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Disposição Final de Resíduos Sólidos – Questões

1 – Discorra sobre a problemática do lixão e as medidas mitigadoras.


Problemas sanitários:
Fogo; Fumaça; Odor; Vetores de doenças.
Problemas ambientais:
Poluição do ar; Poluição das águas superficiais e subterrâneas; Poluição do solo;
Estética/paisagismo.
Problemas operacionais:
Vias de acesso intransitáveis durante a chuva; Ausência de controle de áreas (falta
de cercas); Ausência de controle de resíduos (inspeção e balança); Ausência de
critérios para disposição do lixo no solo.
Problemas sociais:
Presença de catadores.
Medidas mitigadoras:
 Para os problemas sanitários:
- Eliminar fogo e fumaça cobrindo o lixo com material de cobertura, podendo ser solo
ou lixo velho
 Para os problemas ambientais:
- Delimitar área lixo/não lixo e em torno do aterro deve ser executada uma cerca de
proteção impedindo a entrada de animais e pessoas estranhas ao serviço.
- Limpeza da área de domínio, centralizando o lixo.
 Resolvendo problemas ambientais:
- Drenagem superficial, isolando a área de contribuição de águas superficiais do aterro;
- Separar as águas percoladas pelo aterro (chorume) das águas superficiais;
- Executar drenagem de águas pluviais das áreas cobertas do lixão/aterro sanitário;
- Drenagem de gases e chorume na massa de lixo, abrindo valas e instalando drenos;
- Arborização em torno da área;
- Revestir a base do aterro.
 Resolvendo problemas operacionais:
- Implantar cercas, impossibilitando a entrada de pessoas e animais, evitando-se a
permanência de catadores.
2 – Para a construção de um aterro sanitário em uma área de lixão, são necessárias
medidas de remediação do lixão. Quais são essas medidas?
Considerando-se que a área do lixão está em processo de degradação, escolhem-se
ações de remediação de maior efeito para a minimização de impactos sanitários e
ambientais:
 Disciplinamento e regularização de lixo na área:
- Conformação das primeiras células de lixo;
- Delimitação da área de operação;
- Cobertura das células de lixo.
 Drenagem:
- Drenagem das águas superficiais;
- Drenagem de gases e percolado.
 Tratamento de fundação:
- Impermeabilização da base do aterro.
3 – a) Calcular a área de um aterro sanitário capaz de atender a uma população de
48.000 habitantes. A cidade passa por fase de grande crescimento demográfico e possui
alto padrão sócio-econômico. Considerar θ = 12 anos. Fixar todos os valores necessários
aos cálculos e justificá-los.
 População: 48.000 hab;
 θ = 12 anos;
 Considerando uma per capta de 0,85 kg/hab/dia, devido ao alto padrão sócio-
econômico;
 Considerando que a cobertura de coleta de lixo seja de 95%, então:
95% x 48.000 = 45.600 hab recebem coleta
 Massa de resíduos produzidos em 1 ano:
M1 = 0,85 kg/hab/dia x 45.600 hab x 365 dias
M1 = 14.142.400 kg ou 14.142,4 T
 Considerando a per capta fixa devido a uma grande valorização dos resíduos
sólidos;
 Considerando a taxa de crescimento de 2,8% a.a, devido ao grande crescimento
demográfico que esta cidade:
M 1 [ (1+ q ¿¿¿ θ )−1 ]
M 12=
q
14.142,4 [ ( 1+0,028 ¿¿¿ 12 ) −1 ]
M 12= =¿ M 12=198.444,02 T
0,028
 q = taxa de crescimento anual (0,028)
 Considerando para os equipamentos µ = 0,8 T/m3:
M 198.444,02T 3
V = =¿ V = =¿ V =248.055,02 m
μ 0,8 T /m 3

 Mais 25% de material de cobertura:


