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MTR .

50
SUMÁRIO
I- INTRODUÇÃO

II- DESENVOLVIMENTO

1. Histórico
2. Apresentação
3. Características
4. Nomenclatura

III-CONCLUSÃO
Armamento Munição e Tiro

Metralhadora .50 M2

1. HISTÓRICO

a. Com o incremento dos balões de observação nos campos de batalha da 1ª Guerra


Mundial, o Exército Francês, ante a necessidade de eliminá-los, criou uma nova
metralhadora com o calibre 11 mm, a Rotckiss Balloon Gun.

b. Impressionado com o desempenho da nova arma, o Gen Pershing, Cmt da Força


Expedicionária Norte Americana, instalou uma comitiva, junto ao Governo dos EUA, para o
aperfeiçoamento de uma arma semelhante, porém com calibre maior, que permitisse seu
emprego, também contra viaturas blindadas e posições fortificadas.

c. Ao invés de se conceber uma arma inteiramente nova, foram entregues 08 (oito) Mtr
Browwing .30 a Samuel Colt para que as adaptasse às novas especificações. Com a efetiva
colaboração de Oliver Winchester no aperfeiçoamento da munição e de John Browwing,
além de algumas modificações, foi reproduzida em escala maior a Mtr BROWING .30 e o
protótipo ficou pronto para os principais testes em setembro de 1918.

d. Esta arma foi a precursora da Mtr .50 de nossos dias que, apesar de ter passado algum
tempo sem aperfeiçoamento, é largamente empregada no Exército Brasileiro.
2. APRESENTAÇÃO

a. A metralhadora .50 M2 é uma arma automática, de origem americana. Sua


missão principal é a defesa contra aviões, dos comboios e estacionamentos.

b. Decorre daí serem dotadas de reparos terrestres para o tiro terrestre e o tiro
antiaéreo e outros reparos do tipo pedestal para emprego nos diversos tipos de
viaturas. É, ainda, utilizada como armamento de aeronaves.

c. Pode ser alimentada pela direita ou pela esquerda, mediante prévia


disposição de algumas peças apropriadas. Apresenta, ainda, a vantagem de poder
ser empregada também contra viaturas blindadas ou posições sumariamente
organizadas, utilizando munição perfurante.

d. Número de estoque do Exército: tem a finalidade de facilitar a estocagem e a


catalogação dos artigos de suprimento. Seu NEE é 1005 1061 100.

e. Indicativo militar: Mtr .50 M2.

f. Nomenclatura: METRALHADORA .50 M2.


Fig 1
3. CARACTERÍSTICAS

a. Aspectos classificatórios

1) Tipo: a Mtr .50 M2, devido ao seu grande peso e volume, exige que seja
transportada por mais de um homem, seja montada ou dividida em fardos, sendo,
em consequência, classificada como NÃO PORTÁTIL.

2) Emprego: esta arma é utilizada em proveito de um grupo de homens ou fração


de tropa (sua guarnição é composta de 01 Cmt e 03 serventes de peça), sendo,
assim, classificada como COLETIVA.

3) Princípio motor: para funcionar, a Mtr .50 M2 utiliza a força de expansão dos
gases, que agem por ação direta (UTILIZAÇÃO DIRETA DOS GASES).

4) Funcionamento: a Mtr .50 é classificada como AUTOMÁTICA, podendo,


entretanto, realizar o tiro intermitente.

5) Carregamento: RETROCARGA.

6) Raiamento: as raias da arma são em número de 08 (OITO), desenvolvendo-se da


esquerda para direita (À DIREITA), pelo que é classificada como de alma RAIADA.

7) Calibre: seu calibre é 12.7 mm ou 0.50 polegada.


b. Dados numéricos

1) Peso: a Mtr .50 M2 pesa 69 Kg, assim distribuídos aproximadamente:


-Metralhadora 38 Kg - Cano 12 Kg - Reparo 19 Kg

2) Velocidade teórica de tiro: sem levar em conta o tempo gasto com as operações
de alimentação, manejo e pontaria, esta arma pode executar 400 a 600 tiros por
minuto.

