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A FALTA DE PODER NO SERVIÇO CRISTÃO

Lucas 9.18-45
18
Certa vez Jesus estava orando em particular, e com ele estavam os seus
discípulos; então lhes perguntou: "Quem as multidões dizem que eu sou?" 19
Eles responderam: "Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; e, ainda
outros, que és um dos profetas do passado que ressuscitou".
20
"E vocês, o que dizem?", perguntou. "Quem vocês dizem que eu sou?" Pedro
respondeu: "O Cristo de Deus". 21 Jesus os advertiu severamente que não
contassem isso a ninguém. 22 E disse: "É necessário que o Filho do homem sofra
muitas coisas e seja rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos
sacerdotes e pelos mestres da lei, seja morto e ressuscite no terceiro dia".
23
Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si
mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. 24 Pois quem quiser salvar a
sua vida, a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, este a
salvará. 25 Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se ou
destruir a si mesmo?
26
Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, o Filho do homem
se envergonhará dele, quando vier em sua glória e na glória do Pai e dos santos
anjos. 27 Garanto-lhes que alguns que aqui se acham de modo nenhum
experimentarão a morte antes de verem o Reino de Deus".
28
Aproximadamente oito dias depois de dizer essas coisas, Jesus tomou consigo
a Pedro, João e Tiago e subiu a um monte para orar. 29 Enquanto orava, a
aparência de seu rosto se transformou, e suas roupas ficaram alvas e
resplandecentes como o brilho de um relâmpago. 30 Surgiram dois homens que
começaram a conversar com Jesus. Eram Moisés e Elias. 31 Apareceram em
glorioso esplendor, e falavam sobre a partida de Jesus, que estava para se
cumprir em Jerusalém.
32
Pedro e os seus companheiros estavam dominados pelo sono; acordando
subitamente, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. 33
Quando estes iam se retirando, Pedro disse a Jesus: "Mestre, é bom estarmos
aqui. Façamos três tendas: uma para ti, uma para Moisés e uma para Elias".
(Ele não sabia o que estava dizendo.)
34
Enquanto ele estava falando, uma nuvem apareceu e os envolveu, e eles
ficaram com medo ao entrarem na nuvem. 35 Dela saiu uma voz que dizia: "Este
é o meu Filho, o Escolhido; ouçam-no!" 36 Tendo-se ouvido a voz, Jesus ficou

1
só. Os discípulos guardaram isto somente para si; naqueles dias, não contaram
a ninguém o que tinham visto.
37
No dia seguinte, quando desceram do monte, uma grande multidão veio ao
encontro dele. 38 Um homem da multidão bradou: "Mestre, rogo-te que dês
atenção ao meu filho, pois é o único que tenho. 39 Um espírito o domina; de
repente ele grita, lança-o em convulsões e o faz espumar; quase nunca o
abandona, e o está destruindo. 40 Roguei aos teus discípulos que o
expulsassem, mas eles não conseguiram".
41
Respondeu Jesus: "Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com
vocês e terei que suportá-los? Traga-me aqui o seu filho". 42 Quando o menino
vinha vindo, o demônio o lançou por terra, em convulsão. Mas Jesus
repreendeu o espírito imundo, curou o menino e o entregou de volta a seu pai.
43
E todos ficaram atônitos ante a grandeza de Deus. Estando todos
maravilhados com tudo o que Jesus fazia, ele disse aos seus discípulos: 44
"Ouçam atentamente o que vou lhes dizer: O Filho do homem será traído e
entregue nas mãos dos homens". 45 Mas eles não entendiam o que isso
significava; era-lhes encoberto, para que não o entendessem. E tinham receio
de perguntar-lhe a respeito dessa palavra.
Introdução
 Os ensinamentos mais contundentes de Jesus aos discípulos aconteceram
depois da chamada “confissão de Pedro”, quando eles começaram a
compreender sua identidade divina.
 Mesmo assim, vemos que não alcançaram maior compreensão dessas
verdades até que o Senhor “lhes abriu o entendimento para que pudessem
compreender as Escrituras”. (Lucas 24.45)
 A necessidade de termos este entendimento ou revelação é um tema
frequente nas orações de Paulo pelos discípulos em muitas de suas cartas,
como em Efésios 1.17-23:
17
Peço que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o glorioso Pai, lhes dê espírito
de sabedoria e de revelação, no pleno conhecimento dele. 18 Oro também para
que os olhos do coração de vocês sejam iluminados, a fim de que vocês
conheçam a esperança para a qual ele os chamou, as riquezas da gloriosa
herança dele nos santos 19 e a incomparável grandeza do seu poder para
conosco, os que cremos, conforme a atuação da sua poderosa força.
20
Esse poder ele exerceu em Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o
assentar-se à sua direita, nas regiões celestiais, 21 muito acima de todo governo

