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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA

FICHA DE LEITURA

JOÃO PESSOA
2016
HANRELL RAMON RIBEIRO DE SOUZA

FICHA DE LEITURA

Trabalho entregue ao Instituto Federal de


Educação Ciência e Tecnologia da
Paraíba para a disciplina de Língua
Portuguesa, como requisito para
avaliação bimestral.

Orientador: Prof.ª Éricka Anulina Cunha


de Oliveira

JOÃO PESSOA
2016
SUMÁRIO
1. IDENTIFICAÇÃO DO LIVRO.............................................................................................3
1.1. Título...............................................................................................................................3
1.2. Autor(a)..........................................................................................................................3
1.3. Editora............................................................................................................................3
1.4. Data de edição..............................................................................................................3
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO AUTOR.................................................................................3
2.1. Dados biográficos.......................................................................................................3
2.2. Outras obras.................................................................................................................3
3. CONTEÚDO DO LIVRO......................................................................................................3
3.1. Resumo..........................................................................................................................3
3.2. Caracterização da personagem favorita................................................................5
3.3. Citações favoritas........................................................................................................6
3.4. Opinião sobre o livro..................................................................................................6
4. PASSANDO ADIANTE........................................................................................................7
4.1. Indicação motivadora para leitura da obra............................................................7
3

1. IDENTIFICAÇÃO DO LIVRO

1.1. Título: A Moreninha

1.2. Autor (a): Joaquim Manoel de Macedo

1.3. Editora: Editora Moderna

1.4. Data de edição: 1994

2. CONTEXTUALIZAÇÃO DO AUTOR

2.1. Dados biográficos

Joaquim Manoel de Macedo nasceu em 24 de Junho de 1820, na Vila de


São João de Itaboraí, província do Rio de Janeiro. Em 1844, formou-se doutor
em medicina pela Faculdade do Rio de Janeiro. Nesse mesmo ano, publicou o
romance A Moreninha, que marcou o início da era romântica brasileira e cujo
êxito fez o escritor se dedicar à carreira literária. O autor faleceu no dia 11 de
abril de 1882 e foi sepultado em sua cidade natal, onde, mais tarde, foi erguido
um mausoléu em sua homenagem.

2.2. Outras obras

 O moço loiro, 1845 (romance em prosa);


 Os dois amores, 1848 (romance em prosa);
 Rosa, 1849 (romance em prosa);
 A Nebulosa, 1857 (poesia).

3. CONTEÚDO DO LIVRO

3.1. Resumo

A Moreninha é o primeiro romance do escritor brasileiro Joaquim Manoel


de Macedo e também o que lhe rendeu mais fama. A História se passa no
século XIX, no estado do Rio de Janeiro, provavelmente na Ilha de Paquetá.
Augusto, Leopoldo, Fabrício e Felipe são quatro amigos jovens,
estudantes de medicina e de classe média (fato que pode ser percebido pelo
frequente uso de expressões em outras línguas como Francês e Latim, o que
vinha a ser um conhecimento privilegiado na época). Certo dia, Felipe chega
empolgado em casa e convida o grupo de amigos para passar dois dias de
comemoração do Dia de Sant’ana na casa de sua avó, d. Ana, na Ilha de
Paquetá. Todos se mostram bastante animados com o convite, menos
Augusto, que se mostra acanhado por não conhecer a avó de Felipe, mas logo
cede ao saber que duas primas e uma irmã de Felipe estarão lá. São essas,
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respectivamente: Joana, a mais velha e de cabelo negro; Joaquina, loira e de


