar e, se possível, reverter os processos erosivos instalados;
➢ Recobrir as áreas de solo exposto com cobertura vegetal adequada à função a ser exercida pela área.
➢ Melhorar a segurança viária.
➢ REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL: obter Licença ou Autorização de Operação.
➢ EVITAR/ REDUZIR Autos de Infração Ambiental, multas, ações judiciais, ações do Min. Público, processos
administrativos (PAAR).
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6. METODOLOGIA
➢IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO PASSIVO AMBIENTAL
(adaptado da public. DNIT/ IPR-730)

• Localização (km, lado, coordenadas geográficas – GPS)


• Descrição completa dos problemas ambientais e aparentes causas
• Dimensionar a área afetada
• Identificar potencial de risco dos problemas ambientais
• Identificar soluções para eliminar ou corrigir os problemas
• Croquis esquemáticos da ocorrência e solução
• Grau de risco - avaliar
• Informar necessidade de estudos mais detalhados (topográficos, geotécnicos, etc)
• Fotografias (câmera, drones); registrar fotos com GPS ativado.
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6. METODOLOGIA

➢Tipos de problemas e locais de ocorrência

• Faixa de Domínio e Áreas Adjacentes, envolvendo Cortes e Aterros – Grupo I


• Áreas utilizadas para apoio às obras (jazidas, bota-foras, acampamentos,
usinas, etc) – Grupo II
• Problemas decorrentes de ações de terceiros (ex. lavouras, terraplenagens,
lixo, indústria) – Grupo III
• Interferência com núcleos urbanos – Grupo IV
• Acessos irregulares e ocupações da faixa de domínio. – Grupo V.

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6. METODOLOGIA
➢Tabelas com 78 problemas rodoviários clássicos (DNIT, 2006)
FAIXA DE DOMÍNIO E ÁREAS ADJACENTES
CORTES
EROSÃO - ER ESCORREGAMENTO-ES QUEDA DE BLOCOS – Q.B
(01) em sulcos (07) devido à inclinação (13) por estruturas residuais
acentuada
(02) diferenciada (08) ao longo de estruturas (14) por descalçamento
residuais
(03) longitudinal em plataforma (09) no contato solo x rocha
(04) associada a sistemas de (10) por saturação ROLAMENTO DE BLOCOS
drenagem
(05) ravinamento (11) por evolução de erosão (15) rolamento de blocos
DESAGRAGAÇÃOSUPERFICIAL (12) em corpo de táludes
-DS
(06) desagregação superficial 22
6. METODOLOGIA
ATERROS
EROSÃO - ER ESCORREGAMENTO - ES RACALQUE - RE
(16) em sulcos (21) por deficiência (25) por deficiência
de fundação; de fundação;
(17) longitudinal em (22) no maciço (26) associada a
plataforma sistemas de drenagem
(18) associada a (23) associada a (27) por selagem de OAC
sistemas de drenagem sistemas de drenagem
(19) interna ao maciço (24) em transposição de (28) por rompimento de
(piping) OAC OAC
(20) ravinamento (29) por má
compactação do
maciço 23
6. METODOLOGIA
ÁREAS UTILIZADAS PARA APOIO ÀS OBRAS – AÇÕES DE TERCEIROS
CORTES
EROSÃO - ER ESCORREGAMENTO - ES QUEDA DE BLOCOS – Q.B
(30) em sulcos (37) devido à inclinação acentuada (42) por estruturas residuais

(31) diferenciada (38) ao longo de estruturas residuais (43) por descalçamento

(32) associada a sistemas de (39) no contato solo x rocha


drenagem
(33) ravinamento (40) por saturação ROLAMENTO DE BLOCOS
(41) por evolução de erosão (44) rolamento de blocos
ATERROS/BOTA-FORAS
EROSÃO - ER ESCORREGAMENTO - ES RECALQUE - RE
(46) em sulcos (51) por deficiência de fundação (55) por deficiência de fundação;

(47) longitudinal em plataforma (52) no maciço (56) associada a sistemas de drenagem;

(48) associada a sistemas de (53) associada a sistemas de drenagem (57) por selagem de OAC
drenagem
(49) interna ao maciço (piping) (54) em transposição de OAC (58) por rompimento de OAC
(50) ravinamento (59) por má compactação de maciço
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6. METODOLOGIA
ACESSOS IRREGULARES OCUPAÇÃO DA FAIXA DE DOMÍNIO
ACESSOS IRREGULARES - AI OCUPAÇÃO DA FAIXA DE DOMÍNIO - OF
(60) pavimentado (64) agricultura
(61) não pavimentado (65) edificações
(62) em condição crítica de segurança (66) comércio
(63) segmento crítico (67) descarte de lixo
ASSOREAMENTOS E ALAGAMENTOS
ASSOREAMENTOS ALAGAMENTOS
ASSOREAMENTOS - AS ALAGAMENTO - AL
(68) decorrente de corte (74) por obstrução de OAC
(69) decorrente de aterro (75) por obstrução de sistemas de drenagem
(70) decorrente de área explorada (76) por implantação de OAC em cota superior ao talvegue

(71) decorrente de aterro (77) por inexistência de sistema de drenagem


(72) decorrente de ação de terceiro (78) decorrente de acesso irregular
(73) decorrente de acesso irregular
Fonte: Ma nual Pa ra Ati vidades Ambientais Rodoviárias, DNIT, 2006
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Manual de Atividades Ambientais Rodoviárias, IPR-730, DNIT, 2006.
6. METODOLOGIA

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6. METODOLOGIA

Gravidade 1 → ação imediata, urgente


Gravidade 2 → ação programada, monitorar
Gravidade 3 → não urgente, monitorar.

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FICHA DE LEVANTAMENTO DE PASSIVO AMBIENTAL

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Fonte: Nota Técnica 056/2018/GA-BR381/MG . Skill/MPB/DNIT.


6. METODOLOGIA

Fonte: RBAA BR-381/MG, lote 3.1. ECB.


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7.PROPOSIÇÃO EXPEDITA DE SOLUÇÕES E QUANTITATIVOS

• Estimar in loco as dimensões da área afetada a ser recuperada.


• Propor soluções para o(s) problema(s)
• Estimar serviços e quantidades.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

➢A identificação, caracterização e avaliação dos passivos ambientais é uma


importante ação a ser realizada pelo DNIT, visando o planejamento e a
recuperação das áreas afetadas/degradadas e providenciar a proteção
ambiental da faixa de domínio e lindeira.
➢Necessária formação de banco de dados dos registros, das ações
implementadas e seu monitoramento.
➢Ações de recuperação efetivadas merecem divulgação nas comunidades
afetadas.

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Obrigada!
Meiry Elizabeth dos Santos
Eng. Civil - Analista de Infraestrutura - SREMG/DNIT
meiry.santos@dnit.gov.br

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