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e autoridade, poder e domínio, e de todo nome que se possa mencionar, não
apenas nesta era, mas também na que há de vir. 22 Deus colocou todas as
coisas debaixo de seus pés e o designou cabeça de todas as coisas para a
igreja, 23 que é o seu corpo, a plenitude daquele que enche todas as coisas, em
toda e qualquer circunstância.
 A sequência da transfiguração e depois a cura do jovem possesso, nos
ensina claramente a relação entre o culto e o serviço. Um é incompleto ou
vazio sem o outro. Em termos práticos, o serviço sucede ao culto na maior
parte do tempo.
 Apenas permanecer no “monte do êxtase”, sem tentar fazer algo para
melhorar a vida dos outros no vale, ou tentar fazer isso como algo
desvinculado do culto ao Senhor, resulta na falta de poder e em “sacrifício
de tolos” (Eclesiastes 5.1):
“Quando você for ao santuário de Deus, seja reverente. Quem se aproxima para
ouvir é melhor do que os tolos que oferecem sacrifício sem saber que estão
agindo mal”.
 A experiência dos discípulos nos apresenta um sonoro alerta acerca das
ocasiões ou condições em que a falta de poder nos domina:
I. QUANDO BUSCAMOS A AJUDA DOS HOMENS E NÃO A DE CRISTO.
(v. 40)
40
Roguei aos teus discípulos que o expulsassem, mas eles não conseguiram.
A. O pai rogou aos discípulos, os quais não puderam fazer nada.
Certamente, na hora do desespero, ele pediu ajuda àqueles que
estavam mais próximos de Jesus, e é isso mesmo que as pessoas
fazem.
1. Não significa que não podemos recorrer aos irmãos,
compartilhando nossas dores e necessidades. O problema é quando
pensamos que os homens têm a solução para os nossos problemas.
2. A solução está em Deus, sendo que a Igreja é apenas um
instrumento, um canal pelo qual Deus pode abençoar. Portanto, o
problema não está em pedir ajuda, mas em não buscar a face de
Deus, em não se entregar a Ele de todo o seu coração.
3. A hora da crise e da dor pode trazer-nos uma grande bênção:
aproximar-nos de Deus. Devemos aprender a lição e confiar
somente em Deus. Só Ele pode nos abençoar, só Ele tem a solução
para os nossos problemas.

