Ano II - Nº 6 - R$ 11,90

Agosto 2017

Entrevistas Edição Comemorativa

Plantas Medicinais
FitoNutrição e
muito mais...

Por que FitoSaúde?

Saiba o que é ser FitoSaudável e pare de sofrer!

AS MELHORES RECEITAS FITOSAUDÁVEIS

Que auxiliam no Tratamento de Doenças Crônicas
3 Carta ao Leitor
4 Entrevista Magolito Químico
13 Dossiê Planta Medicinal
16 Beber suco de frutas faz bem?
24 Plantas Medicinais e Indústria
29 Alerta Leitor
30 Momento FitoNerd
33 Flagra das Plantas
35 Entrevista Dr Marcos Freire
48 Você come carne?
51 O Poder das Plantas Medicinais
54 Flagra das Plantas
56 11 Plantas contra o diabetes
68 Dossiê Planta Medicinal
71 Sua Receita Caseira
73 Legumes ou Carne?
76 Pensamentos
78 As Melhores Receitas Fito

E finalmente o ideal FitoSaúde
faz aniversário. Nessa jornada cres-
cemos em público, crescemos em ex-
periências e aprendizado.
É notável o poder da boa von-
tade e o interesse em difundir o bem.
Quando iniciamos, eu e o Grupo
CONPRAFIP, a ideia nascida de uma
conversa entre amigos, nunca imagin-
amos estarmos aqui, realizados e rea-
lizando. Nossa intenção sempre foi a
de proporcionar uma Mudança de
Mentalidade na questão, FitoSaúde.
E para comemorar o primeiro
ano de ideias realizadas e novos
projetos, nada melhor que presentear
quem nos brinda com sua audiência,
interesse genuíno e vontade de apren-
der e melhorar, sempre. Você!
Obrigado e aguarde as novidades.
Magolito Químico
Editor Chefe
ESTA É UMA PUBLICAÇÃO DO
Revista CONPRAFIP
FitoNutri FitoSaúde
Ano II Nº 6 – Agosto – 2017
Edição Comemorativa
Fica proibida a reprodução
parcial ou total de qualquer texto
ou imagem deste produto sem
autorização prévia dos responsá-
veis pela publicação.
Editor-Chefe: Magolito Químico
Editora: Deyse Coelho
Design: Deyse Coelho
Redação: Beatriz Barreto
Equipe de Arte:
Laura Rodrigues
Alice Vitória
Distribuição:
Grupo CONPRAFIP
Produtos Digitais
Edições anteriores e
Atendimento ao Leitor:
De segunda à sexta, das 9h às 18h
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“SAÚDE É ALGO SÉRIO E URGENTE!
Todos sabem disto. Mas a maioria quer ter
saúde sem abandonar os maus hábitos.”
Magolito Químico foi um
dos palestrantes do último
CONPRAFIP. Há um bom
tempo vem sendo considerado
uma pessoa de opinião firme e
não usa de rodeios para dizer o
que pensa e sabe. Com uma
formação ampla como Educador
Físico, Teólogo, Químico e
Graduando em Farmácia pela
Universidade de Brasília, além
de pós-graduações e vários
outros cursos, o mesmo afirma
que nosso povo brasileiro ainda
não conseguiu se desvencilhar
da forte influência alimentar
ditada pela cultura norte-
americana.
Nesta entrevista ele fala
um pouco dos maus hábitos do
brasileiro que quer saúde, mas
não faz por onde. Por que não
sabe e, também, não está
interessado, na maioria dos
casos.
Magolito Químico
Magolito, por que você tem
tantas formações? O que
pretende com isso? Certa vez
escutei de um colega, que cursava
Engenharia Elética na UnB,
quando eu cursava Matemática,
também na mesma Universidade,
que não havia necessidade de
estudar mais de uma área. Que o
ideal era graduar-se, fazer um
mestrado e doutorado na sua área
de interesse e ir em linha reta...
Então perguntei para ele: “E
se a pessoa tiver mais de um
interesse? E se a pessoa puder
aprender mais para ampliar a sua
forma de pensar e entender aquilo
que ela procura em sua própria
área de atuação?”
Desde criança, nem lembro
mais quando, eu admirava o ideal
grego de mente sadia e corpo
sadio. Meu primeiro curso visava a
 “Desde criança, nem
lembro mais quando, eu
admirava o ideal grego de
mente sadia e corpo sadio.”
manutenção da saúde. Queria
saber como ter mais saúde e
longevidade, mas percebi com o
tempo atuando, durante 8 anos,
como treinador de
condicionamento físico que a
área tinha suas limitações. Sentia
falta de mais informações
científicas. Fui atrás de um curso
que pudesse me apresentar mais
profundamente as nuances do
funcionamento do corpo
humano. Pensei: “Vou cursar a
Química!”
Claro que após me formar
entendi, que por uma questão de
separação de áreas, a Química
muito rica e profunda ainda não
me dava todas as informações
que eu buscava. Então comecei a
fazer outros cursos.
Não podia ter formado em
Educação Física e ter
continuado os estudos por
conta própria, sem ter que
fazer outros cursos?
Aprofundar-se na área ou
áreas que queria sem mais
graduações? Excelente a sua
pergunta. Já passei inúmeras
vezes por isso. Quando explicava
alguma coisa para alguém com
profundidade e entendimento ela
me olhava com aqueles olhar de
surpresa e desconfiança. Afinal
eu era “apenas” um professor de
Educação Física. Como poderia
saber tanto. Chegava mesmo a
escutar: “Você é Nutricionista?”
5
 “Não critico sonhos, mas
atitudes que limitam o
indivíduo e reflete nos
outros aquilo que ele é.”
Ou mesmo: “Você é Farmacêutico
ou estuda Medicina?”
Então pensei comigo
mesmo que ao falar sobre alguma
área de conhecimento que não
seja relacionada a minha própria
formação só gera desconforto e
desconfiança. Temos, no Brasil,
uma cultura limitante. Durante a
transmissão de minha palestra
sobre a própria Química do
Envelhecimento no CONPRAFIP,
por exemplo, os inscritos diziam:
“Do que ele vai falar? Cadê as
plantas?” Ao qual outros
respondiam entre si: “Ele é
Químico, só vai falar de
Química!”
Infelizmente em nossa
cultura quando você se forma em
uma área está fadado a ser, na
visão dos outros, limitado à
própria formação. Não tendo
direito de falar nada sobre outras
áreas, mesmo que uma esteja
dentro da outra. Como em nossa
cultura a formação é voltada, na
maioria das vezes, para se obter
um emprego e passar o resto da
vida fazendo a mesma coisa, seja
na iniciativa privada ou
concursado, mas a esmagadora
maioria das pessoas não
consegue enxergar além do
salário e estabilidade. Com isso
temos muitos especialistas de
uma área só. Não critico sonhos,
mas atitudes que limitam o
indivíduo que reflete nos outros
aquilo e ele é. Conhecimento sem
consciência é um carro sem
volante.
O que é preciso para se ter
saúde integral? Saúde integral
só irá existir se houver formação
integral. Quando atuei como
professor de musculação e
condicionamento físico, uma
aluna chegou e me perguntou:
“Professor, posso beber água
depois dos exercícios? Estou
morrendo de sede, mas uma
amiga minha me falou que se eu
beber água vou recuperar toda a
gordura que perdi. Preciso
emagrecer, mas tenho medo de
por tudo a perder!”
Primeiro levei um choque,
mas mantive a calma e a orientei
que poderia beber quanta água de-
sejasse e os benefícios, para a
saúde e a perda de peso.
Parece piada de tirinha de
jornal, mas isso existe, e muito. O
pior é quando a pessoa não sabe e
busca na internet ou com
conhecidos, informações nem
sempre confiáveis, do que se deve
ou não fazer quando o assunto é
saúde. Devemos ter em mente que
informações demais geram
preconceito e muita confusão.
Conhecimento é a informação
sistematizada e isso, sem estudo
sistematizado não é possível.
Então é preciso ir em busca de
conhecimentos e não informação
apenas, para apreender melhor.
7
“Você assiste a um Fantástico ou
outro programa qualquer que
lhe diz que você pode estar
acima do peso e ainda ser
saudável. Isso é uma cagada na
cabeça das pessoas.”
O que você indica para as
pessoas que leem a revista
CONPRAFIP para que
tenham mais saúde com as
plantas medicinais e
alimentação? Em primeiro
lugar não é possível ter saúde
plena e longevidade sem mudar
os hábitos. Todos sabem disto.
Mas a maioria quer ter saúde sem
abandonar os maus hábitos. E a
TV não ajuda. Você assiste a um
Fantástico ou outro programa
qualquer que lhe diz que você
pode estar acima do peso e ainda
ser saudável. Isso é uma cagada
na cabeça das pessoas. Instiga a
comer de tudo um pouco, e a ficar
mais doente, com mais
frequência, por mais tempo.
Estar acima do peso já é
indício de que seu corpo não
anda bem. E isso gerará outros
problemas de médio a longo
prazo, se já não estiverem
ocorrendo sem serem notados.
Mas como sempre podem
dizer: “Ah, quem esse tal de
Magolito pensa que é? Ele não é
médico nem nutricionista!” Aí
caímos naquele problema que lhe
falei sobre a limitação da
formação em uma área. Quando
alguém ler esta matéria e criticar
o que digo peço somente o
seguinte. Eu desafio, você leitor
da Revista CONPRAFIP, a fazer
um check-up geral e guardar os
resultados, quaisquer que sejam.
Depois continue com a sua
alimentação,
8
mas sem uma grama de açúcar,
farinha refinada e leite. Sim é
extremo, mas o faça até cessar
suas vontade de alimentos que
contenham estes ingredientes. Sua
abstinência como a de um viciado
pode durar de 2 a 4 semanas.
Depois volte e refaça um novo
check-up. Compare os resultados
e responda honestamente se vale a
pena ou não ser saudável, e o mais
natural possível.
E sinto muito. Não é possível
ser saudável e ter longevidade
mesclando alimentação saudável
e vai encontrar algum
e continuar a consumir
refrigerante, cerveja, bolos,
frituras, enlatados, pães de
qualquer tipo, macarrão, doces e
seus derivados. E não sou eu que
estou dizendo isto. Há atualmente
inúmeros estudos comprovando
este fato, mas igualmente um
grande número de pessoas que
não sabem , e na maioria das vezes
não quer saber. Quando você
mexe nos prazeres do sabor de
uma pessoa ela se torna ignorante
e agressiva. Irá defender com
unhas e dentes os maus hábitos e
9
irá encontrar um “especialista” ou
alguém que ela leva em
consideração para que desminta o
que estou dizendo, só por
conveniência. Afinal, comer e
beber o que não se deve é uma
questão cultural. Não tem haver
com escolhas saudáveis, mas com
o hábito de uma cultura, de um
povo. E isso é extremamente
difícil de mudar.
Por quê? Porque as pessoas
vivem em uma armadilha
disfarçada de saúde. Até médicos
e nutricionistas indicam produtos
alimentícios, ali mentos que não
são nada saudáveis. Existem,
infelizmente, nutricionistas que
não entendem a bioquímica
nutricional de forma mais ampla,
só repetem tabelas alimentares
que trazem prontas desde a
graduação e padronizam para
todos os pacientes. E os médicos
nada sabem sobre alimentação, a
não ser um especializado, um
nutrólogo. Já vi acontecer mais de
uma vez, não é uma opinião.
Tanto um médico quanto um
nutricionista devem dar atenção
ao conhecimento da bioquímica de
forma mais profunda e assim não
errar tanto.
10
 E eu sei que vou ouvir
críticas quanto ao que estou
dizendo, mas com um pouco mais
de pesquisa e estudos é fácil de
verificar o que estou afirmando.
Minha base é científica, não
opinativa.
Na pergunta anterior você
perguntou sobre como ajudar a
melhorar a saúde com plantas e
alimentação. Sobre as plantas é
imprescindível o conhecimento
bioquímico. Buscar se aperfeiçoar
nesta área é mais difícil. Na
maioria das vezes as pessoas vão
em
em busca de algo mais fácil. Como
uma dieta da moda para perder
peso rápido e ir para o clube ou
praia, e “acham” que estão
saudáveis, mas não estão. Ou
querem um “remédio natural”
para resolver uma dor, um
sintoma. O imediatismo toma
conta. Isso não atinge o problema
e é paliativo. O problema é a
mentalidade. É o grande desejo
desenfreado de comer, beber e
fazer tudo o que se tem vontade e
depois, procurar uma solução
rápida. Querem saúde sem fazer
por on
por onde. Chega a ser engraçado,
mas as pessoas querem isso.
Mesmo que não admitam.
Você disse que o que afirma
é científico não opinativo.
Pode dar algumas referência
para os nossos leitores? Com
certeza. Primeiro, por mais difícil
e doloroso que seja recomendo
leiam livros de bioquímica básica.
Sim eu sei que a maioria não sabe
nada sobre o assunto por isso o
“básico” vem na frente. Assistam
vídeos de bioquímica básica no
YouTube e depois leiam artigos
científicos sobre bioquímica
nutricional e bioquímica de
plantas medicinais. Aos poucos o
leitor verá sua “bagagem” lhe
permitir entender melhor o que
ouve, lê e vê. Leia mais livros
básicos sobre o assunto como
Química de Alimentos da Eliana
Ribeiro e Elisena Seravalli. O
excelente Sugar Blues de William
Dufty, mas fiquem calmos que é
em português. Assistam vídeos e
vários documentários como „That
Sugar Film” de 2014. O Sabe a
Verdade Sobre o Leite?, também
documentário. O nacional Muito
Além do Peso e muitos outros
que se referem aos alimentos,
plantas medicinais e saúde. Isso
permitirá pouco a pouco que os
leitores adquiram, com o tempo,
mais conhecimentos sólidos e
não somente informação.
12
 Estévia
Stevia rebaudiana
É conhecida como um
arbusto dicoledôneo, da família
Compositae, alógama, semi-
perene, ocorrendo naturalmente
na região da Serra do Amambai,
entre o nosso país e o Paraguai.
Sua importância do ponto
de vista social, econômico,
ambiental e político é pautada
pela produção de duas
substâncias edulcorantes, o animal.
esteviosídeo e o rebaudiosídeo,
concentrado nas folhas. Ambos
mais doces que a cana-de-açúcar
de 300 a 400 vezes. Uma
vantagem é que não são
metabolizados pelo corpo, mais
precisamente pelo intestino
grosso. Suas principais
propriedades é a de não ser
calórico, é antidiabético, anticá-
ries entre outras, mas é muito útil
para produzir fitormônios
baratos. E seu bagaço também
pode ser usado na alimentação
Foram os conquistadores
espanhóis, quando chegaram na
América do Sul, que viram índios
tupi-guarani usando uma planta
para adoçar suas bebidas e
medicamentos, e até mesmo no
mate cozido. No século XIX, em
1899, o naturalista suíço, Moisés
Santiago Bertoni, em uma de suas
viagens às florestas do leste para-
13
 Planta em abril de 1901, no Kew
Bulletin, na Inglaterra.
Atualmente no Paraguai, a estévia
é mais conhecida na linguagem
Guarani por ka’a he’e, que
significa “erva doce”.
Naturalmente, com o
tempo, o mundo ficou sabendo da
planta e por volta de 1920 alguns
países, como os EUA e a Polônia
pediam sementes e mudas, para
estudos e introdução da planta
guaio teve contato com a erva em seu país. Em 1926, 800
através de ervateiros e índios do plantas, foram importadas e
Mondaíh. Ele conheceu uma cultivadas pelo governo norte-
porção de ramos e fragmentos de americano, para fins de pesquisa.
inflorescência e classificou a Em 1836 foram os soviéticos que
planta erroneamente como
Eupatorium rebaudianum sp. n.,
em homenagem ao químico
paraguaio Ovídio Rebaudi. O
cônsul britânico em Assunção, C.
Gosling descreveu a planta, suas
propriedades e habitat. Enviou
ainda para a Inglaterra uma
variedade de materiais, quando
se verificou que a planta
pertencia ao gênero Stevia. Há
um manuscrito publicado sobre a

