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APONTAMENTOS DAS AULAS DE LATIM


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INTRODUÇÃO

O Curriculum do Instituto Superior Politécnico Kalandula prevê, no primeiro semestre


do primeiro ano da licenciatura em Direito, a disciplina de Latim assim como a de
Introdução ao Estudo do Direito, Ciência Política e Direito Constitucional, Economia
Política, Metodologia Científica, História das Ideias Políticas e Jurídicas.
Duas perguntas se colocam ab initio: qual é a razão de ser desta diciplina na
licenciatura em Direito ou, dito de outro modo, que importância tem esta disciplina para
a formação de futuros juristas e o porquê colocá-la no primeiro ano da licenciatura.
Tentaremos dar resposta a estas duas pertinentes questões no intuito de fornecer ao
estudante a razão da sua participação nas aulas de latim.

É sabido que o ordenamento jurídico angolano é herdeiro,principalmente na vertente do


Direito Privado, do direito português.

A matriz do direito português é largamente tributária do Direito Romano, tal como os


ordenamentos jurídicos pertencentes às famílias romano-germânica, da common law e
mesmo socialista marxista-leninista. Podemos dizer que o Direito Romano prestou uma
grande contribuição para a ciência jurídica.

O Direito Romano teve papel cimeiro na génese de contornos essenciais do Direito


Privado,e, nele, do Direito Civil, com relevo para as Obrigações, os Direitos Reais, e,
também noutro plano, as Sucessões e a Família. 1

Isto para além de conceitos estruturantes do Direito Civil ou mesmo do Direito como um
todo.2

Menor foi a influência no Direito Público, tal como hoje o conhecemos, realidade muito
recente e só, aqui e ali, remetendo de forma remota, para referências conceptuais ou
linguísticas latinas.3

Mas, mesmo em ramos do Direito longínquos das raizes romanas, é frequente no


delineamento das ideias como na escolha dos termos, o recurso a expressões, quando

1
Fernanda Carrilho, Dicionário de latim Jurídico, (prefácio de Marcelo Rebelo de Sousa)
2
ibidem
3
ibidem
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não a paralelos ou evocações latinas. 4 Por isso, podemos afirmar que o latim tem em
todo o mundo uma larga utilização na linguagem jurídica.

O Direito é, depois da língua, um dos maiores legados dos romanos. De facto, foi no
campo jurídico que este povo mais se notabilizou, chegando mesmo a superar os
gregos, nos quais terão procurado inspiração para a codificação das suas leis.

Sendo o Direito Angolano um descendente “indirecto” do Direito Romano, é


imprescindível o estudo deste para uma cabal compreensão dos pilares fundadores
daqule. É de notar que os curricula de licenciatura em Direito apresentam sempre a
disciplina de Direito Romano.

Idêntica importância adquire o conhecimento de brocardos e adágios jurídicos, de


origem latina não só pela razão de que tais abundam na literatura jurídica de todos os
quadrantes, mas também pela sua indestemível utilidade: quantas vezes uma simples
expressão ou máxima latina resume, na sua forma sintéctica e lapidar, conceitos e
juízos mais amplos. Alias, são inúmeros os termos e expressões que já lograram entrar
na linguagem comum e na sabedoria das nações.

Infelizmente, do curriculum pre-universitário (não no sentido de PUNIV mas sim de


antes da universidade) do aluno de Direito, não consta o latim (língua e cultura) o que
seria um auxiliar, não só na compreensão da fonte de todo o direito, como na
descodificação e apreciação desses brocardos e adágios.

1. FUNDAMENTOS DE LATIM
O latim deriva de línguas arcaicas faladas na região do Lácio antes da fundação da
cidade de Roma, principalmente o osco, o umbro e o etrusco, consolidando-se
gramaticalmente a partir do século III a.c. Do local de origem (Lácio = Latium, no idioma
deles) provém o nome LATIM.