Voltot = 310.068,77 m³
4 – No licenciamento de projetos de destinação final para RS domicialires, quais as
condicionantes técnicas que devem ser cumpridas para a liberação da LP pelo órgão
ambiental (SEMA)? Comente a importância de pelo menos 3 delas.
 Distância de corpos d’água – para áreas urbanas, distância mínima de 200 m e
áreas rurais de 300 m. É importante respeitar essa distância para preservar esses
corpos d’água;
 Distância de aeródromos – 20 km para os operados por instrumentos e 13 km
para os demais;
 Legislação Municipal;
 Distância a centros urbanos ou núicleos habitacionais – para o caso de acesso
pavimentado, a distância do centro gerador
6 – Quais as condicionantes técnicas para a liberação da LI? Comente a importância de
pelo menos 3 delas.
 Apresentar as condicionantes da LP cumpridas;
 Mapa de localização em escala 1:50.000, contendo no mínimo a área a ser
licenciada, a delimitação da zona urbana, os acidentes geográficos, a direação
dos ventos, o vetor de crescimento da zona urbana, vias de acesso a área, uso e
ocupação do solo, aeródromos e corpos d’água existentes;
 Planta panialtimétrica, locando-a a ruas, estradas, ferrovias e corpos d’água;
 Caracterizar a área compreendendo perfil, textura, estrutura, altura das águas
subterrâneas no período chuvoso e coeficiente de condutividade hidráulica no
solo;
 Meio biótico (flora e fauna) e sócio-econômico afetado pelo aterro;
 Apresentar lay-out do sistema, contendo o local de disposição final, tratamento
de chorume, etc;
 Informar a quantia atual da população, a quantia atual de resíduos sólidos
coletados, a cobertura dessa coleta, equipamentos utilizados, etc;
 Descrição dos prováveis impactos ambientais e sócio-ambientais que poderão
ocorrer durante a implantação do empreendimento, considerando tempo de
incidência e identificação;
 Descrição das principais medidas mitigadoras, preventivas e corretivas dos
prováveis impactos.
7 – Um local para ser utilizado como aterro sanitário de RS domésticos deve ter
minimizado os impactos ambientais, ser aceito pela população e estar de acordo com o
zoneamento urbano, podendo ser utilizado por longo tempo. Pergunta-se: Quais as
condicionantes técnicas que deverão ser cumpridas para a adequabilidade dos critérios
acima referidos e por que? Aborde pelo menos 6 condicionantes.
Diversas considerações devem ser feitas, como:
 Topografia – declividade superior a 1% e inferior a 30%;
 Geologia e tipos de solo existentes – deve ter coeficiente de permeabilidade
inferior a 10-6 cm/s e uma zona não saturada com espessura superior a 3m, cuja
material não deve ser a argila;
 Recursos hídricos – deve ser avaliada a possível influência do aterro na
qualidade das águas superfície e subterrâneas. Deve ser localizado a no mínimo
200 metros de qualquer recurso hídrico;
 Vegetação – reduz a erosão, formação de poeira e transporte de odores;
 Acessos - um aterro deve ter vias de acesso transitáveis;
 Tamanho disponível e vida útil – inter-relacionados;
 Custos - elaboração de um cronograma físico-financeiro;
 Distância mínima a núcleos populacionais – recomenda-se que essa distância
seja de no mínimo 500 m.
8 – Segundo a NBR 13896 (aterro de resíduos não perigosos – critérios para projeto,
implantação e operação), quais critérios devem ser obrigatoriamente observados para a
implantação de um aterro sanitário?
 O aterro não deve ser executado em áreas sujeitas a inundações, em períodos de
recorrência de 100 anos;
 Entre a superfície inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático deve
haver uma camada de espessura mínima de 1,50 m de solo insaturado;
 O aterro deve ser executado em áreas onde haja predominância no subsolo de
material com coeficiente de permeabilidade inferior a 5x10-5 cm/s;
 Os aterros só podem ser construídos em áreas de uso conforme legislação local
de uso do solo.
9 – Todas as instalações que tratem e estoquem ou depositem resíduos não perigosos
devem possuir sistema de monitoramento de águas subterrâneas. Um aterro deve ser
construído e operado de forma a manter a qualidade das águas subterrâneas. Para isso,
que medidas devem ser tomadas?
O aterro deve possuir um sistema de monitoramento de águas subterrâneas pois, tendo
em vista seu uso para abastecimento público, nas áreas de instalação, a qualidade da
água deve atender aos padrões de potabilidade estabelecidos na legislação vigente.
Para isto, devem ser instalados poços de monitoramento, sendo 4 poços: um a montante
e 3 a jusante. Esses poços devem ser revestidos e tampados para evitar a contaminação
das amostras. A instalação deve ser monitorada durante toda sua vida útil.
O programa de monitoramento deve conter:
 Os tipos, quantidade e concentração dos constituintes dos resíduos a serem
dispostos;
 A estabilidade e persistência desses constituintes;
 Possíveis produtos de reações que ocorrem no aquífero;
 Indicação da presença de contaminação.
Também deve ser implantada uma camada impermeabilizante da superfície inferior,
constituídas com materiais de propriedades químicas compatíveis com o resíduo, com
suficiente espessura e resistência.
10 – Como deve ser feita a impermeabilização do aterro, bem como a drenagem e o
tratamento do líquido percolado?
Primeiramente, deve ser implantada uma camada impermeabilizante da superfície
inferior, resistente de modo a evitar rupturas ou contato físico com o líquido percolado.
Esta camada deve ser instalada de forma a cobrir toda a área, de modo que o resíduo ou
líquido percolado não entre em contato com o solo natural.
O sistema de drenagem para a coleta e remoção de líquido percolado do aterro deve ser
instalado imediatamente acima da impermeabilização, dimensionado de forma a evitar a
formação de uma lâmina de líquido percolado superior a 30 cm sobre a
impermeabilização.
O sistema de tratamento do líquido percolado do aterro deve ser projetado, construído e
operado de forma que seus efluentes atendam aos padrões de emissão e garantam a
qualidade do corpo receptor.
Disposição Final de Resíduos Sólidos – Mais questões
1) Discorra sobre a problemática de tratamento de chorume, produzido em aterro
sanitário, apresente formas de solucionar tal questão em vista de exigências
ambientais de padrão para emissão.
A descarga de chorume provoca depressão do nível de oxigênio, elevando a DBO,
podendo desta forma atingir os corpos hídricos, para tanto há a necessidade de
tratamento. Tratamentos químicos são capazes de promover a degradação ou até mesmo
a mineralização da matéria poluente. O mais utilizado é o de lagoa de estabilização, pois
apresenta facilidade de construção, operação e manutenção e custos relativamente
baixos. As lagoas são grandes tanques escavados no solo, nos quais os esgotos fluem
continuamento e são tratados por processos naturais por ação de bactérias. A
estabilização da MO é realizada pela oxidação bacteriológica (aeróbia ou fermentação
anaeróbia e/ou redução fotossintética das algas). É recomendável para as condições
brasileiras devido ao clima favorável (temperatura e insolação elevada), operação
simples e necessidade pouca ou nenhuma de equipamento.
2) Proponha a concepção de destinação final de RSU em cidades de pequeno porte,
em nosso estado de Mato Grosso, abordando os problemas e soluções ligadas a
operação, manutenção e monitoramento e tratamento de aterro sanitário.
Em municípios de pequeno porte em razão da pequena quantidade de resíduos é
possível adotar sistemas simples de disposição final. Antes de propor um método é
necessário fazer-se um plano de gerenciamento dos resíduos destes resíduos para
entender a realidade local.