Moisés Santiago Bertoni

começaram a importar a planta
para seu país. Logo os ingleses
também ficaram sabendo da
novidade e, em 1941, queriam
substituir inteligentemente o
açúcar (de cana-de-açúcar ou de
beterraba) e a sacarina, devido à
escassez crescente de adoçantes
durante a II Guerra Mundial. A
intenção britânica era a de come-
çar a cultivar a planta em suas
terras. Então em 1942 e 1943
várias semente foram enviadas
para áreas de clima mais
apropriada da Inglaterra e o
cultivo começou nos condados de
Devon e Cornwall. E durante os
períodos mais quentes do ano a
planta crescia bem também no
sudeste do país.

No Brasil as primeiras
descrições da estévia datam de
1926, logo na primeira edição do
Dicionário das Plantas Úteis do
Brasil, idealizado pelo botânico
brasileiro Manuel Pio Correa
(1874 – 1934).
Na década de 70 houve um
aumento comercial por causa de
pesquisas feitas pelos japoneses,
e seu uso no mundo cresce muito
desde então.
15
Beber suco faz bem
à saúde?
Quem não gosta de um suco
de laranja ou um suco de laranja
com acerola e mamão? O hábito
de se beber suco de frutas já é
uma tradição da nossa civilização.
E os sucos industrializados que,
quase não possuem mais os
nutrientes originais da fruta e são
carregados com açúcar e todo os
tipo de aditivos e conservantes?
Muita coisa mudou com o avanço
da tecnologia alimentar, e você?
Sua genética mudou? O fígado
que você tem hoje é diferente do
fígado de seus pais ou avós, há
mais de 50 ou 100 anos atrás?
O principal componente de
uma fruta, e que fornece energia,
é o carboidrato chamado frutose.
Essa substância foi isolada pela
primeira vez em 1847, da nossa já
famosa cana-de-açúcar. A frutose
é conhecida como uma possível
substituta da glicose para os dia-
 Frutose

béticos, por ter estrutura química tes, quando in natura. É também

parecida com a da glicose, mas um monossacarídeo composto
não precisar da insulina para ser por 6 átomos de carbono juntos
metabolizada. Infelizmente a sua por ligações covalentes simples,
atividade metabólica na produção com uma hidroxila e um grupo
de gorduras é pouco divulgada, carbonila, que é uma ligação
com isso a maioria das pessoas dupla entre um carbono e um
consome sucos sem saber que oxigênio. Não se desespere se não
estão provocando processos entendeu, dê uma olhada na
inflamatórios hepáticos, nelas molécula abaixo, com sua cadeia
mesmas. Significa dizer que você aberta e fechada.
está engordando o seu fígado.
A frutose é uma açúcar, mas
não um açúcar igual ao refinado
que você compra no mercado. É
um composto sólido, incolor,
cristalino e solúvel em água. Está
nesta forma quando comprado
puro. Lembre-se que ele está
ligado com água e outros nutrien-

