Você está na página 1de 9

Matemática aplicada às Ciências Agrárias – Integrais múltiplas

24.2. Integrais triplas

Assim como definimos a integral simples para funções com uma variável e a
integral dupla para funções de duas variáveis, podemos definir a integral tripla para
funções de três variáveis. Porém, a região de integração não será mais um intervalo,
como nas integrais simples, ou uma área bidimensional, como nas integrais duplas,
mas sim uma região 𝐵 do espaço tridimensional (um sólido).
Nessas circunstâncias, considere uma caixa retangular disposta em um sistema
cartesiano tridimensional, conforme a figura a seguir. As arestas paralelas aos eixos
𝑥, 𝑦 e 𝑧 podem ser representadas pelos intervalos [𝑎, 𝑏], [𝑐, 𝑑] e [𝑒, 𝑓],
respectivamente. E cada intervalo pode ser ainda dividido em 𝑙 , 𝑚 e 𝑛 subintervalos
iguais, pelo quais denominaremos de ∆𝑥 , ∆𝑦 e ∆𝑧, também respectivamente.

Diante desse dados, para um ponto arbitrário (𝑥 ∗ "#$ , 𝑦 ∗ "#$ , 𝑧 ∗ "#$ ) pertencente

ao sólido, temos a seguinte soma tripla de Riemann:


) ( %

' ' ' 𝑓(𝑥 ∗ "#$ , 𝑦 ∗ "#$ , 𝑧 ∗ "#$ ) . ∆𝑥. ∆𝑦. ∆𝑧.
"&' #&' $&'

E análogo ao que ocorre com as integrais duplas, a integral tripla pode ser
definida conforme a seguir.
Definição 24.2.1: A integral tripla de 𝑓 numa caixa retangular 𝐵 é dada pela
expressão a seguir, se o limite existir:
) ( %
Onde:
) 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = 𝑙𝑖𝑚 ' ' ' 𝑓(𝑥 ∗ "#$ , 𝑦 ∗ "#$ , 𝑧 ∗ "#$ ) ∆𝑉 . ∆𝑉 = ∆𝑥. ∆𝑦. ∆𝑧
),(,% →-
. "&' #&' $&'

Nesse contexto, ao contrário das integrais simples e duplas, a integral tripla


não tem uma representação geométrica, pois seria algo em quatro dimensões:
𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) × ∆𝑥 × ∆𝑦 × ∆𝑧, impossível de visualizar geometricamente.
Não obstante, todas as propriedades e teoremas aplicadas às demais integrais
(duplas ou simples) continuam válidas e podem ser perfeitamente estendidas às
integrais triplas, conforme as subseções subsequentes.
Pág. 366
Matemática aplicada às Ciências Agrárias – Integrais múltiplas

24.2.1. Integrais triplas em caixas retangulares

Definição 24.2.1.1: Considere uma função 𝑓 contínua de três variáveis


definida em uma caixa retangular (ou um paralelepípedo reto) 𝐵 = [𝑎, 𝑏] × [𝑐, 𝑑] ×
[𝑒, 𝑓] = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ3 |𝑎 ≤ 𝑥 ≤ 𝑏, 𝑐 ≤ 𝑦 ≤ 𝑑, 𝑒 ≤ 𝑧 ≤ 𝑓}. A integral tripla iterada é dada
por:

3 1 /
) 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = 5 5 5 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
4 2 0
.

Assim como para as integrais duplas, se 𝑓 for contínua em um sólido 𝐵 , vale o


teorema de Fubini, ou seja, podemos calcular a integral tripla iterada em qualquer
uma das seis ordens diferentes: 𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 , 𝑑𝑧𝑑𝑥𝑑𝑦, 𝑑𝑥𝑑𝑧𝑑𝑦, 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧, 𝑑𝑦𝑑𝑧𝑑𝑥 e 𝑑𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧.

