Você está na página 1de 7

E. E. E. F. M. D.

MARIO DE MIRANDA VILAS BOAS


PROFESSORA: LUCIENE ANDRADE DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
ASSUNTO: ROMANTISMO – CONTEXTO, CARACTERÍSTICAS, AUTORES E OBRAS

O Romantismo é um estilo de época do século XIX. Ele surgiu no contexto histórico da


Revolução Francesa, iniciada em 1789. Assim, com a ascensão da burguesia, a ideia de
liberdade individual tomou força, o que muito contribuiu para o egocentrismo romântico. Outro
fato histórico importante foram as conquistas napoleônicas, que acabaram despertando, nos
países invadidos, um forte sentimento patriótico.
Portanto, o Romantismo é um estilo de época caracterizado por:
 subjetividade;
 nacionalismo;
 exagero sentimental;
 idealizações;
 sofrimento amoroso.
Tanto no Brasil quanto em Portugal, ele apresenta três fases distintas. Já a prosa romântica
brasileira está dividida em quatro tipos de romance, isto é, urbano, indianista, regionalista e
histórico.

Contexto histórico do Romantismo

Com a Revolução Francesa (1789-1799), a


classe burguesa subiu ao poder. A partir de
então, passou a influenciar econômica e
politicamente os rumos da França. Assim, a
diminuição do poder da aristocracia atingiu
toda a Europa. Antes disso, ocorreu a
Independência dos Estados Unidos, em 4 de
julho de 1776, que foi de grande inspiração
para os franceses.
Dessa forma, tanto a Europa quanto o
continente americano passaram a valorizar um
regime democrático não monárquico. A
ideia de um monarca detentor de um poder
Tomada da Bastilha, obra de Jean-Pierre Houël (1735-1813). divino sobre seus servos ficou ultrapassada.
Agora, havia uma nova força política, isto é, o cidadão burguês, com deveres, mas também
direitos.
Entre 1799 e 1815, Napoleão Bonaparte (1769-1821) realizou a expansão do império francês.
Assim, invadiu alguns países, como Alemanha e Portugal. Tais conquistas napoleônicas
acabaram fortalecendo o sentimento de nacionalidade nos territórios ocupados. Dessa forma, o
Romantismo nasceu não só influenciado pelo ideal de liberdade francês e estadunidense, mas
também pelo nacionalismo alemão.
Em 1807, devido à ameaça de invasão, D. João VI (1767-1826) e sua corte fugiram de Portugal
em direção ao Brasil, que passou a ser a sede do governo. Dessa forma, a colônia, que tinha
importância econômica, adquiriu também relevância política. Só em 1821, D. João VI, temendo
perder o poder em Portugal, voltou ao seu país, onde precisou enfrentar revoltas que precederam
a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834).
Diante desse contexto, os artistas românticos foram de suma importância para unir a nação
portuguesa em um mesmo sentimento patriótico. Enquanto isso, no Brasil, a independência,
ocorrida em 1822, inspirava os escritores e artistas brasileiros a dar forma a uma identidade
nacional, com características originais.
Características do Romantismo

• Subjetividade • Excesso de adjetivos


• Nacionalismo • Sentimentalismo
• Sofrimento amoroso • Teocentrismo
• Idealização da mulher • Uso exagerado de exclamações
• Bucolismo • Disseminação dos valores burgueses
Fases do Romantismo
No Brasil e em Portugal, o Romantismo é dividido em três fases. Em Portugal:
 a primeira fase (1825-1840) é caracterizada pelo nacionalismo;
 a segunda fase (1840-1860), pelo sentimentalismo exagerado;
 a terceira fase (1860-1870), pela temática social pré-realista.
No Brasil, essas características se mantêm, mas são adaptadas à realidade brasileira. Assim:
 primeira geração (1836-1853) é marcada pelo nacionalismo e pelo indianismo;
 a segunda geração (1853-1870), pela temática do amor e da morte;
 a terceira geração (1870-1881), pela poesia social e abolicionista.
No entanto, as gerações românticas brasileiras estão relacionadas à poesia. Quanto à prosa, os
críticos optaram por separar os romances em categorias. Assim, os romances românticos
brasileiros podem ser urbanos, indianistas, regionalistas ou históricos. Todavia, em romances
como Iracema, de José de Alencar, o indianismo se mescla ao caráter histórico.

