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IMPROVISAÇÃO
by Edu Ardanuy
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Edu Ardanuy
Improvisação
Na prática da improvisação se faz necessário o conhecimento teórico e prático dos elementos rítmicos, me-
lódicos e harmônicos de forma geral.
Sobre a parte rítmica será vital aprender a usar o metrônomo, assim como conhecer as figuras rítmicas e suas
respectivas pausas, sabendo aplicar tais acentuações sobre acordes, escalas e arpejos. O estudo das pausas é
importante. Pausas longas dão sentido de respiração, pausas curtas terão efeito mais sutíl, dando mais swing
ao fraseado. Naturalmente, podemos adicionar pausas no começo, meio ou fim de frases, criando situações
rítmicas interessantes e menos previsíveis. O estudo sobre fórmulas de compassos e de estilos musicais dife-
rentes também podem desenvolver bastante a noção rítmca.
Sobre a parte melódica devemos ter conhecimento sobre os modos (escalas) dos 3 campos harmônicos
(maior, menor hamônico e menor melodico), pentatônicas, escalas simétricas, escala cromática, arpejos de trí-
ades, tétrades e outras possíveis configurações. O estudo de aproximações cromáticas sobre escalas e arpejos
também será um grande recurso.
O domínio teórico da parte melódica deve-se ao fato de ter pleno conhecimento dos intervalos que cada
modo, pentatônica ou arpejo tem em particular, pois esse será o padrão de raciocínio para associar escalas e
arpejos sobre determinado acorde. Outro fator importante é ter conciência do campo harmônico de cada
modo, pois o campo nos mostra outras possibilidades de sobreposições de arpejos e pentatônicas.
O domínio prático da parte melódica deve-se ao fato de ter a capacidade de enxergar e ditar qualquer
tipo de escala, arpejo ou intervalo melodico em toda extensão do braço, em posições verticais, horizontais
e diagonais, sobre diversas figuras rítmicas. É muito importante aprimorar a parte técnica e os elementos de
interpretação como: pallhetada alternada e sweep, ligados (hamers e pull-offs), slides, saltos, bends, tapping,
harmônicos naturais e artificiais, vibratos, dinâmica, palm mute, alavanca de tremolo, ghost notes, etc. Levando
em consideração todos estes fatores teóricos e práticos o fraseado melódico tende a amadurecer bastante.
Sobre a parte harmônica devemos ter conhecimento sobre intervalos, harmonização de escalas, (modos)
construção de acordes de tríades, tétrades e com outras dissonâncias, inversões de acordes, campos harmôni-
cos, harmonia tonal, harmonia modal, harmonia funcional, cadências, empréstimos modais, modulações, etc.
Será de grande importância ter conhecimento de acordes cifrados e de suas respectívas fórmulas de interva-
los, saber suas possíveis inversões, possíveis funções modais.
O domínio prático da harmonia deve-se ao fato de ter capacidade de enxergar e digitar acordes de todos os
tipos por toda extensão do braço, tendo várias possibilidades de shapes para um mesmo acorde (sistema 5
- CAGED). Estudar diferentes rítmos (grooves) sobre acordes será um fator indispensável para desenvolver a
técnica de tocar harmonia.
Apesar de todos esses aspectos teóricos e práticos um dos elementos mais importantes na improvisação
é a criatividade, o senso rítmico e melódico natural de cada um. Pensar a respeito desses conceitos já será
um bom começo.
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A 1 2 3 4 2 1 3 4 3 1 2 4 4 1 2 3
B 1 2 4 3 2 1 4 3 3 1 4 2 4 1 3 2
C 1 3 2 4 2 3 1 4 3 2 1 4 4 2 1 3
D 1 3 4 2 2 3 4 1 3 2 4 1 4 2 3 1
E 1 4 2 3 2 4 1 3 3 4 1 2 4 3 1 2
F 1 4 3 2 2 4 3 1 3 4 2 1 4 3 2 1
Observações técnicas:
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Observações: As pausas terão a mesma duração em silêncio de suas respectivas figuras rítmicas, e os mes-
mos símbolos para tablatura.