Exemplo: Vamos calcular


# $ "
@ @ @ (𝑥 " 𝑦 " 𝑧)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥.
%$ # #
Solução:
# $ " # $ "
" "
𝑥"𝑦"𝑧"
@ @ @ (𝑥 𝑦 𝑧)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 = @ @ A CD 𝑑𝑦𝑑𝑥
%$ # # %$ # 2 #
# $ # # $
2𝑥 " 𝑦 & 2𝑥 "
@ @ 2𝑥 " 𝑦 " 𝑑𝑦𝑑𝑥 = @ A CD 𝑑𝑥 = @ 𝑑𝑥
%$ # %$ 3 # %$ 3
# # # $ "
2𝑥 " 2𝑥 & 2.0& 2(−1)& 2
@ 𝑑𝑥 = A CD = − ⇒ @ @ @ (𝑥 " 𝑦 " 𝑧)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 = .
%$ 3 9 %$
9 9 %$ # # 9

Para comprovar que vale o teorema de Fubini, uma vez que a função 𝑥 " 𝑦 " 𝑧 é
contínua no paralelepípedo, mudaremos a ordem de integração para 𝑑𝑧𝑑𝑥𝑑𝑦.
Assim:

$ # " $ # "
" "
𝑥"𝑦"𝑧"
@ @ @ (𝑥 𝑦 𝑧)𝑑𝑧𝑑𝑥𝑑𝑦 = @ @ A CD 𝑑𝑥𝑑𝑦
# %$ # # %$ 2 #
$ # $ # $
2𝑥 & 𝑦 " 2𝑦 "
@ @ 2𝑥 " 𝑦 " 𝑑𝑥𝑑𝑦 = @ A CD 𝑑𝑦 = @ 𝑑𝑦
# %$ # 3 %$ # 3
$ $ # $ "
2𝑦 " 2𝑦 & 2.1& 2.0& 2
@ 𝑑𝑦 = A CD = − ⇒ @ @ @ (𝑥 " 𝑦 " 𝑧)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 = .
# 3 9 #
9 9 %$ # # 9
O mesmo resultado.

Pág. 367
Matemática aplicada às Ciências Agrárias – Integrais múltiplas

24.2.2. Integrais triplas em sólidos gerais

Nesse subseção, consideraremos o cálculo de integrais triplas em sólidos no


espaço tridimensional que não são caixas retangulares. Porém, embora o termo
geral seja amplo, nos restringiremos apenas a sólidos limitados superiormente e
inferiormente pelas funções contínuas ℎ$ (𝑥, 𝑦) e ℎ" (𝑥, 𝑦), respectivamente e
exclusivamente, o que significa que as funções podem se tocar mas não podem
mudar de posição no espaço (passar de ℎ$ < ℎ" para ℎ$ > ℎ" , por exemplo). Além
disso, a projeção desse sólido no plano 𝑥𝑦 deve gerar uma região tipo I ou tipo II,
consoante a definição 24.1.3.1 (de integrais duplas). O sólido em questão é
categorizado como sólido tipo I, conforme a definição a seguir.

Definição 24.2.2.1: Seja uma função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) contínua em um sólido 𝐵 .


Denominamos de sólido tipo I, o sólido descrito por 𝐵 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧)|(𝑥, 𝑦) ∈
𝐷, ℎ1 (𝑥, 𝑦) ≤ 𝑧 ≤ ℎ2 (𝑥, 𝑦)}, onde 𝐷 é a projeção do sólido 𝐵 sobre o plano 𝑥𝑦. E onde
a região 𝐷 enquadra-se em região tipo I ou região tipo II.

A disposição desse sólido no espaço tridimensional, pode ser eventualmente


invertida, trocando a limitação entre funções de superior e inferior, para esquerda
e direita, ou ainda, atrás e à frente, e as projeções do plano 𝑥𝑦 para os planos 𝑦𝑧 ou
𝑥𝑧, respectivamente. Esse entendimento está categorizado como sólido tipo II e
tipo III, conforme as definições seguintes.

Definição 24.2.2.2: Seja uma função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) contínua em um sólido 𝐵 .


Denominamos de sólido tipo II, o sólido descrito por 𝐵 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧)|(𝑥, 𝑧) ∈
𝐷, ℎ1 (𝑥, 𝑧) ≤ 𝑦 ≤ ℎ2 (𝑥, 𝑧)}, onde 𝐷 é a projeção do sólido 𝐵 sobre o plano 𝑥𝑧. E onde
a região 𝐷 enquadra-se em região tipo I ou região tipo II.