No apogeu do império romano, sofreu muita influência do idioma grego, predominante


então na região do mediterrâneo. Teve seu período clássico entre os anos 81 a.c. e 17
d.c., época dos principais escritores latinos: Cícero, César, Virgílio, Horátio, Ovídio, Tito
Lívio, dentre outros.

As guerras de conquistas do exército romano levaram o latim popular, falado pelos

4
ibidem
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soldados romanos, para outras regiões da Europa, onde interagindo com idiomas
locais, deu origem às actuais línguas neolatinas.

Como acontece em todo idioma, havia a língua gramaticalmente correta dos literatos e a
língua popular, falada pelo povo de pouca instrução e sem preocupação com a correção
gramatical. Foi esta última que se espalhou pela Europa e, no caldeirão dos dialetos
regionais, comandou a formação das linguas neolatinas, inclusive o português.

O português foi o resultado da mistura do latim com o galego, principal lingua falada na
região do Condado Portucalense, que hoje corresponde a Portugal. Foi uma das linguas
derivadas do latim que mais demorou a se formar, sendo provavelmente este o motivo
de ser o português tão dessemelhante ao latim, diferentemente das outras línguas
neolatinas, que mais se aproximam da origem, sobretudo o romeno.

O latim literário continuou a ser adotado e utilizado durante muitos séculos pelos
escritores cristãos, mesmo depois de não ser mais falado como linguagem corrente na
sua região de origem. E por influência dos monges, o latim era utilizado também como
idioma dos intelectuais, filósofos e cientistas, que escreviam suas obras em latim, pela
facilidade de serem lidos em qualquer parte da Europa. Somente a partir do século XVII,
a literatura filosófica e científica passou a ser produzida em lingua vernácula.

Atualmente, o latim é a língua oficial da Igreja Católica, utilizada na produção dos


documentos oficiais do Vaticano, seja da Cúria Romana, seja das entidades agregadas.
As Universidades Pontifícias de Roma, por exemplo, expedem seus Diplomas em latim
ainda hoje. Os documentos oficiais da Igreja Católica, originalmente escritos em latim,
são imediatamente traduzidos no próprio Vaticano e distribuídos pelos diversos países
já no idioma de cada país.

Fora das instituições eclesiásticas, a língua latina continua a ser adotada na notação
científica dos seres vivos, além de ter uso no ambiente forense como já o evidenciamos
antes.

2. MORFOLOGIA E SINTAXE LATINAS


2.1. O ALFABETO

O alfabeto latino consta de vinte e três letras:

a, b, c, d, e, f, g, h, i (j), (k), l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, (v), x, y, z


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Pronunciam-se da mesma forma que em português, excepto x, y, z que se pronunciam:


ics, i graecum, e zeta.

O alfabeto latino compreende 5 vogais (a, e, i, o, u.) e 18 consoantes (sem o j e o k).

2.2. A PRONÚNCIA

Poucos são os casos em que a pronúncia latina difere da portuguesa. A pronúncia


moderna do latim é meramente convencional, visto ser impossível conhecer, hoje, com
exactidão, qual teria sido a verdadeira prosódia latina. Modernamente, estudos
comparativos levaram os estudiosos à recosntituição do que seria a pronúncia da época
clássica – a pronúncia restaurada –. Contudo, até hoje o latim tem pronúncias diferente
que não perturbam a compreensão do texto oral.

Há três sistemas de pronúncia do Latim, actualmente vigentes: a pronúncia tradicional,


a pronúncia romana ou eclesiástica e a pronúncia restaurada. Vamos seguir a segunda.
Tradicional Romana/eclesiástica Restaurada

ae; oe é é ai; oi

c tch (antes de ae, oe, e, i) tch (antes de ae, oe, e, i) k

cc ks (antes de e,i) t-tch; kche ( antes de ae, oe, e, i)

ch k k k

g dj (antes de e, i) gue

gn nh Pronuncia-se ambas as letras

j i

h k (nas palavras nihil e mihi)

ph f f

s ss ss

sc ch (antes de ae, oe, e, i)

Tradicional Romana/eclesiástica Restaurada

tsi (antes de vogal e não precedido de s, t, x) ti

ti ti (precedido de s, t, x)

x ks ks
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2.3. ESTRUTURA MORFOLÓGICA

Distingue-se entre palavras variáveis (flexionáveis) e invariáveis (inflexionáveis).