17
 A frutose é muito usada nos
dias de hoje para adocicar sucos
de frutas de caixinha, na forma
livre ou ligada com a glicose. E já
conversarmos aqui o que é esse
dissacarídeo, não é? Puro açúcar!
A frutose não pode ser
metabolizada em outro lugar
senão o fígado, sem gasto
energético ou produção de insuli-
na. O que é importante você
saber é que quando a frutose é
ingerida, vai para o fígado, que é
o responsável por convertê-la em
glicose e glicogênio. A reserva
energética do seu cérebro.
Lembre-se desta parte, iremos
falar mais sobre isso, em outra
edição da Revista CONPRAFIP.
Então para que você não
pense que o consumo de frutose é
só alegria, preste atenção. Vários
estudos já confirmaram o
aumento de triglicerídeos no
sangue quando se compara a uma
dieta rica em carboidratos
simples e complexos e outros
açúcares. Mas espere um pouco,
segure seu suquinho de laranja
e veja isso. Como a maioria das
pessoas não controla a
quantidade de frutose
consumida, há o aumento de
produção de gordura, ao invés de
mais glicogênio para o seu
cérebro. A consequência disso é a
pior possível. Você terá níveis
elevados de lipídios na corrente
18
sanguínea, de Lipoproteínas de
Baixa Densidade e Lipoproteínas
de muito Baixa Densidade. Já
falamos aqui desse nome, lembra
o que é? Sim, o “maledito” LDL e
o VLDL, ou colesterol ruim. Não
sei se você entendeu a gravidade
da coisa. Significa que tudo o que
te disseram sobre consumir
carnes gordas, ovos e manteiga
poderiam aumentar seu
colesterol, não é bem assim. A
frutose que você consome , quase
diariamente, aumenta seu LDL.
19
 E antes que você vá
correndo fritar uma costela no
óleo de soja geneticamente
modificado, é preciso saber que a
frutose pura, em pó ou isolada
líquida, é extremamente nociva
ao seu fígado. E se seu fígado
padece, seu cérebro adoece e
sofre. Você adoece e sofre! Eu sei
que você vai ficar chocado com a
notícia, mas frutose é um veneno.
“Isso é um absurdo! Essa revista
só fala besteiras sem sentido.
Onde já se viu? Todo mundo sabe
que um suco de frutas naturais
tem antioxidantes, vitaminas e
minerais que são benéficos para a
saúde humana. Cadê o meu
isqueiro?”
Calma lá, termine de ler
esta matéria antes de imprimir a
Revista CONPRAFIP e levar pa-
ra o quintal da sua casa e queimá-
la na fogueira da santa
inquisição. É preciso esclarecer
alguns pontos. Frutose e açúcar
são venenos para o seu corpo,
sinto muito. Mas responda uma
questão simples: Você sabe
quando foi inventado o aparelho,
liquidificador? É graças a essa
invenção de Stephen Poplawski,
em 1922, que você hoje envenena
seu fígado de frutose coada.
A frutose é um veneno para
o seu corpo, mas como a natureza
não quer te sacanear ela envolveu
esse veneno com o antídoto, a
fibra. Ao ingerir uma fruta na ín-
tegra, ou in natura, estará
ingerindo o veneno, frutose,
junto com o antídoto, a fibra. As
fibras de uma fruta não deixam a
frutose ser absorvida de uma vez,
o processo é lento e gradual. Isso
permite que seu fígado possa
lidar com a frutose aos poucos e
em pequenas quantidades. Mas
ao contrário, quando você faz um
suco de laranja ou de maçã, por
exemplo, para completar um
copo de 300mL, você irá precisar
de 3 a 4 laranjas ou maçãs, certo?
O que seu fígado vai fazer com
tanta frutose de uma vez?
Transformá-la em LDL e elevar
as taxas de colesterol no “seu
lombo”! Não se esqueça que na
natureza não existe o tal aparelho
liquidificador. Então você pega 4
21
laranjas, coloca no espremedor,
ou 4 maçãs e tritura tudo no
liquidificador, coa ambos, joga as
fibras e alguns outros nutrientes
fora, e bebe junto com alguma
refeição, como almoço ou jantar e
fica satisfeito com o “bucho”
cheio. Sério?! Você separou o
veneno do antídoto e agora esse
mundaréu de frutose concentrada
irá sobrecarregar seu fígado. O
mesmo metaboliza a frutose
como metabolizaria o álcool,
aumentando as chances de
desenvolver Esteatose Hepática
Não-Alcóolica. E isso é resultado
direto do consumo frequente de
refrigerantes e de sucos, naturais
ou industrializados. Essa é uma
novidade com pouco mais de 20
anos de evidências científicas,
estudando os hábitos alimentares
do homem no mundo moderno.
Se não existia liquidificador,
nem espremedor de frutas, no
passado da humanidade, por que
a surpresa de que beber suco de
frutas faz mais mal do que bem?
O organismo humano não está
geneticamente adaptado a esse
tipo de agressão. Tudo isso,
açúcar refinado, frutose
concentrada, farinha refinada e
fast foods, é uma novidade que
seu corpo não entende. Os
índices de obesidade, doenças
crônicas não transmissíveis
(como a diabetes), pressão alta,
dentre outros, adquirem níveis
alarmantes por
22
todo o mundo, e no Brasil. Isso é
alguma novidade?
A frutose, como você pode
ver claramente no ciclo da página
56, gera a lipogênese, aumenta a
produção de lipídios, vulgo
gordura. E também participa da
patogenia de doenças do coração,
como a formação do colesterol
ruim. Tudo isso deve servir de
alerta para a população e os
profissionais da saúde, para o uso
controlado da frutose. Seja o suco
da fruta concentrado ou o suco
industrializado que ainda vem, de
brinde, cheio de diversos aditivos
químicos venenosos.
A maioria de nós gosta de
um suco gelado, direto da fruta.
Mas agora que você sabe o que
pode acarretar ao seu fígado
então, quando for fazer uma
refeição não beba nada. Não beba
água, sucos, refrigerantes, cerveja
ou qualquer outra bebida. Faça
sua refeição e coma uma fruta in
natura. Só isso. Seu corpo, sua
saúde, seu fígado e seu cérebro
agradecem.
 A OMS, desde a década
de 70, incentiva o uso de
plantas medicinais e sua
inclusão nos sistemas de saúde
dos países do mundo. É claro
que isso estimulou o aumento
de estudos e fortalecimento das
indústrias farmacêuticas. Mas
a maioria da matéria-prima
vegetal estudada e utilizada na
preparação de medicamentos
não vem do Brasil. Claro que
temos uma diversidade vegetal
abundante. Na verdade o que
falta é aumento o investimento
nos estudos científicos, para se
comprovar sua farmacologia.
Muito se tem falado em
divulgar os métodos utilizados
por cientistas e pesquisadores
para atestar a veracidade da
eficácia das plantas medicinais,
no combate e prevenção de
doenças. Na TV, na mídia em
geral e até o governo, participa
desta empreitada atualmente.
O que se alega é que o fomento
de tais pesquisas gera novos
produtos e renova os já
existentes, seja cosmético ou
farmacêutico. Mas e o que você
pensa sobre o assunto amigo
leitor? Será que o que você vê
sobre o assunto, de fato, amplia
24
seus conhecimentos, aumenta a
importância das nossas plantas
através de pesquisas de caráter
biotecnológico e promove seu
uso, na saúde pública? Ou o
que vemos é um maior
controle mundial feito pelas
indústrias farmacêuticas, que
ditam e subvertem as
informações mais relevantes,
em prol do lucro e mistificação
no uso de plantas e da
fitoterapia?
São os princípios ativos
que geram o grande interesse
nas plantas. Até aí nenhuma
novidade. Esses princípios são
chamados moléculas que se
chamam de fitofármacos.
Alguns fitofármacos são
extraídos diretamente de todo
o tipo de planta. São extraídos
e purificados. Como o trabalho
é realizado, em sua maioria,
por indústrias farmacêuticas, o
custo é elevado na obtenção do
fitofármaco. E quase todas as
indústrias farmacêuticas são de
fora do Brasil. Daí o preço...
Revista CONPRAFIP SETEMBRO, 2016 33
 Talvez você não saiba,
mas o medicamento pronto e
acabado que você compra na
farmácia, com nome de
fitoterápico, é um produto que
mistura os princípios ativos e
outras substâncias da própria
planta. Então o que a indústria
farmacêutica faz. Procura saber
o máximo possível sobre uma
planta e a trabalha em um
produto viável e aprovado por
Órgãos de vigilância, de cada
país, posteriormente afirmam
que o seu produto é seguro e
valido. O chá da sua avó perde
credibilidade nessa brincadeira
e é descaracterizado como
eficaz no combate e no
tratamento de doenças, apesar
do incentivo da OMS. É eu sei,
isso é uma droga. Literalmente!
Empresas como a Indian
Mirror Industry, abaixo, está
Localizada na Índia, ela se
esforça em manter sigilo
sobre essas e outras
informações.
Os motivos são óbvios,
claro, mas a que preço? Nos
dias de hoje as indústrias
em geral, qualquer que seja
o segmento, esforça-se para
otimizar e maximizar seus
lucros. Mesmo que isso
implique em “segurar” uma
“solução” para a população,
ao invés de disponibilizar a
mesma. Curas não são
lucrativas, tratamentos sim!
Peraí, você está real-
mente querendo me dizer
que não temos acesso livre
sobre as curas ou outras
soluções na área de saúde,
política ou na educação, por
exemplo? – Você pergunta.
Infelizmente, sim!
Parece até teoria da
conspiração, mas é reflexo
de nossa cultura capitalista.
 O lobby das indústrias
farmacêu-ticas na TV, mídia
em geral, sistemas de saúde e
nosso próprio governo tem “A cura de doenças não é
alcance maior que isso, muito lucrativa para a indústria
maior. farmacêutica!”
Na próxima edição da sua Richard J. Robert
Revista CONPRAFIP você irá
Nobel de Medicina - 1993
saber um pouco mais sobre os
bastidores que envolvem as
plantas medicinais, política,
muito dinheiro e influências
que acabam com as nossas
chances de cura natural e
acesso livre à informação. Não
deixe de ler.
 Imagine a seguinte cena:
você lá, sentado em seu sofá
confortavelmente, e vê uma
propaganda lhe dizendo que se
você quiser ficar mais saudável
deve consumir um suplemento
de vitaminas e minerais. Como
é o Luciano Huck e a Angélica
que aparecem falando do pro-
duto e eles são “famosos”, “tem
boa aparência” e “gosto deles”
então, deve ser um produto
bom. Você até cogita a pos-
sibilidade de ir comprar ou
quando estiver em uma farmá-
cia aproveitar e levar o seu.
O que você deve levar em
conta é que por mais que ambos
tenham interesse genuíno no seu
bem estar, o anunciante não tem.
Ninguém irá questionar se for
dito que o objetivo do anúncio for
a venda e, consequentemente, o
lucro. Mas se o produto vai ajudar
a melhorar a sua saúde que mal
tem não é verdade? E se lhe
disser que o produto não irá lhe
fazer bem? Que as indústrias
farmacêuticas têm seus objetivos
financeiros bem definidos e o
marketing da necessidade é ela-
borado para que você “pense” que
precisa de algo, que na verdade
não precisa? Você acreditaria?
Faça o seguinte, procure,
por mais doloroso que seja, ler
sobre artigos científicos que lhe
digam quais as melhores fontes
de vitaminas e minerais ao seu
alcance. Surpreenda-se com o que
a natureza lhe dá, com saúde. E
de graça!
29
Momento FitoNerd V ocê conhece alguém que não
Molécula Fitoativa: bebe café? E sabe o quê a
Cafeína substância Cafeína, de fórmula
química C8H10N4O2, faz com o
seu corpo? Só existe Cafeína no
cafezinho diário? Há outras fon-
tes? E o Quico?
Provavelmente você as-
be que existe Cafeína no chá mate,
chá verde, refrigerantes a base de
cola, principalmente, no chocolate
em pó que você usa para os seus
bolos e até no energético que você
toma com whisky nas baladas.
Mas não é somente aqui
que o consumo de café é fre-
quente. No mundo todo o consu-
mo da bebida é amplo, com al-
gumas exceções é claro. Mas você
sabia que a Metil-xantina, nome
oficial da molécula aí do lado é
reconhecidamente a droga mais
consumida no mundo?
 de Cafeína
é o mesmo que
um copo de café!!!

