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Metodologia das Ciências Sociais:

Métodos Qualitativos

Apontamentos de: Próspero Silva


E-mail:
Data:

Bibliografia: CARMO, Hermano; FERREIRA, Manuela Malheiro (2008), Metodologia da


Investigação – Guia para a auto-aprendizagem, Lisboa, Universidade Aberta

Nota:

Este documento é um texto de apoio gentilmente disponibilizado pelo seu autor, para que possa auxiliar ao estudo dos colegas. O
autor não pode de forma alguma ser responsabilizado por eventuais erros ou lacunas existentes. Este documento não pretende
substituir o estudo dos manuais adoptados para a disciplina em questão.

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METODOLOGIA DAS AS CIÊNCIAS SOCIAIS

Apontamentos

Obsessões que podem levar a erros metodológicos:


* A obsessão pelo mais recente;
* A obsessão pelo quantitativo;
* A obsessão pelo qualitativo.

"Nevoeiro informacional" (Edgar Morin):


* Sobre-informação - excesso de informações em que é imerso no seu
quotidiano profissional;
* Sub-informação - o cientista social confronta-se com uma substancial falta
de informação sobre o seu objecto de estudo;
* Pseudo-informação - conjunto de informação, involuntária ou
deliberadamente deformada, ou mesmo falseada, sobre a realidade social.

Na fase inicial da investigação há que evitar três erros:


* A gula livresca ou estatística, que nos pode fazer afogar em sobre-
informação;
* O desprezo pela disciplina que nos recomenda a prévia concepção de
hipóteses e/ou de questões bússola que funcionem como orientadoras de
pesquisa, fazendo-a demorar mais e aumentando a impreisibilidade dos
resultados;
* O gongorismo arrogante de quem considera que quanto mais hermético for
o discurso, mais científico será, revelando sob a capa de pretensa erudição,
uma deficiência de capacidade comunicativa decorrente de frequente
imaturidade cognitiva e afectiva.

De acordo c/ as opções feitas quanto aos objectivos, Selttiz, Jahoda, Deutch


e Cook classificam os estudos em três tipos:
* Estudos exploratórios
* Estudos sociográficos ou descritivos
* Estudos verificadores de hipóteses causais

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Efeito de halo: Tendênia de valorizar um determinado feómeno, situação ou
resultado presente, de acordo com informações passadas e não de acordo com
o quadro actual.

Lead: É a síntese que não excede normalmente as trinta palavras apresentada


imediatamente a seguir ao título.

Observar: É seleccionar informação pertinente, através dos orgãos sensoriais e


com recurso à teoria e à morfologia científica, a fim de poder descrever,
interpretar e agir sobre a realidade em questão.

Indicador: Instrumento que revela condições ou aspectos de realidade, que de


outra maneira não seriam perceptíveis à vista desarmada.
Indicadores demográficos, económicos, sociais, etc.

Taxa de mobilidade inetrgeracional (Birnbaum):


* Mobilidade vertical - quando a posição social do filho, é superior à do pai
(ascendente) ou inferior (descendente);
* Mobilidade horizontal - quando pai e filho exercem profissões diferentes
mas do mesmo nível;
* Hereditariedade social - quando pai e filho tem exactamente a mesma
profissão e o mesmo nível hierárquico.

Tipos de Observação:
* Observação não-participante: o observador não interage com oobjecto do
estudo;
* Observação participante despercebida pelos observados: o observador
não revela que está a observar;
* Observação participante própriamente dita: o observador assume o seu
papel de estudioso junto da população observada e participa da vida dessa
população. A esta técnica dá-se o nome de observação participante.

Janela de Johari (Joseft Luft e Harry Hingham): Representa o grau de


lucidez nas relações interpessoais.
* Área livre - aqueles que integram a informação conhecida pelo ego e pelo
outro;
* Área cega - os que são conhecidos apenas pelo outro (ex. a imagem
verbalizada que o outro tem do ego);
* Área secreta - os que o ego conhece sem os partilhar com o outro;

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* Área inconsciente - os elementos que condicionam a relação mas dos quais,
nem o ego nem o outro têm consciência.