Romantismo em Portugal
A primeira fase do Romantismo português é caracterizada pelo sentimento de nacionalidade.
Tal nacionalismo foi motivado pela invasão francesa ocorrida, pela primeira vez, em 1807. Esse
evento foi o causador da fuga da família real portuguesa para o Brasil. A experiência vivida fez
com que os artistas portugueses, anos mais tarde, buscassem imprimir, em suas obras, um
caráter nacional. Essa primeira fase, que durou de 1825 a 1840, apresenta um caráter
medievalista, idealizador, nacionalista e saudosista.
Assim, em 1840, uma nova fase do movimento teve início. O Ultrarromantismo português, que
perdurou até 1860, evidencia textos sentimentalistas, pessimistas e melancólicos. Nessa segunda
fase, também é predominante a temática do amor idealizado.
Por fim, a terceira fase, que vai de 1860 a 1870, é pré-realista. A temática predominantemente
social apresenta, portanto, um cunho mais crítico. Essa fase ainda não tem as marcas que
caracterizam o Realismo e o Naturalismo; porém, já mostra um aspecto menos idealizador da
realidade.
 Almeida Garrett
No mais, vale destacar a importância do escritor Almeida Garrett para o Romantismo português.
Ele foi o introdutor do Romantismo em Portugal. Para forjar uma identidade nacional, o poeta
trouxe o enaltecimento da nação novamente para a literatura portuguesa. Assim, o autor uniu
literatura e política em sua trajetória artística.
Com o poema Camões, Garrett criou um herói nacional e valorizou a tradição de seu país.
Camões, o poeta nacional, apesar de integrante do Classicismo, tornou-se uma espécie de
símbolo romântico, pois encarnou o espírito patriótico. Desse modo, o Camões de Garrett
representa a liberdade, possui um destino trágico e sofre pela saudade da pátria.
Garrett também foi o criador do Teatro Nacional, em 1836. Porém, o teatro só foi inaugurado
em 1846. Com isso, o escritor teve a oportunidade de permitir que o Romantismo de cunho
nacionalista estivesse representado nos palcos portugueses. Dessa forma, houve uma
valorização dos textos dramáticos nacionais.

Romantismo no Brasil
As mulheres eram o público-alvo dos romances românticos, como
demonstra a obra, de Almeida Júnior (1850-1899).Moça com livro
 Poesia
A primeira geração romântica no Brasil, com duração
aproximada de 1836 a 1853, é chamada de indianista ou
nacionalista. Portanto, apresenta, como símbolos de
nacionalidade, a figura heroica do índio e o espaço da floresta.
As poesias dessa geração também trazem o sofrimento
amoroso e a idealização da mulher.
Já a segunda geração do Romantismo brasileiro é considerada ultrarromântica, byroniana ou
do mal do século. Assim, durante o período de 1853 a 1870, foram publicadas poesias que
falam do sofrimento amoroso, do tédio e da angústia existencial. Nelas, a partir de uma
perspectiva pessimista diante da realidade, a morte é vista como única salvação.
A poesia condoreira marca a terceira geração romântica, no período de 1870 a 1881. É uma
poesia de transição entre o Romantismo e o Realismo. Por isso, apresenta crítica sociopolítica e
evita a idealização da realidade. Nessa fase, a temática da escravidão está presente em vários
poemas do poeta abolicionista Castro Alves.
 Prosa
No entanto, as gerações de poetas românticos dividiram os holofotes com os romancistas,
que produziram quatro tipos de romance. O romance urbano é melodramático e apresenta amor
e mulher idealizados. O espaço da narrativa é o Rio de Janeiro, onde os personagens
reproduzem os costumes, isto é, o estilo de vida da elite burguesa.
O romance indianista faz parte do projeto de construção de uma identidade artística brasileira.
Dessa forma, o herói ou heroína é indígena. O cenário para a história de amor e para as
aventuras dos personagens é a floresta brasileira. É realizada uma reconstituição do passado
histórico, em que a miscigenação ocorre de forma harmoniosa entre portugueses e indígenas.
No romance regionalista, o homem do campo, ignorante e rude, é o herói nacional. Os
personagens reproduzem a fala típica de regiões do Brasil. As características de uma sociedade
rural e patriarcal são apresentadas às leitoras e leitores urbanos. O romancista tem o objetivo
de mostrar o Brasil aos brasileiros. E, assim como no romance urbano, o par romântico precisa
vencer um obstáculo para alcançar a felicidade amorosa.
Enfim, o romance histórico, assim como os três tipos de romance citados anteriormente,
também apresenta amor e mulher idealizados. Contudo, o que o caracteriza é a presença de
fatos e personagens históricos relacionados à temática principal. Desse modo, realidade e
ficção se misturam, já que fatos e personagens fictícios também fazem parte da obra.
 Teatro
Já o teatro romântico brasileiro é composto por dramas históricos; mas, principalmente, por
peças de cunho cômico e popular. Nesses textos, a idealização está presente; porém, as obras
dramáticas apresentam um caráter mais crítico, mesmo que sutil ou amenizado pelo humor. O
teatro, portanto, cumpre a função de disseminar os valores românticos, também, para
aqueles que não sabiam ler.

