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MESTRADO EM HISTÓRIA
UFG - GOIÂNIA
1997
JANE SAN TOS TAVARES
GOIÂN IA
1997
Dedicatória
Sonho Realizado!
Agra decimentos
IN TRODUÇÃO............................................................................... 8
CAPÍTULO I ................................................................................ 18
rei culto, algo raro naquela época, atuando como braço direito de
da trabalho.
rei fraco e sem vontade, imag em essa que não corresp onde à
10
as vertentes historiográficas.
país.
foi mais forte, e aqui está um estudo que, não supomos completo,
nem acabado, mas sim, como o ponto de decolagem para vôos mais
altos.
“brasilis”.
atividades Econômicas.
maior de um monarca que por sua cultura destaca -se e distingue -se
homem e a sociedade.
politicamente, uma vez que eram eles que podiam financiar, em boa
sociedade em transição.
das cidade-campo.
medieval portuguesa.
CAPÍTULO I
geográfica medieval.
permeáveis.
3 SOUS A, Ar mi n do d e. 1 99 3, p. 3 17 .
23
do Algarve.
4Idem . i bi di . p . 31 7
5Idem i bi d i . p . 31 7
24
necessidades.
como vimos, é pobre em sais minerais; daí ter baixo valor genético
em Anexo).
dado que o mato fornecia-lhe caça, lenha, teto das moradias etc.
dado que muitos deles lhes forneciam carne fresca e peles que,
selvagem.
lobos era uma atividade defensiva, dado que sua carne não era
28
aproveitada.
nobres.
Portugal um país pobre, uma vez que o luc ro obtido com essa
zavam à beira mar, próximas das fozes dos rios Vouga, Mondego,
2 A População
dos eclesiásticos. Na maior parte dos casos desse tipo, com certeza,
necessidades.
1.500.000 7.
7 MARQUES, A. H. de Ol i vei r a . o. c. , p. 1 5.
34
11 MARQUES, A. H. de Ol i vei ra . o. c. p. 3 3
12 “Sã o i n úm er os os d ocu men t os qu e com pr ova m a a ct i vi d a de pr ofi ssi on a l d os ju deus,
com o ou r i ves, t i n t u r ei r os, fer r ei ros, al fa i a t es, ca r n i cei r os, m er cad or es, sap at ei r os
et c. Er am m en os d ot a d os pa r a t ra bal h os d e ca m po, m as t a m bém se a ch a m
a gr i cul t or es, l og ar ei r os, for n eced or es de fr ut a , m ol ei r os” .
Cf. : S ERRÃO, Joaq ui m Ver í ssi m o. 19 80 , p . 25 7.
38
etc." 13.
comunas.” 14
etc.
tempo de guerra.
outros.
15 SOUS A, Ar m i n d o d e. o. c. , p . 35 5.
40
41
do século XV.
Tavira e Faro.
geograficamente.
urbano até surpreendente, uma vez que o Norte sempre fora mais
43
que por sua vez favoreciam, como se fosse um círculo vicioso, que
16 MA RQ U ES , A. H. de O liv eir a. o. c. , p . 18 7.
44
19 MA RQ U ES , A. H. de O liv eir a. 19 86 , p. 18 9
20 MA RQ U ES , A. H. de O liv eir a. o. c. p . 18 9-9 0.
46
, com os povoados , uma unidade indivisível, não podendo viver uns sem
os outros". 22
Na verdade,
21Idem , i bi d, p . 2 0.
22MA RQ U ES, A. H. d e O live ir a. 19 81 . p. 2 0
23MA RQ U ES, A. H. d e O live ir a. 19 86 . p. 1 91
48
para os mais variados serviços. O termo, por sua vez, dependia das
os povos diziam a Dom Duarte: bem sabes como toda a vossa terra se
mantém pelo t rabalho dos lavradores e como eles som mais sugigados que
outros" 26.
homens b ons - dado que não davam o valor devido, sob o aspecto
pois, as tensões sociais, mas, não deixava que estas atrapalha ssem
e ainda
51
antes não conhecera. Esse apoio Dom João recompensa com títulos,
praticada mais no litoral, por ser mais plano do que o interior, que
28 PE RES, Dam i ã o. A. 19 40 , p. 4 65 .
29 SOUS A, Ar m i n d o d e. o. c. p . 33 4.
54
para o mercado.
território.
mais elevada categoria das mitras e das ordens monásticas e milhares ” 30.
das terras.
