Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INTRODUÇÃO
Isto para além de conceitos estruturantes do Direito Civil ou mesmo do Direito como um
todo.2
Menor foi a influência no Direito Público, tal como hoje o conhecemos, realidade muito
recente e só, aqui e ali, remetendo de forma remota, para referências conceptuais ou
linguísticas latinas.3
1
Fernanda Carrilho, Dicionário de latim Jurídico, (prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa)
2
ibidem
3
ibidem
Página |2
não a paralelos ou evocações latinas. 4 Por isso, podemos afirmar que o latim tem em
todo o mundo uma larga utilização na linguagem jurídica.
O Direito é, depois da língua, um dos maiores legados dos romanos. De facto, foi no
campo jurídico que este povo mais se notabilizou, chegando mesmo a superar os
gregos, nos quais terão procurado inspiração para a codificação das suas leis.
1. FUNDAMENTOS DE LATIM
O latim deriva de línguas arcaicas faladas na região do Lácio antes da fundação da
cidade de Roma, principalmente o osco, o umbro e o etrusco, consolidando-se
gramaticalmente a partir do século III a.c. Do local de origem (Lácio = Latium, no idioma
deles) provém o nome LATIM.
4
ibidem
Página |3
soldados romanos, para outras regiões da Europa, onde interagindo com idiomas
locais, deu origem às actuais línguas neolatinas.
Como acontece em todo idioma, havia a língua gramaticalmente correta dos literatos e a
língua popular, falada pelo povo de pouca instrução e sem preocupação com a correção
gramatical. Foi esta última que se espalhou pela Europa e, no caldeirão dos dialetos
regionais, comandou a formação das linguas neolatinas, inclusive o português.
O português foi o resultado da mistura do latim com o galego, principal lingua falada na
região do Condado Portucalense, que hoje corresponde a Portugal. Foi uma das linguas
derivadas do latim que mais demorou a se formar, sendo provavelmente este o motivo
de ser o português tão dessemelhante ao latim, diferentemente das outras línguas
neolatinas, que mais se aproximam da origem, sobretudo o romeno.
O latim literário continuou a ser adotado e utilizado durante muitos séculos pelos
escritores cristãos, mesmo depois de não ser mais falado como linguagem corrente na
sua região de origem. E por influência dos monges, o latim era utilizado também como
idioma dos intelectuais, filósofos e cientistas, que escreviam suas obras em latim, pela
facilidade de serem lidos em qualquer parte da Europa. Somente a partir do século XVII,
a literatura filosófica e científica passou a ser produzida em lingua vernácula.
Fora das instituições eclesiásticas, a língua latina continua a ser adotada na notação
científica dos seres vivos, além de ter uso no ambiente forense como já o evidenciamos
antes.
2.2. A PRONÚNCIA
ae; oe é é ai; oi
ch k k k
g dj (antes de e, i) gue
j i
ph f f
s ss ss
ti ti (precedido de s, t, x)
x ks ks
Página |5
As palavras têm uma forma variável morfológica, segundo a sua natureza, e uma forma
variável sintáctica, isto é, segundo a função que desempenham na estrutura da frase.
2.3.1.O GÉNERO
O latim não tem artigos e apresenta três géneros (masculino, feminino e neutro). Não há
uma regra geral para se conhecer o género das palavras. Às vezes corresponde ao
género das palavras em português quando se refere às pessoas, mas nem sempre. No
caso do neutro, geralmente se refere a um animal ou objeto. Tudo isto serve apenas
como indicação. Para ter certeza, consultar o dicionário.
Estas observações valem tanto para substantivos como para adjectivos e pronomes
possessivos e demonstrativos. Estes seguem as mesmas regras relativas às
declinações válidas para as palavras em geral. Quando um adjectivo qualifica um
substantivo, deve ser declinado na forma correspondente.
2.3.2.O NÚMERO
2.3.3.ESTRUTURA DA PALAVRA
SINGULAR
PLURAL
3. 1ª DECLINAÇÃO
Como vimos, na estrutura das palavras da língua latina, a função sintática
desempenhada por cada vocábulo não depende da sua ordem na frase, mas sim da
respectiva flexão casual, porque o latim é uma língua de casos. Assim, a frase: “Rómulo
fundou Roma” pode apresentar-se das seguintes formas:
Romam condidit Romulus; Romam Romulus condidit; Romulus Romam condidit;
Há ainda aquelas palavras que só existem na forma plural, não têm singular, como por
ex: ‘Nuptiæ’ = núpcias; ‘divitiæ’ = riquezas; ‘Athenae’ = Atenas (a cidade grega).
Há algumas palavras que têm um sentido no singular e outro diferente no plural. Por ex:
‘copia, ae’ = no singular, abundância; já ‘copiæ, arum’ = no plural, tropas, exército;
‘littera, ae’ = no singular, letra; ‘litteræ, arum’ = no plural, carta, correspondência;
Há também dois casos excepcionais em que não se faz o genitivo em ‘æ’, como é a
regra. São duas expressões do latim arcaico, que se conservaram pela tradição. São
elas: ‘paterfamilias’ e ‘materfamilias’, respectivamente, pai de família e mãe de família,
que são consideradas correctas ao lado de ‘pater familiæ’ e ‘mater familiæ’, as formas
que seguem a regra gramatical.
