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Sérgio Alcides
(br/autores/sergio-alcides)
01abr2019 01h00
Edusp • 464 pp • R$ 54
Parece que ainda existe quem tema a chegada dos russos. Mas eles já chegaram
faz tempo — pelo menos às livrarias. Debaixo de um calor nada siberiano, a
literatura russa tem sido lida no Brasil desde finais do século 19. Por vezes, a
leitura ganhou características febris, a ponto de ser tomada como um espelho
improvável, por maiores que sejam as diferenças entre mujiques e jagunços,
balalaicas e cavaquinhos. Foi assim com as “febres de eslavismo” que marcaram
a Era Vargas, à sombra do tsar gaúcho, autocrata de todos os Brasis. Agora, no
contexto de uma nova onda de traduções do russo, Bruno Barretto Gomide narra
a saga dessa aproximação, em Dostoiévski na rua do Ouvidor: a literatura russa e o
Estado Novo.
Onomástica russo-brasileira
Gomide levanta, além do movimento editorial e crítico, o reflexo — digamos —
onomástico da influência russa. Surgiram gerações de Máximos e Leões,
atestando o amor de pais e mães brasileiros por Górki e Tolstói.
Compreensivelmente, Dostoiévski não foi homenageado da mesma forma,
porque seu prenome (Fiódor) era então grafado aqui à maneira francesa (Fedor).
O campeão das homenagens, pelo que a pesquisa assinala, foi mesmo o autor de
Guerra e paz, como atestam os registros encontrados de nomes como Tolstói
Furtado de Oliveira, Tolstói Coelho de Souza, Tolstói de Carvalho Melo, entre
vários outros Tolstóis disso e daquilo.
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