30 PE RES, Dam i ã o. o. c. p. 4 70 .
31 “O ca sa l er a a un i da de fa mi l i ar , a gr í col a, fu n d i ár i a e t r i bu t ár i a ” .
Cf. COE LHO, Mar i a Hel en a d a Cr uz . 19 91 , p . 50 .
55
ou concelhias.
instrumentos e as máquinas).
azenhas.
religião.
Portugal.
agrícolas.
estava a pastorícia.
se refletir na social, onde ter ou não ter cavalos era uma questão de
hierarquia e poder.
incultos, ditos maninhos, algumas horas por dia, não faziam parte
terciárias.
isto é, reunidos por profissões numa mesma rua. Tal era, por
interno e externo.
sobre o comércio interno, o qual era reali zado nas feiras, praças e
impostos cobrados. 41
41 COELHO, Ma r i a Hel en a d a Cr u z. 19 92 .
68
preceitos católicos.
consumidores.
eram aceitas por todos que delas participavam. Assim, nos locais
onde se faziam as feiras, existia a paz da feira 42, que proibia toda e
feirantes e consumidores.
em pequena quantidade.
desenvolvidas.
um bom comprador.
ingleses, etc.
questão.
comércio marítimo.
72
capítulos.
comércio marítimo.
73
cant.4 - Estanc.5
76
tratar sobre Dom Duarte e sua principal obra, o Leal Conselheiro 44,
Dom Duarte :
esse Rei que governou sua Pátria apenas durante cinco anos.
posição adotada por esses dois últimos autores, por julgarmos que
45 VASCONCE LOS, F . d e. 1 93 7. p. 4 06 .
46 Dom P ed r o, r ecebeu esse n ome por t er vi a jad o m ui t o e t er vi si t ad o q ua se t od os os
pa í ses d a Eur opa , coi sa r ar a em seu t em p o.
80
Fez, alguns anos depois, após sof rer o martírio e passar a ser
47 MARTINS, A. P. Ol i vei r a . 1 98 3, p . 27 4
48 Dom Du ar t e su bi u a o t r on o em 14 33 , a T om a da de Ceu t a foi em 1 41 5, con t i n uou,
por t an t o, a i d éi a ex pa n si on i st a do Mest r e d e Avi s.
81
49 MARTINS, Ol i vei r a, o. c. p. 27 8.
82
de seus sucessores.
Alfarrobeira, em 1449.
50 VASCONCE LOS, F ar i a d e. o. c. p. 40 7/ 4 08 .
83
a justiça de que foy obs erva ntíss imo cultor, como era de
condição na tura lmente benigna se inclin ava meno s v ezes
para o rigor, que pa ra a p iedade. Am ou co m tã o inviolá vel
obs ervâ ncia a verdade que nunca se experimento u a meno r
infração na sua palav ra (. ..) era naturalm ente eloquente
uza ndo de pala vra s tã o elegantes qu e concilia va o affecto de
tos o. Estima va a cons ervação de pes soa s erudita s, as quaes
adm itia benevolo, premiav a m agnifico. Pa ra indeleveis
argum entos do dis velo q ue dedica va à cultura da s s ciencia s,
deix ou escrito s varios Livros em prosa , e vers o. Ma ndou
compila r as ley s, que and avã o dis pers as , e reduz idas com
bom methodo a hum volume pa ra que fos sem obs ervada s
(...) Tom ou po r emprez a huma lança em que es ta va
en ros cada hum a cobra em forma de caduceo com esta letra
loco et tempore s imbo lizan do na la nça a guerra , e na co bra a
prudencia com que a h avia de ro mper: U ltim amente a
natureza o ornou de ta ntos dotes , e v irtudes excellentes , que
não deix ou luga r p ara que a fo rtuna lhe d ispensa ss e a s
felicidades q ue nã o logrou” 53.
obsessivo de sua pessoa para ela pois ‘Sentindo ella leixei de sentir
a mym” 60.
58 VASCONCE LOS, F ar i a d e. o. c. p. 41 0/ 4 11 .
59 Fa r i a de Va scon cel os, o. c. , p. 4 11 .
91
deveu tanto aos conselhos dos físicos, mas antes ao próprio esforço,
à esperança e a paciência 61. Ele agiu assim não por que duvidasse
dos médicos, mas por estar convicto de que sua cura dependia mais
tomados pelas pessoas, para se evitar essa doença. O Rei ainda diz,
por exemplo, que para se curar empregou boa parte de seu tempo
corpo em boa disposição física, lia bons livros para acalmar a alma
60 Cf. : BOTELHO, Afon so. Dom Dua r t e e a Su per a çã o d a Mel a n col i a. In Memór i a s
d a Aca dem i a d as Ci ên ci a s de Li sboa , Cl a sse d e Let r a s, 19 93 / 9 4, p . 12 9.