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B. Infelizmente demonstramos que esta lição não tem sido aprendida
quando trazemos nossa necessidade para a célula e não ao Senhor
que está nela.
1. A edificação acontece quando a cabeça, Cristo, começa a ministrar
ao seu corpo por meio de outros membros do corpo. Cristo ministra
a mim por meio de outros membros do corpo e ministra através de
mim a outros membros do corpo.
2. Cada vez que a célula está reunida o que deve ocorrer
efetivamente é um encontro, não uma reunião. Este é o tempo no
qual os membros da célula individualmente e como grupo se
encontram com a PRESENÇA do Cristo vivo, o PODER edificador
de Cristo, o PROPÓSITO redentor de Cristo.
3. É a presença de Cristo em nosso meio que permite a edificação.
Nós nos encontramos com o propósito de receber a obra de seu
poder nas nossas vidas, uma obra que não podemos fazer para nós
mesmos nem para os outros.
4. Nós nos encontramos para nos posicionarmos de tal maneira que
ele seja capaz de nos edificar por meio do serviço que prestamos
uns aos outros.
C. Dependemos totalmente do Espírito de Deus ao tentarmos cumprir a
missão do nosso Rei (Zacarias 4.6): "Esta é a palavra do Senhor para
Zorobabel: 'Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito',
diz o Senhor dos Exércitos”.
D. Se Jesus reconheceu a unção do Espírito (Lucas 4.18-19) ao iniciar seu
ministério terreno, quanto mais nós precisamos andar no Espírito! "O
Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me ungiu para pregar
boas novas aos pobres. Ele me enviou para proclamar liberdade aos
presos e recuperação da vista aos cegos, para libertar os oprimidos e
proclamar o ano da graça do Senhor".
1. Estamos pedindo ao Espírito de Deus que nos mostre o que o Pai
está fazendo e dizendo, porque não podemos fazer nada por nós
mesmos?
João 15.19-20
Se vocês pertencessem ao mundo, ele os amaria como se fossem dele. Todavia,
vocês não são do mundo, mas eu os escolhi, tirando-os do mundo; por isso o
mundo os odeia. Lembrem-se das palavras que eu lhes disse: Nenhum escravo

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é maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também perseguirão vocês.
Se obedeceram à minha palavra, também obedecerão à de vocês.
João 15.5
"Eu sou a videira; vocês são os ramos. Se alguém permanecer em mim e eu
nele, esse dará muito fruto; pois sem mim vocês não podem fazer coisa
alguma”.
2. Estamos pedindo, buscando, batendo à porta do Pai Celestial,
sedentos do Espírito Santo?
Lucas 11.9-13
"Por isso lhes digo: Peçam, e lhes será dado; busquem, e encontrarão; batam, e
a porta lhes será aberta. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, encontra;
e àquele que bate, a porta será aberta. Qual pai, entre vocês, se o filho lhe
pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? Ou se pedir um ovo, lhe
dará um escorpião? Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas
aos seus filhos, quanto mais o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo a
quem o pedir!"
3. Só Deus pode edificar e ir ao encontro das necessidades do
homem, por isso nosso dever é levar as pessoas a Ele.
E. Quando alguém pede oração à célula, deve estar na verdade indo para
receber de Deus. A célula não possui a resposta ou a edificação
curadora.
1. Só Deus é a fonte que a pessoa está buscando. Uma universal e
inesgotável.
2. Nosso ministério como edificadores é descobrir o que Deus está
fazendo e cooperar com esse trabalho.
II. QUANDO AGIMOS SEM FÉ. (v. 41)
41
Respondeu Jesus: "Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com
vocês e terei que suportá-los? Traga-me aqui o seu filho".
A. Aquele pai era um homem simples e pediu a Jesus que voltasse sua
atenção à necessidade do seu filho. Apesar de ele ter-se dirigido
inicialmente aos discípulos, Jesus não questionou ou censurou a sua
fé. Foi aos discípulos que ele dirigiu sua censura.
1. Vivemos hoje um dilema por causa dos segmentos que enfatizam a
prática da confissão positiva e o triunfalismo. De fato, esses

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movimentos confundem as pessoas, mas não podemos permitir que
essas e outras heresias nos afastem da fé bíblica.
2. Cremos num Deus que tudo pode fazer, Ele é o Deus dos
impossíveis, e nada pode deter a sua mão.
Lucas 18.27
Jesus respondeu: "O que é impossível para os homens é possível para Deus".
Isaías 43.13
"Desde os dias mais antigos eu o sou. Não há quem possa livrar alguém de
minha mão. Agindo eu, quem o pode desfazer?"
3. Porém, precisamos aprender a submeter nosso querer pessoal à
Sua vontade e cooperar com o Seu agir (Tiago 4.15): Ao invés
disso, deveriam dizer: "Se o Senhor quiser, viveremos e faremos
isto ou aquilo".
4. Estamos seguros quando nos alinhamos com a vontade do Senhor
e isto implica em conhecimento (Efésios 5.17): Portanto, não sejam
insensatos, mas procurem compreender qual é a vontade do
Senhor.
B. Ao falarmos de fé não estamos falando de sentimentos. A fé é o firme
fundamento daquilo que não podemos ver com os olhos naturais, mas
temos por certo mediante a revelação de Deus (Hebreus 11.1): Ora, a
fé é a certeza daquilo que esperamos e a prova das coisas que não
vemos.
1. Tudo o que fazemos deve ser fruto de convicção e não por
conveniência.
2. Além disso, também é necessário tratar das coisas que anulam a
nossa fé e o nosso esforço.
III. QUANDO EXISTE PERVERSIDADE NO CORAÇÃO. (v. 41)
41
Respondeu Jesus: "Ó geração incrédula e perversa, até quando estarei com
vocês e terei que suportá-los? Traga-me aqui o seu filho".
A. A palavra PERVERSIDADE vem do latim perversitate e geralmente é
definida como uma qualidade do que é perverso.
1. Em termos práticos, perversidade é maldade, índole ferina ou ruim,
ruindade. Isto aponta para algo oposto ao que Deus criou
afirmando como “bom”.