Aterros sustentáveis consistem na abertura de trincheiras onde o resíduo é depositado e
no fim da jornada de trabalho é coberto com uma camada de cobertura intermediária
feita com solo retirado na escavação. Deverão ser previstos sistemas de
impermeabilização, drenagem de lixiviados e gases, também da cobertura final de todo
o sistema.
Os problemas mais comuns são de ordem de capacitação técnica, por isso deve ser feito
treinamento/aperfeiçoamento do pessoal técnico. Tem baixa compactação já que é feita
manualmente (250 - 350 kg/m³), porém como a quantidade de resíduos a ser disposto
diariamento é pequena, o sistema é recomendável.
Propõe-se trincheiras com as seguintes medidas: largura da trincheira = 6,0 m no topo
do trapézio e 2,0 m na base, portanto, largura média 4,0 m
Sistema de cobertura
O sistema de cobertura (diário, intermediário e final) tem a função de eliminar a
proliferação de vetores, diminuir a taxa de formação de lixiviados, reduzir a exalação de
odores e impedir a saída descontrolada de biogás. A cobertura diária é realizada ao final
de cada jornada de trabalho; já a cobertura intermediária é necessária naqueles locais
onde a superfícia de disposição ficará inativa por mais tempo, aguardando, por exemplo,
a conclusão de um patamar para início do seguinte. A cobertura final tem por objetivo
evitar a infiltração de águas pluviais, que resulta em aumento do volume de lixiviado,
bem como no vazamento dos gases gerados na degradação da matéria orgânica para a
atmosfera. A cobertura final também favorece a recuperação final da área e o
crescimento da vegetação.
Propõe-se um leito de 30 cm de brita 1 ou 2 em todo o fundo da trincheira ou canaleta
central (com brita 3) com uma inclinação de fundo de 1%. Na captação dos lixiviados,
uma tubulação de PVC perfurado (40 mm) de aproximadamente 2 m deverá ser disposta
sob a brita. Em termos de tratamento de lixiviados, para municípios de pequeno porte,
considera-se viável a alternativa de recirculação de lixiviados tanto para a aceleração do
processo de degradação dos resíduos (com uso futuro da área) como para a não
necessidade de tratamento de efluentes. A recirculação do lixiviado pode ser
implementada por rega ou por infiltração. O volume de lixiviado a ser recirculado é
função da precipitação média anual local, dado facilmente obtível. Para o período de
seca (poucas chuvas), sugere-se que o volume de lixiviado a ser recirculado seja de 20%
da precipitação média mensal; já para o período de chuvas, de 5%. A opção de
recirculação por infiltração requer que sejam construídos poços de infiltração (canos de
PVC de 75 mm com aproximadamente 2 m de comprimento, sendo destes 1,5 metro
enterrado na trincheira). Neste caso, o lixiviado bombeado é infiltrado diretamente para
a trincheira. Na técnica de recirculação por rega, é necessário que a superfície das
trincheiras esteja nivelada. Os drenos de gases devem ser dispostos de preferência sobre
a rede de drenagem de lixiviados, atravessando verticalmente o aterro até sua superfície,
configurando chaminés de exaustão. Também, em decorrência da baixa geração, são
previstos queimadores de gases, dispostos nas extremidades superiores das chaminés,
destinados a possibilitar a queima controlada dos gases. A aquisição do local para
implantação do aterro sanitário representa um dos principais custos relacionados à fase
de planejamento do aterro sustentável.
O aterro sustentável proposto como alternativa para comunidades de pequeno porte tem
estas vantagens principais:
1. O fato de que envolve pequenos volumes de resíduos em cada trincheira, gerando
poucos lixiviados e gases, possibilitando:
- Maior controle do sistema, tendo em vista eventuais vazamentos;
- O sistema de drenagem de gases pode ser bastante simplificado, com exigência de
diâmetros mínimos, em decorrência da baixa geração;
- Utilização de sistema de impermeabilização de fundo e laterais e cobertura
simplificado;
- Facilidade de operação, com a substituição de equipamentos usualmente empregados
em aterros sanitários por operação manual.
2. Sendo a recirculação uma forma de manejo adequado dos lixiviados, verificam se as
seguintes vantagens em sua aplicação:
- O processo de degradação da matéria orgânica é acelerado pela técnica de recirculação
do lixiviado.
- Dispensa a unidade de tratamento do lixiviado, pois é possível atingir rapidamente os
valores máximos permitidos para o lançamento dos efluentes no meio ambiente,
exceção feita aos nutrientes (nitrogênio e fósforo). Sugere-se que esses efluentes sejam,
então, empregados em sistemas de compostagem ou que seja realizado o lançamento em
camadas de solo para o tratamento terciário (infiltração no solo).
3) Elenque e justifique as exigências técnicas solicitadas pela SEMA nas diversas fases
de aterro sanitário.
O projeto de um aterro sanitário deverá ser elaborado em duas partes: projeto básico
(licença prévia) e projeto executivo (licença de implantação e operação).
Projeto básico:
- licença prévia: solicitado na fase preliminar do planejamento da atividade. Deverá ser
acompanhado por um relatório de controle ambiental e por um plano de controle
ambiental, no qual fiquem claramente definidos os impactos ambientais, positivos e
negativos, decorrentes da implantação e operação.
Devem ser cumpridas as seguintes condições técnicas:
- Mapa de localização ou carta imagem georeferenciada contendo: de no mínimo 3
alternativas locacionais para o empreendimento com delimitação da zona urbana do
município, os acidentes geográficos conhecidos, a direção dos ventos, o vetor de
crescimento urbano, vias de acesso, uso e ocupação do solo, pontos de captação d’água
para abastecimento, aeródromos e corpos d’água;
- Estudo de caracterização das alternativas locacionais, devendo observar os seguintes
critérios:
- Distância de corpos d’água em área urbana mínimo de 200 m e 300 m para área rural;
- Distância de aeródromos mínima de 20 km para os operadores por instrumento e 13
km para os demais;
- Distância de centros urbanos ou núcleos habitacionais de 20 km do centro gerador ao
empreendimento em acesso pavimentado e 10 km em acesso não pavimentadas ( a
distância mínima deverá ser de 2 km para área urbana e 500 m para residências isoladas
em razão dos possíveis transtornos quanto a odores, ruídos, poeira, incom,odo visual e
vetores);
- Infra-estrutura mínima de acarretando menor custo de implantação;
- Distância de vias públicas de no mínimo 100m minimizando impactos com ruídos,
odores e modificação da paisagem;
- Direção dos ventos: a localização da área não deve possibilitar o transporte de poeiras,
odores e vetores;
- Dimensões da área: deverá ser considerada uma vida útil de no mínimo 10anos(o ideal
20 anos);
- Condutividade hidráulica do solo: o empreendimento deverá se localizar em regiões
onde o subsolo é homogêneo e de baixa infiltração com permeabilidade inferior a 10 -6
cm/s, que não apresente fraturas;
- Profundidade de águas subterrâneas: nunca inferior a 3 m (medido no período
chuvoso); declividade entre 1 e 30%.
Projeto executivo:
- licença de instalação: autoriza o inicio de implantação.
Critérios exigíveis: Apresentação da documentação técnica que comprove o
cumprimento das exigências na fase de LP;
- apresentar projeto executivo de engenharia do sistema de disposição, contendo plantas,
mapas,memoriais e cronograma de execução; apresentar projeto paisagístico da área;
- apresentar plano de controle ambiental detalhado;
- apresentação de plano de monitoramento, operação e ocupação do aterro
acompanhados do cronograma de execução.