Flexionáveis são os nomina, isto é, os nomes e os verbos; inflexionáveis são as
partículas.

Aos nomes pertencem: os substantivos (palavras principais), adjectivos (expressam


qualidade); pronomes (palavras de substituição); os numerais. À flexão dos nomes
chama-se DECLINAÇÃO; à flexão dos verbos chama-se conjugação.

Às partículas pertencem: os advérbios (que exprimem circunstância); as preposições


(exprimem relação); as conjunções (exprimem ligação); interjeições (palavras de
exclamação).

As palavras têm uma forma variável morfológica, segundo a sua natureza, e uma forma
variável sintáctica, isto é, segundo a função que desempenham na estrutura da frase.

2.3.1.O GÉNERO

O latim não tem artigos e apresenta três géneros (masculino, feminino e neutro). Não há
uma regra geral para se conhecer o género das palavras. Às vezes corresponde ao
género das palavras em português quando se refere às pessoas, mas nem sempre. No
caso do neutro, geralmente se refere a um animal ou objeto. Tudo isto serve apenas
como indicação. Para ter certeza, consultar o dicionário.

Estas observações valem tanto para substantivos como para adjectivos e pronomes
possessivos e demonstrativos. Estes seguem as mesmas regras relativas às
declinações válidas para as palavras em geral. Quando um adjectivo qualifica um
substantivo, deve ser declinado na forma correspondente.
2.3.2.O NÚMERO

Há em Latim duas categorias de número: o singular e o plural. Há palavras em latim que


só podem ser usadas no plural, nomes pluralícios tais como: nuptiae, arum (núpcias),
scopae, arum (vassoura), divitiae, arum (riqueza), insidiae, arum (insídia, cilada),
faceciae, arum (gracejo); há outras, usadas só no singular, como justitia, ae (justiça) e
há outras cujo sentido se modifica consoante se apresentem no singular ou no plural:
littera, ae (letra) e litterae, arum (carta); copia, ae (abundância) e copiae, arum (tropas)
fortuna, ae (sorte) e fortunae, arum (bens, haveres).
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2.3.3.ESTRUTURA DA PALAVRA

O latim é uma língua declinável. Isto significa que a terminação ou desinência da


palavra se modifica de acordo com a sua função sintáctica na oração. Por exemplo, a
palavra ''puella'' (garota) escreve-se assim se for sujeito na frase. Se for complemento
indirecto, escreve-se ''puellæ '' e se for complemento direto, escreve-se ''puellam''.

Todas as palavras variáveis (exceptuados os verbos) são classificadas em cinco


declinações, cada uma com seis casos. Os verbos classificam-se em quatro
conjugações. Os 'casos' indicam a função sintáctica da palavra e a 'declinação' indica o
agrupamento de palavras em torno de um tema que caracteriza a sua formação
morfológica. Cada declinação tem suas desinências próprias tanto no singular quanto
no plural.

Os substantivos latinos enunciam-se dizendo o nominativo e o genitivo. Só assim se


saberá de que declinação é um substantivo e como se declina, dizendo as formas do
singular e do plural.
A enunciação dum nome pode ser feita ou por extenso (filia, filiae) ou por abreviação
como acontece no dicionário (filia, ae). Assim, enunciar uma palavra é dizer a sua
forma, com que geralmente se apresenta no dicionário/vocabulário.

Os seis casos são os seguintes:

a) Nominativo – designa o sujeito ou predicativo do sujeito e o atributo (quem? que?);

b) Genitivo – designa a posse e o complemento determinativo; (de quem? de quê?)

c) Dativo – designa o complemento indirecto de um verbo; ( a quem? a quê?)

d) Acusativo – designa o complemento directo de um verbo; (o quê?)

e) Vocativo – é um chamamento ou interpelação (designa a pessoa a que se dirige o


discurso);

f) Ablativo – designa os complementos circunstanciais.


