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1.

(UFV - PASES 2010) As mudanças contínuas dos Estilos Literários se caracterizam pela
oposição ideológica e formal entre eles. Considerando tal afirmação, relacione a 1 a coluna
com as características apresentadas na 2 a coluna.

1 – Arcadismo
2 – Romantismo

( ) Intuição e subjetivismo.
( ) Atração pela noite e pelo mistério.
( ) Imitação da cultura clássica greco-latina.
( ) Objetivismo e racionalismo.
( ) Respeito às formas fixas na criação poética.

A sequência CORRETA é:

a) 2, 2, 1, 1, 1.
b) 2, 1, 2, 1, 2.
c) 1, 2, 1, 2, 1.
d) 1, 1, 2, 2, 2.

2. (PUC - CAMPINAS 2015) Teoricamente, o nacionalismo independe do Romantismo, embora


tenha encontrado nele o aliado decisivo. Há na literatura do período uma aspiração nacional,
definida claramente a partir da Independência e precedendo o movimento romântico. (...) Nem
é de espantar que assim fosse, pois além da busca das tradições nacionais e o culto da
história, o que se chamou em toda a Europa “despertar das nacionalidades”, em seguida ao
empuxe napoleônico, encontrou expressão no Romantismo. Sobretudo nos países novos como
o nosso o nacionalismo foi manifestação de vida, exaltação afetiva, tomada de consciência,
afirmação do próprio contra o imposto.
(Adaptado de: CANDIDO, Antonio. Formação da Literatura Brasileira. São Paulo: Martins, 1971. 2 v. pp. 14-15)

No quadro histórico de que trata o texto de Antonio Candido, deve-se entender que, no Brasil,

a) o indianismo romântico não deixou de ser uma espécie de mítica busca das tradições
nacionais.
b) o abolicionismo constituiu-se como nossa principal bandeira do despertar das
nacionalidades.
c) os romances indianistas de José de Alencar, em seu amplo conjunto, derivaram diretamente
do empuxe napoleônico.
d) nossos escritores indianistas, imunes a qualquer influência externa, são uma afirmação do
próprio contra o imposto.
e) poetas da geração de Álvares de Azevedo compuseram uma obra definida claramente a
partir da Independência.
3. (UNAMA 2009)
“Os velhos sentados praticam d’outrora,
E os moços inquietos, que a festa enamora,
Derramam-se em torno dum índio infeliz.(...)
Acerva-se a lenha da vasta fogueira,
Entesa-se a corda da embira ligeira,
Adorna-se a maça com penas gentis: (...)
Em tanto as mulheres com leda trigança,
Afeitas ao rito da bárbara usança,
O índio já querem cativo acabar:
A coma lhe cortam, os membros lhe tingem,
Brilhante enduape no corpo lhe cingem,
Sombreia-lhe a fronte gentil canitar.”
(I-Juca-Pirama, Gonçalves Dias)

*embira: casca ou cipó usado para amarrar.

maça: bastão usado em cortejos antes de certos cerimoniais

trigança: pressa

enduape: rodela de penas que os tupinambás usavam nas nádegas.

Uma das “marcas” do Romantismo presentes no poema de Gonçalves Dias é o Indianismo.


Por meio dele, o poeta descreve a cultura indígena, destacando o modo de vida dessa
civilização, através da apresentação dos seus costumes, rituais e da demonstração de atitudes
éticas desse povo. Numa relação intertextual entre a ilustração feita pelo artista Hans Staden e
os fragmentos do poema I-Juca-Pirama, de Gonçalves Dias, a cultura indígena é ressaltada
por meio do (a):

a) expressão de religiosidade exarcebada, quando o índio demonstra sua fé, implicitamente,


referindo-se ao seu Deus-Tupã .
b) descrição das ações dos índios quando se apossavam de um prisioneiro – o ritual da morte.
c) valorização da presença de um ser superior, um chefe – o cacique, a quem a índio respeita
e honra nas festas tribais.
d) integração entre a figura do índio e a natureza exuberante e tropical, revelada pelo lirismo
romântico.
4. (UPE - SSA 2014) Iracema

Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.

Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna e
mais longos que seu talhe de palmeira.

O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu
hálito perfumado.

Mais rápida que a ema selvagem, a morena virgem corria o sertão e as matas do Ipu, onde
campeava sua guerreira tribo, da grande nação tabajara. O pé grácil e nu, mal roçando, alisava
apenas a verde pelúcia que vestia a terra com as primeiras águas.

Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta. Banhava-lhe o corpo a sombra
da oiticica, mais fresca do que o orvalho da noite. Os ramos da acácia silvestre esparziam
flores sobre os úmidos cabelos. Escondidos na folhagem os pássaros ameigavam o canto.

Iracema saiu do banho; o aljôfar d'água ainda a roreja, como à doce mangaba que corou em
manhã de chuva. Enquanto repousa, empluma das penas do gará as flechas de seu arco, e
concerta com o sabiá da mata, pousado no galho próximo, o canto agreste.

A graciosa ará, sua companheira e amiga, brinca junto dela. Às vezes sobe aos ramos da
árvore e de lá chama a virgem pelo nome; outras remexe o uru de palha matizada, onde traz a
selvagem seus perfumes, os alvos fios do crautá, as agulhas da juçara com que tece a renda,
e as tintas de que matiza o algodão.
(...)
José de Alencar

O texto acima, um fragmento de um dos romances mais célebres da literatura brasileira, está
inserido no Romantismo, na sua vertente indianista. Sobre o contexto histórico em que essa
escola literária se desenvolveu no Brasil, analise as afirmativas a seguir.

I. Nas primeiras décadas após o descobrimento do Brasil, o país inspirava romancistas e


poetas, em razão de sua natureza selvagem e do exotismo dos seus nativos, fatores que
facilitaram uma produção literária em que o indígena era o protagonista.
II. Os ideais libertários da Inconfidência Mineira favoreceram uma produção literária, tanto em
prosa como em verso, que incorporou essa temática ao ideário romântico brasileiro e em que o
índio surgiu como símbolo de liberdade e integração à natureza.
III. A chegada da corte portuguesa ao Brasil favoreceu a divulgação dos novos ideais
europeus e, ao mesmo tempo, fez surgir uma burguesia que se tornou personagem e público
leitor de uma literatura que também adotaria o índio como força identitária da jovem nação.
IV. Enquanto o país vivia o processo de independência política, o Romantismo se desenvolveu
numa atmosfera em que o nacionalismo, a exaltação à natureza e a valorização das lutas
sociais influenciaram romancistas e poetas que elevaram o índio a herói e símbolo do nosso
passado histórico.

Está(ão) CORRETA(S), apenas:


a) I.
b) II.
c) III.
d) IV.
e) III e IV.

5. (ENEM CANCELADO 2009)

O homem desenvolveu seus sistemas simbólicos para utilizá-los em situações específicas de


interlocução. A necessidade de criar dispositivos que permitissem o diálogo em momentos e/ou
lugares distintos levou à adoção universal de alguns desses sistemas.
Considerando que a interpretação de textos codificados depende da sintonia e da sincronia
entre o emissor e o receptor, pode-se inferir que a

a) recepção das mensagens que utilizam o sistema simbólico da figura 1 pode ser feita horas
depois de sua emissão.
b) recepção de uma mensagem codificada com o auxílio do sistema simbólico mostrado na
figura 2 independe do momento de sua emissão.
c) mensagem que é mostrada na figura 4 será decodificada sem o auxílio da língua falada.
d) figura 3 mostra um sistema simbólico cuja criação é anterior à criação do sistema mostrado
na figura 2.
e) figura 4 representa um sistema simbólico que recorre à utilização do som para a
transmissão das mensagens.

6. (UNICAMP 2016) Em sua versão benigna, a valorização da malandragem corresponde ao


elogio da criatividade adaptativa e da predominância da especificidade das circunstâncias e
das relações pessoais sobre a frieza reducionista e generalizante da lei. Em sua versão
maximalista e maligna, porém, a valorização da malandragem equivale à negação dos
princípios elementares de justiça, como a igualdade perante a lei, e ao descrédito das
instituições democráticas.
(Adaptado de Luiz Eduardo Soares, Uma interpretação do

Brasil para contextualizar a violência, em C. A. Messeder Pereira,

Linguagens da violência. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 23-46.)