Sim, nós da Revista CONPRAFIP sabemos. Talvez você

saiba que a Cafeína é uma droga, mas é provável que você nunca
reparou que a mesma, isolada, é branca. Agora é o momento em
que você faz uma cara de “Nossa, vivendo e aprendendo!” e diz
para alguém do seu lado: “Você sabia que a Cafeína pura é da cor
branca?” É para isso que os momentos FitoNerds servem. Para
transformar vidas de ignorância em momentos marcantes de puro
conhecimento!
A Cafeína, como bebida, vem
sendo consumida por nossos ancestrais
desde o paleolítico. Duvida? Sinto muito,
mas é verdade. Beba café com moderação!

31
A Cafeína é componente de
várias outras plantas, mas tem
uma associação muito forte
com o café. Por isso você
estranha e pensa que a
substância deveria ter a cor do
grão, não é mesmo?
Muito usada como termogê-
nico, a substância acelera o
metabolismo, mas pode servir
como vasoconstritora, inibindo
a vasodilatação da dor de
cabeça ou enxaqueca.
“ Essa horta caseira é da Vanda Fernandes de Oliveira, de 62

anos. Ela mesma cuida da horta. Não usa agrotóxicos e tudo é

para consumo próprio. As imagens foram enviadas por sua filha
adotiva, Valdirene. Localizada em Jardim do Ingá –
Luziânia/GO. Observem aí.”
Valdirene Berredo – Valparaíso /GO
Envie uma foto ou imagem de você com as plantas. Pode ser
trabalhando, cultivando, colhendo, comendo, brincando,
enfim. Qualquer situação com as plantas medicinais que
queira compartilhar com os leitores. Sua imagem pode
aparecer na próxima edição da Revista CONPRAFIP.

E claro, não esqueça de enviar seu comentário com nome

completo e Estado, ok?
revista@conprafip.com.br
 “A minha
especialidade é a
Saúde!”
Médico do Centro de
Referência em Práticas In-
tegrativas em Saúde
(CERPIS), ligada à SES -
DF (Secretaria de Saúde
do Distrito Federal), desde
1989, o Dr Marcos é espe-
cialista em cuidar e trans-
mitir Saúde. Apaixonado ção futura como médico
pela natureza decidiu, ao voltado para o cuidado
cursar Medicina, em uma com a natureza e para a
disciplina de graduação Promoção da Saúde. As
chamada de Medicina e pessoas estranham um
Sociedade, deparou com o pouco quando perguntam
Relatório da Conferência a minha especialidade e
de Alma Ata. Naquele respondo: ─ “A minha
momento decidiu sua atu- especialidade é a Saúde”.
35
Dr. Marcos, de onde
veio a intenção de estu-
dar medicina? Essa foi
a sua primeira escolha
profissional? Como vo-
cê foi parar no CERPIS?
O que é o CERPIS?
A minha busca pelo estudo
da natureza me levou para
o curso de zootecnia. Estu-
dando anatomia comparada
dos animais domésticos
com à anatomia humana,
resolvi mudar para o curso
de medicina. Durante o
curso, no início da década
de 1980, busquei fora da
universidade (UnB, Univer-
sidade de Brasília) as medi-
cinas então ditas alterna-
tivas e encontrei, na síntese
desses estudos, a compre-
ensão que buscava da natu-
reza. Após minha formatu-
ra, em 1985, participei da 8ª
Conferência Nacional de
Saúde (1986), onde estabele-
cemos as bases para o SUS e
a inserção das medicinas al-
ternativas no sistema públi-
co de saúde.
Depois, passei um ano
e meio no oriente estudando
medicina chinesa, acupun-
tura, massagem e taichi-
chuan. Visitei alguns países
do oriente, como China, Ín-
dia, Tailândia, Japão, sem-
pre atento às formas tradi-
cionais de suas medicinas.
Quando voltei ao Bra-
sil, em 1988, , fui chamado
para atuar com acupuntura
no serviço público de saúde
e fiz concurso para a Secre-
taria de Saúde do Distrito
Federal (SES-DF), em 1989.
Desde então, trabalho nessa
Unidade de Saúde da SES-
DF, atualmente chamada de
36
Centro de Referência em
Práticas Integrativas em
Saúde (CERPIS), iniciada
em 1983 a partir de um can-
teiro de plantas medicinais.
O que é e qual é a atua-
ção do CERPIS?
O CERPIS é uma Unidade
Básica de Saúde inserida na
Estratégia Saúde da Família
da Atenção Primária à Saú-
de do DF, na cidade de Pla-
naltina. Suas ações estão
ATIVIDADES - CERPIS
voltadas para oferta, ensino
e pesquisa das Práticas In-
tegrativas em Saúde (PIS) e
matriciamento das Equipes
de Saúde da Família, com
foco na Promoção da Saúde
e na Educação Popular em
Saúde. O CERPIS realiza
anualmente 30 mil atendi-
mentos e mantém parcerias
com diversos setores do
SUS e com e com institui-
ções da comunidade.
37
As pessoas que frequen-
tam o CERPIS o fazem
para socializar ou inte-
ressadas no auxílio à
saúde através das Plan-
tas Medicinais?
O CERPIS tornou-se ao lon-
go dos anos em um ponto de
convivência. A população,
inicialmente atraída pelo
compartilhamento do uso
que fazem das plantas medi-
cinais, passou a frequentar,
também, os grupos de auto-
conhecimento e autocuidado
compartilhado oferecidos
pela equipe do CERPIS, com
técnicas como a automas-
sagem, o taichichuan, gru-
pos de psicologia, danças
circulares, entre outras, e
Oficinas de Saúde Integral e
de Promoção da Saúde com
diversos temas e em conso-
nância com as campanhas
da SES-DF, do Ministério da
Saúde, da Organização
Mundial da Saúde e outras
instituições como as Secre-
tarias de Educação e Meio
Ambiente. O CERPIS tam-
bém é porta de entrada do
SUS para tratamentos com
acupuntura, homeopatia, fi-
toterapia, medicina e tera-
pias antroposóficas, psicote-
rapia, reiki. Essa demanda
por atendimento individua-
lizado está sempre vinculada
aos grupos de autoconhe-
cimento que são realizados
no ambiente do CERPIS e
em outras unidades e às
equipes da Estratégia Saúde
da Família. O canteiro de
plantas medicinais, aos pou-
cos, se transformou em uma
Farmácia viva com distri-
buição de mudas para forma
38