Palavras chave:
Indicador, guiões, diário de pesquisa, tipos de observação, observatório,
envolvimento do observador, problemas deontológicos.

Inquérito: Conjunto de actos e diligências destinados a apurar alguma coisa;


inquirição, interrogatório, sindicância. Processo em que se tenta descobrir
alguma coisa de forma sistemática.

Tipos de Inquérito
***************************************************************
* Grau de directividade * Situação do inquiridor no acto da inquirição
*
* das perguntas *******************************************
* * Está presente * Está ausente
*
***************************************************************
* Menor directividade * A - Entrevista pouco * C - Questionário pouco *
* * estruturada * estruturado
*
***************************************************************
* Maior directividade * B - Entrevista estruturada * D - Questionário *
* estruturado
*
***************************************************************

Para reduzir a nossa área secreta deve aplicar-se a regra da reciprocidade.


A melhor forma de o fazer é através de uma apresentação bem feita, a qual
assume três vertentes:
* A apresntação do investigador
* A apresentação do problema da pesquisa
* A explicação do papel pedido ao entrevistado.

Tipos de entrevista (Medeleine Grawitz)


Entrevistas dominantemente informais:
- A entrevista clínica (tipo 1);
- A entrevista em profundidade (tipo 2);

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Entrevistas mistas:
- A entrevista livre (tipo 3);
- A entrevista centrada (tipo 4);

Entrevistas dominantemente formais:


- Entrevista com perguntas abertas (tipo 5);
- Entrevista com perguntas fechadas (tipo 6).

Aspectos a ter em conta na utilização da técnica de entrevista


Antes:
* Definir o objectivo
* Construir o guia da entrevista
* Escolher os entrevistados
* Preparar as pessoas a serem entrevistadas
* Marcar a data, a hora e o local
* Preparar os entrevistadores (formação técnica)
Durante:
* Explicar quem somos e o que queremos
* Obter e manter a confiança
* Saber escutar
* Dar tempo para "aquecer a relação"
* Manter o controlo com diplomacia
* Utilizar perguntas de aquecimento e focagem
* Enquadrar as perguntas melindrosas
* Evitar perguntas indutoras
Depois:
* Registar as observações sobre o comportamento do entrevistado
* Registar as observações sobre o ambiente em que decorreu a entrevista

Um questionário integra vários tipos de perguntas:


* Perguntas de identificação
* Perguntas de informação
* Perguntas de descanso
* Perguntas de controlo

Factores que contribuem para o elevado número de não-respostas:


* Natureza da pesquisa
* Tipo de inquirido

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* Sistema de perguntas
* Instrucções claras e acessíveis
* Estratégias de reforço

Escalas de Likert:
Consistem na apresentação de uma série de proposições, devendo o inquirido,
em relação a cada uma delas, indicar uma de cinco posições: concorda
totalmente, concorda, sem opinião, discorda, discorda totalmente. As
respostas são depois cotadas com +2, +1, 0, -1, -2, ou com pontuações de 1 a
5.

Diferenciais semânticos (Osgood, Suci e Tannenbaum):


Consiste na apresentação de diversos pares de adjectivos bipolares
(antónimos) separados por uma linha geralmente dividida em 7 ou 5 partes.O
inquirido deverá colocar uma cruz no intervalo correspondente à sua atitude
relativamente a um determinado tópico. Por exemplo:
Interessante_ _ _ _ _ _ _ Aborrecida
Útil _ _ _ _ _ _ _ Inútil
É dada uma cotação a cada par de adjectivos (ex: de 6, no caso de assinalar o
intervalo mais próximo do objectivo positivo, a 0, no caso oposto).

Exemplos de testes de hipóteses: o teste t, o teste de Mann-Whitney, a


análise da variância (ANOVA) ou a análise da variância multivariada
(MANOVA).