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2. Em termos gerais, é o resultado do processo de corrupção e
desmoralização que caracteriza o desvio dos propósitos de Deus,
que a Bíblia chama de perversão.
B. A palavra PERVERSÃO vem do latim perversione e corresponde ao ato
ou efeito de perverter, tornar-se perverso, corromper, desmoralizar,
depravar, alterar, por de lado ou pôr-se à parte.
1. É um termo usado para designar o desvio, por parte de um
indivíduo ou grupo, de qualquer um dos comportamentos humanos
considerados normais ou ortodoxos para um grupo social.
2. O problema é que os conceitos de normalidade e anormalidade
variam com o passar do tempo e de acordo com as diferentes
culturas. Assim sendo, o que é condenado numa sociedade não é
condenado em outra.
3. Por esta razão devemos nos guiar por um código de ética e
moralidade que esteja acima das culturas deste mundo, ou seja os
princípios e valores do reino de Deus.
C. Diante dessas definições é possível entendermos que tudo pode ser
pervertido ou tirado de seu propósito original. Por isso temos uma
solene advertência em Isaías 5.20: Ai dos que chamam ao mal bem e
ao bem, mal, que fazem das trevas luz e da luz, trevas, do amargo,
doce e do doce, amargo!
D. Segundo o enfoque psicanalítico a perversidade pode se manifestar
nos primeiros anos de vida onde a criança coloca em risco sua própria
integridade física. Por exemplo, uma criança de cinco anos de idade
que tem um comportamento esquisito: fica batendo a cabeça na
parede ou se arranha até tirar sangue, e depois ri disso .
E. Então surge a pergunta que precisamos considerar: Quando há
perversidade em nosso coração?
F. Quando desobedecemos ou distorcemos a Palavra do Senhor; quando
apresentamos justificativas para nosso comportamento reprovável ou
pecaminoso.
G. Quando agimos com dissimulação ou engano; quando temos
duplicidade em nosso falar, na tentativa de esconder os verdadeiros
motivos e intenções do coração.
1. Conta-se uma fábula acerca de uma hiena faminta que entrou
numa aldeia e matou muitas ovelhas de vários criadores. Mais