ção de hortos medicinais e
cultivos domiciliares, distri-
buição de plantas in natu-
ra, chás medicinais e fitote-
rápicos manipulados em la-
boratório próprio.
É comum, em seu coti-
diano, ter transforma-
ções na saúde a partir
das atividades e reco-
mendações do CERPIS?
Trabalhamos para que
isso aconteça em cada um
dos participantes. Muda-
mos o foco do tratamento
da doença para o cultivo da
saúde. Todos são convi-
dados a participar ativa-
mente na transformação em
busca de uma melhor saú-
de. Trabalhamos com a in-
tegralidade do ser, consi-
derando o corpo material,
as suas emoções, a mente e
a espiritualidade. Buscamos
estabelecer um sentido na
vida e empoderar cada par-
ticipante a ser protagonista
da própria saúde frente aos
39
determinantes sociais e aos
fatores de risco.
Qual é a maior demanda
do CERPIS pelas pesso-
as que o frequentam?
Na maioria das vezes, a de-
manda inicial é por um pro-
blema com foco na doença.
Muitas dessas pessoas já
passaram por vários aten-
dimentos sem uma resolu-
ção satisfatória. São condi-
ções crônicas que advém de
maus hábitos de vida, de e-
ducação deficiente, de com-
dições sócio econômicas
desfavoráveis. Procuramos
fazer uma leitura ampliada
da queixa inicial, juntamen-
te com a pessoa, e oferecer
um acompanhamento com-
junto ao longo do tempo que
possa libertar a pessoa do
ciclo vicioso e opressor cujo
resultado é a manutenção de
sua condição crônica. Esse
acompanhamento se dá em
conjunto com o acompanha-
mento das equipes da estra-
tégica saúde da família.
40
Por que a Fitoterapia e o
uso de Plantas Medici-
nais é tão discriminado
por vários profissionais
da saúde? Por que a
maioria dos médicos é
tão reticente quanto às
suas práticas?
O uso de plantas medicinais
é milenar e faz parte do
processo evolutivo da huma-
nidade. Quando estamos
restritos ao foco reducio-
nista do modelo biomédico,
sem em absoluto desmere-
cê-lo, o uso das plantas pode
não significar muito, mesmo
considerando que a origem
da maioria dos medicamen-
tos vem do conhecimento
dos usos populares e tradi-
cionais das plantas medici-
nais. Quando ampliamos o
foco da nossa visão, vemos
que as plantas medicinais
estão presentes desde tempos
imemoriais em nossa alimen-
tação, nos condimentos que
usamos, nos banhos e com-
pressas, em rituais etc. O seu
uso se mistura com outros
procedimentos e determinam
várias condições e façanhas
da humanidade, como o pró-
prio descobrimento do Brasil
pelos portugueses em busca
das especiarias das Índias.
Recentemente foi descoberto
o uso de plantas medicinais
pelo estudo paleontológico
de cálculos nos dentes do
homem de Neandertal. Há
mais de 40 mil anos atrás!
Essas arestas entre o redu-
cionismo da ciência mecani-
cista e a visão ampliada trazi-
da pela ciência quântica e pe-
lo resgate de ciências tradi-
cionais, como é a Fitoterapia
41
em diversas culturas, tem-
dem a ser minimizadas e
proporcionam o resgate da
tradição e criação de novos
caminhos que fazem uso das
melhores evidências de um e
outro lado, sem preconceitos
e buscando a complemen-
tariedade.
Você consegue ver mu-
danças nesse aspecto a
caminho? Como é a sua
relação com os outros
profissionais médicos
no que tange a Fito?
Em Planaltina, por exemplo,
existem cem profissionais de
saúde prescrevendo os pro-
dutos da Farmácia Viva do
CERPIS. Isso foi conquis-
tado ao longo de 34 anos,
desde a implantação de um
canteiro de plantas medici-
nais, da participação popu-
lar e de evidências científi-
cas que vem sendo produzi-
das.
A Estratégia Saúde da
Família, como caminho para
uma abordagem mais am-
pliada e resolutiva da saúde
da população, sabe bem do
valor do uso da fitoterapia.
Os médicos de família e co-
munidade, juntamente com
a equipe de saúde da famí-
lia, têm especial interesse
nas práticas caseiras de ma-
nutenção da saúde e a fitote-
rapia é parte integrante
desses recursos domicilia-
res. Por outro lado, a ciência
farmacêutica, oriunda do
uso das plantas medicinais,
oferece estudos que orien-
tam os profissionais de saú-
42

a prescreverem a fitoterapia
com segurança e eficácia.
E a Fitoterapia? Ela po-
de fazer a diferença na
vida das pessoas? De
que forma?
Precisamos ter uma com-
preensão ampliada do reino
vegetal. São seres comple-
mentares aos animais e a
vida desses dois reinos está
intimamente interligada. O
uso terapêutico das plantas
medicinais vai muito além
do seu uso como remédio.
As plantas nos oferecem a
sombra, os diferentes tons
de verde, a preservação da
água e o arrefecimento do
do planeta, a madeira para
a moradia, o alimento, o
remédio, entre várias outras
funções. Ter plantas em ca-
sa e cuidar delas já traz to-
dos esses benefícios.

É seguro o uso de Fito-

terápicos ou de Plantas
Medicinais produzidas
em casa? O que a popu-
lação precisa saber e fa-
zer para o seu uso ser
seguro e eficaz?
As pessoas já fazem uso das
plantas com fins medicinais
milenarmente. O consumis-
mo do mundo atual tem
influído negativamente na
autodeterminação dos
povos e as particularidades
culturais de cada região têm
sofrido constantes ameaças.
O uso tradicional das Plan-
tas Medicinais e alimentí-
cias está inserido nesse con-
texto. Além disso, a popula-
ção enfrenta várias barrei-

44
ras de acesso ao sistema de terapia têm surgido no
saúde e busca tratamentos Brasil e no mundo, tanto
caseiros para os seus pro- em instituições privadas
blemas, muitas vezes com como públicas. O SUS tem
apresentado políticas e
o uso de plantas medici-
resoluções que estabele-
nais. Temos que melhorar
cem diretrizes para o seu
o acesso das pessoas ao
uso correto. Existe farta li-
sistema de saúde e treinar teratura sobre o assunto.
os diversos profissionais
para dar o suporte a essa
Você poderia indicar
demanda da população: de
algum conteúdo bib-
avalizar o uso das plantas
liográfico para os lei-
medicinais e o de corrigir,
tores da nossa Revista
quando necessário, o seu
CONPRAFIP?
emprego. Sempre sem per-
der a perspectiva de tam-
bém aprender com ela. ─ Manual de orientação
farmacêutica sobre prepa-
ração de remédios casei-
Onde, além do CERPIS,
ros com plantas medici-
as pessoas podem bus-
nais, dos professores
car informações confi-
Francisco de Abreu Matos
áveis acerca do uso de
e Mary Anne Medeiros
Plantas Medicinais?
Bandeira da Universidade
Federal do Ceará.
Diversos programas de fito
45
─ Dicionário de Plantas
Úteis do Brasil, de M. Pio
Correa
─ Memento Fitoterápico
Farmacopeia Brasileira, 1ª
edição, Agencia Nacional de
Vigilância Sanitária 2016,
ANVISA.

Que conselho pode dar

para as pessoas que
ainda pensam que a Fi-
toterapia é “efeito pla-
cebo”?
As plantas medicinais são
farmácias vivas, produtoras
de substâncias químicas
farmacologicamente ativas.
Se aproximem delas, sin-
tam os seus aromas, seus
sabores, suas texturas, ou-
çam as suas histórias. Vocês
vão se surpreender! O chei-
ro e as propriedades do óle

46
o de mirra, que Jesus Cristo
recebeu de presente, ainda
estão conosco. Não deixem
de conhecê-lo.

O CERPIS fica no St. Hos-

pitalar - Planaltina, Brasília
– DF, seu telefone para
contato é o (61) 3388-9678.
Se preferir pode
falar diretaemnte
com o Dr. Marcos.