Autores do Romantismo
→ Em Portugal → No Brasil
• Almeida Garrett (1799-1854) • Gonçalves de Magalhães (1811-1882)
• António Feliciano de Castilho (1800-1875) • Gonçalves Dias (1823-1864)
• Alexandre Herculano (1810-1877) • Álvares de Azevedo (1831-1852)
• Soares de Passos (1826-1860) • Casimiro de Abreu (1839-1860)
• Antero de Quental (1842-1891) • Fagundes Varela (1841-1875)
• João de Deus (1830-1896) • Castro Alves (1847-1871)
• Júlio Dinis (1839-1871) • Sousândrade (1832-1902)
• Camilo Castelo Branco (1825-1890) • Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882)
• José de Alencar (1829-1877)
• Manuel Antônio de Almeida (1830-1861)
• Visconde de Taunay (1843-1899)
• Franklin Távora (1842-1888)
• Bernardo Guimarães (1825-1884)
• Maria Firmina dos Reis (1822-1917)

Obras do Romantismo
→ Poesia portuguesa • A noite do castelo e Os ciúmes do bardo
• Camões (1825), de Almeida Garrett. (1836), de António Feliciano de Castilho.
• D. Branca (1826), de Almeida Garrett. • A harpa do crente (1838), de Alexandre
Herculano.
• Poesias (1856), de Soares de Passos. • Úrsula (1859), de Maria Firmina dos Reis.
• Odes modernas (1865), de Antero de • Lucíola (1862), de José de Alencar.
Quental. • Iracema (1865), de José de Alencar.
• Flores do campo (1868), de João de Deus. • A luneta mágica (1869), de Joaquim Manuel
de Macedo.
→ Poesia brasileira • Inocência (1872), de Visconde de Taunay.
• Suspiros poéticos e saudades (1836), de • Ubirajara (1874), de José de Alencar.
Gonçalves de Magalhães. • Senhora (1875), de José de Alencar.
• Últimos cantos (1851), de Gonçalves Dias. • A escrava Isaura (1875), de Bernardo
• Lira dos vinte anos (1853), de Álvares de Guimarães.
Azevedo. • O Cabeleira (1876), de Franklin Távora.
• Os timbiras (1857), de Gonçalves Dias.
• O guesa errante (1884), de Sousândrade. → Teatro português
• As primaveras (1859), de Casimiro de • Um auto de Gil Vicente (1838), de Almeida
Abreu. Garrett.
• Vozes da América (1864), de Fagundes • A crente na liberdade (1838), de Alexandre
Varela. Herculano.
• Cantos e fantasias (1865), de Fagundes • O Alfageme de Santarém (1842), de
Varela. Almeida Garrett.
• Espumas flutuantes (1870), de Castro Alves. • Os infantes em Ceuta (1842), de Alexandre
• Os escravos (1883), de Castro Alves. Herculano.
• Frei Luís de Sousa (1843), de Almeida
→ Romance português Garrett.
• Eurico, o presbítero (1844), de Alexandre • Um rei popular (1858), de Júlio Dinis.
Herculano. • Um segredo de família (1860), de Júlio
• Amor de perdição (1862), de Camilo Castelo Dinis.
Branco. • O morgado de Fafe em Lisboa (1861), de
• Coração, cabeça e estômago (1862), de Camilo Castelo Branco.
Camilo Castelo Branco.
• As pupilas do Senhor Reitor (1867), de Júlio → Teatro brasileiro
Dinis. • O noviço (1853), de Martins Pena.
• Macário (1855), de Álvares de Azevedo.
→ Romance brasileiro • O demônio familiar (1857), de José de
• A moreninha (1844), de Joaquim Manuel de Alencar.
Macedo. • As asas de um anjo (1860), de José de
• Memórias de um sargento de milícias Alencar.
(1854), de Manuel Antônio de Almeida. • Gonzaga ou A revolução de Minas (1867),
• O guarani (1857), de José de Alencar. de Castro Alves.
Exercícios resolvidos
Questão 1 – (Enem)
O sertão e o sertanejo
Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz das cores, o capim
crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em vicejante tapete de relva, quando lavra
o incêndio que algum tropeiro, por acaso ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu
isqueiro. Minando à surda na touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer
aragem, por débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a
contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela. O fogo, detido
em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo, vai aos poucos morrendo até
se extinguir de todo, deixando como sinal da avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe
foi seguindo os velozes passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas
perspectivas. É cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou
por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca vistos. Entra tudo
num trabalho íntimo de espantosa atividade. Transborda a vida.
TAUNAY, A. Inocência. São Paulo: Ática, 1993 (adaptado).
O romance romântico teve fundamental importância na formação da ideia de nação.
Considerando o trecho acima, é possível reconhecer que uma das principais e permanentes
contribuições do Romantismo para construção da identidade da nação é a
A) possibilidade de apresentar uma dimensão desconhecida da natureza nacional, marcada pelo
subdesenvolvimento e pela falta de perspectiva de renovação.
B) consciência da exploração da terra pelos colonizadores e pela classe dominante local, o que
coibiu a exploração desenfreada das riquezas naturais do país.
B) construção, em linguagem simples, realista e documental, sem fantasia ou exaltação, de uma
imagem da terra que revelou o quanto é grandiosa a natureza brasileira.
D) expansão dos limites geográficos da terra, que promoveu o sentimento de unidade do território
nacional e deu a conhecer os lugares mais distantes do Brasil aos brasileiros.
E) valorização da vida urbana e do progresso, em detrimento do interior do Brasil, formulando um
conceito de nação centrado nos modelos da nascente burguesia brasileira.
Resolução
Alternativa D. Inocência é um romance regionalista do Romantismo brasileiro. Um dos objetivos
desse tipo de prosa é mostrar o Brasil aos brasileiros. Como o país era, e ainda é, muito extenso,
no século XIX, muitos(as) brasileiros(as) desconheciam as peculiaridades de cada região.
Portanto, alguns romances contribuíram para expandir os limites geográficos da terra brasileira,
cuja riqueza cultural era desconhecida pelos(as) leitores(as). O que se esperava era que tal
conhecimento despertasse nesses(as) leitores(as) um sentimento de união do território nacional,
já que, finalmente, tinham acesso à diversidade cultural do povo brasileiro.
Questão 2 – (Enem)
O canto do guerreiro
Aqui na floresta
Dos ventos batida,
Façanhas de bravos
Não geram escravos,
Que estimem a vida
Sem guerra e lidar.
— Ouvi-me, Guerreiros,
— Ouvi meu cantar.
Valente na guerra,
Quem há, como eu sou?
Quem vibra o tacape
Com mais valentia?
Quem golpes daria
Fatais, como eu dou?
— Guerreiros, ouvi-me;
— Quem há, como eu sou?
Gonçalves Dias.
Macunaíma
(Epílogo)
Acabou-se a história e morreu a vitória.
Não havia mais ninguém lá. Dera tangolomângolo na tribo Tapanhumas e os filhos dela se