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As declinações são identificadas pela desinência do genitivo singular, desta


forma:

a) genitivo singular em 'ae' (æ) – 1ª. Declinação;

b) genitivo singular em 'i' – 2ª. Declinação;

c) genitivo singular em 'is' – 3ª. Declinação;

d) genitivo singular em 'us' – 4ª. Declinação;

e) genitivo singular em 'ei' – 5ª. Declinação.

QUADRO DAS DECLINAÇÕES

Casos 1ªDeclinação 2ªDeclinaçã 3ªDeclinação 4ªDeclinaçã 5ªDeclinação


o

SINGULAR

N Iustiti-a Domin-us Labor Sens-us Di-es


G Iustiti-ae Domin-i Labor-is Sens-us Di-ei
D Iustiti-ae Domin-o Labor-i Sens-ui Di-ei
Ac Iustiti-am Domin-um Labor-em Sens-um Di-em
Vc Iustiti-a Domin-e Labor Sens-us Di-es
Ab Iustiti-a Domin-o Labor-e Sens-u Di-e

PLURAL

N Iustiti-ae Domin-i Lobor-es Sens-us Di-es


G Iustiti-arum Domin-orum Labor-um Sens-uum Di-erum
D Iustiti-is Domin-is Labor-ibus Sens-ibus Di-ebus
Ac Iustiti-as Domin-os Labor-es Sens-us Di-es
Vc Iustiti-ae Domin-i Labor-es Sens-us Di-es
Ab Iustiti-is Domin-is Labor-ibus Sens-ibus Di-ebus
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3. 1ª DECLINAÇÃO
Como vimos, na estrutura das palavras da língua latina, a função sintática
desempenhada por cada vocábulo não depende da sua ordem na frase, mas sim da
respectiva flexão casual, porque o latim é uma língua de casos. Assim, a frase: “Rómulo
fundou Roma” pode apresentar-se das seguintes formas:
Romam condidit Romulus; Romam Romulus condidit; Romulus Romam condidit;

Romulus condidit Romam; Condidit Romulus Romam; Condidit Romam Romulus.

A Primeira declinação compreende os substantivos femininos e masculinos terminados


em a no nominativo e em ae no genitivo do singular.

A maior parte dos substantivos pertencentes a primeira declinação são do género


feminino. Contudo, os nomes de homens ou os que se referem às suas ocupações são
masculinos como “íncola, ae” = habitante; ‘nauta, ae’ = marinheiro; ‘athleta, ae’ = atleta;
‘agricola, ae’ = agricultor; ‘poeta, ae’ = poeta; ‘pirata, ae’ = pirata; ‘scriba, ae’ = escriba;
collega, ae = companheiro

Há ainda aquelas palavras que só existem na forma plural, não têm singular, como por
ex: ‘Nuptiæ’ = núpcias; ‘divitiæ’ = riquezas; ‘Athenae’ = Atenas (a cidade grega).

Há algumas palavras que têm um sentido no singular e outro diferente no plural. Por ex:
‘copia, ae’ = no singular, abundância; já ‘copiæ, arum’ = no plural, tropas, exército;
‘littera, ae’ = no singular, letra; ‘litteræ, arum’ = no plural, carta, correspondência;

Há também dois casos excepcionais em que não se faz o genitivo em ‘æ’, como é a
regra. São duas expressões do latim arcaico, que se conservaram pela tradição. São
elas: ‘paterfamilias’ e ‘materfamilias’, respectivamente, pai de família e mãe de família,
que são consideradas correctas ao lado de ‘pater familiæ’ e ‘mater familiæ’, as formas
que seguem a regra gramatical.

É curioso notar que não há palavras do género neutro na primeira declinação. Só há


palavras masculinas ou femininas.