- licença de operação: Permitirá o inicio das atividades.
Critérios: - Apresentar documentação técnica que comprove o cumprimento das
exigências nas fases anteriores; apresentar relatório técnico, contendo obras físicas
executadas, o plano de encerramento das atividades de construção, as medidas
mitigadoras implantadas (acompanhadas de fotografia); e caso o empreeendimento
utilize da captação superficial, subterrânea ou seja lançador de efluente, deverá
apresentar o cadastro de usuário de água).
4) Discorra e justifique ações mitigadoras capazes de remediar uma área de RSU a céu
aberto.
- eliminação de fogo e fumaça; obtida mediante cobertura do lixo com solo do local ou
importado de outras áreas, ou em caráter emergencial com lixo já estabilizado;
- movimentação e conformação da massa do lixo; visa a regularização mecânica do
material de acordo coma especificação do projeto;
- delimitação da área de operação; quanto menor for o espalhamento do lixo, menor será
a área de lixo exposta às chuvas e menor a quantidade de percolado gerado;
- deve-se também delimitar a área do aterro isolando-a com cercas impedindo a entrada
de pessoas e animais; e ao redor arborizar;
- limpeza na área de domínio; a área não utilizada deverá ser limpa, sendo removido o
lixo e agrupando-o na área principal de operação;
- drenagem de águas superficiais; a área de contribuição de água superficiais do aterro
deve ser isolada, evitando a entrada de água em áreas já aterradas com lixo, evitando a
formação de muito percolado;
- drenagem de gás e percolado; deverá ser abertas valas na massa de lixo e instalados
drenos de percolado e biogás;
- coleta e tratamento de biogás e percolado; o percolado deve ir para o tanque de
acumulação para tratamento; o biogás recomenda-se a queima e pode ser utilizada a
recuperação energética;
- monitorização geotécnica e ambiental e estudo pós-lixão.
5) Elencar e justificar os requisitos básicos (bióticos e sócio-economicos) que devem ser
atendidos quanto da escolha da área para aterro.
Biótico: refere-se à identificação do contexto em que as áreas se inserem do ponto de
vista de fauna e flora. São avaliadas as principais formação de vegetais presentes e seu
estágio atual e os animais associados as espécies ameaçadas e/ou extintas.
Os requisitos bióticos auxiliam na escolha da área pois ambientes de vegetação densa
devem ser evitados, porém, a vegetação também pode funcionar como barreira natural
de odores e poeira. Deve-se conhecer a fauna para realocação de animais para outras
áreas.
Requisitos sócio-economicos: - uso e ocupação do solo, deve-se observar as áreas que
podem realmente ser usadas para aterro de acordo com o zonemanto do município,
evitando-se desapropriações e maiores custos; - valor da terra, a implantação pode
acrretar na desvalorização de terras em seu entorno, causando descontentamento da
população;- distância em relação aos centros atendidos, que deve ser mínima de 500 m
de áreas isoladas e de 2 km de núcleos urbanos. A distância máxima não deve
ultrapassar 20 km em áreas pavimentadas e 10 km em acesso não pavimentado, se a
distância for muito grande aumenta-se os custos com transporte, porém se muito
próxima a população poderá sentir incomodo com ruídos, odores, poeira, etc; -
integração à malha viária, os aterros devem ter acesso por vias rápidas de trafego, não
intenso para evitar demoras transtornos no transporte do lixo; - infra estrutura básica, se
o local já possuir infra estrutura mínima como água , energia e acesso trafegável,
reduzirá os custos de implantação;- aceitabilidade da população, o projeto do aterro
deve estar em conformidade com as distancias mínimas dos núcleos urbanos, para
aceitação da população, caso contrário ela irá ser contra o projeto.
6) O que deve constar em um plano de encerramento de aterros sanitários, quais seus
objetivos e e quais as atividades devem ser executadas após encerramento?
No plano de encerramento devem constar:
- os métodos e a etapas a serem seguidas no fechamento total ou parcial do aterro;
- o projeto e construção da cobertura final de forma a minimizar a infiltração de água na
célula, exigir manutenção, não estar sujeita a erosão, acomodar assentamento sem
fratura e possuir um coeficiente de permeabilidade inferior ao do solo natural da área do
aterro;
- a data aproximada para inicio das atividades de encerramento;
- uma estimativa dos tipos de e da quantidade de resíduos que devem estar presentes no
aterro, quando encerrado;
- usos programados para área após seu fechamento;
- monitoramento das águas após o término das operações;
- atividade de manutenção da área;
-provisão de recursos financeiros necessários para execução das tarefas previstas no
plano.
As atividades após encerramento são:
- monitoramento das águas subterrâneas por 20 anos;
- manutenção dos sistemas de drenagem de águas e detecção de vazamento de líquido
percolado;
- manutenção da cobertura corrigindo rachaduras ou erosão;
- manutenção do sistema de tratamento do percolado; até o término de geração desse
líquido, ou até que este esteje em conformidade com os padrões legais de lançamento;
- manutenção do sistema de coleta de gases até que seja comprovado o término de sua
geração;
- pode ser exigido a manutenção do isolamento do local em caso de risco de acidente.
7) Com base na NBR 13896, citar e discutir os critérios que devem ser atendidos em
programas de monitoramento de águas subterrâneas.
O aterro seja operado de forma a proteger as aguas subterrâneas, tendo em vista o seu
uso para abatecimento público, respeitando os padrões de potabilidade da legislação
vigente;
Tenha poços de monitoramento, no mínimo 4. 1 a montante e 3 a jusante no sentido do
fluxo, seja no mínimo 4 polegadas, revestidos e tampados na parte superior para não
contaminar as amostras;
Indicar os parâmetros a serem monitorados, considerando os seguintes aspectos:
- tipos, quantidades e concentrações dos constituintes dos resíduos a serem dispostos;
- mobilidade, estabilidade e persistência dos constituintes;
- limite de detecção do método de análise e possíveis produtos das reações que ocorrem
no aquífero;
- parâmetros traçadores que indiquem a presença da pluma de contaminação.
Estabelecer e citar os procedimentos para coleta, preservação e análise das amostras;
Estabelecer valores naturais para todos os parâmetros do programa. Valores estes que
definidos pela tomada de amostras a montante após o inicio da operação e antes do
inicio. Pelo menos 4 amostragens em intervalos de três meses; Utilizar comparação por
média para avaliar variações nos valores naturais nos poços a jusante; Prever análise de
todos os parâmetros pelo menos 4 vezes ao ano em cada poço; registrar o nível do
lençol freático a cada coleta e determina a velocidade e direção do escoamento.
8) Quais as vantagens e desvantagens da disposição dos RS em aterros. Fale sobre pelo
menos 5 deles.
Vantagens: - baixo custo de implantação; - permite geração de energia; - disposição do
lixo de forma adequada; - capacidade de absorção diária de grande quantidade de
resíduos; - redução do impacto visual.
Desvantagens: - desvalorização de áreas vizinhas; - escassez de áreas para implantação;
-presença de odores; - necessita mão-de-obra qualificada; - possibilidade de poluição
das águas superficiais e subterrâneas pelo chorume; - formação de gases nocivos e de
odor desagradável; - disponibilidade de grandes áreas próximas a centros urbanos que
não comprometam a segurança e o conforto da população; - escassez de recursos
humanos habilitados em gerenciamento de aterros.
9) No caso de recirculação de chorume para o maciço de resíduos confinados, quais as