Características dos métodos qualitativos:


- Indutiva
- Holística
- Sensibilidade ao contexto
- O significado tem uma grande importância
- Humanísticos
- Maior interesse pelo processo da investigação do que pelos resultados
- Descritiva
- Investigador enquanto instrumento de recolha de dados
- Validade do trabalho realizado

As técnicas mais utilizadas em investigação qualitativa, são: a observação


participante, a entrevista em profundidade e a análise documental

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Tradições teóricas em investigação qualitativa (Patton): Etnografia,
Fenomenologia, Heurística, Etnometodologia, Interaccionismo simbólico,
Psicologia ecológica, Teoria sistémica, Teoria do Caos, Hermenêutica e
Qualitativa Orientacional.

Os quatro grandes tipos de triangulação (Denzin)


1- Triangulação de dados: o uso de uma variedade de fontes num mesmo
estudo;
2- Triangulação de investigadores: o uso de vários investigadores ou
avaliadores;
3- Triangulação de Teorias: o uso de várias perspectivas para interpretar um
mesmo conjunto de dados;
4- Triangulação Metodológica: o uso de diferentes métodos para estudar um
dado problema ou programa.

Dimensão ou grandeza: número de elementos que fazem parte de uma


população ou de uma amostra e designa-se por n.

Tipos de amostragem:
1. Probabilística
1.1. Amostragem aleatória simples
1.2. Amostragem estratificada
1.3. Amostragem de "cachos" (clusters)
1.4. Amostragem por étapas múltiplas
1.5. Amostragem sistemática (o 20., o 40., o 60., etc.)
2. Não-probabilística
2.1. Amostragem de casos muito semelhantes ou muito diferentes
2.2. Amostragem de casos extremos
2.3. Amostragem em bola de neve
2.4. Amostragem por quotas (600 x 1000/20000=30)

Classificação da Investigação (L.R. Gay)

1. Quanto ao propósito:
1.1. Investigação básica
1.2. Investigação aplicada
1.3. Investigação em avaliação
1.4. Investigação e desenvolvimento (I & D)
1.5. Investigação-Acção

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2. Quanto ao método
2.1. Investigação histórica
2.2. Investigação descritiva
2.3. Investigação correlacional
2.4. Investigação experimental
2.5 Investigação causal-comparativa

Estudos sociométricos: consiste na avaliação e análise das relações


interpessoais dentro de um dado grupo de sujeitos.

Estudo de caso (Yin): abordagem empírica que investiga um fenómeno actual


no seu contexto real, quando os limites entre determinados fenómenos e o seu
contexto não são claramente evidentes e, no qual são utilizadas muitas fontes
de dados.

Estudo correlacional: consiste em averiguar se existe ou não relação entre


duas ou mais variáveis quantificáveis. O grau de correlação entre duas
variáveis é geralmente expresso como um coeficiente cujo valor varia entre
0.00 e +1.00 ou -1.00. Duas variáveis que estão altamente correlacionadas
apresentam um coeficiente perto de +1.00 ou de -1.00; no caso de não estarem
correlacionadas, apresentam um coeficiente próximo de 0.0.

Correlação positiva: quando os sujeitos obtiveram valores altos em ambas as


variáveis, ou valores baixos em ambas as variáveis.

Correlação negativa: quando os sujeitos obtiveram valores altos (ou baixos)


numa variável, mas valores baixos (ou altos) na outra variável.

A correlação apresenta valores baixos, quando não há relação entre duas


variáveis, como por exemplo a altura do aluno e a aptidão para o desenho.

Relação curvilínea ex: relação entre a velocidade de corrida e a idade.

Quanto mais próxima do +1.00, maior a força da correlação.

Ausência de correlação: 0.00

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Variável independente ex: a adopção de um novo programa de
aprendizagem, a introdução de uma nova máquina numa unidade de produção,
a introdução de um novo sistema informático.

Variável dependente: é a mudança ou diferença resultante da manipulação da


variável independente. É designada por variável dependente, pois "depende"
da variável independente.

Validade interna: quando as diferenças observadas na variável dependente


são unicamente devidas à manipulação da variável independente.

Validade externa: quando é possível generalizar, ou seja, aplicar os


resultados obtidos num dado contexto, a outros contextos.

