Você está na página 1de 4

Havia uma história na pequena comunidade onde eu morava, quando não

tínhamos nos mudado para Arkham ainda. A história contava sobre um


pequeno Menino sem Nome.

Desde pequeno, quando ele havia aprendido a falar, seu avô o contava que
em alguma noite, onde a lua estivesse minguante, ele o contaria um segredo de
família. O menino, bobo demais, sempre ansiava o momento para que esse dia
chegasse logo.

Quando ele completou seus 10 anos de idade, seu avô finalmente disse que o
mostraria o segredo, mas seria somente no dia seguinte. O garoto foi o mais
rápido possível para sua cama, para que a noite passasse logo. E só depois de
muito tempo que ele adormeceu.

Em seu sonho o garoto acordou e se viu caminhando junto de seu avô para
o bosque ao lado. O menino segurava a sua mão e o perguntava sempre:

- “Já estamos chegando?”

O seu avô, calmamente o respondia:

- “Você verá.”

E eles caminharam por horas por aquela floresta, virando e descendo e


subindo e voltando. Foi só então, quando eles viram uma luz vermelha brilhar
no horizonte que seu avô o confirmou:

- “Chegamos.”

O garoto estava em êxtase, ele saiu correndo em direção à luz enquanto


escutava um grave som de pesar de cascos e gritos de veados e cervos ao redor.
A cada passo o som aumentava e a luz brilhava. Quando ele chegou na luz, os
sons cessaram e a coisa que emanava aquele brilho foi revelada.

Era nada mais e nada menos que um grande ovo.

A sua casca era negra e gosmenta e de um pequeno buraco jorrava sangue da


coisa que estava lá dento.

O seu avô segurou o garoto pela mão e o perguntou:

- “Não é lindo?”

O menino olhou para seu avô e percebeu que seus olhos eram vazios e suas
orelhas eram mais pontudas que o normal.

- “Tudo que você precisa fazer é beber do sangue. Só dessa forma você será
salvo.” – O avô falou.

O garoto se aproximou da pequena fonte de tinta vermelha e bebeu. Logo


que ingeriu, ele sentiu como se bebesse um som, uma linda canção confortável,
um abraço nunca antes dado, uma verdade nunca antes contada.

“Quando as estrelas se alinharem perante a teia do destino, Ele nascerá


novamente... Ele está voltando.” – O menino disse.

Enquanto o garoto falava, os sons dos animais berrantes podiam ser


escutados novamente, celebrando e jubilando a prometida volta de seu
salvador.
Foi somente após essa cena terrível que o menino despertou e percebeu que
era tudo uma ilusão de sua cabeça.

Seu peito estava dolorido e sua cabeça doía. Ele gritou quando acordou,
tanto que seu avô - quase surdo – veio até seu socorro. O garoto o abraçou e
após alguns minutos chorando e tentando explicar o que aconteceu, o avô do
menino o pediu para voltar a dormir e disse que conversariam sobre aquilo
mais tarde, quando estivesse de manhã. O menino se acalmou e voltou a
deitar após seu avô o abraçar uma última vez e ir em direção à porta.

Mas foi aí que ele viu algo estranho.

Seu avô estava descalço, e no lugar dos seus pés, haviam terríveis cascos de
bode.

O menino viu aquilo e depois do seu avô ir embora, ele correu até o
banheiro para lavar o seu rosto e ver se aquilo era realmente verdade. Quando
olhou o espelho, percebeu que algo estava brilhando em seu peito. Ele tirou
seu pijama e quando viu que havia um triangulo marcado dentro de seu corpo,
gritou tanto que seu cérebro parou por alguns segundos e acabou
desmaiando...

No dia seguinte, ninguém nunca mais viu o avô do garoto, alguns dizem que
ele fugiu para a floresta, mas outros dizem que ele ainda anda por aí, se
disfarçando de parentes de suas vítimas escolhidas. Ele foi chamado de
Skinwalker pela semelhança com uma lenda de uma bruxa de mesmo nome,
que se disfarçava.

Pouco se sabe sobre a criança, tudo que contam é o que ela mesmo disse no
dia em que foi encontrada em uma casa longe da casa de seus pais e que agora
voltou para o seu lar.
Essa história foi contada pelo meu avô. Um pouco antes dele sair de casa
para visitar um amigo e ser encontrado morto naquela mesma floresta que ele
tanto falava sobre.

E se, talvez......

Você também pode gostar