vantagens que se espera obter, por quê? Quais as principais desvantagens que podem
comprometer tal estratégia, por quê?
O chorume é um líquido de composição bastante variada que adquire características
poluentes devido o seu contato com com a massa de lixo em decomposição, possui cor
escura, mau cheiro e elevada DBO.
Produção de lixiviados em aterros de resíduos é conseqüência do teor de umidade dos
resíduos e do contato entre os resíduos e a água de precipitações. Os lixiviados de
aterros jovens, nos quais predomina a fase ácida do processo de estabilização biológica,
apresentam elevadas concentrações de sólidos dissolvidos e matéria orgânica, além de
traços de substâncias perigosas provenientes de alguns componentes dos resíduos
urbanos. Diante dessa constatação, a fase inicial da operação de aterros pode tornar-se
um período muito crítico do ponto de vista de emissões de poluentes, caso os sistemas
de drenagem de águas pluviais e de contenção de lixiviados não estejam concluídos. O
contato entre as águas pluviais e os resíduos dispostos no aterro aumenta
significativamente a geração de lixiviados, portanto, é imprescindível que as águas
pluviais sejam desviadas da área de disposição de resíduos antes do início da operação
do aterro. Uma vez captados, os lixiviados poderão ser removidos do aterro,
armazenados em reservatórios ou tanques especiais, tratados e finalmente descartados.
A descarga de chorume provoca queda no nível de oxigênio, elevando a DBO, o OD
desaparece, os microorganismos aeróbios dão lugar aos anaeróbios, responsáveis pelo
desprendimento dos gases metano e amônia.
Vantagens:
- diminuição do volume divido à evaporação;
- diminuição nas concentrações de DBO e DQO pois reduz sua carga orgânica;
- aceleração da estabilização do biogás do aterro, pois a recirculação proporciona rápido
desenvolvimento de bactérias anaeróbias ativas produtoras de metano;
- redução dos compostos orgânicos do chorume;
- redução dos custos do sistema de tratamento de chorume;
- o processo de degradação da matéria orgânica é acelerado pela técnica de recirculação
do lixiviado.
- dispensa a unidade de tratamento do lixiviado, pois é possível atingir rapidamente os
valores máximos permitidos para o lançamento dos efluentes no meio ambiente,
exceção feita aos nutrientes (nitrogênio e fósforo). Sugere-se que esses efluentes sejam,
então, empregados em sistemas de compostagem ou que seja realizado o lançamento em
camadas de solo para o tratamento terciário (infiltração no solo).
Desvantagens:
- risco de poluição do solo e de águas subrerraneas pela infiltração do excesso de
chorume recirculado, no caso de inexistência ou dano da camada impermeabilizante;
- arraste de substancias ocorridas nos líquidos podem resultar em alatas conscentrações
de sais e metais pesados no chorume;
- custo elevado referente a implantação e manutenção de sistemas de recirculação;
- problemas de odor;
- obstrução dos drenos de chorume;
- apesar da redução de DBO, a concentração de metais e cloretos aumenta;
- elevação dos custos de instalação por exigir uma rede de maior de drenagem.
10) Qual a propriedade da bentonita quando em contato com o percolado e sua função?
Por que tal propriedade é importante?
- reduzir/eliminar riscos ao meio ambiente - minimizar a infiltração de percolados;
- minimizar os custos com a proteção da célula de lixo;
- proteção do solo e recursos hidricos; -prevensão de dispersão dos resíduos leves;
- encerramento com integração paisagística; ela possui alto poder de inchamento, até
20x mais seu volume inicial, atingindo espaços interplanares. Sua característica é de
adsorção lamelar maior que adsorção, garantindo expansão e retração na presença de
umidade. Diminui a permeabilidade do solo.
11) No caso de escolha de área para implantação de A.S., qual a importância dos
estudos geotécnicos, de topografia, da hidrologia e dos estudos anemalógicos. Fale
sobre um deles.
Levantamento geotécnico: são necessários para reconhecimento do perfil do solo e
subsolo na área do aterro, verificando a constituição do solo, permeabilidade,
capacidade de carga, nível do lençol freático, localização de jazidas de material para
cobertura;
Levantamento topográfico: indispensável, uma vez que a topografia define a área útil de
trabalho em relação ao meio exterior. Conhecer os aclives e declives em curvas de
nível;
Hidrologia: os recursos hídricos devem ser preservados. Locais como córregos,
nascentes de rios devem ser evitados. No caso de águas subterraneas deve-se ter
distanciamento mínimo de 1,5 m entre a primeira camada de lixo e o veio principal;
Estudos anemalógicos: permitem conhecer a direção e intensidade de ventos.
12) Se você suspeitasse que a água subterrânea próxima de um AS estão sendo
contaminadas, quais análises e comparações exigiria para confirmação da suspeita? Por
quê?
Fazeria análise de amostras representativas dos poços de monitoramento à jusante do
aterro. Fazeria análises de DBO, pH, cor, turbidez, coliformes, condutividade.
13) Sugira pelo menos 5 grandezas capazes de caracterizar a qualidade da água e sua
importância.
Temperatura: a maior parte dos organismo aquáticos possuem taxas ótimas de
reprodução. O aumento da temperatura provoca o aumento das velocidades das reações,
em especial as de natureza bioquímica de decomposição de compostos orgânicos. e
diminui a solubilidade de gases dissolvidos na água, em particular o oxigênio;
DBO: representa a demanda potencial de oxigênio dissolvido que poderá ocorrer devido
à estabilização dos compostos orgânicos biodegradáveis, o que poderá trazer níveis de
oxigênio abaixo do exigido pelos peixes;
pH: influência diretamente nos sistemas aquáticos devido a seus efeitos a fisologia das
diversas espécies. Pode ainda, contribuir para a precipitação de elementos químicos
tóxicos, e pode exercer efeitos sobre a solubilidade de nutrientes;
Turbidez: provoca a redução da intensidade dos raios luminosos que penetram no corpo
dágua, influindo decisivamente nas características do ecossistema presente. Quando
sedimentadas, essas partículas formam bancos de lodo onde a digestão anaeróbia leva à
formação de gases metano e gás carbônico, principalmente além de nitrogênio gasoso e
gás sulfídrico;
Nitrogênio (amoniacal): pode provocar o enriquecimento do meio (em conjunto ao
fósforo) tornando-o mais fértil favorescendo o crescimento de algas, podendo levar a
eutrofização. Na forma de amônia é tóxico aos peixes e provoca o consumo de oxigênio
dissolvido nas águas ao ser oxidada biologicamente.
14) Como deve ser feita a impermeabilização do aterro, bem como a drenagem e o
tratamento de líquidos percolado?
- a impermeabilização deve ser constituída de materiais com propiedades químicas
compatíveis com os resíduos, resistindo de modo a evitar o contato do resíduo e o
líquido percolado e ser instalado de modo a cobrir toda a área, de forma que o líquido
percolado não entre em contato com o solo natural;
- o sistema de drenagem deve ser instalado imediatamente acima da impermeabilização,
dimensionado de forma, a evitar a formação de lâmina de líquido percolado superior a
30 cm sobre a impermeabilização, construído de material quimicamente resistente ao
resíduo e ao liquido percolado;
- os sistemas de tratamento devem ser projetados, construídos e operados de forma que
seus efluentes atendam aos padrões de emissão e garanta a qualidade do corpo receptor,
e ter seus efluentes monitorados pelo menos 4 vezes ao ano.
15) Segundo a NBR 13896, quais os critérios devem ser obrigatoriamente observados para
implantação de AS.