Quando tivermos duas ou mais figuras rítmicas que caibam em uma mesma unidade de tempo podemos
conectá-las por suas bandeirolas, como podemos ver nos exemplos:
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Intervalos
(forma prática de visualização sobre o braço do instrumento)
Modelo referencial para intervalos maiores e justos:
Se diminuirmos os intervalos maiores ou justos em 1 semitom (½ tom abaixo), sendo que isto não se aplica
à tônica, encontraremos os intervalos menores e diminuto no caso da 5ª.
2# = 3b
4# = 5b
intervalos 5# = 6b
6 = 7b
4b = 3
Dica para exercícios: Toque os intervalos combinando-os sucessivamente com a tônica, pois dessa forma você
irá desenvolver a noção de distância entre a tônica T e os demais intervalos. Comece com os intervalos maiores
e justos. Toque a tônica depois o intervalo, e tente copiar os sons das duas notas solfejando (cantando).
Este será um bom exercício para desenvolver seu ouvido e sua percepção musical, fatores indispensáveis para formação de um músico.
Acostume-se com os intervalos maiores e justos, pois estes serão a base para entendermos os demais. Depois faça o mesmo com os menores
e diminutos até se familiarizar com as diferenças dos sons e a distancia que cada intervalo tem com relação a sua tônica. Este será o conceito
que usaremos para entender as difereças entre tipos de acordes (harmonia) e tipos de escalas (melodia).
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É a escala original que irá compor o Campo Harmônico Maior. Tomando este modo como base, e fazendo suas
possíveis inversões, geraremos os outros modos que formam o Campo Harmônico.
Ex: C jônio = C D E F G A B C
D dórico = D E F G A B C D
E frígio = E F G A B C D E etc...
Concluímos que C jônio, D dórico, E frígio, etc., são formados pelas mesmas notas, mas em ordens diferentes.
É o que chamamos de escala diatônica. Na realidade o que caracteriza o modo é a nota que tem a função de
tônica dentro da escala, ou seja, na escala de C se a nota C tiver a função de tônica, (fundemental ) indepen-
dente da ordem que tocarmos as notas ela terá a função de C jônio. Se deslocarmos a tônica para a nota D a
mesma escala passa a ter a função de D dórico e assim consecutivamente para os outros modos. Na prática o
indicador da tônica é o acorde ou o baixo.
Harmonizando cada um dos modos, (empilhando terças a partir da tônica de cada modo) encontraremos os
acordes que compõem o campo harmônico maior.
tríades dissonâncias
T 2 3 4 5 6 7+
C jônio C (T35) 7+ 9/2 11/4 13/6
C D E F G A B
T 2 3b 4 5 6 7
D dórico D E F G A B C Dm ( T 3b 5) 7 9/2 11/4 13/6
T 2b 3b 4 5 6b 7
E frígio E F G A B C D Em ( T 3b 5) 7 9b/2b 11/4 13b/6b
T 2 3 4# 5 6 7+
F lídio F G A B C D E F ( T 3 5) 7+ 9/2 11#/4# 13/6
T 2 3 4 5 6 7
G mixolídio G A B C D E F G ( T 3 5) 7 9/2 11/4 13/6
T 2 3b 4 5 6b 7
A eólio A B C D E F G Am ( T 3b 5) 7 9/2 11/4 13b/6b
T 2b 3b 4 5b 6b 7 Ø (Meio-diminuto = T 3b 5b 7)
B lócrio B C D E F G A 7 9b/2 11/4 13b/6b
Bm/5b ( T 3b 5b)
Dissonâncias como 7ª, 2ª ou 9ª, 4ª ou 11ª e 6ª ou 13ª, além de colorir o som dos acordes primários (tríades),
também podem definir a função modal dos mesmos, mostrando a qual modo o acorde é compatível. Alguns
acordes podem ser compatíveis a mais de um modo.