olhos azuis; Carolina, a moreninha de quinze anos.
Descritas as garotas e já conhecendo a personalidade sagaz de
Augusto, Felipe afirma que tem certeza que seu amigo voltará com o coração
completamente tomado por uma de suas primas, e o estudante, com teimosia,
nega piamente. O jovem Augusto profere que não consegue ter seu coração
preso a uma beleza só por mais de quinze dias, que seu coração é inconstante
e está sempre a procura de um novo abrigo. Felipe, não convencido, propõe
uma aposta escrita. Na aposta, se Augusto, em um período de um mês,
acabasse por amar uma só mulher durante quinze dias ou mais, teria que
escrever um romance confessando tal acontecimento, do contrário, Felipe que
iria escrever um romance sobre a inconstância do coração de Augusto.
No meio tempo entre o estabelecimento da aposta e a real ida à Ilha, o
amigo de Augusto, Fabrício, pede-o ajuda. Convencido por Augusto a
finalmente se debruçar em uma “paixão romântica”, Fabrício se vê em apuros
por estar em um relacionamento altamente desgastante. A moça com quem se
engraçou acabou por cobrar muito: quatro cartas por semana, quatro visitas ao
dia, entre outros absurdos. O jovem, então, pede por meio de uma carta que,
durante o feriado, seu amigo tente conquistar a dama, faça um falso ciúme a
ele para que ele possa ter um motivo de por um basta na situação. Passada a
noite, Augusto embarca para a Ilha de Paquetá.
Chegando à casa de d. Ana, o estudante de medicina percebe que um
pequeno bate-papo está acontecendo na sala, dá uma olhada geral, onde
inclusive já visualiza Carolina, e cuida de se apresentar para todos. Augusto,
penosamente, acaba com seus ouvidos ocupados por uma senhora que lá
estava, amiga de d. Ana e chamada de d. Violante. É uma senhora muito
maçante, como descreve o narrador, falava de suas doenças e, horas depois,
Augusto resolve dar a ela um “diagnóstico” rude de hemorroidas, fazendo com
que ela se irrite e finalmente dispense o jovem. Depois da conversa, Fabrício
chega para falar sobre a carta com Augusto, esse segundo negando qualquer
ajuda no relacionamento conturbado do primeiro. Fabrício, revoltado, declara
guerra a Augusto e promete tirá-lo do gosto das moças durante o fim de
semana.
No jantar, o amigo de Augusto cumpre o prometido e o ridiculariza em
meio a todos, falando-os de sua inconstância e de seu coração leviano (o que,
na época, era bastante indecoroso). Numa tentativa de se explicar, Augusto
chama d. Ana, anfitriã, para uma conversa mais reservada em uma gruta.
Nesta parte do livro, o autor entra em uma história dentro da história, esta
servindo de flash back do passado de Augusto. O estudante conta que não é
de todo inconstante, na verdade: não é nada inconstante. Quando criança,
Augusto encontrou uma garotinha travessa brincando na praia, acabou por
amá-la a primeira vista e esse sentimento foi correspondido. Logo após as
brincadeiras na praia, o jovem casal de crianças foi ajudar um velho moribundo
no seu leito de morte. Lá, Augusto e a menininha travessa dão todo o seu
dinheiro para ajudar o pobre velho e sua família que passavam fome.
Agradecido, e sabendo do forte laço de amor que aquelas duas crianças já
tinham desenvolvido, o senhor pede algo que Augusto e a menininha possam
dar um ao outro. Augusto oferece um alfinete de camafeu, o velho descose um
breve branco (o que aparenta ser uma “caixinha”) e põe o alfinete do garoto
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dentro. A menininha travessa oferece um botão de esmeralda para dar ao seu