- o aterro não deve ser executado em áreas sujeitas a inudações, em periodos de


recorrência de 100 anos;
- entre a superfície inferior do aterro e o mais alto nível do lençol freático deve haver
uma camada natural de espessura minima de 1,5 m de solo insaturado;
- deve haver prodominancia no subsolo de materiais com coeficiente de permeabilidade
inferior a 5x10-5 cm/s.
- os aterros sanitários só podem ser construídos em áreas de uso conforme legislação
local de uso do solo.
16) Com base na NBR 13896, cite 4 recomendações no monitoramento de águas
subterrâneas.
- indicar os parâmetros a serem monitorados;
- estabelecer e citar os procedimentos de coleta, preservação e análise das amostras;
- realizar pelo menos 4 amostragens em intervalos trimestrais;
- registrar o nível do lençol freático a cada coleta realizada paar determinar a velocidade
e direção do escoamento.
17) Fale sobre as principais vantagens e desvantagens da escolha do método de valas
como DFRS.
Vantagens: -ao escavar-se as valas, o material retirado é utilizado como material de
cobertura; - possui uma frente de trabalho menor; - custo de implantação menor; - a
compactação reduzida nas valas proporciona a utilização de equipamentos de menor
porte, reduzindo o custo.
Desvantagens: - ocupa muito espaço, devido a uma menor compactação, confinado
menos lixo; - custo elevado com a grande quantidade de material escavado que sobra e
não será utilizado; - utilização de manta de impermeabilização, elevando o custo; -
problemática de uma eventual chuva, podendo inundar as valas.
18) Você aproveitaria o metano encontrado em aterros sanitários? De que forma?
O metano é o principal componente do biogás, que é o gás expelido durante a
decomposição da matéria orgânica do lixo. Este componente quimico pode ser
empregado na produção de energia térmica, elétrica ou em sistemas de cogeração. O
metano é um componente que confere valor energético ao biogás. Para aplicação
elétrica, alimenta-se um motor diesel combinado a um gerador. O fluxo de gás no motor
é regulado através de um sistema de controle que assegura que o fluxo de gás responde
às diferentes solicitações do motor. Para aplicações térmicas, o gás é injetado no
queimador, que podem ser incorporados a caldeiras, fornos e secadores existentes. O
volume de biogás gerado determina a forma de aproveitamento a se eleger. Em casos de
volumes baixos, émelhor optar por utilizá-lo como comburante mnuma caldeira para
obtenção de energia térmica. A forma mais eficaz de aproveitamento de biogás é a
cogeração, que permite gerar energia elétrica e ao mesmo tempo energia térmica. Caso
o aterro não disponha de uma rede de drenagem que promova a exaustão controlada do
biogás, podem ocorrer migrações através dos poros do solo e microfraturas na matriz
rochosa. Como decorrência das migrações, o biogás pode atingir áreas adjacentes ao
aterro ou acumular-se em bolsões, podendo desencadear explosões quando a
composição da mistura atingir concentrações de metano da ordem de 5% a 15% em
volume. A composição do biogás é expressa em termos de metano (CH4), dióxido de
carbono (CO2), nitrogênio (N2) e oxigênio (O2).
19) Aborde o tema que fale sobre a problemática de DF de RS e aborde suas causas, os
problemas associados e possíveis soluções.
20) Quais os condicionantes técnicos que deverão ser considerados para adequabilidade
aos critérios de localização do aterro, por quê? Aborde pelo menos seis condicionantes.
Diversas considerações devem ser feitas, como:
 Topografia – declividade superior a 1% e inferior a 30%;
 Geologia e tipos de solo existentes – deve ter coeficiente de permeabilidade
inferior a 10-6 cm/s e uma zona não saturada com espessura superior a 3m, cuja
material não deve ser a argila;
 Recursos hídricos – deve ser avaliada a possível influência do aterro na
qualidade das águas superfície e subterrâneas. Deve ser localizado a no mínimo
200 metros de qualquer recurso hídrico;
 Vegetação – reduz a erosão, formação de poeira e transporte de odores;
 Acessos - um aterro deve ter vias de acesso transitáveis;
 Tamanho disponível e vida útil – inter-relacionados;
 Custos - elaboração de um cronograma físico-financeiro;
 Distância mínima a núcleos populacionais – recomenda-se que essa distância
seja de no mínimo 500 m.
21) De a acordo com NBR 13896 esboçar um programa de monitoramento ambiental
para AS e elencar ações necessárias e capazes de atender tal objetivo.
- Monitoramento de águas subterrâneas: a qualidade das águas subterrâneas deve
atender aos padrões de potabildade estabelecidos na legislação vigente; deve haver no
mínimo quatro poços de monitoramento, um a montante e três a jusante no sentido do
fluxo de escoamento do lençol;
- Impermeabilização do aterro: implantar uma camada impermeabilizante na superfície
inferior do aterro;
- Drenagem do liquido percolado: instalar imediatamente acima da impermeabilização,
projetar e operar de forma a não sofrer obstrução;
- Tratamento do liquido percolado: os seus efluentes devem atender aos padrões de
emissão para garantir a qualidade do corpo receptor, e tem que se fazer o seu
monitoramento pelo menos 4 vezes ao ano.
- Deve haver sob a impermeabilização um sistema de detenção de vazamentos de
líquido percolado;
- Projetar sistemas de captação e tratamento dos gases.
22) Quais os maiores problemas causados pela disposição a céu aberto dos resíduos?
discorrer sobre os inconvenientes decorrentes dessa prática
- Operacionais: falta de cercas; falta de guardas;
- Sanitários: fogo, fumaça, odor, vetores de doenças;
- Ambientais: poluição do ar, da águas superficiais e subterrâneas.
23) Como é produzido o metano em aterro sanitário?
O gás metano é produzido pela atividade de bactérias anaeróbias metanogênicas.
24) Elenque e justifique a importância de pelo menos 8 critérios ambientais e de uso e
ocupação do solo na escolha de uma área para a disposição.
- Recursos hídricos: deve ser feito um estudo de possível uso da água. Neste estudo
indicará a movimentação e localização das águas subterrâneas: a existência de coleções
superficiais de água, o escoamento superficial das águas e os índices de precipitação e
evapotranspiração. A NBR 13896 recomenda que o aterro sanitário esteja no mínimo
200 m de qualquer corpo hídrico;
- Geologia: Permite através de estudos o reconhecimento das características do solo e
subsolo. Através dessa caracterização é possível saber se a área pode ser usada para a
instalação do aterro sanitário e permite também saber qual vai ser o tipo de
impermeabilização, através do conhecimento do coeficiente hidráulico entre outros;
- Vegetação: é importante pois ela ajuda na minimização da migração de odores, gases
para áreas adjacentes ao aterro. Além disso evita erosão e a migração de poeira;
- Topografia: Permite a escolha do sistema construtivo. A norma recomenda de 1% a
30%.
- Distancias ao centro populacionais:recomendado 500m de núcleos populacionais;
- Vias de acesso: é importante pois a operção e entrada e saída é continua.;
- O aterro não deve ser executado em áreas sujeitas a inundações, em um período de 100
anos;
- Vida útil do aterro: deve-se escolher uma área que tenha no mínimo vida útil de 10
anos. A escolha de área deve ainda levar em consideração o zoneamento urbano,
minimização da existência de impactos ambientais negativos, minimização de custos
envolvidos e maximização da aceitação pública.
25) O que se pode afirmar sobre a produção de chorume em aterros sanitários quando o
cálculo é feito pelo método suíço e pelo étodo de balanço hídrico?
O método do balanço hídrico geralmente é utilizado nos casos em que há grande
disponibilidade de dados climatológicos, PPT, evapotranspiração, medidos no local do
aterro ou disponibilizados pela estação metereorológica mais próxima. É um método
mais consistente, pois considera em sua formulação além do índice pluviométrico,
evaporação, escoamento superficial e capacidade de armazenamento de água no solo.
26) Qual a diferença entre geomembrana e geotextil, quando usá-las?
27) O que deve conter no plano de emergência?
- informações de possíveis incidentes e das ações a serem tomadas;
- indicação da(s) pessoas que devem atuar como coordenadores das ações de
emergência, indicando seus telefones, endereços, devendo esta lista estar sempre
atualizada;
- lista de todo equipamento de segurança existente, incluindo localização, descrição do
tipo e capacidade.
28) Com base em cálculos, justifique a sua escolha quanto à melhor forma de disposição
dos RSU: em valas ou tronco piramidal para uma vida útil de 5 anos em uma cidade de
38 mil habitantes com taxa de crescimento de 3,8% ao ano
29) Calcular a área necessária a instalação de um aterro sanitariao para uma cidade
750.000 habitantes. Todos os parâmetros necessários ao cálculo devem ser fixados e
justificados
30) Explique um modelo de produção de chorume.
Disposição Final de Resíduos – Ainda mais questões
1 – Princípio de funcionamento da técnica de eletrorresistividade (caminhamento
elétrico e sondagem vertical) – São utilizados para fornecer informações sobre o perfil
natural do solo, profundidade do substrato rochoso e zona saturada, detecção e
mapeamento de contaminação. Baseia-se na diferença de potencial elétrico e na
resistividade. É feito com um equipamento chamado eletrorresistivímetro e 4 eletrodos.
Há uma indução de corrente elétrica artificial em dois eletrodos de corrente (AB), onde
esta será captada por dois eletrodos de medida (MN). A corrente elétrica apresentará
propagação de forma semiesférica a partir do ponto de origem. A configuração usual
consiste na utilização de 4 eletrodos, organizados em AMNB. AB: introduz a corrente
elétrica no solo. Investiga, ao longo de linhas, as variações da
resistividade/condutividade. MN: mede a diferença de potencial entre eles.
Aplicações: delimitação de zonas favoráveis p/ perfuração de poços; avaliação da
contaminação de água subterrânea e do solo; avaliação da estabilidade do talude do
aterro; delimitação de área contaminada por chorume.
São de natureza não evasiva, baixo custo, rapidez e facilidade de aplicação dos ensaios.
2 – Balanço Hídrico, Método Suíco e Racional – Cálculo de produção de percolado
Balanço Hídrico – para o cálculo de volume de percolado gerado, este é o método
considerado o mais próximo da realidade, por levar em consideração o maior número de
variáveis
PER (volume de lixiviado) = ES (escoamento superficial) – P (precipitação) – AAS
(armazenamento de água no solo) x ER (evapotranspiração real)
É utilizado quando há o conhecimento de todos estes dados. A precipitação e a
evaporação são obtidos a partir de boletins metereológicos. Já o escoamento superficial,
a infiltração e o armazenamento obtidos empiricamente com auxílio de tabelas.
Método Suíço – utiliza para o cálculo de estimativa de geração de percolado apenas o
coeficiente de permeabilidade do solo, a área do aterro e a precipitação, dividido por um
determinado tempo.
Q = P.A.K/t
Semelhante ao método racional, entretanto não leva em consideração a evaporação
potencial.
Método Racional – baseia-se em três parâmetros: coeficiente de escoamento (razão
entre o volume de água escoado superficialmente e o volume de água precipitado –
relativo a uma chuva isolada ou relativo a um intervalo de tempo onde várias chuvas
ocorreram), a intensidade média média da chuva e área de contribuição da bacia.
Q = C.i.A
3 – Função e importância da instalação de um dreno testemunha
Definição: camada drenante, instalada entre os sitemas de impermeabilização de fundo
de um reservatório, interligada a um poço de inspeção.
Função: são instalados entre duas camadas impermeabilizantes e tem a função de
conduzir qualquer líquido que venha transpor essa primeira barreira, para uma caixa de
inspeção, onde será detectado o rompimento da camada impermeabilizante,
possibilitando sua recuperação sem qualquer contato do material armazenado com o
solo ou lençol freático.
O objetivo é que esteja sempre seco, pois se apresentar chorume significa que a “lona”
foi danificada e precisa ser consertada.
4 – Fases de degradação dos RS proposto por Tchobanoglious