Pág. 368
Matemática aplicada às Ciências Agrárias – Integrais múltiplas

Definição 24.2.2.3: Seja uma função 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) contínua em um sólido 𝐵 .


Denominamos de sólido tipo III, o sólido descrito por 𝐵 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧)|(𝑦, 𝑧) ∈
𝐷, ℎ1 (𝑦, 𝑧) ≤ 𝑥 ≤ ℎ2 (𝑦, 𝑧)}, onde 𝐷 é a projeção do sólido 𝐵 sobre o plano 𝑦𝑧. E onde
a região 𝐷 também enquadra-se em região tipo I ou região tipo II.

As condições presentes nas definições anteriores, quando aplicáveis em um


mesmo sólido de integração, permitem aplicar o teorema de Fubini e mudar a ordem
de integração da integral tripla para uma ordem (𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 , 𝑑𝑧𝑑𝑥𝑑𝑦, 𝑑𝑥𝑑𝑧𝑑𝑦, 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧,
𝑑𝑦𝑑𝑧𝑑𝑥 ou 𝑑𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧) que consideremos mais claro e calculá-la sem grandes
dificuldades.
Conquanto, ao considerar uma ordem, é preciso observar que as funções do
intervalo da primeira integral (a de dentro) devem estar em função das outras
variáveis, as funções do intervalo da segunda integral devem estar em função da
última variável e por fim, o intervalo da última integral (à esquerda) deve ser
numérico.
Por exemplo, se decidirmos pela ordem 𝑑𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧, os intervalos de 𝑦 devem estar
em função das demais variáveis (ou seja: 𝑥, 𝑧), os intervalos de 𝑥 devem estar em
função da última variável (neste caso 𝑧) e os intervalos de 𝑧 devem ser

Pág. 369
Matemática aplicada às Ciências Agrárias – Integrais múltiplas
obrigatoriamente numéricos. Veja a ilustração a seguir.

𝑥 = 𝑓( Em função de
3 :! (8) 5 ! (7,8)
𝑑𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧 ⇒ ) 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = 5 5 5 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧
4 :" (8) 5 " (7,8)
.
𝑦 = 𝑓( 𝑁𝑢𝑚é𝑟𝑖𝑐𝑜
Em função de

Numérico

Exemplo: Calcule a integral tripla ∭𝐵 (𝑧) 𝑑𝑉, onde a região 𝐵 é o sólido

que está na figura a seguir.


Solução: Para um sólido tipo I, o mesmo é limitado
superiormente por 2 − 𝑥 − 𝑦 e inferiormente por 0.
Assim: 0 ≤ 𝑧 ≤ 2 − 𝑥 − 𝑦.
A projeção do sólido no plano 𝑥𝑦 é um triângulo. E
considerando uma região tipo I, esse é limitado à direita
por 2 − 𝑥 e à esquerda por 0. Assim, 0 ≤ 𝑦 ≤ 2 − 𝑥. E
limitado inferiormente por 1 e superiormente por 2, ou
seja, 1 ≤ 𝑥 ≤ 2. Logo:
" "%) "%)%*
@ @ @ (𝑧)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
$ # #
" "%) "%)%* " "%) "%)%*
𝑧²
@ @ @ (𝑧)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 = @ @ A CD 𝑑𝑦𝑑𝑥 =
$ # # $ # 2 #
" "%) " "%)
(2 − 𝑥 − 𝑦)² (2 − 𝑥 − 𝑦)³
@ @ A C 𝑑𝑦𝑑𝑥 = @ − A CD 𝑑𝑥 =
$ # 2 $ 6 #
" &
q2 − 𝑥 − (2 − 𝑥)r (2 − 𝑥)& 1 "
−@ p s−A C 𝑑𝑥 = − @ (0)& − (2 − 𝑥)& 𝑑𝑥 =
$ 6 6 6 $