CASO SINGULAR PLURAL


NOMINATIVO Ancill a Ancill ae
GENITIVO Ancill ae Ancill arum
DATIVO Ancill ae Ancill is
ACUSATIVO Ancill am Ancill as
VOCATIVO Ancill a Ancill ae
ABLATIVO Ancill a Ancill is
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Alguns Vocábulos e algumas frases.

Acqua, ae: água; Ala, ae: asa; Amicitia, ae: amizade; ancilla, ae: escrava; Aquila, ae:
águia; Justitia, ae: justiça; Armilla, ae: bracelete; Victora, ae: vitória; Cena, ae: refeição;
colubra, ae: cobra; columba, ae: pomba; corona, ae: coroa; Culpa, ae: culpa; venia, ae:
licença; Umbra, ae: sombra; Vita, ae: vida; incola, ae: habitante; industria, ae:
actividade, insula, ae: ilha; Laetitia, ae: alegria; Luna, ae: lua; Magistra, ae: mestra;
mensa, ae: mesa, Penna, ae: pena (pluma); Praeda, ae: presa; Puella, ae: Moça;
Statua, ae: estátua; tristitia, ae: tristeza; Regula, ae: régua/regra; Silva, ae: floresta;
stella, ae: estrela; Pugna, ae: luta/peleja; regina, ae: rainha; Procella, ae: tempestade;
peninsula, ae: península; amoena, ae: agradável; Pulchra, ae: bela; Via, ae: caminho,
estrada, via; femina, ae: feminina, Deligentia, ae: deligência, atenção; culina, ae:
cozinha; arena, ae: areia; caverna, ae: gruta; taberna, ae: loja; audacia, ae: audácia;
injuria, ae: injustiça, patria, ae: pátria; Philosophia, ae: filosofia

Traduza as seguintes frases: sem se esquecer de colocar os respectivos casos e


correspondentes funções sintáticas:

1. Ala aquilæ

2. Aquila volat (voa)

3. Aquilam video (vejo)

4. Græcia patria philosophiæ est (é)

5. Puella rosam pulchram habet (rosa, ae = rosa; habet = ter na 3º pess. Sing.
Presente do indicativo)

6. Victoria causa laetitiae semper est. ( semper = sempre)

7. Olim medicina fuit scientia paucarum herbarum (olim = outrora; medicina,ae =


medicina; fuit = foi; scientia,ae = ciência; pauca,ae = poucos, alguns; herba, ae =
erva)

8. Magnae aras dearum coronae ornant. (Magna = grande; corona = coroa; ara =
altar; dea = deusa)

9. Injustitia viam justitiae docet (ensina)

10. Puella dat rosam aviae (dat = dá; avia, ae = avó)


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2ª DECLINAÇÃO

A Segunda declinação em latim abrange os substantivos terminados em ‘us’; ‘er’; ‘ir’e


‘um’ no nominativo e que no genitivo do singular têm a desinência 'i'.

1ª Variante (us;i) 2ª Variante (er, ir; i) 3ª Variante (um; i)


CASO SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL SINGULAR PLURAL
NOMINATIV Domin us Domin i Ager Agr i Curricul um Curricul a
O
GENITIVO Domin i Domin orum Agr i Agr orum Curricul i Curricul orum
DATIVO Domin o Domin is Agr o Agr is Curricul o Curricul is
ACUSATIVO Domin um Domin os Agr um Agr os Curricul um Curricul a
VOCATIVO Domin e Domin i Ager Agr i Curricul um Curricul a
ABLATIVO Domin o Domin is Agr o Agr is Curricul o Curricul is

São masculinos os substantivos terminados no nominativo em -er e -ir, e agrande


maioria dos terminados em -us: lupus, i (lobo), puer, i (menino); vir, i (varão) magister,
tri (mestre, professor). São femininos, entre outros, os nomes de árvores e os
geográficos. São neutros todos os substantivos terminados em -um no nominativo do
singular como curriculum, i (curriculo); templum, i (templo) e três substantivos em -us
empregados apenas no singular: pelagus, i (mar); virus, i (veneno, esperma) e vulgus, i
(povo, multidão).