I – Aeróbia “fase inicial”


Nesta fase os compostos orgânicos biodegradáveis passam por decomposição
microbiana assim que dispostos no aterro. Essa decomposição ocorre sob condições
aeróbias pois ainda existe certa quantia de oxigênio confinado.
A fonte principal destes organismos aeróbios ou anaeróbios responsáveis pela
decomposição são encontrados:
No próprio resíduo disposto;
No material do solo que é usado como cobertura diária;
Logo digerido de ETE, dispostos em muitos AS municipais.
II – Anaeróbia ácida “fase de transição”
Nela o oxigênio começa a se esgotar e condições anaeróbias começam a se desenvolver.
À medida que o aterro se torna anaeróbio, nitrato e sulfato são frequentemente
reduzidos a nitrogênio gasoso (N2) e sulfeto de hidrogênio (H2S).
III – Metanogênica instável “fase ácida”
As atividades microbianas iniciadas na fase II se aceleram, com produção de
quantidades significativas de ácidos orgânicos. São divididas em duas etapas:
Etapa 1 – Há a transformação (hidrólise) de compostos de alto peso molecular, através
de enzimas, em compostos passíveis de serem usados pelos microrganismos como fonte
de energia e de carbono celular.
Etapa 2 – Acidogênese – Envolve a conversão microbiana dos compostos resultantes da
etapa 1 em compostos de menor massa molecular como o ácido acético (CH 3COOH) e
pequenas concentrações de ácido fúlvico e outros ácidos orgânicos. O CO 2 (gás
carbônico) é o principal gás gerado durante a fase III. H 2 em menores quantidades. Os
microrganismos envolvidos nessa conversão as as bactérias facultativas anaeróbias
obrigatórias, também chamadas de acidogênicas ou formadoras de ácidos.
IV – Metanogênica estável “de fermentação de metano”
Um segundo grupo de microrganismos, que convertem ácidos acéticos e hidrogênio
gasoso em CH4 (metano) e em CO2 (dióxido de carbono), tornam-se predominantes.
Os microrganismos responsáveis por esta conversão são anaeróbios, chamados
metanogênicos. A formação de metano e ácido ocorre simultaneamente. Os ácidos
produzidos são logo convertidos em metano.
V – Maturação
Ocorre depois que a matéria orgânica prontamente degradável é convertida a CH4 e
CO2. A taxa de geração de gases no aterro diminui significativamente. Os principais
gases envolvidos nesta fase são CH4 e CO2. Dependendo das medidas de fechamento do
aterro, pequenas quantidades de nitrogênio e de oxigênio poderão ser encontradas,
devido a difusão de ar no aterro.
5 – Ocorrência de maior ou menor magnitude dos impactos ambientais de área de AS.
Característica do meio físico X Massa de resíduos depositada
Meio físico
Características do solo (permeável, impermeável)
- contaminação do solo, águas subterrâneas
Clima
Sistemas de drenagem
- líquidos percolados
- águas pluviais
Massa de resíduos
Composição gravimétrica
Peso específico
Teor de umidade
- tem influência decisiva principalmente nos processos de tratamento e destinação do
lixo. Varia em função das estações do ano
Compressividade
6 – Chorume produzido em aterro, classe II (inertes e não inertes). Apresente formas de
solucionar tal questão.
Problemática: o chorume é resultado de processos de decomposição orgânica, por isso
apresenta baixa biodegradabilidade. Contém alimentos altamente tóxicos como o
cádmio, chumbo, mercúrio e arsênio. Em contato com o solo, contamina a terra, infiltra
nos lençóis freáticos afetando a qualidade das águas subterrâneas que formam as
nascentes, e por isso devem ser tratados.
Existem diversos tipos de tratamento de chorume (real ou bancada) e para escolher o
que melhor se aplica a um município deve-se levar em consideração a área do AS
disponível, as condições financeiras etc. “on site ou off site”
No Brasil, devido a disponibilidade de áreas e pelo clima, o tratamento biológico é uma
das alternativas mais econômicas e eficientes para a degradação da matéria orgânica.
Nesse processo ocorre a ação de agentes biológicos (bactérias, protozoários, fungos) por
meio aeróbio ou anaeróbio).
8 – Quais os constituintes do biogás produzidos pela degradação anaeróbia da matéria
orgânica. Qual a importância do metano produzido? Você pensaria em utilizá-lo?
São produzidos basicamente metano (CH4) – 45 a 60% (metanogênese) e dióxido de
carbono (CO2), mas há gases traços de amônia (NH 3), hidrogênio (H2), gás sulfídrico
(H2S), nitrogênio (N2) e oxigênio (O2). A distribuição exata desse percentual variará de
acordo com a idade do aterro.
O controle da emissão de biogás, mais especificamente do metano, reduz a possibilidade
de instabilidade dos aterros devido ao acúmulo de bolsões de gases, minimiza a
migração dos gases para as regiões circunvizinhas, evitando problemas ambientais
locais e globais, além de possibilitar uma melhor estimativa do potencial energético dos
aterros sanitários. Tendo em vista esses aspectos, a quantificação do metano produzido e
emitido se torna de fundamental importância para seus administradores.
Sim, pelo seu potencial energético, convertendo-o em uma forma de energia útil como
eletricidade, combustível para caldeiras, veicular, gasodutos, e também para obtenção
de crédito de carbono.
9 – 5 características físico-químicas que sofrem influência com a idade do aterro
DBO  0,49 - aterros novos – prontamente biodegradáveis
DQO  0,05 – 0,2 – aterros antigos
pH
alcalinidade
NH3 – amônia
Produção de biogás (+ ou – concentração)
10 – Importância do monitoramento das águas subterrâneas em área de aterro. 5
grandezas a serem monitoradas
O monitoramento da QAS nas áreas de disposição de resíduos devem ser feitas em
função do risco de contaminação existente pelo lixiviado. O lixiviado pode permear as
camadas de fundo dos locais de disposição e contaminar o solo e a água subterrânea.
Por isso, esses locais necessitam de monitoramento contínuo, por meio de medições em
poços de monitoramento. Se a contaminação for evidenciada, a solução é a implantação
de técnicas de remediação e contenção da pluma de contaminação.
Grandezas a serem monitoradas: DBO; DQO; coliformes fecais/totais; nitrogênio/nitrato
(10 mg/L); concentração de ferro.
11 – Função da bentonita
Reduzir/eliminar riscos potenciais ao meio ambiente
Minimizar e gerenciar a infiltração de percolados
Minimizar e gerenciar os custos com a proteção da célula de lixo
Proteção do solo, principalmente a camada de base do aterro sanitário e
consequentemente, a saúde pública
Proteção de recursos hídricos
Prevenção e eliminação de odores
Prevenção de dispersão de resíduos leves
Encerramento com integração paisagística
Monitoramento ambiental e geotécnico contínuo
Gerenciamento de gases
Propriedade quando em contato com o solo: a bentonita é uma argila mineral que
apresenta uma característica física particular de expandir várias vezes seu volume e
quando em contato com a água forma géis tixotrópicos.
Disposição Final de Resíduos – Ainda mais questões 2
3 – As medidas a serem tomadas no encerramento da operação de um aterro sanitário
tem como objetivo minimizar a necessidade de manutenção futura e evitar a liberação
de gases para a atmosfera e/ou contaminação do solo pelo líquido percolado. Desta
forma, deve estar descrito no plano de encerramento:
As etapas e medidas a serem tomadas quando houver o fechamento total/parcial do
aterro;
O projeto e a construção da cobertura final de modo que evite a entrada de água nas
células de lixo, evite a necessidade de manutenção e a erosão;
A estimativa do tipo e quantidade dos resíduos sólidos presentes quando o aterro for
encerrado;
Uso programado dessa área;
O monitoramento das águas subterrâneas;
A manutenção e a estimativa dos custos envolvidos na execução das etapas descritas
neste plano.
Já no pós encerramento estão descritos as variáveis que devem ser monitoradas após o
encerramento da operação do aterro, como:
Monitoramento das águas subterrâneas, por um período médio de 20 anos ou até que
seja detectado o fim da geração de percolados, ou que eles atendam aos padrões de
emissão, de acordo com a legislação vigente;
Monitoramento do sistema de drenagem de percolados;
Monitoramento do sistema de drenagem de gases;
Monitoramento do sistema de cobertura final, outros.
Tais variáveis, assim como o monitoramento das águas subterrâneas são analisadas até
que seja detectado o fim da sua geração, ou que atenda aos padrões de emissão, descrito
na legislação.
4 – O método de balanço hídrico, utilizado para estimar a produção de percolado, é
considerado se comparado aos demais métodos (como o método suíço ou racional) o
mais próximo da realidade, visto que leva em conta o maior número de variáveis que
interferem neste cálculo. São analisadas as seguintes grandezas:
A porcentagem de água que é escoada;
A precipitação, que difere nos períodos de seca e chuva;
A água que infiltra e é armazenada no solo;
Evapotranspiração.
Os dados de precipitação e evapotranspiração podem ser obtidos através de boletins
metereológicos e os dados de escoamento e infiltração são obtidos empiricamente por
meio de tabelas.
Logo, se na área do aterro analisada, houver a disponibilidade de todos estes dados, é
recomendado utilizar para a estimativa, o método de balanço hídrico.
Já o método suíço leva em consideração apenas a precipitação, a área do aterro e o
coeficiente de permeabilidade do solo, dividido pelo tempo. É semelhante ao método
racional, mas não leva em consideração a evapotranspiração potencial.
1 – Quanto aos critérios a serem atendidos para a localização de aterros sanitários, deve-
se selecionar áreas em que sejam:
Minimizados os potenciais impactos gerados pela instalação, construção e operação do
aterro, em conformidade com a legislação;
Minimizados os custos de implantação;
Maximizados a aceitação da população;
Conformidade com a legislação (ambiental, de uso e ocupação do solo) vigente.
Quanto as condicionantes técnicas de adequabilidade da área, deve-se:
Dar preferência a locais com solos naturalmente impermeáveis (argilosos, argiloso-
siltoso), para evitar a contaminação do solo e lençol freático pelo líquido percolado;
Haver uma distância de no mínimo 200 m de corpos hídricos, de forma a evitar sua
contaminação;
Delimitação da zona urbana do município e de seu vetor de crescimento, para atender
certa distância de centros urbanos e rurais, evitando futuros problemas com a população
(em relação ao mau cheiro, vetores de doenças, por exemplo);
Locais com declividade superior a 1% e inferior a 30%, para maior estabilidade do
maciço;
Distância de aeródromos, pois o resíduos disposto pode atrair aves e causar acidentes
aéreos;
Entre outros fatores.
2 – A NBR 15849 trata da implantação, operação e execução de aterros sanitários de
pequeno porte. Com base nela, é definido como aterro de pequeno porte os que recebem
até 20 T/d.
3 – Plano de emergência: tem como objetivo auxiliar nas ações a serem tomadas em
casos de emergência, que possam ocorrer no funcionamento do aterro, tais como:
incêndio, explosão, vazamentos, ruptura, entre outras situações; É importante para
auxiliar os funcionários as ações de proteção a serem tomadas nestes casos extremos.
Um funcionário deve ser responsável por coordenar tais ações e deve haver uma cópia
do plano fixado em local acessível a todos os demais.
Plano de encerramento e pós-encerramento: em casos de encerramento da vida útil de
operação de aterro, o plano de encerramento é elaborado com o objetivo de evitar
futuras contaminações do solo, água e atmosfera por líquidos percolados, liberação de
gases, por exemplo, minimizando ao máximo a necessidade de manutenção futura.
Plano de monitoramento de águas subterrâneas: importante na preservação, visto que
define qualidade e locais a serem implantados os poços de monitoramento, dimensões,
para evitar possíveis contaminações.
Plano de monitoramento dos gases.
A NBR 10004 (ABNT, 2004) define os resíduos sólidos como sendo os “resíduos nos estados
sólido e semissólido, que resultam de atividades da comunidade de origem industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta
definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em
equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas
particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de
água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis face à melhor
tecnologia disponível”.