Considerando as posições expressas no texto em relação à valorização da malandragem, é
correto afirmar que:

a) O verbo “equivale” relaciona a valorização da malandragem à negação da justiça, da


igualdade perante a lei e das instituições democráticas.
b) Entre os pares de termos “benigna/maligna” e “maximalista/reducionista” estabelece-se no
texto uma relação semântica de equivalência.
c) O elogio da malandragem reside na valorização da criatividade adaptativa e da sensibilidade
em contraposição à fria aplicação da lei.
d) O articulador discursivo “porém” introduz um argumento que se contrapõe à proposta de
valorização da malandragem.

7. (FCMMG 2005) “FILHO DE PRETO MORRE MUITO”

Nos países subdesenvolvidos, que constituem três quartos da população do globo, a criança
paga, realmente, o maior tributo. Paga com a morte, uma vida que foi curta e dolorosa. Paga
nascendo mal, vivendo mal e, finalmente, morrendo antes de viver.
No fulcro de toda esta esteira de vida curta e dolorosa está a fome, como o grande fantasma
que dirige as asperezas de um destino de tortura.
Os meninos de Brodowsky são meninos do mundo, são meninos do pauperismo, filhos de
mamas ressequidas, de panelas vazias, de telhados de zinco, de paredes de caixotes, de
casas de capim, de colchas de remendos, de pés descalços. Quando vem o verão, perdem a
água que era pouca, perdem os sais que guardam
avaramente no inverno e morrem secos e insossos.
Numa noite cálida de janeiro, num plantão de prontosocorro, um homem pobre, diante de um
filho morto, ungido de um estoicismo cético, disse-nos conformado: “Doutor, filho de preto
morre muito”.
É uma observação de um pai preto que deve ser respeitada pela pureza de sua essência.
A interpretação cabe aos médicos, não ao pai.
(SANDERSON, Dr. Júlio. A morte é notícia - a cura é anônima. Rio de Janeiro: Léo Christiano Editorial, 2001, p.138.)

Com base no texto, é INCORRETO afirmar que:

a) o narrador é um dos médicos que se achava no pronto-socorro.


b) o terceiro parágrafo é assinalado por enumerações metonímicas.
c) apesar da pobreza, a esperança rege a vida do pai da criança morta.
d) a derradeira frase sugere um questionamento social, indicado no primeiro parágrafo.

8. (UERJ 2014) Porque a realidade é inverossímil

Escusando-me por repetir truísmo tão martelado, mas movido pelo conhecimento de que os
truísmos são parte inseparável da boa retórica narrativa, até porque a maior parte das
pessoas
não sabe ler e é no fundo muito ignorante, rol no qual incluo arbitrariamente você, repito o que

tantos já dizem e vivem repetindo, como quem usa chupetas: a realidade é, sim, muitíssimo
mais inacreditável do que qualquer ficção, pois esta requer uma certa arrumação falaciosa, a
que a maioria dá o nome de verossimilhança. Mas ocorre precisamente o oposto. Lê-se ficção
para fortalecer a noção estúpida de que há sentido, lógica, causa e efeito lineares e outros
adereços que integrariam a vida. Lê-se ficção, ou mesmo livros de historiadores ou jornalistas,

por insegurança, porque o absurdo da vida é insuportável para a vastidão dos desvalidos que
povoa a Terra.
João Ubaldo Ribeiro

Diário do Farol. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2002.

O título do texto soa contraditório, se a verossimilhança for tomada como uma semelhança
com
o mundo real, com aquilo que se conhece e se compreende.

Essa contradição se desfaz porque, na interpretação do autor, a ficção organiza elementos da


vida, enquanto a realidade é considerada como:

a) linear
b) absurda
c) estúpida
d) falaciosa
Gabarito
1. A
Explicação: A

2. A
Explicação: A

3. B
Explicação: B

4. E
Explicação: E

5. C
Explicação: C

6. A
Explicação: A

7. C
Explicação: C

8. B
Explicação: B

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