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G mixolídio ( T 2 3 4 5 6 7 ) G mixolídio
B lócrio ( T 2b 3b 4 5b 6b 7 ) B lócrio
tônica
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Teoria de apoio:
Memorização dos intervalos dos modos da Escala Maior
Modos Maiores: Maior Natural - Jônio = T 2 3 4 5 6 7+
Lídio = T 2 3 4# 5 6 7+
Mixo = T 2 3 4 5 6 7
Intervalos característicos
Modos Menores: Menor Natural - Eólio = T 2 3b 4 5 6b 7
Dórico = T 2 3b 4 5 6 7
Frígio = T 2b 3b 4 5 6b 7
Intervalos característicos
O modo Lócrio é o único que possui a tríade diminuta, por isso sua principal característica é o intervalo de
quinta diminuta (5b).
Modo Lócrio - T 2b 3b 4 5b 6b 7
Dórico - a raiz estará uma Sétima menor acima - Ex. : G dórico = escala de F
Frigio - a raiz estará uma Sexta menor acima - Ex. : G frigio = escala de Eb
Lído - a raiz estará uma Quinta justa acima - Ex. : G lídio = escala de D
Mixolídio - a raiz estará uma Quarta justa acima - Ex. : G mixolídio = escala de C
Eólio - a raiz estará uma Terça menor acima - Ex. : G eólio = escala de Bb
Lócrio - a raiz estará uma Segunda menor acima - Ex. : G lócrio = escala de Ab
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Harmonia
Análise de harmonia modal (análise individual sobre cada acorde):
1º passo: Entender a estrutura de intervalos de cada acorde, em outras palavras, entender acordes cifrados.
2º passo: Associar o modo (escala) compatível para cada acorde, em alguns casos teremos mais de uma
possibilidade. Para se realizar o 2º passo com facilidade é indipensável conhecer as fórmulas de intervalos dos
modos.
3º passo: Associar o campo harmônico de cada acorde, calcular a origem (raiz) de sua escala. Exemplo: G
mixolídio não tem origem na escala de sol, na realidade ele é o Vº grau da escala de C portanto, C é seu campo
harmônico, sua raiz. Associar o campo harmônico é importante pois abre muitas possibilidades na escolha de
arpejos, pentatônicas ou substituições de acordes.
2º) Modo: A mixolídio (V°) 2º) Modo: Bb lídio (IV°) 2º) Modo: B dórico (II°)
1º passo: Entender a fórmula do campo harmônico, o tipo de acorde de cada grau e a distância (tom ou se-
mitom) entre eles. Exemplo sobre o campo de C com acordes de tríades:
Iº II° III° IV° V° VI° VII° I°
C Dm Em F G Am Bm5b C
raíz
Análise: Dois acordes menores na distância de 1 tom só entre o II° e III°. Tendo Cm como II° grau podemos
deduzir que o I° grau (raiz) é Bb.
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1) I IV V 1) VI V IV
C F G Am G F
2) IV V I 2) VI IV V
F G C Am F G
3) I V IV 3) IV V VI
C G F F G Am
4) I IV 4) VI III IV
C F Am Em F
5) I V 5) VI V
C G Am G
6) IV V 6) VI IV
F G Am F
7) I IV III 7) II V
C Am Em Dm7 G7/9
8) I V II IV 8) VI II
C G Dm F Am7 Dm7
10) II IV I V 10) VI IV I V
Dm F C G Am F C G
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Harmonia em Vamp é um padrão de harmonia que caracteriza algum modo em particular, enfatizando sua
sonoridade. Normalmente o baixo (tônica) tende a ficar estático.
Aplicação de tríades em harmonias do tipo Vamp: A utilização de tríades é um meio simples e eficiente
para criação de harmonias em Vamp, utilizando apenas 3 acordes, podemos caracterizar qualquer modo. Para
os que tocam Rock será uma boa alternativa, pois esse tipo de harmonia soa bem com overdrive, e é muito
comum em riffs de rock.