61 Dom Dua r t e, o. c. p. 10 5.
62 “Quando dos cuidados sentia que me tornava, como bem podia por filhar boas folganças o remediava.
E se era de muitos aficamentos de desembargos, por monte e caça que fora dia andasse, achava
grande melhoramento. Para os nojos mezinha mui proveitosa sentia falta de bons e sages amigos,
ler por bons livros de virtuosas ensinanças que falem a propósito do que bem for tocado. De estar só
me guardava , salvo pouco tempo por alguma necessidade. E sempre achei mui proveitosa boa
ocupação de honestos e razoados trabalhos do corpo e do entender para tais sentido, e a ociosidade
muito contrária...”
92
Duarte não ter querido dormir com mulheres e ter -se mantido
obstinado e firme em sua vontade, e que fez isso por uma opção
que o acometera mas deve antes ser olhada como uma prova de
sua época. Como vimos em Rui de Pina, ele adquirira essa cultura
não ter tido uma formação filosófica, percebe -se em sua obra a
rodeavam.
e) Observação da Lua.
65 Idem , i bi d, p . 9
95
k) Da Misericórdia.
Roquette 67.
67 Ol i vei r a Mar t i n s. o. c. , p . 18 7 e 1 88 .
68 Idem , i bi d, p . 2 1.
97
2 O Leal Conselheiro
memória; por isso fazia apontamento de tudo, num dia dirig ia aos
outro dia ocupava -se das cores das pedras das minas de metal,
governo da vida. E sabia que o bom rei devia ocupar -se de tudo,
98
códice número 7:007, e não se sabe como foi parar naquela cidade.
Conselheiro:
das traduções que ele próprio fez (sem, contudo, reivindicar para si
71 Idem , i bi d, p . XIV.
72 PIE L, Joseph . o. c. p. XVI.
73 Ar i st ót el es, Sã o Joã o Cassi a n o, Hug o d e S ão Vi t or , E gí d i o Rom an o, Sã o Tom ás d e
Aq ui n o, S an t o Ag ost i n h o, et c.
74 DUARTE , D. o. c. , p. 2 8.
101
claramente o que lhe estava a transmitir 75. É evidente que ele não
própria maneira de ser. Ele escreve o que sente, o que vê, o que
tradutores, talvez, por achar que não fosse importante fazer isso.
77 Dom Du a rt e. o. c. , p. p. 2 3 e 2 4.
a) P or esse p assos, con fi r m a -se o ca r át er a r i st ocr át i co da obr a de D. Dua r t e.
78 Idem , i bi de. p . 24 .
104
105
poder que exerce, fato esse que o obriga igualmente a ser leal para
Conselheiro para que essa obra possa ajudá -lo e a eles próprios, a
iria melhor facilitar a vida de seus leitores, dado que nem todos,
vir a ser corrig idos, e a satisfação que isso provoca nas pessoas,
79 Dom Du a rt e, o. c. , p. 24 .
107
dá enorme satisfação: “porém, bem sei que alguma leitura não pode a
todos igualmen te prazer, ca têm sobre elo tan ta diferença como no gosto
80 Dom Du a rt e, o. c. , p. p. 2 4/ 2 6.
81 Dom Du a rt e, o. c. , p. 26 .
108
“por ten tação desta terceira tíbia vontade vejo muitos errar em sua
85 Dom Du r t e, o. c. p . 43 .
110
referidas.
ao ócio, dado que ele faz com que as pessoas sejam inúteis a si
86 Du ar t e, D. o, c, p. 1 34
111
auxílio:
que lhe foi confiado por Deus, no tocante a que venha a alcançar a
Con selheiro diz Dom Duarte que “os estados são geralmente cinco”
(LC, 42), e na b reve descrição que faz de cada um verifica -se que os
87 Idem , i bi de, p . 66 .
113
e assim outros que são por tantas maneiras que não se poderiam
88 MARQUES, A. H. Ol i vei r a . 19 86 , p . 26 6.
89 GAMA, José. 19 95 , p. 16 1/ 1 62 .
114
bem como uma nova resposta tanto da parte do Rei quanto da parte
político, uma vez que fora associado ao governo desde 1411, não
seg ura, e os jejum, vig ílias, rezar por obras certamente boas, vos
deve imperar.
viessem defendê -la, o que seria muito ruim para a mesma, gerando
91 DUARTE , D. o. c. , p. 2 00 .
118
tempo que cumprir possam, e saibam bem usar daquilo por que são
presentes como convém para logo socorrer onde for necessário por
92 DUARTE , D. p. 43 .
93 FE RNANDES, Rog ér i o. o. c. , p. 1 3.
119
pescadores: “que assim como pés em que toda a cousa púb lica se
juntá-las.