Acqua, ae: água; Ala, ae: asa; Amicitia, ae: amizade; ancilla, ae: escrava; Aquila, ae:
águia; Justitia, ae: justiça; Armilla, ae: bracelete; Victora, ae: vitória; Cena, ae: refeição;
colubra, ae: cobra; columba, ae: pomba; corona, ae: coroa; Culpa, ae: culpa; venia, ae:
licença; Umbra, ae: sombra; Vita, ae: vida; incola, ae: habitante; industria, ae:
actividade, insula, ae: ilha; Laetitia, ae: alegria; Luna, ae: lua; Magistra, ae: mestra;
mensa, ae: mesa, Penna, ae: pena (pluma); Praeda, ae: presa; Puella, ae: Moça;
Statua, ae: estátua; tristitia, ae: tristeza; Regula, ae: régua/regra; Silva, ae: floresta;
stella, ae: estrela; Pugna, ae: luta/peleja; regina, ae: rainha; Procella, ae: tempestade;
peninsula, ae: península; amoena, ae: agradável; Pulchra, ae: bela; Via, ae: caminho,
estrada, via; femina, ae: feminina, Deligentia, ae: deligência, atenção; culina, ae:
cozinha; arena, ae: areia; caverna, ae: gruta; taberna, ae: loja; audacia, ae: audácia;
injuria, ae: injustiça, patria, ae: pátria; Philosophia, ae: filosofia
1. Ala aquilæ
5. Puella rosam pulchram habet (rosa, ae = rosa; habet = ter na 3º pess. Sing.
Presente do indicativo)
8. Magnae aras dearum coronae ornant. (Magna = grande; corona = coroa; ara =
altar; dea = deusa)
2ª DECLINAÇÃO
Há substantivos que só se declinam no plural: arma, orum (as armas); liberi, orum (os
filhos – sem distinção de sexo); posteri, orum (os descendentes; a posteridade); fasti,
orum (fastos; anais); exta, orum (entranhas; vísceras); lamenta, orum (lamentos,
gemidos)...
(jardim); horti, orum (logradouro público); rostrum, i (bico); rostra, orum (tribuna);
impedimentum, i (osbstáculo) impedimenta, orum (bagagem do soldado)
Ager, ri: campo; Agnus, i: cordeiro; animus, i: ânimo/alma; verbum, i: a palavra, annus, i:
ano; hortus, i: jardim; Iocus, i: jogo/gracejo; templum,i: templo; dominus, i: senhor;
iudicium, ii: juízo; juizo/processo; liberi, orum: filhos; lignum,i: lenha; liber, ri: livro; aper,
ri: javali; Asinus, i: asno/burro; campus, i: planície; Rivus, i: riacho; capillus, i: cabelo;
Cibum, i: alimento; collum, i: pescoço; signum, i: o sinal; culter, tri: faca; Digitus, i: dedo;
dolus, i: astúcia, socer, eri: sogro; Equus,i: cavalo; discipulus, i: discipulo/aluno; Faber,
bri: operário; populus, i: povo; fluvius,ii: rio; Gener,eri: género; Ludus, i: jogo;
Praesidium, ii: defesa; lupus, i: lobo; malum, i: maçã; Morbus, i: doença; Proelium, ii:
prélio; Nuntius,ii: mensageiro; oculus, i: olho; oppidum, i: cidade; Legatus, i: embaixador;
Vaticanus, i: vaticano, Filius ,ii: filho; medicus, i: médico; Servus, i: criado; incognitus, i:
desconhecido; scripta, orum: os escritos, as obras;
3ª DECLINAÇÃO
A Terceira declinação em latim abrange os substantivos terminados em ‘o’, ‘or’, ‘as’,
‘es’, ‘is’, ‘us’, ‘e’, etc no nominativo e que no genitivo do singular têm a desinência 'is'. As
terminações no nominativo são variadas não se podendo criar um paradigma como se
fez nas anteriores.
Masculinos e femeninos
Neutros
Masculinos e Femininos
Neutros
ADENDA
Os falsos imparissílabos seguem a regra dos parissílabos. Ex.: Urbs, urbis (a cidade);
Mons, montis (o monte); Mens, mentis ( a mente); Dos, dotis (o dote); Fraus, Fraudis
(a fraude), Lis, litis (litígio);
E os falsos parissilabos à dos imparissilabos. Ex.: Pater, Patris (pai); Mater, matris
(mãe); frater, fratris (irmão).
Os substantivos neutros terminados em ‘e’, ‘al’, ‘ar’ têm o ablativo do singular em ‘i’ e
no plural, três casos iguais em ‘ia’, e o genitivo em ‘ium’.