acabaram de um em um. Não havia mais ninguém lá. Aqueles lugares, aqueles campos, furos
puxadouros arrastadouros meios-barrancos, aqueles matos misteriosos, tudo era solidão do
deserto... Um silêncio imenso dormia à beira do rio Uraricoera. Nenhum conhecido sobre a terra
não sabia nem falar da tribo nem contar aqueles casos tão pançudos. Quem podia saber do
Herói?
Mário de Andrade.
A leitura comparativa dos dois textos acima indica que
A) ambos têm como tema a figura do indígena brasileiro apresentada de forma realista e heroica,
como símbolo máximo do nacionalismo romântico.
B) a abordagem da temática adotada no texto escrito em versos é discriminatória em relação aos
povos indígenas do Brasil.
C) as perguntas “— Quem há, como eu sou?” (1 o texto) e “Quem podia saber do Herói?” (2 o texto)
expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira.
D) o texto romântico, assim como o modernista, aborda o extermínio dos povos indígenas como
resultado do processo de colonização no Brasil.
E) os versos em primeira pessoa revelam que os indígenas podiam expressar-se poeticamente,
mas foram silenciados pela colonização, como demonstra a presença do narrador, no segundo
texto.
Resolução
Alternativa C. No primeiro texto, a pergunta “— Quem há, como eu sou?” demonstra um índio
heroico e orgulhoso de si mesmo. Essa postura do indígena condiz com o projeto nacionalista da
primeira geração romântica, representada pelo poeta Gonçalves Dias. Já a pergunta “Quem podia
saber do Herói?”, no segundo texto, demonstra uma visão não romântica da realidade do povo
indígena brasileiro. Assim, o modernista Mário de Andrade evidencia o extermínio dos nativos.
Questão 3 - (Enem)
Texto 1
“Mulher, Irmã, escuta-me: não ames,
Quando a teus pés um homem terno e curvo
jurar amor, chorar pranto de sangue,
Não creias, não, mulher: ele te engana!
As lágrimas são gotas da mentira
E o juramento manto da perfídia.”
Joaquim Manuel de Macedo.
Texto 2
“Teresa, se algum sujeito bancar o
sentimental em cima de você
E te jurar uma paixão do tamanho de um
bonde
Se ele chorar
Se ele ajoelhar
Se ele se rasgar todo
Não acredite não Teresa
É lágrima de cinema
É tapeação
Mentira
CAI FORA”
Manuel Bandeira.
Os autores, ao fazerem alusão às imagens da lágrima, sugerem que:
A) há um tratamento idealizado da relação homem/ mulher.
B) há um tratamento realista da relação homem/ mulher.
C) a relação familiar é idealizada.
D) a mulher é superior ao homem.
E) a mulher é igual ao homem.
Resolução
Alternativa B. Apesar de Joaquim Manuel de Macedo ser um autor romântico, a palavra
“lágrimas”, em seus versos, sugere a falsidade do homem. Portanto, o eu lírico está sendo
realista, ou seja, não realiza a idealização romântica. Já no poema do modernista Manuel
Bandeira, a palavra “lágrima”, de forma realista, também sugere a falsidade masculina. Desse
modo, em ambos os textos, há um tratamento realista da relação homem/mulher. E, por fim, vale
lembrar que, mesmo pertencendo a determinado estilo, um autor, como ocorre com Joaquim
Manuel de Macedo, às vezes, pode surpreender o(a) leitor(a) e apresentar, em seus textos,
alguma característica não esperada e até mesmo contrária ao estilo do qual o escritor faz parte.
Por isso, o entendimento do que se lê é de suma importância.

Você também pode gostar