94 Idem , i bi dem p. 19 6.
95 Idem p . 19 6.
120
agricultores e pescadores.
Deus.
96 Idem . p . 44 .
CAPÍTULO - III
AS POLÍTICAS URBANA E
AGRÁRIA DE DOM DUARTE
Contente-se cada um de crescer
dentro da sua espécie;
contente-se cada um de crescer
dentro da esphera do talento
que Deus lhe deu e
logo conhecerão todos,
que tem benção
cada um no seu elemento.
portuguesa.
Duarte e o que ele fez durante os cinco anos que exerceu o poder
guarda" 99.
segunda, terça, quarta, quynta despois da misa ate comer e mais a sesta
despois de dormyr ou repousar de dia ate pasante as oito oras.. ." 100 Ele
despois da mysa ate o comer" 102, e diz que depois de tratar destes
da Justiça.
das cartas nos livros oficiais. Para desempenhar seu mester, Dom
101 Id em . p . 13 .
102 Id em . p . 14 .
128
passasse por suas mãos, para evitar que houvessem dúvidas entre
eles.
e do Estado, pois àquela época, ainda não era costume estab elecer
Martym Gyl, e ainda haviam muitos outros oficias que traba lhavam
aqueles que haviam colab orado com D. João I, seu pai, e pela
era "mestre nos direitos novos vindos de Itália" 103 , o qual também
primeira dinastia.
conquista de Tânger.
103 MARTINS. 19 58 , p. 2 09 .
130
escreva aquelas cousas per que el entender que pode ser avançada
afastado do cargo que ex ercia, era punido com rigor, porque tinha
do Reino português.
com essa nova organização política do Estado lusita no. Além disso,
107 MARTINS. p. 2 10 .
133
dos sserujçaaes que em cada hûm anno alla mandamos, que sse
sseer degrradados pera alguu lug ar dos rregnos por huu anno, que
degrradado por annos pera rregno pera sseja degrradado por hûu
conservá-lo.
governo." 109
C artas de C as tellos .
Pag ar as div idas delRey , e determ inar a res pos ta que d arem
ao s vestires , tenças , e cevada s, que ElRy nã o queria paga r.
Se so ca de Pã o, e do nde.
Se de g ados , e do nde
longo prazo.
cessão que o Rei fez ao seu irmão, Dom Pedro, no tocante a reservar
Estreito 111, o qual lhe requerera tal mercê, na predita ocasião que
"Do m Eduarte, etc. A qua usq uer ofiçia aes da nos s a fazenda
rrespo nder com prida men te a qua l[quer] que ele manda r e
lhos leix ees a uer e lhe no m pon haaes nem con sentaaes
rei D. Duarte.
seg urança, que foi por tais motivos que D. Duarte convocou dois
113 MORENO. O. c. , p . 11 / 12
142
expedição.
cheg ado a uma solução objetiva para aquele duplo problema. Como
prisão. 115
que se lhe solicitavam que, para coibir abusos dos nobres ou dos
p . 61 8.
115 Ist o ocor r eu em 1 44 9, n a ci d ad e de fez .
116 Or d en açã o Del -Rei Dom Du ar t e. o. c. , p. 5 53 / 55 4.
144
117 Id em . p . 53 5.
145
"os fida lgos ham d'a ndar com elle que s uas molheres e seus
s ergentess ca tem po usa das por seus din heiros nas sua s s e a s
teuerem e porque a o tenpo d'ora s e nom pode escus sa r de
hirem de humm lug ar pera os outros em seu serviço q ue hu
ouuer es tala geens perten çentes pera . Elles que po usem em
ella s. E onde a s nom ouu eer ou nom taes que os auon dem
que lh es dem pous ado s na s uillas . E bairos nos lu gares que
for mais s em dano emqua nto fo rem de s seu mand ado a s eu
s erviço ca s se crom pode desto Escuss ar a tar que hy a ja
Es ta lageens que os auon dem" . 118
editadas por seu pai e as que o estavam a ser por ele próprio.