1 ⎡ (2 − 2)+ (2 − 1)+ ⎤
"
1 " 1 (2 − 𝑥)+
@ (2 &
− 𝑥) 𝑑𝑥 = . A− ⎢
CD = . − − A− C⎥ ⇒
6 $ 6 4 6 ⎢ xyyyz4yyy{ xyyyyz4yy yy{ ⎥
$
⎣ # %$/+ ⎦
" "%) "%)%*
1
@ @ @ (𝑧)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 = .
$ # # 24

Vamos calcular novamente essa integral tripla mudando a ordem de integração


para 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 e verificar a validade do teorema de Fubini.
Solução: Para a ordem de integração para 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 o sólido deve ser do tipo III.
Assim:
¨ Os intervalos de 𝑥 devem estar em função de 𝑦 e 𝑧:
Pág. 370
Matemática aplicada às Ciências Agrárias – Integrais múltiplas

1≤𝑥 ≤2−𝑧−𝑦.
¨ A região precisa ser tipo II (uma vez que os
intervalos de 𝑦 devem estar em função de 𝑧). Essa região
é a projeção do sólido no plano 𝑦𝑧 e pode ser encontrada
fazendo 𝑥 = 1 na desigualdade:
0≤𝑦 ≤2−𝑧−⏟
𝑥 ⇒ 0≤𝑦 ≤1−𝑧.
$

¨ 0 ≤ 𝑧 ≤ 1 ⇒ intervalo numérico.
Ver a figura ao lado.
Dessa maneira, a integra tripla fica assim:
"%-%*
$ $%- "%-%* $ $%-
@ @ @ (𝑧)𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = @ @ 𝑧𝑥„ 𝑑𝑦𝑑𝑧 =
# # $ # #
$
$ $%- $ $%- $%-
"
𝑦"
@ @ (𝑧 − 𝑧 − 𝑧𝑦) 𝑑𝑦𝑑𝑧 = @ @ A𝑧𝑦 − 𝑧²𝑦 − 𝑧 CD 𝑑𝑧 =
# # # # 2 #
$ (1 − 𝑧)"
@ 𝑧 p(1 − 𝑧) − 𝑧(1 − 𝑧) − s 𝑑𝑧 =
# 2
$ (1 − 𝑧) $ (1 − 𝑧)
@ 𝑧(1 − 𝑧) A1 − 𝑧 − C 𝑑𝑧 = @ 𝑧(1 − 𝑧) A C 𝑑𝑧
# 2 # 2
$ $
1 1
. @ (𝑧 − 𝑧 " )(1 − 𝑧) 𝑑𝑧 = . @ (𝑧 − 2𝑧 " + 𝑧 & ) 𝑑𝑧 =
2 # 2 #
$
1 𝑧" 𝑧& 𝑧+ 1 1" 1& 1+ 1 1 2 1 1 6−8+3
. A − 2. + CD = . A − 2. + C = .† − + ‡ = .† ‡⇒
2 2 3 4 # 2 2 3 4 2 2 3 4 2 12
$ $%- "%-%*
1 O mesmo
@ @ @ (𝑧)𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧 = . resultado.
# # $ 24

2º exemplo: Calcule a integral tripla ∭𝐵 (𝑥𝑦) 𝑑𝑉, onde a região 𝐵 é o sólido

que está na figura a seguir.


Solução: Escolhendo a ordem de integração 𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥, temos um sólido tipo I, cuja
projeção do sólido no plano 𝑥𝑦 é uma região tipo I. Desse modo:
0 ≤ 𝑧 ≤ 2 − 𝑦 , √𝑥 ≤ 𝑦 ≤ 2 e 0 ≤ 𝑥 ≤ 4 .

+ " "%*
‹(𝑥𝑦)𝑑𝑉 = @ @ @ (𝑥𝑦)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 =
# √) #
/
"%*
+ " + "
@ @ 𝑥𝑦𝑧„ 𝑑𝑦𝑑𝑥 = @ @ 𝑥𝑦(2 − 𝑦) 𝑑𝑦𝑑𝑥 =
# √) # √)
#