47
Você come carne?

Q uantas vezes você co-

me carne por semana. 2 ve-
zes? 3 vezes? Ou quem sabe,
todos os dias? Você quer ter
saúde? E sabe realmente de
onde vem a sua carne e
como os animais são trata-
dos? E o que comer carne
tem com isso?
Em seu tempo livre
faça o seguinte, pesquise no
“Tio Google” as palavras:
“tratamento de animais para
abate”. É provável que
apareçam pouco mais de
500.000 resultados. Tá, e
daí? – você pergunta. “Só
quero meu bife ou minha
picanha bem passada no
churrasco. Existem órgãos
responsáveis pelo controle
de qualidade, oras!”
 Se você conhece ou já
conheceu algum agricultor
próximo de sua residência,
ou algum fazendeiro que
ganha a vida com gado deve
ter uma ideia do quão difícil é
atuar com estas atividades.
Criar animais para abate em
pastagens naturais em vez de
lugares insalubres, lotados de
animais e cheios de anti-
bióticos e hormônios, e por aí
vai, é muito caro e também
arriscado. Um criadouro (fa-
zenda) de animais para aba-
te, em geral, não tem recur-
sos para serem sustentáveis
pois encareceria a sua conta
quando fosse ao açougue.
Você já pensou em pro-
curar comprar a carne que
tanto gosta, com produtores
responsáveis ou talvez ambi-
entalmente corretos?
 Quando compra a carne congelada ou resfriada,
imediatamente após a “vaquinha” ser degolada, e ao chegar
em casa estar pronta para ser cozida, já se perguntou
quantas vezes essa “carne fresca” a caminho do
supermercado, e dentro dele, foi descongelada e
recongelada? Ou ainda, quanto tempo ela levou para ser
recongelada depois de descongelada?
A ideia aqui é de alerta. É importante que procure
se informar mais sobre de onde vem seus alimentos. Até
porque se ninguém pergunta, ninguém precisa responder.
A Revista CONPRAFIP recomenda que assista ao
filme: Temple Grandin. Relaxe, não é feio, mas emociona.
 O interessante é que você
já sabe que essa planta é
riquíssima em fibras. Conse-
quentemente aumenta a sacie-
dade e lhe permite comer me-
nor calorias. É um grande re-
forço no funcionamento e trân-
sito do seu intestino. Tem uma
boa proporção de antioxidantes
e minerais. De quem estamos
falando? Da couve, claro.

7
 A couve, ótima planta,
pode ser usada em saladas,
sucos e até caldos ou farofas. Por
causa de sua elevada quantidade
de fibras, acima de 3g por 100g
da couve manteiga, permite o
adequado funcionamento do
intestino e, assim, aumenta o
bolor fecal e libera a passagem
para a absorção de vitaminas e
minerais. Tal como o Cálcio, ela
conta com 130,9mg, é um baita
reforço por ser biodisponível.
Sugestão da Revista CONPRA-
FIP para você: pare de beber lei-
te. Seu Cálcio não é bem absor-
vido e ainda, em um processo
metabólico natural do seu corpo,
rouba as suas reservas do mine-
ral.
Os benefícios da couve não
param por aí. Tem vitaminas C,
B1, B2, B6, Ferro, Potássio, Co-
bre e outros importantes como
na tabela ao lado.
Que tal um suco verde com
couve, água de coco, hortelã e
abacaxi? Acredite fica muito
bom! 52
 Envie uma foto ou imagem de você com as plantas.
Pode ser trabalhando, cultivando, colhendo, comendo,
brincando, enfim. Qualquer situação com as plantas
medicinais que queira compartilhar com os leitores. Sua
imagem pode aparecer na próxima edição da Revista
CONPRAFIP.
E claro, não esqueça de enviar seu comentário com nome
completo e Estado, ok?
revista@conprafip.com.br
 Hoje o diabetes mel-
litus, aflige mais de 10% da
população brasileira, aci-
ma dos 30 anos de idade.
E pior, mais de 50%
desconhece que possui o
problema e, claro, não
fazem qualquer tratamen-
to.
O diabetes é uma
doença metabólica que é
reconhecidamente caracte-
rizada como hiperglicemia
em decorrência de uma
série de defeitos na secre-
ção ou ação, ou ainda se-
creção e ação, de insulina.
Hoje sabemos de dois
tipos. O diabetes tipo 1,
onde a pessoa diagnos-
ticada depende de insuli-
na. Isso se dá pois há uma
concentração muito eleva-
da de glicose no sangue.
No tipo 2 da doença, é o
inverso que ocorre. Não há
dependência de insulina
nesta doença endócrina.
56
 A doença reconheci-
damente sem cura, atual-
mente, e sem alternativas
no tratamento, antes da
descoberta da insulina, era
tratada na antiguidade
com dietas alimentares e
plantas medicinais.
Algumas plantas me-
dicinais podem ajudar não
somente a controlar o me-
tabolismo de carboidratos,
liberação de insulina, pre-
venção, restauração e fun-
ção das células pancreá-
ticas, mas também atuar
na captação e utilização da
glicose.
O uso de medicamentos
alopáticos têm efeitos com-
cretos contra os sintomas
da doença. Mas seu custo
elevado e efeitos colaterais
fazem com que pesquisado-
res do mundo todo bus-
quem alternativas.
E é exatamente as
plantas medicinais e suas
substâncias (Fitoativos)
que despertam o interesse
na redução dos níveis de
glicose sanguínea. Mesmo
com o avança da medicina
e suas tecnologias, de difícil
acesso e a altos custos diga-
se de passagem, a popula-
ção em geral busca alterna-
tivas.
Alternativas estas co-
mo suplementação à dieta
e diversas terapias alterna-
tivas, como a Fitoterapia.
57
 E não é porque temos,
como confirma a história da
humanidade, acesso a uma
vasta cultura rica e com
tradição no uso de plantas
medicinais que a população
se volta para o uso de
Fitoterápicos.
Mas a farmacoetno-
botânica é, principalmente
nestes tempos de doenças
metabólicas e nutricionais,
uma opção de baixo custo,
com excelentes resultados
e, talvez o mais importante,
tem respaldo científico em
experimentos pré-clínicos e
clínicos.
Apesar de a medicina tradi-
cional ser cara e, em parte,
exclusiva ainda há esperan-
ça. Argumento esse justifi-
cado porque o conhecimen-
to científico sobre as Plan-
tas Medicinais, e seus efei-
tos farmacológicos, permiti-
rá por toda uma vida, o uso
seguro e efetivo para paci-
entes que precisam e não
dispõem de recursos e aces-
so a medicina de ponta, e os
seus caríssimos medica-
mentos e tratamentos.
58
Sim, o diabetes é um pro-
blema mundial. No Brasil, o
SUS – Sistema Único de
Saúde, atende cada vez mais
pessoas com o problema. em
1998 foram 190 mil aten-
dimentos. Em 2004 chegou
a 5,86 milhões. Atualmente,
em 2017, já somos mais de
16 milhões de diabéticos.
Por ser um distúrbio endó-
crino onde o metabolismo
alterado da glicose, a defi-
ciência de insulina, ou capa-
cidade de funcionar adequa-
damente em tecidos, o dia-
betes causa desordens nos
substratos energéticos e al-
tera o funcionamento de di-
versos órgãos, como o sis-
tema nervoso e o sistema
cardiovascular.
59
É importante saber um De longe os Tipos 1 e 2 são os
pouco como funciona a do- mais comuns, no Brasil e no
ença para poder identificá- Mundo, em atendimentos e
la corretamente, evitá-la e importância clínica.
até tratá-la, com Plantas
Medicinais, por exemplo.
Há classificação atu-
almente, da doença, em 4
subtipos:
 Tipo 1
 Tipo 2
 Diabetes Gestacional
 Tipos Específicos
Diabetes Mellitus Tipo 1
É resultado da destru-
ição de células β-pancre-
áticas. Estas são diretamen-
te responsáveis por produzir
e liberar insulina.
Em geral esse proble-
ma, essa destruição, é autoi-
mune e diagnosticada ainda
na infância ou quando jo-
vem.
O pior é que quando se é
diagnosticado, o paciente já
tem em torno de 85% das
células β destruídas.
A necessidade diária de
insulina na vida destes pa-
cientes é uma constante.
Diabetes Mellitus Tipo 2
O paciente aqui não
depende de insulina pois as
células β-pancreáticas a libe-
ram de forma inadequada,
ou tem uma insensibilidade
à insulina pelos tecidos. A
obesidade tem papel pre-
ponderante neste caso.
O paciente apresenta perda
parcial na condição de utilizar
como fonte de energia, os
açúcares ingeridos, na forma de
alimentos. E açúcares não so-
mente doces e açúcar refinado
propriamente dito.
Consequência: sede, fome
excessiva, fraqueza muscular,
cansaço crônico, elevação da
glicemia sanguínea, eliminação
da glicose pela urina.
62
A condição do paciente
piora pois, sem condições de
usar a glicose disponível no
sangue pelos músculos e de
usar o tecido adiposo, a lipó-
lise (quebra das moléculas
de gordura estocada) fica
sensivelmente prejudicada.
Como as moléculas li-
pídicas livres não são utiliza-
das como fonte de energia,
isso prejudica o transporte
de glicose para os músculos,
inibindo a ação da insulina.
Ou seja, não há geração de
energia, não como deveria
ser gerada.