Os substantivos da 2ª declinação terminados em -er, fazem o genitivo singular em eri,


conservando o -e, quando -er for precedio de uma vogal. Ex.: Puer, Pueri (menino); e
fazem o genitivo em ri, perdendo o e quando -er for precedido de consoante. Ex.: Ager,
agri (campo), Magister, magistri; Liber, libri (livro). Contudo, esta regra não é absoluta
pois há substantivos como socer, eri (sogro) que ao invés de fazer o genitivo do singular
socri, faz, sim, soceri. Por isso, convém sempre prestar atenção como a palavra é
enunciada no dicionário.

Há substantivos que só se declinam no plural: arma, orum (as armas); liberi, orum (os
filhos – sem distinção de sexo); posteri, orum (os descendentes; a posteridade); fasti,
orum (fastos; anais); exta, orum (entranhas; vísceras); lamenta, orum (lamentos,
gemidos)...

Outros só se declinam no singular (os metais): aurum, i (ouro); argentum, i (prata);


plumbum, i (chumbo).

Outros ainda há que podem apresentar um significado no singular e outro no plural:


auxilium, ii (auxílio); auxilia, orum (tropas); castrum, i (castelo); castra, orum
(acampamento); Comitium, ii (praça); comitia, orum (assembleias, comícios) hortus, i
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(jardim); horti, orum (logradouro público); rostrum, i (bico); rostra, orum (tribuna);
impedimentum, i (osbstáculo) impedimenta, orum (bagagem do soldado)

Há substantivos (heterogenéricos) que têm um género do singular e outro no plural


como coelum, i (neutro), coeli, orum (masc.) – ceu; balneum, i (neutro) balneae, arum
(fem.) - banho; epulum, i (neutro), epulae, arum (fem.) – banquete.

Os nomes sincopados: alguns nomes de moedas (talentum). As palavras liberi, superi e


posteri, assim como os compostos de vir (duumvir, triumvir) têm o genitivo plural em um
em vez de orum.

As palavras Deus, agnus e chorus têm o vocativo singular igual ao nominativo.

As palavras filius, genius, os antropónimos em ius breve, bem como os nomes


terminados em aius e eius têm o vacativo em i: fili, geni, ovidi, cai, pompei...

Alguns Vocábulos e algumas frases

Ager, ri: campo; Agnus, i: cordeiro; animus, i: ânimo/alma; verbum, i: a palavra, annus, i:
ano; hortus, i: jardim; Iocus, i: jogo/gracejo; templum,i: templo; dominus, i: senhor;
iudicium, ii: juízo; juizo/processo; liberi, orum: filhos; lignum,i: lenha; liber, ri: livro; aper,
ri: javali; Asinus, i: asno/burro; campus, i: planície; Rivus, i: riacho; capillus, i: cabelo;
Cibum, i: alimento; collum, i: pescoço; signum, i: o sinal; culter, tri: faca; Digitus, i: dedo;
dolus, i: astúcia, socer, eri: sogro; Equus,i: cavalo; discipulus, i: discipulo/aluno; Faber,
bri: operário; populus, i: povo; fluvius,ii: rio; Gener,eri: género; Ludus, i: jogo;
Praesidium, ii: defesa; lupus, i: lobo; malum, i: maçã; Morbus, i: doença; Proelium, ii:
prélio; Nuntius,ii: mensageiro; oculus, i: olho; oppidum, i: cidade; Legatus, i: embaixador;
Vaticanus, i: vaticano, Filius ,ii: filho; medicus, i: médico; Servus, i: criado; incognitus, i:
desconhecido; scripta, orum: os escritos, as obras;