A caracterização é um método cujo objetivo é quantificar e qualificar a geração de resíduos. A


caracterização é normalmente realizada por meio de uma análise de composição gravimétrica,
ou seja, da razão entre o peso das frações constituintes dos resíduos sólidos (matéria orgânica
putrescível, papel, plástico, metais, vidros, etc.) e o peso total dos resíduos, expressa em
percentuais. Essa caracterização deve ocorrer em épocas diferentes ao longo de um ano,
buscando abranger variações sazonais. Outros parâmetros de importância determinados no
método de caracterização são: peso específico e geração por pessoa (per capita) de resíduos.

Para se proceder à análise de composição gravimétrica, é necessário, primeiramente, realizar o


quarteamento de resíduos sólidos. O método mais utilizado de quarteamento está
apresentado a seguir e sistematizado na NBR 10007 (ABNT, 2004), que fixa os requisitos
exigidos para a amostragem de resíduos sólidos.

Para o quarteamento de resíduos, devem-se colher amostras representativas, escolhendo a


procedência do veículo ou veículos coletores, ou seja, as amostras devem proceder de diversas
áreas da cidade que tenham características distintas. Os resíduos coletados são descarregados
no solo e procede-se, então, ao rompimento do maior número de sacos com resíduos, sendo
coletadas quantidades em cinco pontos, uma no topo e quatro nas laterais do monte de
resíduos, de modo a preencher quatro tonéis de 200 litros. Se o local de realização do método
não for cimentado, deve-se estender uma lona plástica para que o solo não se misture com a
amostra interferindo no resultado. Inicia-se a mistura e o quarteamento da amostra, ou seja, a
divisão em quatro partes do total de 800 litros de resíduos dispostos. Repete-se o
quarteamento, obtendo-se uma amostra final de 200 litros ou de 100 kg.

A classificação é um método cujo objetivo é possibilitar o correto gerenciamento de resíduos,


agrupando-os conforme apresentem características similares. Há várias maneiras de se
classificarem os resíduos sólidos, por exemplo: conforme a composição química: orgânico
(cascas de frutas) e inorgânico (vidro); conforme os riscos potenciais ao meio ambiente:
perigosos, não-inertes, inertes; conforme a origem: doméstico ou residencial, comercial,
público (provenientes da limpeza de logradouros públicos, tais como vias, praças e praias),
especiais (provenientes de unidades de serviços de saúde, indústrias, portos, aeroportos,
terminais rodoviários e ferroviários, construção civil), agrícolas (gerados pelas atividades
produtivas nas zonas rurais, tais como os resíduos agrícolas, florestais e pecuários).

No Brasil, a NBR 10004 (ABNT, 2004) apresenta a classificação dos resíduos sólidos conforme
os riscos potenciais ao meio ambiente:

Classe I – Perigosos: São classificados como resíduos classe I ou perigosos os resíduos sólidos
ou mistura de resíduos que, em função de suas características de inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade, podem apresentar risco à saúde
pública, provocando ou contribuindo para um aumento de mortalidade ou incidência de
doenças e/ou apresentar efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseados ou
dispostos de forma inadequada.

Classe II – Não-Perigosos

Resíduos Classe II – A – Não Inertes: São classificados como Classe II ou resíduos não inertes os
resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos que não se enquadram na Classe I ou na Classe
II – B. Esses resíduos podem ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou
solubilidade em água. São, basicamente, os resíduos com as características do lixo doméstico.

Resíduos Classe II – B – Inertes: São classificados como Classe II – B os resíduos sólidos ou


mistura de resíduos sólidos que, quando amostrados de forma representativa, segundo a NBR
10007 (ABNT, 2004), e submetidos ao teste de solubilização, conforme a NBR 10006 (ABNT,
2004), não tenham nenhum de seus constituintes solubilizados em concentrações superiores
aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
São os resíduos que não se degradam ou não se decompõem quando dispostos no solo, tais
como resíduos de construção e demolição, solos e rochas provenientes de escavações, vidros e
certos plásticos e borrachas que não são facilmente decompostos.
Se a disposição final for considerada dentro de um adequado plano de gerenciamento
integrado de resíduos, haverá um grande impacto positivo, uma vez que ela proporciona uma
correta destinação aos resíduos da população. Porém, a disposição final de resíduos,
principalmente quando realizada de forma inadequada, pode causar inúmeros impactos
ambientais negativos, e isso inclui os aterros sanitários. Assim, os aterros sanitários também
podem causar impactos potenciais negativos para todo saneamento básico, meio ambiente,
sociedade, saúde coletiva e uso e ocupação do solo. Contudo, a minimização ou eliminação
desses impactos está diretamente relacionada ao desenvolvimento de projetos de aterros
tecnicamente fundamentados e à adoção de medidas mitigadoras (atenuadoras), como a
impermeabilização de base, de modo a atender às exigências legais.

Poluição do ar

Durante as atividades de implementação e operação do aterro sanitário, haverá emissão de


poeira resultante, principalmente, da circulação de caminhões e maquinários. Outros focos
serão a movimentação de terra durante a abertura de valas. Os solos desnudos constituem
fontes secundárias de poeiras fugitivas, provocadas pela erosão provocada pelos ventos
(eólica)

Essas atividades emitirão, em proporções pequenas, gases na atmosfera, oriundos da queima


de combustíveis utilizados pelas máquinas. Os gases provenientes dessa queima são:
monóxido de carbono, hidrocarboneto, óxidos de nitrogênio e enxofre. Nestas fases, as
principais fontes de poluição sonora estarão relacionadas à movimentação de máquinas e
veículos pesados e funcionamento de equipamentos, em geral todas suportáveis.

Solo

Esse parâmetro sofrerá impactos nas fases de implantação e operação do aterro sanitário. Na
fase de implantação, a retirada da cobertura vegetal imprimirá os impactos de maior
relevância, uma vez que, desnudo, o solo estará sujeito a processos erosivos.

Fauna

Esse parâmetro ambiental sofrerá interferências em todo o processo do empreendimento,


principalmente na fase do desmatamento, pois provavelmente ocorrerá a destruição de nichos
e habitats de espécies faunística local.

ATERRO SANITÁRIO

Seleção de área

A primeira etapa de um projeto de aterro sanitário é a escolha de uma área onde ele será
implantado e operado. Assim, podemos dizer que o bom desempenho de um aterro sanitário,
sob os aspectos ambientais, técnicos, econômicos, sociais e de saúde pública, está
diretamente ligado a uma adequada escolha de área de implantação.

A seleção de áreas para implantação de aterros sanitários é uma das principais dificuldades
enfrentadas pelos municípios, principalmente porque uma área, para ser considerada
adequada, deve reunir um grande conjunto de condições técnicas, econômicas e ambientais,
que demandam o conhecimento de um grande volume de dados e informações, normalmente
indisponíveis para as administrações municipais.
Segundo a NBR 13896 (ABNT, 1997), a avaliação da adequabilidade de um local a ser utilizado
para implantação de um aterro sanitário deve ser tal que os impactos ambientais gerados na
sua implantação e operação sejam mínimos. A instalação do aterro deve ser bem aceita pela
população vizinha; além disso, é necessário que ele esteja de acordo com o zoneamento local
e que possa ser utilizado por longo período de tempo.

Basicamente, o que se deseja é identificar, dentre as áreas pré-selecionadas, aquela que


melhor possibilite: Menor potencial para geração de impactos ambientais: localização fora de
áreas de restrição ambiental; aquíferos menos permeáveis; solos mais espessos e menos
sujeitos aos processos de erosão e escorregamentos; declividade apropriada; distância de
habitações, cursos d’água, rede de alta tensão. Maior vida útil para o empreendimento:
máxima capacidade de recebimento de resíduos. Baixos custos de instalação e operação do
aterro: menores gastos com infraestrutura; menor distância da zona urbana geradora dos
resíduos; disponibilidade de material de cobertura. Aceitabilidade social: menor oposição da
comunidade vizinha.
Licenciamento Ambiental é o procedimento administrativo pelo qual o órgão competente
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades de
pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado que utilizem recursos ambientais e
sejam consideradas efetivas ou potencialmente poluidoras ou, ainda, daquelas que, sob
qualquer forma ou intensidade, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições gerais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso.
Licença Prévia (LP): libera o empreendedor para realizar os estudos de impacto ambiental
relativos à implantação do aterro e elaborar o projeto executivo. Após o pedido da LP, o órgão
de controle ambiental procederá à elaboração de uma instrução técnica para orientar a
realização do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo relatório (RIMA).

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