ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

O objetivo geral da pesquisa é analisar os possíveis impactos das medidas de

enfrentamento Covid-19 nas práticas religiosas, observados a partir da perspectiva dos
filhos e filhos de santo do Terreiro.
Na observação pretendemos registrar aspectos ambientais e as relações sociais expressas
nas práticas religiosas, as rotinas ordinárias e as atividades festivas dedicadas aos orixás
no terreiro.
Local de pesquisa: Terreiro Ilê Axé Obalajá está situado em zona urbana no Município
de Muritiba, distante em 114 km de Salvador, capital do estado da Bahia. O Terreiro é
conduzido e administrado pelo Baba Jean de Xangô, tendo como Yalaxé Mãe Jussara e
Pai pequeno Babá Luciano.
Muritiba é construída na serra às margens do Rio Paraguaçu, no Recôncavo baiano e é
parte da microrregião de Santo Antônio de Jesus. Possui população estimada em
30.585 habitantes e uma área de 89,311 km², de acordo com dados disponíveis .
Historicamente destacam-se o Marco fundador e Inauguração do arraial, em 1571, a
criação da Freguesia São Pedro do Monte da Muritiba em1705 e a participação nas lutas
de Independência da Bahia com o Batalhão dos Periquitos, e entre eles, Maria Quitéria,
heroína da independência das Bahia. A fertilidade do solo e a abundância de fruteiras
constituiu uma referência pela qual é reconhecida como a terra das jacas.
Período de observação: Estão previstas uma reunião preliminar para definir as regras de
comportamentos para o observador (Trajes, postura e gestual, volume e entonação da
voz); formas de participação para o observador, acesso, posição e movimentação nos
espaços; e formas de interação do observador com os demais nas atividades que
participará. Obter permissão para divulgações do material produzido nas entrevistas.
Tratar as formas de reciprocidade e apresentação dos resultados da pesquisa.
Explicar a necessidade das autorizações formal na forma de consentimento informado
por parte dos responsáveis do Terreiro e oferecer garantias da privacidade e sigilo nas
atividades não autorizadas. Informar os aspectos éticos envolvidos na pesquisa e o
respeito às garantias da Resolução 510/2016 do CONEP/CNS e Código de Ética da
ABA. Tratar as formas de reciprocidade e apresentação dos resultados da pesquisa.
Obter a permissão para divulgações do material produzido na pesquisa.
Foram projetadas três visitas periódicas ao terreiro em festas públicas de Orixá, com
permanência média de quatro dias a cada etapa de visita e a participação nas atividades
religiosas com a presença de iniciados da casa, além de convidados e visitantes.
Também serão feitas visitas agendadas previamente em dias comuns e em contato com
responsáveis pela manutenção da casa, acompanhamento de obrigação e recepção de
consulentes e prestadores de serviços.
Aspectos para a observação dos participantes no local da pesquisa:
 Atividade: nome, tipo e breve descrição;
 Local: interno ou externo?
 Período da atividade: hora de início e fim, duração
 Participação e frequência: aberto ou privado e número aproximado;
 Deslocamentos: sim/não? como foi feito? quando? por quanto tempo?
 Forma de acesso;
 Hierarquias e Cargos: família de santo, cargo no axé, feitura, Orixá de cabeça;
 Saudações e reverências: expressões afetuosas, contato físico, contato visual,
etc;
 Trajes, toques, danças e performance;
 Vozes, volume, entonação e silêncios
 Disposição e circulação nos espaços;
 Alimentação, acomodações e repousos;
 Participação de convidados e visitantes: origem, posição e circulação nos
espaços;
 Interação dos membros da casa com visitantes e convidados.