3) Velocidade prática de tiro: normalmente, em 01 (um) minuto, esta arma pode


executar 75 tiros.

4) Alcance máximo: o maior alcance que se pode obter com esta arma é de
aproximadamente 6.900 metros.

5) Alcance de utilização: o alcance que permite a utilização da Mtr .50 M2 na


plenitude de suas características é de 900 metros.
c. Munição

A munição é classificada como munição para armas portáteis e é fornecida


sob a forma de cartucho completo. O cartucho consiste no projétil, estojo de
cartucho, pólvora de propulsão e cápsula. Utiliza, principalmente, os seguintes
tipos de munição:

1) Car .50 M1 ponta do projétil na cor natural do metal.


2) Car .50 Pf M1 ponta do projétil pintada de preto.
3) Car .50 Tr M1 ponta do projétil pintada de vermelho
4) Car .50 Tr M2 ponta do projétil pintada de laranja
5) Car .50 Pf Inc M1 ponta do projétil pintada de alumínio.
6) Car .50 Pf Inc Tr M1 ponta do projétil pintada de vermelho e alumínio.
7) Car .50 Ma cartucho e projétil cromados, cartucho perfurado.
Origem: Brasil
(1) Projétil API-T 612 gr Perfurante Incendiário Traçante (M20)
(2) Projétil Traçante 584 gr (M33)
(3) Projétil API 658 gr Perfurante Incendiário (M8)
(4) Projétil FMC 698 gr (Ball M2)
(5) Projétil AP 702 gr Perfurante (M2)
(6) Projétil Traçante 658 gr (M1)
(7) Projétil API-HC 722 gr Perfurante Incendiário - núcleo de metal duro
(8) Projétil AP-HC 760 gr Perfurante com núcleo de metal duro
(9) Projétil Traçante 630 gr (M17)
(10) Projétil Incendiário 630 gr (M1)
(11) Projétil FMC 655 gr (Ball M33)
.50 (Metralhadora)

Cartucho Comum M2 Comum M33 Traçante M1 Traçante M33

Peso (g) 117 112 114,5 112

Comprimento (mm) 138,4 138,4 138,4 138,4

Perfurante
Cartucho Traçante M1 Perfurante M2 Incendiário M1
Incendiário M8

Peso (g) 112,7 117 115,7 113

Comprimento (mm) 138,4 138,4 138,4 138,4


Perfurante Traçante Perfurante Perfurante Incendiário
Cartucho
Incendiário M20 Núcleo Metal Núcleo de Metal Duro
Duro

Peso (g) 114 123 123

Comprimen
138,4 138,4 138,4
to (mm)
Cartucho Traçante Fumígeno M48 A1

Peso (g) 114

115
Comprimento (mm)

Origem: Brasil
Projétil Traçante Fumígeno 828 gr (M48 A1)
Car .50 M1 5.45 máximo

5.45 máximo

Car .50 Ft
Intervalo
d. Alimentação

Utiliza carregador tipo fita de elos metálicos, com capacidade indeterminada e o sentido
de alimentação é horizontal, da esquerda para a direita ou vice-versa.

e. Acessórios

1) Acessórios de manutenção: permitem a execução da manutenção de 1º e 2º escalões


da Mtr .50 M2, são eles: (Fig 3)

- bolsa de lona (A);


- almotolia (B);
- alicate de 6" com corte lateral e mordentes separados;
- chave combinada MG ou M2;
- chave de fenda, cabo isolado, de 3" de lâmina e 3/16" de ponta;
- porta-pano para alojamento do percussor (G);
- escova de limpeza de latão para alojamento do percussor (H);
- 05 seções da vareta de limpeza M7 (K, L, M, N, O);
- escova de limpeza de latão para o cano (I);
- escova de limpeza para câmara (J);
- haste de limpeza para alojamento do percussor (P); e
- toca-pinos de 3,2 e 2,0 mm (Q, R).
2) Acessórios de transporte: a Mtr .50 M2 normalmente é transportada em viaturas e
quando desembarcada, é transportada pela guarnição sem o auxílio de acessórios.
Neste caso, os serventes da peça seguram no cano e pernas traseiras do reparo
.50 M3 terrestre.