Pág. 371
Matemática aplicada às Ciências Agrárias – Integrais múltiplas
+ " + "
𝑥𝑦³
@ @ 2𝑥𝑦 − 𝑥𝑦² 𝑑𝑦𝑑𝑥 = @ 𝑥𝑦² − D 𝑑𝑥 =
# √) # 3 √)
+
8𝑥 𝑥 0/"
@ 4𝑥 − − A𝑥² − C 𝑑𝑥 =
# 3 3
+
1 + 1 2𝑥 1/"
@ 4𝑥 − 3𝑥 " + 𝑥 0/" 𝑑𝑥 = . A2𝑥² − 𝑥³ + CD
3 # 3 7 #

1 2.41/" 1 256 1 −224 + 256 32


. A2.4² − 4³ + C = . †32 − 64 + ‡ = .† ‡= .
3 7 3 7 3 7 21
Assim:
+ " "%*
32
‹(𝑥𝑦)𝑑𝑉 = @ @ @ (𝑥𝑦)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 = .
# √) # 21
/

3º exemplo: Informe os intervalos da integral tripla da questão anterior,


segundo as seguintes ordens de integração.
a) 𝑑𝑧𝑑𝑥𝑑𝑦
Solução: Essa ordem de integração equivale ao sólido tipo I e região tipo II,
conforme a figura ao lado.
Como o intervalo para 𝑥 deve ser escrito em função
de 𝑦, pela projeção do sólido no plano 𝑥𝑦, temos:
𝑦 = √𝑥 ⇒ 𝑥 = 𝑦² .
Pela mesma projeção, uma vez que o intervalo para
𝑦 deve ser numérico, temos que utilizar: 0 ≤ 𝑦 ≤ 2.
Conclusão:
" *² "%*
@ @ @ (𝑥𝑦)𝑑𝑧𝑑𝑥𝑑𝑦.
# # #

b) 𝑑𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧
Solução: Essa ordem de integração equivale ao
sólido tipo II e região tipo II, conforme a figura ao lado.
Como o intervalo para 𝑦 deve ser escrito em função
de 𝑥 e 𝑧, temos: √𝑥 ≤ 𝑦 ≤ 2 − 𝑧 (analise a figura na
horizontal e troque 𝑦 e 𝑧 na equação do plano).
Projetando o sólido no plano 𝑥𝑧 e uma vez que o
intervalo para 𝑥 deve ser escrito em função 𝑧, temos:

𝑦² ⇒ 0 ≤ 𝑥 ≤ (2 − 𝑧)" .
𝑦 = √𝑥 ⇒ 𝑥 = •
"%-
A curva 𝑥 = (2 − 𝑧)! equivale a projeção da
interseção do plano 𝑦 = 2 − 𝑧 com 𝑦 = √𝑥.

Pág. 372
Matemática aplicada às Ciências Agrárias – Integrais múltiplas

Ao final, devemos utilizar: 0 ≤ 𝑧 ≤ 2 (ver figura).


Conclusão:
" ("%-)² "%-
@ @ @ (𝑥𝑦)𝑑𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧.
# # √)

*+
Resolva essas integrais triplas de a) e b), e constate o mesmo resultado .
+,

Observação: Não é preciso memorizar os tipos de sólidos, ou ainda, os tipos


de regiões das projeções. Essas categorizações tem cunho meramente didático e
servem apenas para que o leitor compreenda a análise que deve ser feita no sólido
de integração, consoante a ordem de integração escolhida.

Um caso particular da aplicação de integral tripla pode ser utilizada para cálculo
de volume de sólidos, para isso basta fazer 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧) = 1.

Exemplo: Determine o volume do sólido que está abaixo da superfície 𝑓(𝑥, 𝑦) =


−𝑥 " + 𝑦 " + 25, acima do plano 𝑥𝑦 e limitada pelo cilindro 𝑦 " + 𝑥 " = 25.
Solução:
A região do espaço é 𝐵 = {(𝑥, 𝑦, 𝑧) ∈ ℝ& | − 5 ≤ 𝑥 ≤
5, −•25 − 𝑥² ≤ 𝑦 ≤ •25 − 𝑥², 0 ≤ 𝑧 ≤ −𝑥 " + 𝑦 " + 25}.
Logo:
8 7" ()) 5" (),*)
‹ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = @ @ @ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
9 7# ()) 5# (),*)
/

0 ;"0%)² %) " :* " :"0


‹ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = @ @ @ 1. 𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥
%0 % ;"0%)² #
/