Ameaças à validade interna:


1 - História
2 - Maturação
3 - Testagem
4 - Instrumentação
5 - Regressão estatística
6 - Selecção
7 - Mortalidade
8 - Interacções c/ a selecção

Ameaças à validade externa:


1 - Efeito de interacção da testagem
2 - Interacção selecção-tratamento
3 - Especificidade das variáveis
4 - Efeitos reactivos dos arranjos experimentais
5 - Interferência dos tratamentos múltiplos
6 - Controlo das variáveis

Planos experimentais: podem conter apenas uma variável (planos de uma só


variável), ou duas ou mais variáveis (planos factoriais).

Planos de uma só variável: podem ser pré-experimentais, experimentais


puros ou quase-experimentais, dependendo do controlo que se faz à validade
interna e à validade externa. Nos planos pré-experimentais, não há um
controlo adequado das ameaças à validade interna e externa. Estes só têm
utilidade para uma investigação preliminar de um problema, para sugerir

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hipóteses. Nos planos experimentais-puros há um controlo adequado das
variáveis. Nos planos quase-experimentais não há selecção aleatóriados
sujeitos.

Planos factoriais: são elaborações dos planos experimentais puros e


permitem investigar uma ou mais variáveis, individualmente ou em interacção
umas com as outras.

Contaminação: o facto da familaridade do investigador com os sujeitos da


investigação, poder vir a afectar os resultados da experimentação.

Efeito de Halo: diz respeito a ser valorizado o comportamento de um sujeito


que previamente tinha tido um comportamento muito bom ou excelente. Se o
investigador conhece os membros de um grupo pode tender a ser enviesado na
análise dos resultados desse grupo.

Nomenclatura de Campbell e Stanley:


A - Selecção aleatória dos sujeitos
O - Uma observação (pré-teste ou teste)
X - O tratamento; X1, X2, X3 referem-se a tratamentos diferentes

Planos experimentais puros

(1) Plano pré-teste-pós-teste e grupo de controlo


A O X O grupo experimental
A O O grupo de controlo

Controlo das ameaças:


Ameaças à validade interna: a combinação da selecção aleatória dos sujeitos e
a existência de um pré-teste e de um grupo de controlo, permite controlar
todas as ameaças à validade interna. A selecção aleatória dos sujeitos permite
controlar a regressão e a selecção; o pré-teste a mortalidade; a selecção
aleatória dos sujeitos e grupo de controlo a maturação; o grupo de controlo a
história, a testagem e a instrumentação.

Ameaças à validade externa: a única ameaçaé a possível interacção entre o


pré-teste e o tratamento, a qual poderá ter como consequência que os

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resultados só sejam generalizáveis a outros grupos a quem seja igualmente
administrado o pré-teste.

(2) Plano pós-teste e grupo de controlo


A X O
A O

Controlo das ameaças:


Ameaças à validade interna: a combinação da selecção aleatória dos sujeitos e
a existência de um grupo de controlo, permite controlar todas as ameaças à
validade interna com excepção da mortalidade. A mortalidade não é
controlada devido à existência de um pré-teste.

Ameaças à validade externa: Dado não haver pré-teste, não existe a ameaça de
uma possível interacção entre o pré-teste e o tratamento.

(3) Plano Salomon de quatro grupos


A O X O
A O O
A X O
A O

Controlo das ameaças:


Ameaças à validade interna e à validade externa: Como este plano é uma
combinação dos planos anteriores, o resultado é um plano que controla as duas
ameaças referidas para os palnos anteriores; interacção pré-teste-tratamento e
mortalidade.

Planos quase experimentais


(1) Plano com grupo de controlo não-equivalente
O X O
O O

Ameaças à validade interna: Dado não haver selecção aleatória dos sujeitos de
investigação, podem surgir ameaças à validade interna da investigação,
regressão e interacção entre selecção e variáveis como maturação, história e
testagem. O investigador deverá procurar controlar estas ameaças escolhendo
grupos o mais semelhantes possível.

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Ameaças à validade externa: são identicas às do plano experimental.

(2) Séries temporais interrompidas


O O O O X O O O O

Ameaças à validade interna: A história, dado o período de tempo que medeia


entre o primeiro pré-teste e o último pós-teste e um acontecimento durante a
experimentação poder-se-à confundir, nalguns casos, com o efeito do
tratamento.
Ameaças à validade externa: o efeito experimental pode ser específico do
grupo observado, havendo portanto problemas relacionados com a
generalização dos resultados à população.