3) Acessórios de tiro: permitem a perfeita execução do tiro com a Mtr .50 M2: (Fig 3)

- calibrador de tempo (C);


- calibrador de folga (D);
- máquina de articular elos M2;
- máquina de articular e desarticular elos M7;
- cofre de munição M17, para 120 cartuchos .50;
- coletor M1 de elos metálicos;
- refletor de cano .50;
- reforçador para o tiro de festim;
- removedor Cal .50 de estojo rompido (E);
- saco coletor e elos metálicos; e
- alavanca de manejo (F).
4) Acessórios especiais: como acessórios especiais encontramos:

- caixa M5 para acessórios (caixa de aço, medindo 7" x 7" x 16"), onde estão os
acessórios, as peças sobressalentes e 40 tiros na fita de elos metálicos;
- capa para o cano sobressalente M13 (jogo);
envelope de lona M1, para sobressalentes; e
envelope M14 para sobressalentes
Fig 3
4. NOMENCLATURA

a. Para estudo da nomenclatura, dividiremos a metralhadora .50 M2 em duas grandes


partes:

- Metralhadora propriamente dita;


- Reparo .50 M3 terrestre (tripé).

b. Metralhadora .50 M2

1) A fim de facilitar o entendimento, analisaremos a Mtr .50 M2 sob dois aspectos:

a) Externamente:

- caixa da culatra;
- camisa de refrigeração;
- cano; e
- bloco de fechamento.

b) Internamente:

- ferrolho;
- caixeta; e
- armação.
2) Caixa da culatra: é uma peça de aço, onde se acha montado o mecanismo da
arma. Divide-se em seis partes:

- bloco dianteiro;
- tampa da caixa da culatra;
- placa de cobertura;
- placa lateral direita;
- placa lateral esquerda; e
- placa inferior.

a) BLOCO DIANTEIRO: parte da arma por onde é feito o carregamento. É constituído


de: (Fig 6)

- massa de mira com proteção (A);


- mesa de carregamento (B);
- batente dianteiro do cartucho (C);
- retém da fita;
- guia da fita;
- batente traseiro do cartucho com lingüeta-guia do cartucho (D); e
- janela de alimentação (quando a tampa da caixa de culatra estiver fechada).
b) TAMPA DA CAIXA DA CULATRA: parte da arma que serve para fechar a caixa da
culatra e auxiliar a alimentação. Nela encontramos:
- trinco(A);
- rampa abaixadora(B);
- mola abaixadora;
- alavanca do impulsor (C)(talão, corpo, ponta e mergulhador com mola (D)); e
- impulsor (cursor (E), lingüeta (F), braço (G), eixo (H) e mola (I)).O impulsor tem por
missão arrastar a fita de munição para o interior da mesa de carregamento.
f) PLACA INFERIOR (Fig 6)

- janela de ejeção; e
- ressalto da tranca com rampa e plataforma (N).

3) Camisa de refrigeração: consiste em um pequeno tubo oco de ferro com perfurações, o


qual envolve a parte do cano, próxima a câmara, a fim de arrefecê-la durante o tiro. A
camisa de refrigeração é solidária a caixa da culatra (O).