63
 Hiperglicemia e
Insulina
É claro que a resistência á
ação da insulina é só o co-
meço. No início da doença a
glicose no sangue é altamen-
te disponibilizada, acompa-
nhada da produção de insu-
lina para levar às células e
gerar a energia necessária.
Com o tempo a própria
glicose tem efeito tóxico. E é
aí que os problemas de ver-
dade começam. O organis-
mo desenvolve resistência à
ação da insulina. Isso por si
só já seria bem grave. Ima-
gine você ter o carro, o galão
de gasolina, mas quando
abastecesse o veículo ele re-
jeitasse a gasolina. Apesar
de ser o que precisa, mas
não reconhece mais.
Diversas células vasculares
sofrem danos devido a pas-
sagem da glicose não utiliza-
da, correndo em excesso.
Surgem complicações
crônicas, desencadeadas pe-
la ação do estresse oxidati-
vo. E como já explicado em
outra edição, resulta no da-
no de diversas células pela
perda de elétrons, desestabi-
lizando e prejudicando o
funcionamento de órgãos e
sistemas. No caso do diabe-
tes tem-se o início da temida
destruição de tecidos ou ne-
crose tecidual de membros
inferiores. Mas é até difícil
cuidar do problema pois o
paciente tem dificuldades de
controlar o índice glicêmico
de forma adequada.
64
 Nosso Ministério da
Saúde deveria se chamar
´”Ministério da Doença”
pois ao invés de orientar a
população, por todas as
mídias possíveis, como evi-
tar e “curar” a doença, ape-
nas reforça uma “política de
informação” para “tratar” e
manter sob controle, com o
uso permanente de medica-
mentos.
A Revista CONPRAFIP
não apoia esta premissa de
que o diabetes não tem cura.
Isso não se trata de opinião
de seu corpo editorial, mas
de pesquisas recentes, e
antigas, que atestam a possi-
bilidade real de reverter e
eliminar definitivamente o
problema da vida das pes-
soas. Na Série Manipulação
da Indústria Capitalista, a
Revista CONPRAFIP abor-
dou o problema em 3 edi-
ções anteriores.
Mas qual é o papel da
insulina nisto tudo? Como
se sabe, a mesma, é um hor-
mônio que tem papel funda-
mental na captação de glico-
se pelos tecidos adiposo e
muscular. Como? Conver-
tendo a glicose em glicogê-
nio para o fígado estocar e
alimentar o cérebro, ou em
gordura para estocar, em
casos de necessidade ener-
gética. Para dar o resumo da
ópera, tenha em mente o
seguinte: se a produção, re-
conhecimento e ação da
insulina forem deficientes,
inadequado ou inativo, as
células do seu corpo não
conseguirão receber as mo-
léculas de glicose para serem
transformadas em energia.
65
 Mas como é possível
tratar a doença sem medica-
mentos? Sem a velha e tra-
dicional Metformina, dentre
outros alopáticos?
Sim, é possível. É claro
que se você já foi diagnosti-
cado como diabético, e faz
uso de medicamentos, não
deve simplesmente abando-
nar os mesmos, sem orienta-
ção. Entenda que o controle
da alimentação é determi-
nante para solucionar o pro-
blema. Perceba que, se a do-
ença tem causa originada
por má alimentação, nada
mais apropriado que corrigi-
la para recuperar a condição
anterior à doença. Se a
diabetes tem origem nutri-
cional, sua solução também
passa pelos alimentos, não
remédios.

66
 Lançar mão de medi-
camentos, como a Metfor-
mina, é útil sim já que o
corpo não consegue com-
trolar os níveis glicêmicos
com a dieta atual do paci-
ente e exercícios. Então, o
que fazer? Oras, mudar a
dieta, os exercícios e ade-
quá-los a condição e neces-
sidade individuais de cada
paciente.
A alimentação é o
“fator” neste caso, em vá-
rios outros também, para
controlar a doença. Mas o
objetivo é acabar com ela,
não mantê-la sob controle.
É claro que é preciso fazer
uma coisa de cada vez.
Consumir de forma mode-
rada os carboidratos é uma
boa opção. Principalmente
se vier acompanhada da
fibra hidrossolúvel.
As fibras hidrossolú-
veis reduzem a absorção da
glicose e retardam o esvazi-
amento gástrico. Também
dá uma forcinha na redução
dos níveis de triglicerídeos e
LDL (Colesterol ruim).
Pense um pouco, por
que será que as frutas in
natura, e diversos outros
vegetais e legumes, devem
ser consumidos crus? Sem
cozimentos, frituras ou pro-
cessamentos? O que é me-
lhor, beber suco de frutas
feito na hora ou comer a
fruta? Em outra edição da
Revista CONPRAFIP, o te-
ma já foi abordado e a res-
posta é, a fruta in natura. As
fibras ajudam à absorção
lenta da glicose. Simples as-
sim!
Matéria completa na Ed. da
Revista FitoSaúde nº 5/jun.
.
67
 Não, o gengibre não é
uma raiz, sinto muito acabar
com sua infância. O gengi-
bre é um tipo de rizoma ou
tubérculo, como a batata.
Sim, o gengibre é me-
dicinal, usado há mais de
3000 mil anos na Ásia. Tem
vitamina B6, cobre, magné-
sio e potássio.

68
Um chá de gengibre pode ser
benéfico para diversos ma-
les, como a gripe. E que tal
colocar uma colher de chá do
gengibre ralado em todas as
suas refeições? Com isso vo-
cê irá aumentar a temperatu-
ra do corpo e acelera o seu
metabolismo.
Resultado? Você quei-
ma gordura corporal.
O gengibre desintoxica,
é anti-inflamatório, é antis-
séptico, é descongestionante
quando a gripe te pega de
jeito, entre várias outras atri-
buições.
Mas tenha cautela, por
favor. Não use demais. O
gengibre pode ser ruim para
hipertensos e para quem tem
úlcera ou gastrite. Sua aci-
dez pode fazer mal para esse
público.
 Quando você for com-
prar o gengibre, escolha os
com a casca o mais lisa pos-
sível. Isso indica que ele é
menos fibroso. Pedaços com
muitas rugas e pontas mofa-
das, descarte (lógico).
O gengibre tende a ficar
mais ardido a medida que vai
ficando mais velho, se prefe-
rir consuma logo, ou espere
“envelhecer”. Aproveite para
guardá-lo, enrolado em um
guardanapo ou papel toalha,
na parte mais baixa possível
da sua geladeira, nunca use
saquinhos plásticos. Assim
ele dura muito mais e man-
tém suas propriedades nutri-
cionais e medicinais.
Veja algumas receitas
fáceis, na próxima página. E,
um detalhe, faça as receitas!

70
 Bem, com tudo o que
já foi apresentado sobre o
gengibre você pode querer
saber, além de suas pro-
priedades, como usá-lo e
consumi-lo, não é?
O gengibre pode ser
bom para aliviar náuseas e
enjoos, descongestiona em
gripes, desintoxica, antis-
séptico, anti-inflamatório,
retarda o crescimento de
tumores no intestino, é ter-
mogênico, reduz dores
musculares relacionadas a
prática de exercícios físicos,
ou seja, menos dores e in-
flamações pós-treino.
Como é antioxidante,
previne o envelhecimento
precoce da pele. É afrodisí-
aco e combate o cansaço.

71

Suco Verde
com Gengibre
2 folhas de couve pequenas
10 folhas de hortelã
1 abacaxi pequeno cortado,
sem o miolo, em pedaços
400 mL de água de coco ou
água gelada
3 rodelas de gengibre
Bata tudo no liquidificador
e sirva gelado. É excelente
e rende duas porções.
Chá de Gengibre
1 colher de chá de gengibre
ralado;
1 colher de sobremesa de pó
de guaraná;
½ colher de sobremesa de
canela em pó.
200 mL de água fervida.
Coloque tudo, o gengibre, o
guaraná e a canela, na água
fervida e espere por 5 minu-
tos. Coe e beba. Adoce com
mel se quiser, nunca com
açúcar.
Esse chá pode ser bebi-
do antes da atividade física e
logo após. É termogênico,
energético e vai te ajudar
com certeza a acelerar o me-
tabolismo e queimar gorduri-
nhas.
72
Legumes ou carne?
Se você tem uma ali-
mentação saudável nada do
que ler aqui será novidade,
mas se “acha” que tem uma,
vai estranhar e entender
que, talvez, não seja tão
saudável como pensava.
A alimentação saudá-
vel ou natural nada mais é
que uma alimentação que se
refere aos ingredientes sem
aditivos químicos, sem co-
rantes artificiais, sem des-
perdícios e sem carne.
Os brasileiros têm uma
predileção muito grande por
fazer refeições que incluam
alguma proteína, ou carne
mesmo. Isso é uma herança
antiga nos hábitos do povo.
 Elaborar um prato Ao se valorizar os legu-
com ingredientes ricos em mes no almoço, por exemplo,
sabores, formatos diferen- devem e podem ser o desta-
tes, texturas e cores cha- que, não a carne. Que tal uma
mativas, além de aromas salada com diversos ingre-
sedutores, sem carne, não dientes naturais e algumas
é uma tarefa fácil. castanhas, onde o frango des-
Não iremos fazer fiado pode fazer parte, sem
aqui apologia ao vegetari- ser o mais importante?
anismo ou veganismo,
nem reprovar quem come
ou não carne. A ideia é
evidenciar a importância
das frutas, verduras e legu-
mes em sua alimentação
diária, tão esquecidos.
 Como nosso país é rico e diverso em frutas e legumes,
então por que não aproveitar melhor essas maravilhas, sem
se empanturrar de pão, bolo, macarrão ou biscoitos? Por
que não aproveitar estes ingredientes e substituir os
industrializados e fast-foods da vida por eles? Sua saúde e
longevidade agradecem.
Em alguns países, e aqui é muito recente, o termo
farm to table (da fazenda para a mesa). A ideia é reduzir ou
eliminar os intermediários e o processamento de alimentos
para que cheguem ao seu prato ainda frescos e mantendo
suas propriedades nutricionais, ao máximo.
Que tal começar a cultivar uma pequena horta no
quintal de casa? Se mora em apartamentos que tal alguns
vasinhos para isso? Não há necessidade de complicações.
Você pode cultivar vegetais e frutas da época, comprar em
feiras de orgânicos o que faltar. Inclua em todas as suas
refeições diárias alguma fruta, legume ou verdura. E se
quiser continue com suas fontes proteícas.
Isso, por si só, irá mudar sua saúde, seu peso e sua
vida.