0 ; "0%)²
‹ 𝑓(𝑥, 𝑦, 𝑧)𝑑𝑉 = @ @ −𝑥 " + 𝑦 " + 25 𝑑𝑦𝑑𝑥
%0 %;"0%)²
/
Aplicando as coordenadas polares: 0 ≤ 𝑟 ≤ 5, 0 ≤ 𝜃 ≤ 2𝜋, 𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠𝜃 e 𝑦 = 𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃,
temos:
2𝜋 5
𝑉=5 5 8−(𝑟𝑐𝑜𝑠𝜃)2 + (𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃)2 + 259. 𝑟𝑑𝑟 𝑑𝜃 ⇒
0 0
"? 0 "? 0
𝑉=@ @ (25 − 𝑟 " 𝑐𝑜𝑠2𝜃)𝑟. 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = @ @ (25𝑟 − 𝑟 & 𝑐𝑜𝑠2𝜃)𝑑𝑟 𝑑𝜃 ⇒
# # # #
"? "? 0
25𝑟 " 𝑟 + 𝑐𝑜𝑠2𝜃 625 625. 𝑐𝑜𝑠2𝜃
𝑉=@ A − CD 𝑑𝜃 = @ † − ‡ 𝑑𝜃 ⇒
# 2 4 # # 2 4

625. 𝜃 625. 𝑠𝑒𝑛2𝜃 "? 625.2𝜋 625. 𝑠𝑒𝑛2𝜋


𝑉=† − ‡– ⇒ − ⇒ 𝑉 = 625𝜋 𝑢. 𝑣 .
2 8 # 2 8

Pág. 373
Matemática aplicada às Ciências Agrárias – Integrais múltiplas

EXERCÍCIOS 24.5

1) Calcule as integrais triplas iteradas.


$ $ " " ?/" ?
𝑎) @ @ @ (𝑥𝑧𝑦)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 𝑐) @ @ @ (𝑠𝑒𝑛𝑦. 𝑐𝑜𝑠𝑥)𝑑𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧
# # # # # #
$ " & " " @
𝑧
𝑏) @ @ @ (𝑥²𝑦)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 𝑑) @ @ @ 𝑑𝑥𝑑𝑦𝑑𝑧
%$ %$ %" $ $ $ 𝑥

2) Calcule as integrais triplas iteradas.


$ ) * ? * )
𝑎) @ @ @ (𝑥 " )𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 𝑐) @ @ @ (𝑠𝑒𝑛(𝑥 + 𝑦 + 𝑧))𝑑𝑧𝑑𝑥𝑑𝑦
# # # # # #
" ) ):* " AB" "
𝑏) @ @ @ (𝑧 − 𝑥)𝑑𝑧𝑑𝑦𝑑𝑥 𝑑) @ @ @ (𝑒 - )𝑑𝑥𝑑𝑧𝑑𝑦
# %) # # # @$

3) Monte a integral tripla iterada de cada item da questão anterior mudando a


ordem de integração para 𝑑𝑦𝑑𝑥𝑑𝑧.

4) Calcule as integrais triplas.

a) ∭𝐵 𝑥
(𝑒 ) 𝑑𝑉 b) ∭𝐸 (𝑥𝑦) 𝑑𝑉
Onde 𝐵 é o sólido: Onde 𝐸 é o sólido:

5) Calcule a integral tripla ∭𝐵 (𝑥) 𝑑𝑉, onde 𝐵 é o sólido limitado pelo cilindro

𝑥 " + 𝑦² ≤ 4 e pelo plano 𝑧 = 𝑥 e 𝑧 = 0.

6) Calcule a integral tripla ∭𝐵 (𝑥𝑦𝑧) 𝑑𝑉, onde 𝐵 é o sólido limitado pelo

cilindro parabólico 𝑦 = 1 − 𝑥², pelo plano 𝑧 = 2𝑦 e pelo plano 𝑥𝑦.

7) Determine o volume do sólido limitado pelos planos 𝑧 = 1 − 𝑥 − 2𝑦, 𝑥 = 𝑦, 𝑦 =


0 e 𝑥 = 0.

Pág. 374

Você também pode gostar