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tarde, os proprietários dos animais perceberam o que estava
acontecendo e se juntaram a fim de perseguir e matar a hiena.
2. Mesmo tendo-a perseguido por muito tempo a hiena ficou à frente
deles e deparou-se com um homem pobre que trabalhava em seu
jardim. A hiena implorou ao homem pobre que poupasse sua vida,
comprometendo-se a não fazer mal nenhum a ele
3. Sem conhecer os detalhes sobre a hiena o homem decidiu ajudá-la,
fazendo com que se deitasse e cobrindo-a com as ervas daninhas
do jardim. Quando os aldeões chegaram até o velho jardineiro e
perguntaram se ele a tinha visto, prontamente ele negou.
4. Depois que os perseguidores saíram para continuar sua busca,
hiena perguntou ao homem se eles tinham ido ainda, mas ele
disse: "Espere, eles ainda estão por perto".
5. Quando eles já estavam muito longe a hiena levantou-se da pilha e
atacou o velho jardineiro. Ele gritou, mas o povo estava longe
demais para ouvi-lo. A hiena matou o velho e o comeu.
H. É assim que opera a perversidade abrigada em nosso coração. Se
tentarmos esconder o mal em nosso coração, ele certamente irá nos
destruir.
1. Isto começa de modo sutil e termina com o nosso afastamento da
graça de Deus (Hebreus 3.12): Cuidado, irmãos, para que nenhum
de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do
Deus vivo.
2. Deus conhece o nosso coração e sua Palavra nos mostra o que há
em nosso interior. Não há maneira alguma de esconder dele
(Jeremias 17.10): “Eu sou o Senhor que sonda o coração e
examina a mente, para recompensar a cada um de acordo com a
sua conduta, de acordo com as suas obras”.
3. Além disso, acalentar o mal no coração bloqueia nossas orações
(Salmo 66.18): Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor
não me ouviria.
4. A única maneira de nos livrarmos do mal é confessá-lo e abandoná-
lo em verdadeiro arrependimento.
I. Mas como podemos nos guardar da perversidade no coração?
(Filipenses 4.8): Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o
que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que

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for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente
ou digno de louvor, pensem nessas coisas.
IV. QUANDO HÁ FALTA DE ORAÇÃO E JEJUM. (Marcos 9.28-29)
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Depois de Jesus ter entrado em casa, seus discípulos lhe perguntaram em
particular: "Por que não conseguimos expulsá-lo?" 29 Ele respondeu: "Essa
espécie só sai pela oração e pelo jejum".
A. Oração e jejum são disciplinas espirituais que nos adestram para a
batalha espiritual.
B. A oração é um diálogo com Deus. Não é um simples monólogo no
qual se fala para Deus. Orar significa também escutar a Deus.
1. Uma prioridade indiscutível da vida cristã é buscar direção e
orientação de Deus através da oração.
2. É dessa forma que podemos conhecer a vontade do Senhor e sua
missão para nós, além apresentar a Ele nossas necessidades
pessoais e as necessidades de outros.
3. Todos nós enfrentamos o desafio de cultivar nossa vida de oração
de uma forma adequada.
4. A agitação da vida moderna com um ritmo acelerado de trabalho e
estudo, além da ênfase crescente em lazer e atividades sociais,
requer uma grande porção de nosso tempo e atenção.
C. Diante disso, temos que focalizar os nossos olhos no Senhor e
considerar os “benefícios da oração” para que possamos atender à
exortação de orar “sem cessar”.
1. Precisamos reconhecer que a oração nos traz o poder e a unção do
Espírito Santo.
a. Isso é essencial para que possamos proclamar a palavra do
Senhor aos perdidos;
b. Exercitar os dons espirituais e ver a manifestações dos sinais de
Deus;
c.Ser instrumentos para trazer convicção do pecado;
d. Além de receber a força necessária para o nosso viver diário.
2. Outro beneficio que devemos reconhecer é que a oração nos traz
renovação em nosso serviço para Deus.

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a. Com o passar do tempo nós estamos sujeitos a perder a visão
inicial para o serviço cristão e também a paixão pelos perdidos.
b. Além disso, em nosso contato diário com o mundo precisamos
da purificação contínua do Senhor para nossa renovação e
fortalecimento.
3. Um dos benefícios mais marcantes é saber que a oração traz
salvação para outros.
a. Esta é uma das experiências mais gratificantes da célula.
b. É motivo de alegria ver que outras pessoas são salvas depois
que intercedemos por elas.
c.A Bíblia está repleta de exemplos de homens e mulheres que
foram instrumentos de Deus para a salvação de outros através
da intercessão (Moisés – e o povo rebelde no deserto; Neemias
– e o povo de Israel no cativeiro; Jó – e seus amigos
importunadores).
4. A maioria das pessoas concorda que a oração é importante. No
entanto, muitas pessoas não oram consistentemente, porque com
tantos motivos para orar elas não sabem por onde começar.
a. Elas se sentem ineficientes antes mesmo de começarem a orar.
b. A oração geralmente é mais eficaz quando têm um foco ou
direção. O próprio Senhor Jesus enfatizou isto quando Ele
ensinou seus discípulos a orar.
c.Na Oração do Senhor, Ele listou coisas específicas sobre as quais
orar – honrar a Deus, fazer Sua vontade, o suprimento diário e
livramento da tentação.
5. Naturalmente, você vai pensar em outros motivos e coisas que
dizem respeito à sua situação particular ou refletem um “peso”
existente em seu coração. O importante é que haja objetividade
você se exercita e ministra através da oração!
D. O jejum é a abstinência total ou parcial de alimentos por um período
definido e com propósito específico. O jejum tem sido praticado pela
humanidade em quase todas as épocas, nações, culturas e religiões.
E. Pode ser usado com finalidade espiritual ou até mesmo medicinal, visto
que o jejum traz tremendos benefícios físicos com a desintoxicação
que produz no corpo. Mas nosso enfoque é o jejum bíblico.