118 Id em . p . 53 6.
146
Afonso II, Dom Afonso III, Dom Dinis, D. Afonso IV, e apenas um
próprio.
"Livro das Leis e Posturas Antig as" e que difere da parte análoga
mente os judeus portug ueses 120, que residiam nas vilas e cida des
119 Id em . p . 63 1
120 Pa r a u m m a i or a pr ofun d a men t o sobr e o assun t o, con fi r a a obr a d e J. P . Ol i vei r a
Mar t i n s. Os fi l h os d e D. Joã o I.
149
nas Ordena ções uma série de leis que denotam um D. Duarte, não
dos judeus.
crença.
naquele reino.
começava a ser devida aos sete anos de idade. Era no valor de dois
açoitados pub licamente. Além disso, o judeu rico não podia viaj ar
fato corrente, uma das coisas que mais lhes agradava, seja por seu
121 MARTINS. 19 58 , p. 2 18 .
152
proveito da coroa.
ter criado uma multa no valor de mil dobras que seriam cobradas
açoites publicamente.
Judeu.
lei foi extinta alguns anos mais tarde por ser muito rigorosa.
perda do ofício.
relativa aos contratos entre judeus e cristãos, fez -se uma distinção
para a primeira vez, cem mil para a segunda vez; e para a terceira
tão separados.
Muitos faziam denúncias falsas, apenas para ficar com parte do que
como saída.
pai, mas que, de fato, já era executada por ele, enquanto exerceu o
alcance, uma vez que Dom Duarte g overnou apenas cinco anos.
uma criação do rei Dom Duarte, mas sim de seu pai Dom João I.
maio de 1393:
rei. Isto era coisa freqüente, já que, logo a seguir à prática adotada,
reino. 123
122
MÊREA. 1 92 6, p. 7 .
123
Joã o da s Reg r as, ca sa n do-se em 1 38 9, t eve a p en as um a fi l h a, Don a Br a n ca d a
Cun h a , qu e foi ben efi ci a d a com a exceçã o r ea l .
161
162
português.
Mental", da " idéia ou mente com que as doações tinham sido, ou deviam
ter sido feitas" 124. N o caput da lei está registrada a razão de assim
ser chamada: "por ser primeiro feita segundo a vontade e tenção del Rei
Dom João o Primeiro seu Pai. A qual em seu tempo se praticou, ain da que
Posturas. Aliás esta lei, em seu governo sequer havido sido escrita,
temos:
124MARTINS, o. c. , p . 21 0.
125 Or den a ções e Lei s d o Rei n o d e P or t u ga l (Recop i l a dos p or ma n da do Del Rei D.
Ph i l i pp e o P r i mei r o). Tom o II, Tí t u l o XXXV. Coi mbr a: Im pr en sa da Un i ver si da d e,
18 50 , p. 6 7
163
lei, uma vez que dela ele apenas usava o que lhe interessava e que
de 1832.
seus direitos recorriam ao próprio rei para que este fizesse j ustiça
126 MÊREA. o. c. , p . 9
164
foram dados por seu pai Dom João I e pelos reis anteriores, assim,
como todos os bens que por ventura, viessem a ser doados, por D.
houvesse herdeiro varão e legítimo, iam parar nas mãos dos outros
seu filho varão maior. Mas, caso o indivíduo morresse por motivos
a seu filho.
herança deveria ser com pleta e não repartida. Diz também que os
nobres não devem ter estas terras, como feudais, mas sim, como
critério do rei.
que eram da Coroa e que por doação real, e que por merecimento
rei.
pessoas privadas.
fraco e submisso.
campo j urídico pelo Rei Dom Duarte. ao suar essa lei passa a reaver
bens caso o rei desse per missão para isto. Caso a leg itimação fosse
casos especiais sem a sua especial mercê, os bens ou terras que lhe
tentou comprar muitas das terras que haviam sido doadas e que
posteriores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
todo o pais.
lusitano.
172
Com isso, ele quis dizer que o rei é o ministro, o senhor de todos os
e a Lei Mental, que desb ancam essa visão e corroboram nossa tese.
o campo que mais mereceu sua atenção. Tal é o caso da Lei Mental
por ele.
judeus.
respeito de D. Duarte:
Fernando Pessoa
FONTES
LEÃO, Duarte Nunes de. Chronica e Vida del Rey Dom Duarte. In:
Crónicas dos Reis de Portug al . porto, Lello & Irmão, 1975.
MARTIN S, Mário Guia Geral das Horas Del -Rei Dom Duarte. 2.ed.,
Lisboa, Edições Brotéria, 1982.