75
 “Se você quiser ser FitoSaudável,
reduzir o peso e não viver doente,
obrigatoriamente terá que eliminar
o açúcar refinado, o leite e a farinha. Ponto
final. Não argumente com sua saúde!”
Magolito Químico
Químico, Educador Físico e Teólogo

“Apenas os idiotas pensam que a alquimia

é o conhecimento de como obter ouro.
O objetivo da alquimia é procurar
descobrir novos remédios.”
Paracelsus – Séc. XVI

“Pare de focar em ser magro...

Comece a focar em ser saudável.”
Frase do Instagram

“Aquele que não tem tempo para cuidar da

saúde vai ter que arrumar tempo
para cuidar da doença.“
Dr. Lair Ribeiro
Médico Cardiologista e Nutrólogo
 “Saúde é algo sério e urgente!
Todos sabem disso. Mas a maioria quer ter
saúde sem abandonar os maus hábitos.
Ou elas não sabem o quê e como fazer
ou é safadeza mesmo!”
Magolito Químico
Químico, Educador Físico e Teólogo

“O que define a sua saúde é a forma com

que alimenta sua mente e corpo.
Coisas boas? Coisas não tão boas?
É a sua medida!”
Anônimo

“Alimente sua mente com pensamentos

saudáveis para que seu corpo
possa refletir saúde.”
Anônimo - Facebook

“Tuas forças naturais, as que estão dentro de

ti, serão as que curarão suas doenças.”
Hipócrates – Pai da Medicina
460 – 370 a.C.
 As Melhores
Receitas FitoSaudáveis

MUFFINS DE NOZES
COM CREME DE COCO
Massa:
- 2 col (sopa) cheias de farinha de
coco ou amêndoas
- 6 nozes picadas
- 3 ovos inteiros
- Canela à gosto
- 1 col (sopa) Óleo de coco
- 1 col (sopa) de mel ou Stevia
- 1 col (chá) fermento em pó
Modo de preparo: misture
todos os ingredientes, deixando
somente o fermento por último.
Coloque em forminhas untadas
com óleo de coco e farinha de
coco, leve ao forno por 10 min a
180º ou até crescer.
Foto da Receita Muffins de Nozes com Creme de Coco
Recheios e/ou cobertura do
creme de coco:
- 3 col (sopa) de coco ralado
(sem áçucar)
- 2 col (sopa) mel
- 1 col (sopa) creme de leite
vegetal
- ½ xic (chá) leite de coco
Modo de preparo: Misture
todos os ingredientes até obter
um creme homogêneo. Quando
os bolinhos estiverem prontos
sirva como preferir, recheado
e/ou com cobertura.
Fazendo o creme de leite
vegetal:
Excelente substituto do creme
de leite, podendo ser utilizado
em receitas salgadas e doces. Se-
pare uma 1 xic (chá) de linhaça
dourada para 5 xic (chá) de
água filtrada, deixe repousar
por no mínimo 8h e no máximo
24h. Após a hidratação da se-
mente, bata no liquidificador
com um pouco de água para
facilitar misturar por completo,
caso seja necessário. Após
bater, coe com um pano para
ficar um creme lisinho. Em
seguida bata no liquidificador 1
xic (chá) de castanha de caju
hidratada em água por 8h, com
um pouco de água, somente
para facilitar a formação de um
creme. Após bater as cas-
tanhas, adicione 1/3 do creme
de linhaça e bata até obter um
creme homogêneo. O restante
do creme de linhaça pode ser
usado em molhos brancos ou
onde sua imaginação quiser.
 Foto da Receita Torta Doce

TORTA DOCE Recheios: Fazendo o leite de inhame:

Massa: - 3 Bananas congeladas

- 1 xic (chá) Tâmaras (deixar de - 2 col (sopa) Alfarroba (pode

molho em água quente por duas
horas)
- 1 xic (chá) Castanha de caju crua
- 1 xic (chá) Amêndoas
- 3 col (sopa) Óleo de coco
- Fava de baunilha (à gosto)
- ½ xic (chá) Coco ralado fresco
(deixar um pouco para enfeitar a
torta no final)
Modo de preparo: coloque
todos os ingredientes no proces-
sador e bata até obter uma fari-
nha com granulado, coloque na
forma apertando com os dedos
até cobrir todo o fundo da forma.
Não vai ao forno.
acrescentar mais)
- 1 Abacate maduro
- 2 Limões
- ½ xic (chá) Leite de inhame ou
qualquer outro leite vegetal (se
quiser)
Modo de preparo: Bata a
banana e a alfarroba no
liquidificador (1º recheio), bata
o abacate, o limão e o leite (2º
recheio).
Calda:
- 4 col (sopa) açúcar de coco
- Frutas vermelhas
Coloque tudo na panela e deixe
ferver até formar uma calda.
Deixe o inhame de molho por
uma noite. Logo pela manhã
misture no liquidificador com
água o suficiente para cobrir o
inhame, depois é só coar.
Montagem: Na metade da
forma coloque o 1º recheio e na
outra metade coloque o 2º
recheio. Cubra com a calda.
Sirva gelado com um chá de
camomila, por exemplo.
PANQUECA DE BANANA Foto da Receita Panqueca de Banana
Ingredientes:
- 1 banana madura amassada
- 3 ovos
- 2 col (sopa) de farinha de aveia
- 1 col (chá) de semente de chia
(hidratada)
- 1 col (chá) de semente de linha-
ça (hidratada)
- 1 col (chá) de coco ralado
- 1 col (chá) cacau em pó
- Mel à gosto
Modo de preparo: misture
todos os ingredientes ou bata no
liquidificador até obter uma
massa homogênea. Unte a frigi-
deira com manteiga e vá colocan-
do uma concha por vez, para
obter o tamanho desejado da
panqueca. Sirva logo em seguida
com fios de mel por cima e chá de
capim cidreira.

CREME DE BRÓCOLIS
COM COGUMELOS PARIS
Ingredientes:
- 1 bandeja de cogumelos paris
- 1 brócolis médio
- 15 vagens
- 2 cebolas brancas picadas
- 1 pitada de sal rosa
- 1 pitada de açafrão da terra
- 2 col (sopa) manteiga ghee ou
óleo de coco
- 1 fio de azeite de oliva
- 1 talo de alecrim
Modo de preparo: cozinhe o
brócolis e a vagem na água.
Reserve os legumes e a água do
cozimento. Refogue a cebola até
dourar. Bata no liquidificador os
legumes, água do cozimento, a ce-
bola, sal e o açafrão até obter uma
mistura homogênea.
Na panela, derreta a manteiga
acrescente os cogumelos pica-
dos e adicione sal à gosto.
Deixe refogar por 3 min e
adicione o creme batido, deixe
ferver. Sirva o creme quente e
adicione o alecrim à gosto.
Modo de preparo: Doure o alho
em uma panela com o azeite,
CROQUETE DE QUINOA
acrescente a ervilha e reserve.
Ingredientes:
Em uma vasilha amasse a man-
- 1 xic (chá) de quinoa cozida
dioquinha cozida, junte com a
- 2 mandioquinhas cozidas quinoa, o refogado, a salsinha,
- ½ xic (chá) de ervilhas os temperos, pimentas e o sal.
- 1 col (sopa) de azeite Amasse até obter uma massa
- 2 dentes de alho homogênea. Com as mãos, mo-
dele os croquetes. Leve ao
- 1 col (chá) de pimenta síria
forno por 15 min ou até dourar.
- 1 col (chá) de pimenta caiena
Sirva em seguida.

PÃO DE QUEIJO VIVO
COM CHIA
Ingredientes:
- 2 col (sopa) de creme do
queijo vivo.
- 1 xic (chá) de polvilho doce
- ½ xic (chá) de polvilho azedo
- ½ xic (chá) de queijo vivo
- 1/3 xic (chá) de óleo de coco
- 1 col (sopa) de chia
- Sal à gosto
Modo de preparo: Misture
os ingredientes secos (polvi-
lho, sal e chia). Depois acres-
cente o restante dos ingredien-
tes e misture tudo com o auxí-
lio de uma colher até que possa
usar as mãos. Amasse até obter
Foto da Receita Pão de Queijo Vivo com Chia
uma massa homogênea. Molde
bolinhas com as mãos ou com 2
colheres e coloque em uma
assadeira (não é necessário un-
tar). Leve ao forno baixo por
20 minutos ou até dourar.
Preparo do creme: misture
o queijo vivo com um pouco do
próprio soro e tempere.
BOLO DE BANANA SEM
GLÚTEN
Ingredientes:
- 5 ovos inteiros
- ½ xic (chá) de açúcar mas-
cavo ou mel
- 2 col (sopa) de manteiga
- 2 col (sopa) de leite de coco
- 3 bananas maduras
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