O sistema é bem simples: Utilizar as tríades do e graus do I°, IV° e V° graus do campo harmônico e tocá-las
com o baixo estático na tônica do modo em questão, independente do modo.
I II III IV V VI VII
C Dm Em F G Am Bm5b
tríades principais
As tríades menores também funcionam, mas a sonoridade das maiores (I°, IV° e V°) são mais interesantes e
caracterizam todos os modos.
Criando um Vamp para C Jônio: Para compreender melhor o sistema relacione as notas do modo com seus
respectivos intervalos. Exemplo:
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Pentatônicas
As pentatônicas são escalas de 5 notas e podem ter vários tipos, aqui foram sugeridos 4 tipos comuns: Penta
tradicional, Penta Blues que é a penta tradicional com uma nota adicionada que chamamos de blue note (es-
sas duas normalmente são as mais utilizadas), a Penta Menor 6 e a Penta Maior 7. Pentatônicas são utilizadas
em todos estilos musicais, mas no Rock, Blues e Country são indispenssáveis.
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Aplicação de escalas pentatônicas sobre o campo harmônico maior
Encontraremos as pentatônicas sobre o Iº, IVº e Vº graus como maiores, ou sobre o IIº, IIIº e VIº graus como suas
respectivas relativas menores. Estas são pentatônicas tradicionais muito populares nos estilos Blues e Rock. Se
omitirmos a 4ª e 7ª de qualquer modo maior, encontraremos uma penta maior - Fórmula: T, 2, 3, 5 e 6. Omitindo
a 2ª e 6ª de qualquer modo menor teremos uma penta menor - Fórmula: T, 3b, 4, 5 e 7. Além das pentatônicas
tradicionais, ainda teremos 3 pentatônicas alternativas: Menor 6 (IIº), Maior 7 (Vº) e Menor 7/5b ( Ø VIIº).
Pentas de aplicação direta são aquelas do mesmo tom (grau) do modo em questão, as demais terão apli-
cação indireta. Ex: Sobre Dm dórico temos como aplicação direta as pentas de Dm e Dm6, todas as outras
podem funcionar indiretamente como opções secundarias. Lembrando que pentatônicas são modos com
duas notas omitidas, se somarmos as notas das 6 pentatônicas disponiveis no campo harmônico de C estare-
mos trabalhando sempre com as 7 notas da escala de C maior: C D E F G A B, fazendo possíveis combinações
pentatônicas de 5 em 5 notas.
Sobre os modos dórico, lídio e mixolídio, o aproveitamento das 6 pentatônicas é total levando em conside-
ração o preferencial das pentas de aplicação direta de seus respectivos modos. Sobre o modo de preferência
a penta do Iº grau, pois terá uma sonoridade mais atraente do que sua penta de aplicação direta (IVºgrau).
Sobre os modos jônio e eólio (os 2 naturais) e harmonias tonais centradas em jônios e eólios, muito comuns
no pop, rock e heavy metal, as opções serão bem menores e se resumem nas pentas do Iº e Vºgraus,e seus
respectivos relativos menores dando prefência á penta do Iºgrau.
Sobre o modo frígio dê prefêrencia às pentas do VIIº grau (m7/5b) e a de aplicação direta (IIIº).
Sobre o modo lócrio (muito incomum no pop, rock e heavy metal) dê prefêrencia às pentas do IIºgrau e a
de aplicação direta ( VIIº).
Quando o assunto for o bom e velho Blues (indispensável para formação de um bom guitarrista de Rock) as
pentas principais serão: Penta maior, menor 7 e menor 6 no mesmo tom do blues em questão. Ex: Sobre um
blues em A maior (mixolídio) usamos as pentas de A, Am7 e Am6, conciderando a 3b das pentas menores
como blue note. Use a terça menor de passagem para a terça maior, e conclua a frase na tônica, este é um
clichê importante para sonoridade Blues.
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Arpejos (tétrades) com tapping
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Opções de modelos para os modos da
Escala Menor Harmônica
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Opções de modelos para os modos da
Escala Menor Melódica
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Escalas simétricas
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