amado, e o senhor, novamente, coloca o objeto dentro de outro breve, agora
verde. O casalzinho troca os breves, ficando Augusto com a esmeralda e a
menininha com o alfinete. O velho sugere que guardem estes breves até
atingida a idade de casar e diz que as crianças devem se guardar apenas uma
para a outra. Apressados pela hora do jantar, a menininha e seu amado
Augusto se despedem sem ao menos perguntar os nomes um ao outro, mas
prometem guardar os breves com toda fidelidade. Quando termina a história,
Augusto tem a impressão de que a sua conversa com d. Ana estava sendo
ouvida por alguém na entrada da gruta, mas no momento que vai checar, só vê
d. Carolina ao longe.
Explicada agora a leviandade de Augusto, e depois de revelados todos
seus efêmeros romances, d. Ana interrompe o discurso do estudante para
contar outra história enquanto ele bebe um copo de água da gruta. Ahy era
uma índia que habitava a gruta e acabou por se apaixonar por um índio que
diariamente vinha caçar e pescar na ilha, mas esse não a amava. Todos os
dias, Ahy chorava tanto que acabou furando a pedra da gruta e criando uma
fonte d’água. Reza a lenda que os que bebem daquela água revelam seus
segredos e não saem da ilha senão apaixonados por algum de seus
habitantes. O destino do casal de índios realmente estava cruzado e no dia que
ele finalmente reconhece seu amor por Ahy, morrem juntos e felizes na gruta.
D. Ana revela também que a índia cantava uma lindíssima balada para seu
amado todos os dias que ela o via. A avó de Felipe fala que quem costuma
cantar essa balada é sua neta, Carolina, e, no momento que o faz, Augusto
tem novamente a impressão de que está sendo espionado. Correndo para
checar, vê d. Carolina correr para o rochedo apressada enquanto embala a
canção da índia Ahy com uma linda voz.
Augusto, que até então não via muito caso na moreninha (d. Carolina),
vai aos poucos começando a ver uma menina vivaz e espirituosa. Em uma
brincadeira traquina desta moça, ela acabou por derrubar uma xícara de café
nas calças de Augusto, que persuadido por Felipe, foi se trocar no gabinete
feminino, a fim de descobrir como eram as coisas por lá. Enquanto vestia
outras roupas, ouve moças se aproximando do gabinete, logo se esconde em
baixo da cama e acaba ouvindo alguns assuntos bem secretos delas. Toda
situação tensa se acaba, ou se agrava, quando se ouve um grito alto de d
Carolina.
A moreninha possuía uma ama, d. Paula, mulher pobre e simplória. A
ama agora estava no chão, embriagada pelo vinho que tinha bebido ao ter sido
convencida por um dos amigos da família. Carolina se negou a acreditar que a
senhora estava bêbada e pede a ajuda dos estudantes de medicina. Estes,
com seu espírito juvenil, resolvem se aproveitar da situação e criar uma das
situações mais engraçadas do livro. Começam a proferir diagnósticos
absurdos, ilógicos, soltando palavras soltas, apenas se deleitando da
ignorância das pessoas que de medicina nada entendiam. Carolina,
preocupada, ficou com sua ama enquanto todos seguiram para o salão de
jogos para continuar a comemoração.
Percebendo a ausência de Carolina, e já sentido saudades, Augusto
pergunta a d. Ana onde está sua neta e esta diz que ela está lá no quarto,
amuada pelo que aconteceu com d. Paula. O estudante, saudosista, resolve ir
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atrás da moreninha que ultimamente tem atraído seu olhar e aquecido seu
coração. Chegando lá, percebe que ela está chorando e muito agoniada com a
saúde de sua ama. Ela estava lavando os pés da senhora com uma água
quase fervente e Augusto, solidário, oferece-se para ajudar. Depois de
melhorado o problema, a moreninha resolve deixar d. Paula repousar e vai se
embelezar para um sarau. Veste-se estonteantemente com um vestido para lá
de ousado para as damas da época e, como sempre, atrai todos os olhares.
Solicitada para dançar com vários, da preferência a um só cavalheiro: Augusto.
Este, por sua vez, já havia cantado mais de um par de moças pela festa, e
agora se engraçava com Carolina.
Ao fim da festa, as damas da festa perceberam que Augusto havia
cantado várias moças na mesma noite, e reunidas resolvem se vingar. No
ambiente que planejam sua vingança, a moreninha finge dormir, e escuta todo
o plano: as damas vão por um bilhete no paletó de Augusto, convidando-o para
a gruta com o intuito de zombá-lo. A moreninha se apressa em fazer outro
bilhete contando a armadilha, porém não revela sua identidade. Augusto,
alertado da trapaça, vai até o lugar marcado preparado, e, ao invés de ser
zombado, prega uma peça nas moças vingativas: conta-lhes todos os segredos
que ouvira no dia que adentrou o gabinete feminino. As moças vão embora
estarrecidas, porém, Augusto também tem uma surpresa. A autora do outro
bilhete chega, é Carolina, e essa resolve contar segredos, desta vez, os de
Augusto. A menina travessa revela que ouviu toda a conversa de d. Ana e
Augusto na gruta, e ela acaba bebendo um gole da água daquele lugar
também. Augusto, que já está completamente apaixonado por Carolina, resolve
se declarar e contar de todo seu amor, mas é como se a moreninha não
quisesse ouvir, e não o deixa falar.
As festas se acabam e agora já é tempo de cada um voltar para suas
casas. Augusto não para um segundo de falar de d. Carolina, está doente de
amor. Num par de fins de semanas seguintes, Augusto viajou até a Ilha de
Paquetá para passar um pouco do seu tempo com sua tão amada Carolina que
resolveu o ensinar a bordar. Perto de sua viagem de volta à sua casa, Augusto
consegue finalmente confessar seu amor por d. Carolina e esta diz que
também ama, mas que tem medo que seu amado apenas a iluda por alguns
dias. O estudante, curioso, pergunta se esse amado haveria de ser ele e a
menina travessa apenas responde com: talvez.
Uma das características mais românticas deste livro é quando o pai de
Augusto não o deixa mais sair de casa para ir a Ilha de Paquetá e ele apenas
definha mofino. Não come, não dorme, apenas chora de saudade de sua
amada. Quando seu pai percebe que a coisa realmente é seria, o sentimento é
verdadeiro e que ele está fazendo seu filho sofrer, resolve libertá-lo e vão os
dois à Ilha. O pai, agora, com a intenção de conversar com a avó de Carolina,
d. Ana. Por outro lado, Carolina também só sofria na Ilha e, assim como a índia
Ahy, esperava seu amado todos os dias cantando na pedra da gruta.
Percebendo o amor que acontecia entre os dois jovens, a avó de
Carolina toma as rédeas da situação e sugere o casamento do casal. Carolina,
então, não consegue responder e pede meia hora de reflexão perto da gruta,
para finalmente dar sua resposta. Augusto, curioso, resolve seguir sua amada.
Conversando na gruta, Carolina revela que não pode se casar com rapaz que
tem seu coração prometido à outra, ela se refere à menina travessa da infância
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de Augusto. A moreninha se questiona se é promissor casar-se com


