Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
que reside entre o abrir e o tornar a fechar os olhos (espaço esse que
convencionalmente chamamos de "vida"), mesclar de maneira inextricável sua
breve existência com a grandiosidade da experiência coletiva humana. Seja
pelos importantes acontecimentos que marcaram sua história ou simplesmente
pelo seu caráter irrepreensível que reflete dos valores humanos os melhores,
podemos afirmar sem temor de incorrer em erro que Braz Alves de Siqueira
Filho, o Braizinho, é um desses raros bem aventurados.
O papel das Forças de Paz da ONU no conflito foi capital, tanto no âmbito
humanístico, evitando que uma guerra mais longa e sangrenta ocorresse entre
os Países Árabes e Israel iniciando uma possível 3ª Guerra Mundial. A
experiência marcou para sempre a vida de Braz. Aquele que voltava a São
José dos Campos sendo condecorado pelas autoridades devido a seus feitos
heróicos - vindo a receber em 1968, junto a seus demais companheiros de
tropa, o honroso Prêmio Nobel da Paz (Menção Honrosa e a Medalha da Paz)
não era o mesmo Braz que havia deixado a cidade alguns anos atrás. Assim
também não o era o Brasil que havia deixado em 64, agora sob o julgo da mão
de ferro da Ditadura Militar, onde o espírito de liberdade fora ceifados e os
idealistas eram perseguidos presos e torturados pela repressão.
O mecanicismo e a dureza dos anos de chumbo contrastavam com a leveza do
coração extremamente humano de Braz, agora ainda mais motivado a atuar
por causas humanitárias devido à experiência no Oriente Médio. Não poderia
permanecer nas Forças Armadas por uma questão de princípios. Decidiu então
largar as armas e atuar em outro campo de batalha, a política.
"Famoso por ter levado o nome da cidade para lugares tão inóspitos quanto
frentes de batalha no Oriente Médio a serviço da paz. Conhecido por sua
atuação no âmbito político no município e pelo sua auto determinação em lutar
por uma sociedade justa e fraterna, sem sofrimento e sem miséria.
Ao vermos sua história, talvez sejamos tentados a pensar que Braz é hoje essa
figura querida devido aos seus grandes feitos públicos, Porém, se pensarmos
com clareza, veremos que seu real mérito é seu caráter. Em um mundo onde
os rótulos simplificadores reinam, muitos tentariam impor aos esforços de Braz
as alcunhas mais diversas. Um Humanista? Um Idealista? Um Socialista? Os
adjetivos se amontoam.
Os reais bem aventurados são aqueles que, apesar das gritantes injustiças que
assolam a humanidade no presente e tentam colonizar também seu futuro,
ousam em sonhar com um mundo mais livre, justo e igualitário. E por nomear
essas raras pessoas, ainda não foram inventados adjetivos. Por ora, que
permaneça sendo Braz, idealista que sonha com a Utopia do bem comum e de
um mundo melhor a todos. Para ele nada é Utopia.