(3) Plano contrabalançado


X1 O X2 O X3 O
X3 O X1 O X2 O
X2 O X3 O X1 O

Ameaças à validade: Possível interferência entre tratamentos múltiplos.

Planos factoriais: Compreendem duas ou mais variáveis independentes,


sendo pelo menos uma delas manipulada pelo investigador. O mais simples é
o que compreende dis tratamentos (dois factores), cada um deles com 2 níveis.
É designado como um plano factorial 2² ou 2x2, porque tem 4 células.

Variáveis: são quaisquer características que variam numa situação


experimental.

Variável independente: variável estímulo ou input. É o factor que é medido,


manipulado ou seleccionado pelo experimentador para determinar a sua
relação com um fenómeno observado. É a variável que é manipulada ou
alterada para causar uma modificação noutra variável.

Variável dependente: é uma variável resposta ou output. É o factor que é


observado e medido para determinar o efeito da variável independente, ou
seja, aquele factor que aparece, desaparece ou varia quando o experimentador
introduz, remove ou varia a variável independente.

Variável moderadora: é uma variável independente secundária seleccionada


para determinar se afecta a relação entre a variável independente principal e

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a(s) variável(eis) dependente(s). É definida como o factor que é medido,
manipulado ou seleccionado pelo experimentador para descobrir se modifica a
relação da variável independente com um fenómeno observado.

Variáveis de controlo: Definem-se como os factores que são controlados pelo


experimentador para neutralizar qualquer efeito que possa ter no fenómeno
que está a ser estudado. Ao realizar um estudo experimental, não é possível
estudar todas as variáveis relativas à situação ou aos sujeitos de investigação;
algumas têm que ser neutralizadas (controladas) para garantir que não têm
efeito na relação entre a variável independente e a dependente.

Variável interveniente: O factor que teóricamente tem efeito no fenómeno


observado, mas o qual não pode ser visto, medido ou manipulado.

Investigação causal-comparativa: a variável independente ("a causa") não é


manipulada porque já ocorreu.
Vantagens deste tipo de estudos: são apropriados quando não é possível fazer
um estudo experimental e proceder à selecção aleatória de sujeitos, controlar e
manipular os factores necessários para estudar relações causa-efeito, ou
quando o controlo de todas as variáveis, com excepção de uma só, pode tornar
o estudo irrealista e artificial, pois evita a interacção normal com outras
variáveis que podem ter influência nos resultados.
Desvantagens: o primeiro problema reside na falta de controlo proque o
investigador não pode manipular a variável independente e proceder à
selecção aleatória dos sujeitos da investigação. A investigação dos resultados
deve ser feita com o máximo cuidado, uma vez que o que aparece como causa,
pode não o ser de facto.

Análise de conteúdo (Berelson): técnica de investigação que permite fazer


uma descrição objectiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto das
comunicações, tendo por objectivo a sua interpretação.

Tipos de análise de conteúdo:


1. Análise de exploração e análise de verificação
2. Análise qualitativa e análise quantitativa
3. Análise directa e análise indirecta

Corpus: Conjunto dos elementos escolhidos para se proceder posteriormente


à Análise de Conteúdo.

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Regras para a escolha de um corpus:
1. exaustividade
2. representatividade
3. homogeneidade
4. pertinência

Categorias (Grawitz): são rubricas significativas, em função das quaiso


conteúdo será classificado e eventualmente quantificado. A definição pode ser
feita à priori ou à posteriori.

As categorias devem ter as seguintes características:


1. exaustivas
2. exclusivas
3. objectivas
4. pertinentes

Definição das unidades de análise:


a) Unidade de registo: podem ser unidades formais (a palavra, a frase, uma
personagem, etc.) e unidades semânticas (tema p.ex.: a democracia, o
sucesso escolar, a emigração)
b) Unidade de contexto
c) Unidade de enumeração

Fidelidade: diz respeito ao problema de garantir que diferentes codificadores


cheguem a resultados idênticos.

Validade: diz respeito àquilo que o investigador queria medir.

FIM

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