4) Cano: peça que recebe o cartucho para ser percutido, resistindo às pressões dos gases,
imprimindo movimento de rotação ao projétil e orientando-o na direção do alvo. É
reforçado para resistir ao aquecimento e possui um pequeno movimento horizontal
(avanço-recuo) solidário ao mecanismo da culatra. É composto de:

- boca;
- alma (raiada);
- câmara de carregamento;
- entalhes para a mola retém do cano;
- rosca; e
- alça de transporte.
5) Bloco de fechamento: é a parte da caixa da culatra contra a qual se chocam, no recuo,
o ferrolho e a armação (amortecedor). Nele encontramos:

- pára-choque com 22 discos amortecedores (de fibra);


- gatilho com tecla dupla (E);
- retém do ferrolho com tecla (A);
- luva (sobre o pará-choque), com gancho
retém do retém do ferrolho (D);
- punho duplo;- retém do bloco de fechamento (C); e- trinco do retém do bloco de
fechamento (B).
6) Ferrolho: é provavelmente a peça mais importante da arma. Prende o cartucho na câmara, no
momento do disparo; retira o estojo vazio e o ejeta; extrai um cartucho novo da fita e coloca-o na
câmara; provoca o movimento da fita, alimentando a arma.
7) Caixeta: é a peça onde se atarraxa o cano, fazendo a ligação deste com o mecanismo da
culatra. É composto das seguintes partes:

- mola retém do cano (A);


- rosca para o cano (B);
- tranca com pino (C);
- cauda de ligação (D);
- alojamentos dos abaixadores da tranca (E);
- ranhuras-guia do ferrolho; e
- montagem da tranca.
8) Armação: é mantida na caixa da culatra pela mola retém da armação e liga-se à caixeta
por intermédio do acelerador que se prende à cauda de ligação, ao fim do recuo. Nela
observamos:

- acelerador com eixo e garras (A);


- amortecedor de recuo (com pistão, discos, amortecedores e mola) (B);
- mola retém da armação e seu alojamento (C);
- mola retém do amortecedor de recuo;
- abaixador da tranca (D);
- ressalto guia da armação; e
- fenda do ressalto do amortecedor de recuo.

Fig 10 Fig 11
c. Reparo .50 M3 terrestre

1) Usado para o tiro da Mtr .50 M2, quando fora de viaturas. Divide-se, basicamente, em:
- Tripé; e
- Mecanismo de elevação e direção.

2) Tripé: é constituído por:

- suporte-pião;
- corpo do tripé;
- perna dianteira com extensão;
- perna direita com extensão;
- perna esquerda com extensão; e
- travessa de pontaria.

a) Suporte-pião: é a peça que serve para fixar a Mtr ao reparo, compreendendo o garfo e
o espigão, cavilha com porca e contra-pino.

b) Corpo do tripé : é a parte superior do reparo. Nele encontramos:

- alojamento do suporte-pião;
- trava do suporte-pião;
- encaixe das pernas traseiras com parafusos de fixação;
- encaixe da perna dianteira com discos entalhados; e
- dispositivo de fixação da perna dianteira.
c) Pernas: todas as três pernas do reparo possuem uma extensão que permite colocá-
las em posições mais altas. Compõe-se de:

- sapata e garra;
- trava da extensão; e
- retém da extensão.

d) Travessa de pontaria: é a união que existe entre as duas pernas traseiras,


graduadas de 0 a 400 milésimos para cada lado, onde trabalha o mecanismo de
elevação e direção.
3) Mecanismo de elevação e direção: é ligado à caixa da culatra por meio de uma cavilha e
assentado na travessa de pontaria. Destina-se a apoiar a arma no reparo e apontá-la.
Possui as seguintes partes:

- suporte do mecanismo de elevação e direção com trava do suporte;


- garfo;
- parafuso de elevação;
- indicador de elevação; e
- volante de elevação.

a) Garfo: possui uma cavilha e corrente para fixar o mecanismo da elevação e direção à
caixa da culatra. Possui, também, um micrômetro de direção que permite deslocar 20
milésimos para cada lado, de milésimo em milésimo.

b) Volante de elevação: peça que aciona o parafuso de elevação, permitindo baixar 100
milésimos e elevar 250 milésimos.

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