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F. "O jejum não muda a Deus. Ele é o mesmo antes, durante e depois de
seu jejum. Mas, jejuar mudará você. Vai lhe ajudar a manter-se mais
suscetível ao Espírito de Deus". O jejum não tornará Deus mais
bondoso ou misericordioso para conosco, ele está ligado diretamente a
nós, à nossa necessidade de romper com as barreiras e limitações da
carne. O jejum deixará nosso espírito atento pois mortifica a carne e
aflige nossa alma.
G. Jesus deixou-nos um ensino precioso acerca disto quando falava sobre
o jejum:
H. "Ninguém põe vinho novo em odres velhos; do contrário, o vinho
romperá os odres; e tanto se perde o vinho como os odres. Mas põe-
se vinho novo em odres novos." (Mc.2:22).
I. O odre era um recipiente feito com pele de animais, que era
devidamente preparada mas, com o passar do tempo envelhecia e
ressecava. O vinho, era o suco extraído da uva que fermentava
naturalmente dentro do odre. Portanto, quando se fazia o vinho novo,
era sábio colocá-lo num recipiente de pele (o odre) que não
arrebentasse na hora em que o vinho começasse a fermentar, e o
melhor recipiente era o odre novo. Com essa ilustração Jesus estava
ensinando-nos que o vinho novo que Ele traria (o Espírito Santo)
deveria ser colocado em odres novos, e o odre (ou recipiente do vinho)
é nosso corpo. A Bíblia está dizendo com isto que o jejum tem o poder
de "renovar" nosso corpo. A Escritura ensina que a carne milita contra
o espírito, e a melhor maneira de receber o vinho, o Espírito, é dentro
de um processo de mortificação da carne.
J. Creio que o propósito primário do jejum é mortificar a carne, o que nos
fará mais suscetíveis ao Espírito Santo. Há outros benefícios que
decorrerão disto, mas esta é a essência do jejum.
K. Alguns acham que o jejum é uma "varinha de condão" que resolve as
coisas por si mesmo, mas não podemos ter o enfoque errado. Quando
jejuamos, não devemos crer NO JEJUM, e sim em Deus. A resposta às
orações flui melhor quando jejuamos porque através desta prática
estamos liberando nosso espírito na disputada batalha contra a carne,
e por isso algumas coisas acontecem.
L. Por exemplo, a fé é do espírito e não da carne; portanto, ao jejuar
estamos removendo o entulho da carne e liberando nossa fé para se
expressar. Quando Jesus disse aos discípulos que não puderam
expulsar um demônio por falta de jejum (Mt.17:21), ele não limitou o
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problema somente a isto mas falou sobre a falta de fé (Mt.17:19,20)
como um fator decisivo no fracasso daquela tentativa de libertação. O
jejum ajuda a liberar a fé! O que nos dá vitória sobre o inimigo é o que
Cristo fez na cruz e a autoridade de seu nome. O jejum em si não me
faz vencer, mas libera a fé para o combate e nos fortalece, fazendo-
nos mais conscientes da autoridade que nos foi delegada.
Mas apesar do propósito central do jejum ser a mortificação da carne, vemos
vários exemplos bíblicos de outros motivos para tal prática.

Conclusão

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