cavalheiro que está disposto a quebrar um voto de constância, o estudante
estaria prestes a trair sua amada garotinha a qual prometeu seu coração.
Desesperado, Augusto diz que faz tudo que d. Carolina quiser para ter seu
coração e ela então diz que ele deve procurar sua amada, pedi-la perdão pelo
voto quebrado e que se, somente se ela o perdoar, Carolina será somente
dele. A moreninha, aflita, resolve dar ao estudante um objeto. Ela diz que este
objeto sempre a acompanhou e dará sorte ao estudante da procura à sua
menininha da praia. Augusto então vê. O que Carolina lhe dá é um breve
verde: era verde como aquele que o velho moribundo embrulhou seu camafeu
e deu a sua pequena amada. Abrindo com ansiedade, ele descobre que dentro
daquele breve realmente está o seu alfinete e que Carolina sempre foi sua
amada menininha. O casal chora de alegria, pois Augusto encontrou sua
esposa e Carolina encontrou seu esposo. Iriam casar, assim como o
senhorzinho pobre havia previsto. D. Ana e o pai de Augusto entram na gruta,
pois já havia se passado para lá de meia hora, e veem a linda cena do casal
sorrido feliz. D. Ana, confusa, pergunta o que se passa e sua neta, chorosa,
explica-a tudo.
Felipe, Leopoldo e Fabrício chegam após certo tempo para testemunhar,
também, a felicidade do casal. Mas o neto de d. Ana logo se apressa em
lembrar que sim, Augusto perdeu a aposta, está amando e vai casar, terá que
escrever um romance! O perdedor da aposta logo diz que o romance já está
escrito e se chamará A Moreninha.

3.2. Caracterização da personagem favorita

Minha personagem favorita é uma das principais do livro, Augusto. Um


estudante com toda sua energia jovial que acaba se perdendo em sua
“inconstância”. É muito interessante o aprofundamento que o autor dá a essa
personagem e é inegável a aproximação entre os dois, pois, em alguns
momentos da trama, o leitor até perde o senso de quem é Augusto e de quem
é o narrador. O que chama atenção nesse jovem é a série de mudanças que
ele passa todo o tempo, mal consegue ele se prender a um só amor por mais
de quinze dias, isso representa muito da nossa juventude, no tempo que ainda
estamos à procura de um grande amor e acabamos por viver diversas
experiências.
Mas o que torna o estudante realmente encantador é que, diferente do
que pensamos, o perfil jovem imprudente não faz a personalidade dele: toda
sua inconstância existe pelo juramento que no passado ele tinha feito à
Carolina e era nela que descansava todo seu amor e paixão. A devoção de
Augusto é cativante e nos faz acreditar que o amor verdadeiro ainda existe.