1. Filius Angolae Legati et Populus legatum vaticani salutant. (salutant=saúdam)


2. Serve medici, vita tua incerta est (incerta, ae= incerta; est= é)
3. Deorum ancilla justitiam invocat (invocat= invoca)
4. Equus nuntii soceri morbum incognitum habet. (habet= tem)
5. Generum Socer interfecit dolo cultro (interfecit= matou)
6. Aulam magistri discipuli amant et libros legunt (legunt= leêm)
7. Verba Volant, scripta manent (Volant= voam; manent =permanecem)
8. Justitia est habitus voluntatis; iurisprudentia habitus intellectus.
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9. Signum oppidi in collo meo describo (describo= desenho)

3ª DECLINAÇÃO
A Terceira declinação em latim abrange os substantivos terminados em ‘o’, ‘or’, ‘as’,
‘es’, ‘is’, ‘us’, ‘e’, etc no nominativo e que no genitivo do singular têm a desinência 'is'. As
terminações no nominativo são variadas não se podendo criar um paradigma como se
fez nas anteriores.

Podemos dividir os substantivos da seguinte forma:

A. Substantivos com o genitivo do plural em ‘um’

Masculinos e femeninos

CASO SINGULAR PLURAL


NOMINATIVO Labor Labor es
GENITIVO Labor is Labor um
DATIVO Labor i Labor ibus
ACUSATIVO Labor em Labor es
VOCATIVO Labor Labor es
ABLATIVO Labor e Labor ibus

Neutros

CASO SINGULAR PLURAL


NOMINATIVO Flumen Flumin a
GENITIVO Flumin is Flumin um
DATIVO Flumin i Flumin ibus
ACUSATIVO Flumin em Flumin a
VOCATIVO Flumen Flumin a
ABLATIVO Flumin e Flumin ibus

B. Substantivos com o genitivo do plural em ‘ium’

Masculinos e Femininos

CASO SINGULAR PLURAL


NOMINATIVO Civis Civ es
GENITIVO Civ is Civ ium
DATIVO Civ i Civ ibus
ACUSATIVO Civ em Civ es
VOCATIVO Civ is Civ es
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ABLATIVO Civ e Civ ibus

Neutros

CASO SINGULAR PLURAL


NOMINATIVO Cubile Cubil ia
GENITIVO Cubil is Cubil ium
DATIVO Cubil i Cubil ibus
ACUSATIVO Cubil em Cubil ia
VOCATIVO Cubile Cubil ia
ABLATIVO Cubil i Cubil ibus

ADENDA

 Os substantivos da terceira declinação podem ser divididos em: parassílabos e


imparissílabos.

Os parissílabos têm o mesmo número de sílabas no nominativo e no genitivo do


singular. Fazem o genitivo do plural em ‘ium’.

Os imparissílabos são os que têm menos sílabas no nominativo do que no genitivo.


Fazem o genitivo do plural em ‘um’.

Contudo, é preciso notar a presença, nesta declinação, aos falsos imparissílabos e


falsos parissílabos.

Os falsos imparissílabos seguem a regra dos parissílabos. Ex.: Urbs, urbis (a cidade);
Mons, montis (o monte); Mens, mentis ( a mente); Dos, dotis (o dote); Fraus, Fraudis
(a fraude), Lis, litis (litígio);

E os falsos parissilabos à dos imparissilabos. Ex.: Pater, Patris (pai); Mater, matris
(mãe); frater, fratris (irmão).

 Terminam em ‘ium’, no genitivo do plural:

a) Todos os que acabam no nominativo em –ns, a excepçõa de parens. Ex.:


serpens, tis e adolescens, tis.
b) Muitos substantivos e maior parte dos adjectivos terminados em s, que não
aumentam no genitivo do singular, como: Collis, is (a colina); hostis, hostis (o
inimigo). Exceptuando: Canis, is (cão); juvenis, is (o jovem); Panis, is (o pão); Senex,
senis (o ancião); Vates, is (o poeta)
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 Os substantivos neutros terminados em ‘e’, ‘al’, ‘ar’ têm o ablativo do singular em ‘i’ e
no plural, três casos iguais em ‘ia’, e o genitivo em ‘ium’.

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