3.3. Citações favoritas

“Bela rosa do jardim! Teus espinhos feriram a borboleta, mas nem


por isso deixarás de ser beijada por ela!” (Carolina, p. 41)
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Citação extremamente interessante que escolhi por representar muito


bem como funciona o sentimento de amor. Às vezes na vida quando amamos
alguém, seja esse um amor fraternal ou romântico, somos feridos por essas
pessoas, mas por o amor ser um sentimento tão forte e vigoroso, não deixamos
de senti-lo depois dessas mágoas. Essa é uma característica que até certo
ponto deve ser positiva, mas que quando se torna uma coisa desagradável e
prejudicial à pessoa que está sendo ferida, deve ser repensado e posto na
balança.

“... nas lágrimas de amor há, como na saudade, uma doce


amargura, que é veneno que não mata, por vir sempre temperado com o
reativo da esperança...” (d. Ana, p. 65)

Este trecho me traz uma realidade muito grande, pois sou uma pessoa
que fica tentando aliviar a tristeza de momentos platônicos na esperança, que
acaba os tornando menos impossíveis. Muitos costumam dizer que a
esperança é a ultima que morre, mas eu costumo completar dizendo que ela é,
também, a primeira que mata (risos).

“Amor?... Amor não é efeito, nem causa, nem princípio, nem fim, e é
tudo isso ao mesmo tempo; é uma coisa que... sim... finalmente, para
encurtar razões, amor é o diabo...” (Leopoldo, p. 110/111)

Acho essa citação de uma sensibilidade imensurável, o que a torna


muito bela e reflexiva no sentido de que o amor, assim como o conhecido
“diabo” (marcado por ser traiçoeiro e tudo mais), pode se mostrar promissor,
mas que, algumas vezes, traz-te momentos de sofrimento. Mas acredito que
em meio dessa dúvida, ainda devemos escolher amar, pois, se esse resolve
mostrar uma das suas faces mais pura e bela, vai te dar uma felicidade
gigantesca.

3.4. Opinião sobre o livro

Logo após ler a obra A Moreninha, esta logo se tornou uma das minhas
leituras favoritas. O livro é lindo, sensível e tocante. Ler um livro de dois
séculos atrás é incrível, pois te faz viajar para aquela época e te mostra como
tudo acontecia, como eram dadas as relações sociais, as paisagens, etc.
Mesmo sendo o romance de estreia do autor, a sua maturidade literária
é admirável. Joaquim Manoel de Macedo consegue, além de tudo, criar mais
duas histórias dentro do enredo principal do livro: Os Breves, Branco e Verde e
As Lágrimas de Amor. Ainda, cria uma balada belíssima cantada pela índia
Ahy. Essa artimanha de explorar história dentro de história oferece ao leitor um
enorme aprofundamento na obra e acaba criando fortes vínculos entre quem lê
e quem habita a trama.
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Outro aspecto intrigante que podemos notar no livro é a óbvia


aproximação entre Augusto e o autor, o que acaba deixando a dúvida no leitor
de que tudo realmente aconteceu e que Augusto é um pseudônimo para o
escritor. Essas suspeitas se reforçam ainda mais no fim da trama quando
Augusto, perdedor da aposta que teria que escrever um romance, revela que
este já está escrito e se chama A Moreninha, homônimo da obra de Joaquim
Manoel de Macedo. Com certeza, tudo isso foi planejado pelo escritor e acabou
sendo muito efetivo: ele conseguiu por uma pulga atrás da orelha de todos nós
leitores. Mais pontos positivos para este autor! Também é muito envolvente o
humor criado pelo escritor durante a obra, é sutil e simples, porém suaviza
muito a leitura.
Por ultimo e não menos importante, é importante mencionar o estilo
linguístico do autor que, de início, pode causar espanto e tornar a história bem
complicada de se entender, mas acaba se tornando um charme e perdoa-se,
pois se trata de outra época e outra realidade da língua portuguesa (se bem
que a classe social de Macedo também pesa muito neste fator).

4. PASSANDO ADIANTE

4.1. Indicação motivadora para leitura da obra

Pode-se dizer muito de uma obra quando alguém gasta apenas um dia
para lê-la de tanta empolgação! Recomendo muito a leitura de A Moreninha,
pois é um livro que te encanta por levar o leitor em uma viagem de volta ao
século XIX e por se passar completamente aqui, no nosso país, o que só o
torna ainda mais aconchegante. Além disso, não é uma obra daquelas
gigantescas que se tornam cansativas pela metade, essa é curta (menos de
200 páginas) e você lê como se estivesse ouvindo música. Este livro é beleza
em palavras, acolhe, cativa e te deixa freneticamente curioso para descobrir o
destino de Augusto e Carolina.

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